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O conceito de perfectibilidade na pedagogia de Jean-Jacques Rousseau
O conceito de perfectibilidade na pedagogia de Jean-Jacques Rousseau
O conceito de perfectibilidade na pedagogia de Jean-Jacques Rousseau
E-book206 páginas2 horas

O conceito de perfectibilidade na pedagogia de Jean-Jacques Rousseau

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Sobre este e-book

Devido à Pandemia de 2020 (COVID-19), enfrenta-se uma crise econômica, social, cultural em escala mundial e, ao adaptar-se, o processo de comercialização, a educação e os contatos interpessoais tornaram-se praticamente virtuais. Esta obra propõe um olhar sobre a capacidade do ser humano de adaptar-se e de aperfeiçoar-se de acordo com as adversidades da vida, que Jean-Jacques Rousseau (Pai da Pedagogia) apresenta-nos em seu projeto pedagógico. Como o núcleo de seu pensamento repousa na capacidade de sociabilidade do ser humano, mostra-nos o caráter ambíguo de perfectibilidade: a corrupção que diz respeito aos vícios e à incapacidade do ser humano de aperfeiçoar-se e, como antítese, a perfectibilidade seria uma ação em direção à virtude e à justiça, derivada da elevação do amor-próprio, resultado da tensão entre o amor de si e o amor próprio. Essa última aparece como uma possibilidade de formação humana ideal, em todas as dimensões, para formar um homem virtuoso com autonomia política, mas também como uma alternativa ao processo de "desnaturação", com o entrelaçamento da educação e a política, para se alcançar uma construção de sociedade ideal.

Rousseau diz: "[...] dos primeiros movimentos do coração erguem-se as primeiras vozes da consciência, e como nascem as primeiras noções do bem e do mal dos sentimentos de amor e de ódio; mostraria que justiça e bondade não são apenas palavras abstratas, meros seres morais formados pelo entendimento, mas verdadeiras afecções da alma iluminadas pela razão." (ROUSSEAU, 1995, p. 309).
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de jan. de 2023
ISBN9786525256740

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    O conceito de perfectibilidade na pedagogia de Jean-Jacques Rousseau - Ana Lúcia Koga

    1. O CONCEITO DE PERFECTIBILIDADE DE JEAN-JACQUES ROUSSEAU

    Na Europa do século XVIII, encontramos o auge da cultura, que no formato em que conhecemos, havia iniciado com o movimento Renascentista. Pelo humanismo do Iluminismo, fazia imperar o domínio da vida intelectual e da política. Havia uma supervalorização do racional como instrumento capaz de estabelecer a ordem social. Esse século XVIII, denominado "Século das Luzes", foi permeado por movimento germinado e constituído ao longo de um período que iniciou no Século XV, época essa que, pela importância do deslocamento, por convenção, intitula-se Modernidade. Não podemos deixar de informar que, nesse período, confluíam o domínio do poder feudal, da nobreza e do clero, e em oposição a esses, estão os filósofos e os estudiosos das ciências e das artes da época.

    Cassirer (1996), na introdução do seu trabalho intitulado A filosofia do Iluminismo, serve-se dos pensamentos de D’Alembert. Este filósofo, em seus estudos dos Elementos de filosofia, delineou o cenário do espírito humano dos meados do século XVIII, informou-nos que cada etapa do século foi marcada por uma transformação na cultura ocidental. Iniciou-se, então, nos meados do século XV com o movimento literário e intelectual da Renascença e, na metade do século XVI, a reforma religiosa encontra-se no ápice. No século XVII, alcançou-se uma revolução radical na perspectiva mundial, despertada pelo triunfo da filosofia cartesiana (p. 19). Tais experiências foram plasmando-se lentamente nas estruturas da consciência moderna, porém, com profundidade.

    Após um longo período de obscurantismo, o homem que fora subjugado sob diversas formas de poder – seja por dogmas religiosos, seja por qualquer modelo de despotismo – começou a perceber seu valor. O movimento de ampliação significa o triunfo da razão. Mas, em que constituiu esse triunfo? Três campos de ação humana foram afetados pela Filosofia das Luzes (Aufklärung): as artes, as ciências e a técnica. Cada uma dessas esferas teve como incumbência pôr-se ao préstimo do progresso e da felicidade da humanidade, ou seja, os protagonistas desse século acreditavam que para alcançar os objetivos de resgatar o humano e direcionar os progressos do homem para o seu bem-estar poderiam ser realizados por meio de sua racionalidade.

    Consequentemente, alinhada a razão humana com a ideia de transformação, segundo Gauthier e Tardif (2014) nos informam, os pensamentos de renovação das ideias da época, costumeiramente, diferenciaram-se basicamente em três correntes: o movimento humanista, a reforma religiosa, o pensamento científico e técnico. A primeira espelha o desempenho de redescobrimento da Antiguidade greco-romana; a segunda leva à Reforma Protestante, a qual corresponde à Contrarreforma Católica e o último conduz ao desenvolvimento dos saberes técnicos e científicos (p. 78). De acordo com Cambi (1999), o século XVIII foi denominado como o período de laicização educativa e racionalismo pedagógico. Neste, os três elementos citados pelos primeiros autores também estão presentes.

    A partir das tendências ou acontecimentos citados acima, aparecem os princípios de uma percepção subjetivista. No Renascimento e nos sistemas pós-renascentistas, ocorre o direcionamento para um idealismo subjetivo, em que predominam a metafísica e o dogmatismo. Na Inglaterra, seguiu-se ao empirismo e ao relativismo (XIRAU, 2016, p. 11). Rousseau objetivou ampliar esses dois estudos na argumentação e prática de sua doutrina, mas, ao tencionar alcançar esse fim, alguns pesquisadores o interpretaram desde uma ideia contrária à questão central desse deslocamento (XIRAU, 2016, P. 11)). Iniciam-se, assim, as controvérsias entre seus colegas

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