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Em Busca Do Eu Perdido
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E-book185 páginas2 horas

Em Busca Do Eu Perdido

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Sobre este e-book

Em busca do EU perdido - Uma viagem de autoconhecimento, é um relato sobre a minha própria vida, minhas angústias, problemas emocionais que carrego desde sempre, dores da alma e do corpo, além dos questionamentos mais diversos, mas também, da vontade de mudar essa história, entendendo melhor o meu passado para, com isso, escrever um futuro melhor. Nessa busca e diante de dores extremas, fui buscar ajuda terapêutica. Foram longos anos de análise, de busca interior, de entendimento da minha personalidade e dos fatores que me afligiam. Esse livro representa o fechamento desse ciclo terapêutico. A escrita dele me ajudou a encontrar muitas respostas, além do que, hoje consigo me entender e me ver de uma forma muito mais leve, sem culpas ou preconceitos. A cura, dentro do processo terapêutico, não é algo simples, requer persistência e muita coragem e, ao longo da minha escrita, quero compartilhar com você, leitor, minhas experiências e meus aprendizados, pois apesar de ser a minha história, tenho certeza de que ela se confunde a de muitas outras pessoas, afinal, todos somos humanos e partilhamos de muitos medos e angústias em comum. Vem comigo, vamos fazer essa viagem juntos!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de fev. de 2020
Em Busca Do Eu Perdido

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    Pré-visualização do livro

    Em Busca Do Eu Perdido - André Luís Belini

    Introdução

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    Em Busca do Eu Perdido, Uma Viagem de Autoconhecimento, é um livro que retrata a minha própria busca, a minha história de vida, meus medos, a minha essência, o meu próprio eu, as situações que marcaram minha vida e os impactos emocionais e físicos que essas marcas deixaram.

    Essa história não está pronta, ela será escrita junto com o livro e, ao contrário de uma ficção, não terminará com o fim do livro, pois a vida continua e, ao invés de um ponto final, apenas reticências, abrindo espaço para questionamentos intermináveis e, talvez, sem soluções, como a vida de todos nós, sempre cheia de medos, desejos, objetivos, sonhos, sucessos, mas também fracassos e recomeços.

    Refletir sobre os medos que paralisam, os desejos não realizados, os objetivos não alcançados, os sonhos frustrados, mas também as conquistas e tudo o que ainda há por viver, são alguns pontos que aqui serão retratados, na forma de reflexões e questionamentos que me faço todos os dias, na eterna busca de me encontrar comigo mesmo.

    Espero terminar esse livro melhor do que comecei, com um pouco mais de respostas acerca da vida e de mim mesmo, assim como, também espero que essas reflexões possam te ajudar, pois como todos somos humanos, certamente as minhas indagações também podem ser suas, mas se não forem, que pelo menos você possa começar a levantar os seus próprios questionamentos e a buscar as suas respostas.

    O que me motivou a começar a escrever esse livro foram as minhas últimas sessões de terapia, afinal, depois de dez anos de análise, creio que já é possível encontrar algumas respostas e tirar alguns esqueletos do armário, embora ainda não possua respostas para muitas coisas.

    Vamos embarcar nessa viagem, rumo a um destino ainda desconhecido, uma viagem que até poderemos fazer juntos, mas ao final, cada um terá um destino próprio e distinto do outro.

    Muitas e muitas vezes tenho a sensação de estar perdido em mim mesmo e imagino que não sou o único a ter essa sensação, por isso é que convido você a fazer, junto comigo, essa viagem em busca desse eu perdido, dessa essência que, em algum momento da nossa vida, ficou para trás, mas que precisamos retomá-la, pois disso depende a nossa saúde física e mental.

    Ao longo desse livro, abordarei questões muito pessoais, portanto, inevitavelmente acabarei expondo muito da minha própria vida e dos meus familiares. Tudo o que vou expor, ao menos para mim, são questões superadas, motivo pelo qual, hoje me sinto à vontade para falar sobre elas.

    O mesmo não posso dizer sobre opiniões de terceiros, em especial, da minha própria família, mas isso é uma questão que irá competir exclusivamente a cada um deles. Meu objetivo não é o de expor ninguém, tanto que, dentro da narrativa, não citei nomes, mas eu sei que pessoas próximas a mim saberão de quem falo, inclusive, elas mesmas, caso venham a ler esse relato.

    Todo livro biográfico acaba trazendo esse conflito, pois não há como falar de uma única pessoa sem expor outras, uma vez que todos os nossos problemas e toda a nossa vida estão relacionados com a vida de outras pessoas, em especial, a nossa família.

    De coração, hoje não tenho mais nenhuma mágoa de qualquer situação que aqui vou expor, mas é claro que muitas marcas ficaram e a minha escrita relata exatamente essas experiências, boas e ruins, que me fizeram ser quem hoje eu sou.

    Se alguém se sentir ofendido, não foi a intenção, por outro lado, caso fique, pouco me importa. Estou buscando a minha história e o meu autoconhecimento, busco reviver as experiências que me causaram traumas e tudo isso sobre a minha perspectiva, deixando de ser o espectador da minha própria vida e assumindo o papel de protagonista.

    Passei muitos anos me olhando pelos olhos dos outros, sentindo com o sentimento dos outros, pensando com o pensamento dos outros, mas agora chega e cada um que resolva os seus traumas e problemas psicológicos.

    Melancolia

    Uma imagem contendo escuro, interior, janela, sala Descrição gerada automaticamente

    Começo esse livro falando sobre a melancolia, pois se existe um sentimento que sempre está comigo é a tristeza.

    Segundo o dicionário, a melancolia pode ser definida como tristeza vaga e indefinida, ou ainda, estado de tristeza intensa, traduzido pelo sentimento de dor moral.

    Essa tristeza indefinida talvez seja o que me define. Não é falta de gratidão, não é vitimismo, nem tão pouco falta de Deus, como muitos tendem a simplificar. Desde muito pequeno sinto a tristeza em mim, como mais um membro do meu corpo, cresci com ela, penso que até me acostumei a ela, pois mesmo nos momentos de alegria eufórica, bastava um olhar para o lado e lá está ela, me acenando.

    Ao longo desse livro, por várias vezes, vou voltar a esse tema, afinal, eis um ponto para o qual busco respostas, mas nesse momento, ainda não estou na fase da elaboração, mas sim, nos levantamentos hipotéticos desse sentimento que, infelizmente, se personificou em mim.

    Acredito que a minha tristeza tem várias causas, que vão desde a tristeza adquirida, afinal, nasci numa família onde a tristeza sempre foi uma marca, não verbalizada e assumida, é claro, mas sentida em todos os seus aspectos, portanto, posso dizer que a minha tristeza é transgeracional.

    Existe a porção de tristeza ambiental ou circunstancial, que é aquela a que todos estamos expostos, de certa forma, afinal, como um ser racional, dotado de inteligência e sentimentos, é impossível passar incólume nessa vida, sem em algum momento, ser abatido pelo sentimento melancólico.

    Existe em mim também a tristeza física e hormonal, que entre todas, creio seja a de mais fácil tratamento, pois pode ser combatida com antidepressivos, que tomo desde muito pequeno, com períodos longos de intervalo entre um tratamento e outro, mas vez ou outra, me vejo obrigado a buscar esse recurso.

    Posso afirmar, empiricamente, que a tristeza física é um fato, pois a resposta a medicação faz efeito e ela some, mas ainda ficam as outras, ou seja, apenas uma pequena parcela está resolvida, restando todas as outras, para as quais, um comprimido é um mero esforço inútil.

    A tristeza circunstancial é a que mais me acomete. Qualquer fator externo é capaz de desencadear uma reação em cadeia, causando o desequilíbrio. Esse fator pode ser uma notícia de jornal, uma foto, uma música e pronto, a tristeza foi instalada com sucesso.

    Minha busca vai se concentrar nessa tristeza circunstancial e na transgeracional, pois para mim, elas estão intrinsicamente ligadas, sendo praticamente impossível saber onde termina uma e começa a outra. Tenho plena consciência de que as alterações circunstanciais encontram eco no transgeracional, remetendo-me, ainda que inconscientemente, a situações traumáticas, que me levam para a tristeza aguda, e esta,  ao longo do tempo, como consequência de um mal crônico, se transforma em dor física.

    Minha viagem será a esse ponto, buscar nos recônditos do meu ser, esse lugar onde ecoa a tristeza do mundo, esse peso que sinto em minhas costas todos os dias, que vai muito além da empatia pela dor do outro, que é um sentimento nobre, mas vejo em mim algo maior, mais exagerado, que nitidamente grita por socorro, que dá voz e amplifica toda a dor que está ao meu redor, mas que também me destrói um pouco a cada dia.

    Uma das minhas hipóteses será encontrar esse ponto de convergência, onde o meu eu se identifica com toda essa dor, a absorve e a potencializa, pois somente ao identificar esses pontos é que, acredito, vou mudar algo.

    Ainda assim, é possível que essa melancolia me acompanhe para sempre, afinal, já somos companheiros de jornada por décadas, mas que ao menos esse convívio seja menos penoso e doloroso.

    Em cima desse ponto central é que todo o restante dessa história irá se desenrolar. Vamos começar!

    Abandono

    Uma imagem contendo escuro, pessoa, interior, olhando Descrição gerada automaticamente

    Você já teve a sensação de ter sido abandonado e não conseguir entender o motivo disso? Sempre tive essa estranha sensação.

    Alguns motivos posso compreender, outros ainda não.

    Como estou na busca do meu eu perdido, me permito refletir e questionar sobre qualquer assunto, sem dogmas, sem culpas, pois absolutamente tudo nessa vida pode ser questionado e contestado, somente se atentando a forma como isso é feito, sempre guardando o devido respeito, mas sem questionar, nunca sairemos do lugar comum e, definitivamente, esse não é o meu lugar.

    O abandono nem sempre é físico. Não é abandonado somente quem foi relegado pelos pais, ou então, simplesmente, por qualquer motivo, foi privado do convívio com eles.

    O abandono também ocorre quando não temos o suporte emocional que toda criança precisa, a segurança de poder olhar para os seus genitores, se identificar com eles e, acima de tudo, saber que, ao lado deles, se sentirá seguro.

    Via de regra, a figura materna representa a afetividade, o amor no seu sentido mais amplo e puro, o colo necessário nos momentos difíceis, o suporte emocional para enfrentar os medos e o exemplo maior do amor incondicional.

    Já a figura paterna solidifica a segurança, tanto material quanto emocional, naturalmente, também o amor, mas o amor que é responsável para, no momento certo, fazer os cortes necessários, dar asas aos filhos, libertando-os para seguirem os próprios caminhos, alçando voos maiores, entretanto, sempre com a certeza de que, se algo der errado nesse voo,  um lugar seguro o estará aguardando no retorno, sem julgamentos, sem culpas, mas com a firmeza de alguém que está ali para dar esse suporte, quantas vezes forem necessárias, até que, de fato, essa liberdade se concretize.

    Agora, voltando ao real, essas situações são as ideais, as hipoteticamente perfeitas, mas que na prática, nem sempre acontecem, pois, muitos pais não estão preparados para assumir esse papel, assim como, muitos de nós também não estamos. Sou daqueles que acredita que para ser pai e mãe, antes deveria ser obrigatório fazer um curso de longa duração, ou no mínimo, alguns anos de terapia.

    Hoje consigo entender que essa sensação de abandono que me acompanha, desde muito tempo, se origina na minha infância. Eu sei que pode ser clichê, mas não deixa de ser um fato.

    Essa sensação é o resultado não do abandono físico, mas do abandono emocional, pois é a sensação que fica, para uma criança, que exatamente por ser criança, não possui a capacidade de discernimento para entender nada. Certamente, para um adulto, muitas das situações que vivenciei, não fariam sentido, mas novamente, na visão do adulto, aliás, na visão do adulto André, de fato, não existem tantos motivos, mas na visão da criança André, existe sim.

    As marcas ficam e como toda marca emocional, não é possível retirá-la com muita facilidade, quando se é possível retirá-la.

    Não vou entrar na fase da cobrança, até porque, certamente meus pais fizeram o que poderia ser feito, com os recursos que eles dispunham naquele momento, mas a criança não entende isso e até hoje briga com o passado.

    Em minha memória tenho vivas cenas de quando tinha aproximadamente dois anos de idade, talvez até um pouco menos. Se você me perguntar o que fiz ontem, provavelmente terei que parar para pensar, mas me lembro de coisas de quatro décadas atrás e isso me faz compreender que existem fortes razões para tal, algo muito forte, do contrário, isso não estaria vivo em mim até hoje.

    A criança André sempre foi solitária, pois nessa fase da minha vida, morei em sítios, portanto, sem muito convívio com outras crianças. Essa criança buscava refúgio num mundo à parte, que me lembro como se me visse num filme e, assim como numa película, a realidade se mistura à ficção, produzindo cenas que, por vezes, acredito serem verdadeiras e, por vezes, penso ser fruto da minha criativa mente infantil.

    Embora sozinho, me lembro de brincar muito e essas lembranças hoje são mais fortes ainda, talvez porque o adulto está indo de encontro com o passado e, confesso, estou curioso pelo momento onde o homem André encontrará a criança André. Acredito que será um encontro emocionante e haverá assunto para muito tempo.

    Hoje, depois de anos de terapia, consigo me libertar de muitas mágoas, mas sinto que a criança ainda está perdida, por vezes brinca, por vezes chora, por vezes corre ainda sem saber para onde. Talvez corra do próprio destino.

    A brincadeira, ainda que solitária, foi a maneira que encontrei para manter minha mente sã. Um dia ouvi da minha terapeuta, que mesmo em situações de guerra, sobrevive quem consegue brincar, pois cria um mundo de refúgio, onde a dor real não entra. Um lindo filme que ilustra essa figura mental é o filme A Vida é Bela, onde mesmo nos horrores dos campos de concentração, um menino passa intocável por esses horrores, acreditando estar participando apenas de um jogo.

    O maior jogo que jogamos é a nossa própria vida, é o desafio diário de tentar imaginar uma brincadeira para fugir da realidade dura, sem se alienar, mas encontrando humor para sobreviver em meio ao caos, pois é isso que nos mantém a salvo de um surto.

    Existem gatilhos que despertam um turbilhão de sensações e emoções e, para mim, um desses gatilhos é a música. Através da música consigo viajar ao passado, assim como, fazer projeções para o futuro.

    Uma dessas músicas que sempre mexeu muito comigo é a canção 93 Million Miles, do cantor Jason Mraz, e acredito que seja por tocar exatamente nesse meu ponto

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