A Penumbra Das Trevas
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A Penumbra Das Trevas - Marco Cardoso
A penumbra
das trevas
Marco Cardoso
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1ª edição – Setembro de 2020
Capa, revisão e organização: Marco Cardoso
___________________
Cardoso, Marco
A penumbra das trevas / Marco Cardoso – Teresina, PI: 2020
Editora UICLAP, 2020.
ISBN 978-65-00-13244-1
1. Literatura brasileira – Conto ficcional I. Título
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao caro (a) leitor (a) pela aquisição deste livro torcendo para que este possa ser muito útil e proveitoso em sua leitura. Agradeço também a todos aqueles que, de alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho. Agradeço a Deus acima de tudo.
Dedico esta obra à minha família, esposa, parentes, mestres e amigos.
Marco Cardoso
A carona
Numa noite de céu limpo e bastante estrelado, Dim dirigia seu Mustang de potência avassaladora na autoestrada que dava caminho ao seu destino. O prodigioso motorista é um rapaz de vinte e poucos anos, não só inteligente como também esperto e cheio de vida, um verdadeiro amante de carros. Tinha como profissão a de mecânico automobilístico, como não poderia deixar de ser.
Enquanto guiava seu potente veículo, ouvia prazerosamente o bom e velho Rock and Roll da banda britânica Black Sabbath. Ao som de Paranoid, capitaneava sua nave despreocupadamente até pegar uma dessas longas retas da rodovia, deparando-se com uma moça que pedia carona, por sinal muito bonita. Ela usava um vestido curto de cor negra, explicitando toda sua beleza em suas formas estonteantes. O viajante não pensou duas vezes e logo tratou de parar seu belo e invejável possante.
– Precisa de carona? - perguntou o rapaz, mesmo sem necessitar, já que não sabia o que dizer naquele momento.
– Sim! Visitarei minha família - responde delicadamente a jovem de preto.
– Eles moram muito longe?
– Na verdade, não!
– Onde fica?
– No próximo rancho, a mais ou menos oito quilômetros daqui. - responde a moça, de maneira bastante convicta.
– Então entre, pois eu a levarei.
– Obrigada! - agradece com um curto gracejo.
A jovem, cujo vestido preto reverberava o brilho da lua, entrou imediatamente no carro, partindo este em seguida. Nos primeiros quinze segundos, após o condutor do veículo desligar o MP3, findando assim a música, eles ficaram em absoluto silêncio, interrompido apenas com uma básica pergunta:
– Como você se chama? - inicia a linda carona.
– Meu nome é Dim, e o seu?
– Cíntia.
– Prazer em conhecê-la!
– Igualmente!
– A senhorita mora por aqui?
– Sim, aqui perto - responde Cíntia, com seu ar de simplicidade.
– Por favor, não precisa me chamar de senhorita
, pode me chamar de você
.
– Tudo bem! - exclama Dim, fazendo outra pergunta seguidamente: – Você costuma visitar sua família?
– Sempre que posso.
– Mas a esta hora, e nesta estrada tão deserta e escura? Você não tem medo?
– Já estou acostumada. - respondeu com seu sorriso encantador, olhando diretamente para o mancebo.
Dim achou um pouco estranho, mas não ligou muito, já que Cíntia morava a poucos quilômetros de seus entes.
– E você, Dim, qual é o destino de sua viagem?
– Estou a caminho do sul. Irei passar o dia de Ação de Graças com os meus pais.
– Ah, então você também está indo visitar sua família.
– Sim, estou indo sim.
– Você é de lá?
– Sim, mas eu me mudei ao terminar o secundário, vindo morar por essas bandas da região norte, após arrumar trabalho em uma retífica de autos.
– Ah, então você é mecânico?
– Isso mesmo! Eu fiz o curso técnico de mecânica de automóveis ao mesmo tempo em que fiz o secundário. Depois que eu me formei, trabalhei algum tempo como empregado e posteriormente montei minha própria oficina.
– Puxa, que legal! Espero que você tenha muito sucesso com o seu negócio.
– Muito obrigado! - agradeceu orgulhosamente o mecânico.
– Mas que frio está fazendo, não é mesmo?! - diz a moça de veste negra, fechando e esfregando sucessivamente os braços na tentativa de se aquecer.
– Aí atrás tem uma jaqueta. Se quiser, pode vesti-la.
– E vou mesmo, pois estou precisando, o meu corpo está gelado.
– É... A temperatura caiu bastante e parece que cairá ainda mais - profetizou Dim.
– E você, Cíntia, o que faz?
– Eu sou guardiã.
– Guardiã?!
– Sim! Eu tomo conta de minha família.
O jovem não compreendeu direito, mas ficou a entender que os familiares de Cíntia careciam de seus cuidados, e antes mesmo de perguntar alguma outra coisa, a bela carona apontou para frente com o seu pequeno dedo indicador.
– Olhe, é ali que minha família vive.
– Naquele pequeno rancho?
– Sim, é ali mesmo!
– Onde você deseja que eu pare o carro?
– Por favor, pare em frente à porteira! - responde Cíntia, ajeitando sua admirável vestimenta.
No local indicado, o motorista parou seu incrível automóvel e diminuiu seus reluzentes faróis sem desligar o motor, cujos cavalos deixam qualquer pangaré para trás. Seu orgulho pela máquina era perceptível à distância.
– Sinceramente, não sei como agradecer, Dim.
Como não poderia deixar essa oportunidade passar em branco, o rapaz resolve jogar todo o seu charme de galã conquistador.
– Bom, é só me dar o prazer de revê-la.
Acostumada a ser paquerada, Cíntia percebeu, pelo tom suave da voz de seu candidato a Don Juan, o interesse pela sua pessoa; todavia, permaneceu em sua posição de mulher decidida e neutra em relação ao galanteio do simpático moço.
– Desculpe-me, mas eu acho que não será possível,