Conversas Com Meu Avô

De Marinaide Mancebo

O Criador não se deixa impressionar com as nossas fraquezas e deficiências, talvez até goste muito desse tipo de desafio, e, com sua imaginação, criatividade e generosidade, transforma um velho pote rachado numa fonte de beleza, perfume e inspiração pelo caminho. Seja o melhor pote rachado que você pode ser, pois nas mãos de um aguadeiro sábio você criará canteiros e mais canteiros de flores, cores e perfumes.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 13 de fev. de 2019

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Copyright © 2019 Marinaide Mancebo

Capa e diagramação: Denis Lenzi

Todos os direitos reservados.

São proibidos o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios — tangível ou intangível — sem o consentimento escrito da autora.

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

Este volume é dedicado à minha mãe, Azerete de Carvalho Mancebo, 

por sua alegria, dinamismo, otimismo, visão além da lógica, integridade, 

cordialidade, fidelidade, enfim, uma mulher de muitas virtudes.

Sumário

Folha Rosto

Ficha técnica

Dedicatória

Apresentação

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

— Vô, por que a Bíblia manda amar a Deus? Deus é carente, é?

— Não, nena.

Percebi uma emoção na voz do meu avô que eu nunca tinha notado antes.

Ele falou:

— Se Deus nos ama infinitamente, quanto mais nós o amarmos, mais vamos entrar em sintonia com Ele...

— Sintonia, vô?

— Você sabe o que é sintonia, filha?

— Não, vô. Sei o que é sanfona. Minha mãe me botou na aula de sanfona, vô!

— Sintonia é você estar ligada com alguém ou com alguma coisa. Você tem sintonia comigo, não tem?

— Ah, vô, mas amar você é fácil! Eu vejo você, eu falo com você... vô, minha mãe comprou uma televisão e eu sento bem comportada porque não quero que as pessoas da televisão vejam a minha calcinha.

— Nena...

— Meu tio Silas disse que eles não podem ver, não!

Eu queria fugir do assunto, e meu avô entendeu que era um tema difícil para mim.

Então ele disse uma coisa inesquecível:

— Nena, você pode até escolher NÃO AMAR a Deus. Seria como você se trancar num quarto muito muito muito escuro...

— Vô, não! Eu me pélo de medo de escuro!

— Pois é. Mesmo que você gostasse de escuro e se enfurnasse num quarto escuro, o sol deixaria de brilhar?

Olhei para ele, surpresa com sua explicação. Seu rosto brilhava. Meu avô ficava vermelho muito facilmente. Mas nessa hora eu acho que ele estava é brilhando, porque dentro de mim acendeu uma luz, imagina dentro dele!

Corri e dei um abraço nele, tropeçando na sua bota, machucando meu dedão, e, quase caindo no seu colo, beijei seu rosto e abracei seu pescoço. O coração dele fazia Tum Tum Tum Tum Tum Tum Tum Tum Tum Tum.

O meu também.

Apresentação

Do mesmo jeito que sempre me interessei pelos assuntos espirituais, me interessei muito pela ciência. Não pela ciência convencional, aquela que pesquisa vírus e bactérias, mas pela macro-ciência, aquela que se desdobra em grandiosidade e mistérios.

Quanto mais eu leio a Bíblia e vejo filmes como A Bússula Dourada, Alice Através Do Espelho, Interestelar, a franquia Os Vingadores, quanto mais leio sobre física quântica, mais entendo que tudo converge para um ponto só, que é a luta de seres finitos para alcançar a infinitude da vida.

Por trás de filmes, livros, poemas, equações matemáticas e imagens da NASA, existe a presença exuberante do invisível, do inominado, da energia que acaba recebendo tantas denominações quantas são as imaginações humanas.

Chamamos Deus, por exemplo.

Deus não é apenas uma infinidade de energias cósmicas, ou a soma de todas as coisas, ou as expressões do mundo manifesto, ou as suposições dos vastos e desconhecidos mundos materiais e imateriais.

Deus é.

Se compararmos Deus ao sol, em parte acertamos. O sol brilha sem cessar, o sol também é. Porém o sol um dia deixará de ser. Como qualquer outra estrela, o sol tem começo, meio e fim.

É incompreensível para nós, é realmente difícil conceber um ser incriado, que é, desde o princípio.

Quem criou Deus?

Haveria a chance de alguém ter criado Deus e ainda assim ele estar acima de todos, como o Ser Supremo de que tanto ouvimos falar?

Este volume tem o objetivo de falar sobre a grandeza do universo, seus desdobramentos, o tempo e o espaço, a luta entre o bem e o mal, e a presença de Deus em cada momento da Criação, em cada momento de cada ser criado, em cada raio de luz ou camada de treva que há.

Eu gostaria mesmo de pintar um quadro cheio de luz, silêncio, vibração, com muitos mundos coexistindo nas dobraduras do universo, entre os sóis, estrelas, luas, mares, montanhas e atmosferas.

Eu gostaria mesmo que saíssemos de nosso mundo às vezes tão sem graça e tão cinzento e olhássemos não apenas para o nosso quintal, mas para todos os quintais, todos os mundos que desconhecemos e que, como as estrelas, nos espreitam e iluminam a nossa jornada.

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