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A Menina Bonita
A Menina Bonita
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E-book164 páginas2 horas

A Menina Bonita

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Sobre este e-book

Laura Bedrosian, 13 anos, é raptada e o seu pai, Armen, paga o resgate, no entanto, exige recompensa. Nos vinte anos seguintes, ela paga a dívida permitindo que o seu pai tenha sexo com ela.

            Laura teme fazer queixa ou tomar qualquer medida. Isso antes de ele contrair a doença de Alzheimer. Ela leva-o a uma feira do condado e aí abandona-o. A sua única identificação é um pedaço de papel a dizer "O meu nome é Larry." Com esta nova liberdade, Laura tenta reunir as pontas soltas do seu passado.

Durante a investigação da detetive Liz Roberts para encontrar Laura, redescobre os segredos de há muito, no passado de Liz, segredos enterrados no fundo da sua mente. (Ouçam o lamento de Laura no vídeo grátis, "Ballad of a Pretty Little Girl", disponível no YouTube).

            O governador da Florida, Rick Scott, congratulou o autor e a AudioFile Magazine afirmou ser "um relato real dos desafios enfrentados pelos que cuidam de pessoas afetadas pela demência... não perde um detalhe nem quando o cenário trágico muda...(os leitores) vão sentir que estão numa montanha russa emocional à medida que a história se revela, pouco a pouco, até chegar a uma conclusão inesperada."

IdiomaPortuguês
EditoraDon Canaan
Data de lançamento25 de abr. de 2018
ISBN9781386506898
A Menina Bonita
Autor

Don Canaan

Don Canaan went from a Bronx tenement to success in television news film, immigration to Israel, return to the U.S. and then to print journalism. He edited news film and documentaries for NBC News in New York, receiving a joint editorial commendation (as Donald Swerdlow) for Producer Fred Freed’s “American White Paper: Organized Crime in the United States.” In 1974, Canaan immigrated to Israel as part of an American group planning to found and settle in the new city of Yamit in the Sinai, north of El Arish. Upon returning to the U.S, Canaan became a unemployment statistic because news film had been superseded by videotape, which was controlled by a different union.. Ohio State University's School of Journalism came to the rescue with an offer to earn a master's degree while serving as an assistant in its TV news workshop. Canaan was hired as staff writer and photographer for The American Israelite in Cincinnati where he enterprised many stories.. His series, "Jews in Ohio's Prisons: Does Anybody Care?" won first place for best weekly journalism in Ohio from the State of Ohio Bar Association. . He is the author of “Horror in Hocking County” (a true-crime documentation of alleged satanic murders.

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    A Menina Bonita - Don Canaan

    Proibidos, dentro dos limites estabelecidos pela lei, a reprodução total ou parcial desta obra, o armazenamento ou transmissão por meios eletrónicos ou mecânicos, incluindo fotocópias, sem autorização por escrito do editor.

    Todas as personagens mencionadas nesta obra são ficcionais. Qualquer semelhança a pessoas da vida real, vivas ou mortas, é apenas coincidência. Apesar de mencionados alguns locais e acontecimentos reais, foram alterados alguns detalhes e descrições físicas. Outros locais e acontecimentos são apenas ficção.

    CAPÍTULO 1

    Vejam bem, se não és uma coisa tão bonita?

    Laura congelou. Os sons da feira afogavam-se no rugido nos seus ouvidos. Já estava calor e havia a promessa de ficar um dia quente, mas ela teve um arrepio de repente...e voltara a ser uma menina.

    Papááá... tenho medo!

    Uma das suas recordações mais antigas estava sentada num dos carros da roda gigante Ferris balouçando vagarosamente para trás e para a frente. A roda tinha parado com o seu carro no topo e a partir da feira alargava-se a vista de toda a cidade de Fresno e as áreas circundantes, com as luzes de milhares de casas e de lojas abertas brilhavam na noite.

    Ela agarrava-se ao pai, guinchando tanto de horror como de alegria cada vez que espreitava para lá do beiral do carro e via todas aquelas pessoas lá em baixo. Só era preciso alguns segundos até que escondesse a cara contra a camisa do pai, com o tecido da camisa preso nos pequenos punhos da menina. O braço dele à sua volta fazia sentir-se mais segura até que o cinto e a barra de segurança do carrossel.

    Ela não podia ter mais do que três anos de idade, demasiado pequena para andar naquele carrocel. Como teria o pai conseguido convencer o condutor a deixá-la andar? Não era muito difícil de perceber. O pai de Laura era um homem persuasivo e estava habituado a conseguir o que queria, no seu negócio, nas lojas, nos restaurantes, em casa. E uma coisa que ele queria sempre era vê-la feliz. Nada era bom demais para a sua única filha. Ele certificou-se de que ela tinha a melhor roupa, os melhores brinquedos e a melhor educação. Se ela tivesse apontado o seu dedo rechonchudo para um carrossel monstruoso e tivesse dito Anda, po’ favô’, papá? ele teria feito de tudo para que ela andasse nesse carrossel.

    Ela não sabia se ele a tinha levado à feira no ano em que ela nasceu, mas no ano seguinte ele começou o que viria a ser uma tradição anual. Apesar de ele não ter vivido em Fresno durante anos antes de ela nascer, ele tinha boas memórias daquela feira na sua própria infância. Ele tinha lá vivido nos tempos em que Fresno era uma vila rural que subsistia da agricultura. Ir à feira era um dos poucos caprichos a que os seus pais se conseguiam dar ao luxo. Levá-la à sua cidade natal todos os anos tornara-se um ritual e nada podia impedi-lo.

    Desde o início tornara-se uma tradição apenas de pai e filha. A mãe de Laura tão pouco era convidada como não se interessava. Eles iam sempre no primeiro dia da feira, chegando ao portão ainda antes de abrir e ficando até bem depois do anoitecer. Ela dormia no banco de trás do carro no caminho de volta para casa, mas mesmo assim, ela ficava sempre cansada e rabugenta no dia seguinte. Quando ela já tinha idade de ir à escola, já lhe era permitido ficar em casa a descansar.

    Pouco importava qual era a situação no trabalho, o dia de abertura da feira era deles. Continuou a ser assim mesmo durante a adolescência, quando o seu pai era a última pessoa com quem ela queria ir à feira ou a qualquer outro lugar. Mas ele insistia e ele conseguia sempre o que queria. A última vez que ela foi à feira com ele tinha sido nove anos antes, ela estava noiva e iria casar em seis meses e decidiu que era demasiado juvenil para uma mulher casada continuar a ir à feira com o seu pai.

    Laura continuava a olhar o roda gigante e a lembrar-se. Ela lembrava-se da emoção de subir pelo ar, do seu estômago andar às cambalhotas quando desciam. Mas acima de tudo ela lembrava-se que tinha três anos de idade. Ela lembrava-se de pensar que o seu pai era o maior, o mais forte, o mais corajoso homem do mundo. Ela lembrava-se daquela sensação de segurança, de que nada lhe podia acontecer enquanto o seu pai a estivesse a segurar.

    Agora ela olhava-o de cima. Era o primeiro dia da feira e lá estava ela uma vez mais com o seu pai. Ele não parecia grande, nem forte, nem particularmente corajoso. Hoje ele apenas parecia... perdido. O seu cabelo estava banco, não tinha uma pose tão direita quanto a que ela se lembrava na sua infância. Certamente não exuberava da confiança nem da autoridade com que sempre conseguira convencer os poderosos chefes de companhias e os operadores de carroceis a ceder aos seus desejos.

    Papá, lembras-te de me levar à roda gigante?

    Ele sorriu para ela.

    Eu acho que ainda temos tempo para fazer nove buracos antes da reunião

    Pai, não estamos no campo de golfe. Estamos na feira. Lembras-te? A Feira de Fresno? Nós costumávamos vir aqui todos os anos.

    Só preciso de ir buscar os meus tacos.

    Ele deambulou por ali e ela seguiu-o a poucos metros de distância,

    observando-o parar para se abaixar e pegar num tee* imaginário. A exaustão dos últimos dois anos finalmente assoberbara-se sobre ela, tal como o ressentimento familiar de ter tido de pôr a sua vida em suspensão por ele. A vida que se desmoronara. Conforme se aproximaram da exposição, ela alcançou-o.

    Pai, queres alguma coisa para comer?

    Temos um quarteto e está um dia demasiado bonito para o desperdiçar dentro de casa.

    Nem sequer sabes quem eu sou, pois não?, suspirou ela.

    Ele tateou a mão dela onde pousava no seu braço.

    Vejam bem, se não és uma coisinha bonita?

    Laura libertou o seu braço enquanto que ele se ajoelhava para fixar o tee na terra. Ela levou a mão dentro da mala, arrancou um pedaço de papel do seu bloco de notas e procurou uma caneta. Ela escreveu muito rapidamente no pedaço de papel e quando ele se levantou, ela dobrou o papel e meteu-o dentro do bolso do peito da camisa dele.

    Os rapazes querem encontrar-se no bar para beber um copo antes de começarmos, disse-lhe ele.

    O clube está já ali, respondeu ela, apontando para o Edifício Home Arts do outro lado do relvado.

    Ele sorriu e dirigiu-se nessa direção. Ela observou-o sabendo que dentro de alguns passos ele já se teria esquecido para onde é que ele ia. A maré de gente irrompeu-se à volta dela à medida que ali ficava imóvel, sentindo o seu coração bater dentro do peito. Ele seguiu a multidão que se movia para o edifício. Ele atravessou as grandes portas abertas e entrou na sombra. A multidão fechou-se à sua volta e de seguida o seu pai desaparecera da sua vista. Ainda assim, ela ali permaneceu olhando para a entrada.

    Ela esperou cinco minutos, depois ajustou a alça da mala no ombro e começou a afastar-se do edifício. Ela caminhou para um portão diferente daquele pelo qual tinham entrado havia menos de uma hora. Recusando o carimbo na mão que lhe permitiria reentrar na feira mais tarde, ela esgueirou-se pela saída. Caminhou para o parque de estacionamento onde tinha deixado o carro. Pondo-se atrás do volante, ela pôs o carro a trabalhar e ligou o ar condicionado. Respirou profundamente, fechou os olhos e pousou a testa no volante por alguns momentos. Finalmente, ela fez marcha atrás e entrou pela Avenida Chance. Fez caminho, calmamente, pelas ruas agitadas até encontrar a saída

    ––––––––

    *N.T.- termo desportivo que designa o pino usado sob a bola de golfe para a tacada

    para a autoestrada 41. Introduzindo-se no trânsito pela direção Norte-Sul e afastando-se de Fresno. Para longe das suas memórias.

    Vejam bem, se não és uma coisinha bonita?

    CAPÍTULO 2

    Era a quinta ou sexta vez que aquele homem passava por Steve Jacobs, o CEO da Fresno City Fairgrounds, até que ele terá dado por ele. Ele não era alto, tinha vários centímetros a menos do que o metro e oitenta e três de Steve, era magro, tinha cabelo branco. Steve tentou lembrar-se quando teria sido a primeira vez que o vira. Já havia várias horas, pelo menos. O homem não parecia estar acompanhado de ninguém, nem parecia ter algum destino em mente e Steve já o tinha visto em vários sítios diferentes desde que tinha começado as suas rondas. Não havia nada de invulgar nisso, muitas pessoas vinham à feira apenas para andar por aí e ver as vistas. Mas este homem não estava a ver as vistas, ele nem se apercebia dos carroceis repletos de adolescentes aos gritos, nem dos donos das barracas que tentavam atrai-lo para os jogos. 

    Steve viu o homem aproximar-se de um jovem casal e dizer alguma coisa. O rapaz e a rapariga olharam para ele com um ar preocupado e depois olharam-se um ao outro. Ele viu-os agitarem as cabeças em rejeição enquanto se afastavam, depois ouviu-os rirem-se em gozo já bem longe do homem.

    Steve pensou mais para trás e não se lembrava de ver o homem com comida ou sem algo de beber. O sol de setembro no Vale de San Joaquin não se mostrava misericordioso, tornando insensato ficar demasiado tempo sem fluidos. Poderia este ser um sem-abrigo a pedir esmola? Era possível. Os seguranças e a policia tentavam sempre mantê-los na rua, mas eventualmente lá escapava algum.

    Steve começou a seguir dissimuladamente o velho. A sua cara estava vermelha e tinha a respiração pesada, no entanto mantinha uma expressão agradável e um sorriso despreocupado. O homem abordou alguém de novo, desta vez uma mãe com um ar esgotado com três crianças pequenas atrás. Steve não conseguia ouvir o que ele dizia, mas viu a mulher franzir-se para o homem e a puxar os filhos para longe dele. Decidiu que estava na altura de intervir. Se o homem andava a aborrecer os clientes, era só uma questão de tempo até alguém fazer o denunciar à segurança. Ou, pensou ele ainda, antes que algum macho de cabeça quente decidisse tomar conta do assunto ele mesmo. 

    Ele encurtou a distância entre os dois e tocou-lhe no ombro gentilmente. O homem virou-se devagar, e viu-se um sorriso espalhar-se pela cara quando viu Steve.

    Bem, disse o homem. És tu.

    Steve parou para pensar por um momento, procurava por ele na sua memória já que o homem parecia reconhece-lo.

    Senhor, disse Steve, finalmente. Precisa de ajuda?

    Bem, disse o homem, chegando a mão à frente e dando-lhe um aperto de mão entusiástico. Não vem isto mesmo a calhar?

    Peço desculpa?

    Oh, sim, claro. Temos um chá às oito horas, mas penso que ainda conseguimos ir a tempo.

    Um chá? Steve olhou para a multidão de gente à volta, ninguém parecia aperceber-se da estanha conversa que ele estava a ter com aquele homem.

    Senhor, pode dizer-me o seu nome?

    Claro, disse o homem com uma risada.

    Steve esperou, mas o homem não lhe deu o seu nome. Em vez disso, parecia que ele se tinha esquecido de todo que estava a ter aquela conversa. Ele virou-se e começou a afastar-se. Steve mudou-se para ficar à sua frente.

    Senhor, o seu nome?

    "Não te preocupes, jovem. Eu nunca me esqueço da gorjeta do meu caddy*. Aqui tens. O homem apalpou os seus bolsos como que à procura de alguma coisa, depois alcançou o bolso do peito da camisa e tirou um pedaço de papel. Estendeu-o para Steve e disse, É melhor ir ter com o meu grupo. Eles não podem começar sem mim".

    Steve olhou para o papel enquanto seguia o homem, tentando mantê-lo à vista. Escrito no papel estavam as palavras O meu nome é Larry. Alcançando o homem, Steve agarrou

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