O Enigma Da Folha Negra
De J.v Sales
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O Enigma Da Folha Negra - J.v Sales
SUMÁRIO
. Do Autor
. Dedicatória
. Mapa Vale Santa Aurora
. Introdução
I-O Começo do Caso.............................14
II-Saindo de Porto Espiridião................25
III-Chegando em Santa Aurora..............50
IV-A Casa dos Castelano.......................73
V-O Corredor das Memórias..................93
VI-Hiera. ............................................110
VII-Noite Tempestuosa....................... 130
VIII-Alexander Estaris........................162
IX-Neblina......................................... 187
X-O Quarto Simbólico........................ 222
XI-Desespero..................................... 261
XII-Cerimônia.................................... 289
XIII-Oculto nas Sombras................... 303
XIV-Símbolos Estranhos................... 339
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XV-Hospital....................................... 363
XVI-O Hiato das Trevas...................... 386
XVII-Grãos de Café............................ 405
XVIII-Retornando a Mansão............... 434
XIX-Estigma...................................... 475
. Agradecimentos finais
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Do Autor
O Enigma da Folha Negra para mim, é uma descoberta negra, poderosa e curiosa que tive a coragem de me infiltrar para desvendá-la, uma descoberta do quão intrigante e sombria a humanidade pode ser, quando se envolve com coisas que não deveriam, como as sombras pode se tornarem ainda mais densas quando interagem com seres, segredos e mistérios de outros mundos, que não foram feitos para a humanidade conhecer ou revelar.
O Universo da Folha Negra é sombrio, é misterioso e insano, as aberrações e os horrores que desejam o mal a raça humana, são abomináveis demais para mim descrever a você leitor, e as ameaças as vezes partem de nossa própria humanidade, de tolos que acham que podem controlar coisas incompreensíveis, mas felizmente graças a Sede estes horrores torturam e danificam o nosso mundo menos do que o que gostariam, e a 5
barreira do sobrenatural se mantem mais segura. Contudo, posso dizer com convicção, tenha cuidado leitor ao ler este livro, pois Eduardo Valley era experiente, era sensato e conhecedor dos horrores do mundo de trevas e Escuridão, e mesmo assim teve grandes problemas ao se ver de frente com as sombras que cercam as brechas do nosso mundo não isolado, e se tornou alguém que ele jamais imaginou se tornar. Você agora conhecerá o caso que foi investigado por Eduardo Valley, na cidade do Vale Santa Aurora no Mato Grosso, esteja pronto para descobrir, o que ele também descobriu. Do meus mais sinceros e profundos sentimentos e desejos, espero que gostem da leitura, e da investigação que farão.
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Introdução
Quarta-feira, dia 17 de Agosto de 2022.
Era quase cinco e meia da manhã, e o Sol aos poucos começava a dar seus primeiros raios para o dia que despertava. Ele se levantou para escovar os dentes, pegou a pasta velha que já devia ter acabado normalmente faz dias, e a escova que devia ter trocado a um mês. Escovou e depois lavou o rosto carregado de mistérios e casos aterrorizantes para uma pessoa em sã consciência, se olhou no espelho se perguntando por que não recusou este caso... Por que ele só não passou o caso para um de seus entediantes colegas? Ele podia ter feito isso!
Não importava agora, ele já tinha dado a sua palavra, e a família Valley agora estava envolvida demais com o caso. Ele retornou para o quarto, se trocou e vestiu sua roupa padrão, que era usada para quase tudo o que fazia na vida: uma 11
camisa social cinza (um pouco velha), com uma calça escura, um par de sapatos de couro, e um largo sobretudo que lhe cobria como uma capa.
Pegou seus óculos, seus pertences e desceu para a cozinha, onde lá ele preparou seu café matinal: omelete de ovos temperados, com um copo de suco para
acompanhar.
Isso
enquanto
preparava seu expresso para a viagem.
Depois de se alimentar, partiu para a garagem com seus pertences e o copo de café. Chegou, abriu o carro e arrumou ali as coisas que iria levar consigo.
O telefone tocava de vez quando, ela ligava para ele para saber como ele estava e como prosseguiria com o caso. Mas ele sabia que não podia atender ainda, que não estava no momento. Após alguns minutos, tudo estava pronto para ir. Ele trancara todas as portas e janelas, e as verificou mais uma vez. Voltava e dava de cara com a visão do lado de fora, um longo campo, repleto de densas florestas, 12
espalhadas pelos lados, onde mais a frente era rompida pelo largo rio negro.
Ele olhou para o carro que estava com a porta aberta, olhou para o banco do passageiro, e encarava com olhar aflito as notas e cartas que carregava consigo, as únicas provas que tinha para decifrar seu caso. Não demorou para entrar e ligar o carro. Fechou a porta com descuido, e olhando para fora, temia o que iria encontrar lá, pois todos sabiam que aquele lugar guardava segredos.
Então, pisou no acelerador e desceu pela colina, enquanto o largo portão de ferro da garagem se contorcia e se trancava atrás dele. A visão era preenchida pela estrada de terra, que surgia à sua frente, e pela grande casa da antiga família Valley, que ficava para trás. Chegou a hora, não podia esperar mais. Ele recebeu esse caso, e iria até o fim para decifrá-lo.
Se até lá ele conseguisse chegar...
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Sexta-feira, dia 19 de Agosto de 2022.
Ele levou alguns dias até chegar em Porto Espiridião, e o Vale Santa Aurora ficava a três horas de lá. Era quase 8
horas da manhã quando Eduardo Valley entrou pela cidade pela BR-174, indo logo em seguida para o posto de gasolina que ficava na Av. Januário Santana do Carmo para abastecer. Parou o carro, e se preparava para entregar a chave para o Frentista.
-Bom dia Senhor! - Disse uma voz feminina suave e educada que surgia ao lado da porta do carro. -Vai colocar quanto senhor? - Continuou a voz.
Eduardo olhou para cima e viu uma mulher não muito alta, talvez 1,66m de altura, tinha o cabelo negro amarrado como um rabo de cavalo, e usava um surrado boné com a logo do posto, assim como a camiseta verde de manga longa de tecido quente, uma calça jeans clara e botas negras.
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-Oi bom dia. - Respondeu ele com voz cansada. -Pode encher o tanque por favor?
- Complementou ele enquanto olhando para ela, estendia a mão com a chave pendurada entre os dedos.
-É claro senhor! - Disse ela alegre e sorridente, enquanto pegava a chave da mão dele e se virava para encher o tanque do carro, quando ela parou de repente e se virou para ele novamente, mas dessa vez com uma cara um pouco mais espantada.
-Me desculpe a pergunta, mas... O senhor é Eduardo Valley!?
-Sim, sou eu. - Disse ele enquanto soltava um leve sorriso como forma de educação, embora
secretamente
tivesse
se
incomodado com a pergunta.
-AH MEU DEUS! - Ela disse explodindo de emoção. -É um GRANDE PRAZER
conhecê-lo Sr. Valley, sua fama é bastante falada. - Completou ela enquanto chegando mais para perto do carro, estendia a mão para cumprimentá-lo.
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-Obrigado. - Respondeu ele calmamente enquanto que, tentando esconder um pouco a inquietação apertava a mão da mulher. -Pode por favor só completar o tanque do carro, eu estou bastante atrasado.
-Ah sim, é claro Sr. Valley, me perdoe, peço desculpas pelo meu jeito. - Disse ela que soltava uma risada fraca e rápida, tentando disfarçar sua vergonha.
-Tudo bem... Não se preocupe. - Finalizou ele enquanto virava a visão para a frente do carro. Nesse instante, enquanto a moça terminava de fechar a boca do tanque e se preparava para entregar a chave, jurou ter visto na esquina para a outra rua, um homem do outro lado imóvel lhe encarando com um olhar tenebroso e profundo. Era um homem alto, de seus 1,79m de altura, estava vestido em um terno preto e bem passado, calvo e de poucos fios brancos, tinha luvas negras em suas mãos, e sapatos negros em seus pés, e na mão esquerda, segurava uma 17
bengala com o que parecia ser uma representação em ouro de uma cobra no cabo. Ele se sentiu extremamente incomodado com aquela visão, pois para ele o homem parecia penetrar em seus sentimentos mais sombrios e perversos de seu subconsciente.
Ele virou a cabeça rompendo a visão para o outro lado, e ao retornar para o ponto da esquina, o homem agora não estava mais lá, e sua presença havia sumido no meio da multidão de fregueses e vendedores que caminhavam pela calçada.
-Aqui está Sr. Valley! - A voz da menina surgiu na porta do carro enquanto ela lhe estendia a mão para lhe entregar a chave.
-Ah sim, obrigado querida. - Disse ele tentando disfarçar o leve susto que levou com sua voz repentina enquanto olhava para a bomba de gasolina, e após ver o valor se virava e entregava o dinheiro exato de seu abastecimento. -Tenha um bom dia. - Completou ele enquanto ligava o carro.
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-Igualmente
senhor!
Espero
vê-lo
novamente! - Disse ela enquanto se virava para atender um casal que parava do outro lado da bomba para abastecer.
-Eu espero que não. - Dizia ele em tom baixo com uma voz mais receosa.
Ele ligou o carro e abrindo o porta-luvas puxou um dos papéis que carregava consigo:
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Ele olhou para o papel, e logo depois para um placa que ficava na primeira esquina que cruzava. Ele guardou o papel novamente e seguiu com seu caminho.
Cruzou a esquina com a Rua. Gerônimo A da Silva para a Rua. Ivo Lima onde logo avistou a placa no poste que dizia HOTEL
PENTÁGONO, e logo observou o extenso edifício: Uma pequena construção que servia como a recepção do local, e descendo um pouco a rua tinha a entrada que dava lugar a garagem aberta e a entrada de quase todos os quartos do edifício, tudo isso cercado por um amarelado muro de paredes velhas. Ele chegou e parando o carro na porta, entrou e analisou um pequeno balcão com alguns cartões com mensagens, um pequeno pote com alguns doces para agradar aos clientes, e atrás do balcão sentado em um alto banco de madeira e couro, estava um rapaz que devia ter seus 23 anos, vestido em uma roupa simples, short jeans e uns sapatos surrados.
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-Olá bom dia! Como posso ajudá-lo?
Deseja algum quarto? - Indagou o garoto que ao ver a entrada do Sr. Valley se ajeitava no banco.
-Bom dia... Eu vim buscar as... - Ele deu um leve suspiro enquanto olhava em volta, se perguntando se aquele era o lugar certo. -Vim buscar as coisas do Sr.
Estaris. - Quando disse isso o garoto automaticamente trocava de semblante, e o rosto do jovem parecia se enrugar com o pedido misterioso do Sr. Valley, como se esperasse algo tenebroso acontecer.
-Ah sim... É... É o senhor então. - Disse o menino com tom mais baixo. -Por... Por aqui, siga-me. - Disse o menino apontando para uma porta que levava para a garagem lá fora.
Ele o seguiu, sendo então conduzido pelo jovem até o último quarto do hotel, no final do edifício, o jovem então puxava um punhado de chave dos bolsos e Eduardo conseguia perceber que ele tremia um pouco enquanto procurava a chave.
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Depois de alguns segundos o jovem puxava uma chave e colocava na fechadura.
-Eu não entrei no quarto Sr. Valley, como me mandaram fazer... Boa sorte no seu...
- Parou para respirar -No seu caso senhor.
- Finalizava abrindo a porta do quarto, que logo após Eduardo assentir com a cabeça e entrar no quarto, o garoto rapidamente fechava a porta, e pelo vidro Eduardo conseguia observar o jovem voltando para a recepção do hotel, olhando para os lados e constantemente olhando para a larga entrada aberta do portão.
Eduardo então voltava-se para o quarto, pequeno, simples e vazio, o quarto tinha apenas uma cama de solteiro, uma cômoda com um pequena TV, e no canto um frigobar com uma pequena mesa e uma cadeira do lado.
Mas a visão dele logo era voltada para uma pequena caixa de madeira vermelha que estava em cima da cama ao lado dos lençóis dobrados.
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Ele lentamente vai até a caixa, e ao abrir se depara com alguns pedaços de cartas velhas, um par de chaves de formatos estranhos, e uma foto de uma família composta de sete pessoas, ali estava o começo de seu caso. Eduardo ainda acreditava vivamente que era apenas um mero caso de assassinato, mas sem controle de si, aos poucos perdia a esperança em sua crença, e acreditava em coisas piores e desconhecidas que surgiriam com o andar de tudo.
Continua no próximo capítulo.
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Eduardo estava sentado na beira da cama, seu rosto começava a dar os primeiros sinais de seu cansaço extremo por causa da viagem longa, e aquele ambiente solitário e calmo aos poucos começava a despertar o seu sono. Com a caixa aberta entre suas pernas e a pilha de papéis espalhados pela cama, ele tentou controlar o sono que surgia fortemente e começou a ler alguns papéis que na verdade eram cartas deixadas pelo Sr. Estaris para ele: 26
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Seguindo com sua leitura que começava a ficar complicada, havia junto com as cartas mais três pequenos pedaços de papel: Os papéis eram velhos e partes estavam queimadas, mas a leitura ainda era possível, os papéis possuíam uma escrita requintada e bem trabalhada, claramente eram de alguém de estudo e prática em sua escrita:
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Um dos papéis tinha um estranho símbolo desenhado, cuja origem ou saber o Sr.
Valley jamais ouvira ou soubera a respeito, conhecia milhares de símbolos de ocultismo e bruxaria e culturas antigas, mas este para ele era algo novo, mas que apesar de novo não lhe era estranho.
E junto a esses papéis havia um par de chaves aparentemente idênticas: 32
Mas ele não conseguia mais aguentar, o sono era demais para se quer realizar um simples tarefa de leitura, então ele apenas levantou-se e trancou a porta do seu quarto, virou e foi até a mesinha perto do frigobar e despejou o sobretudo sobre uma das cadeiras, tirou a camisa de baixo, que logo revelava o corpo malhado e bem trabalhado para um homem de seus quarenta e três anos e a jogou sobre a mesma cadeira. Depois de alguns minutos de um rápido banho, saiu, enxugou-se, e depois foi se deitar.
Quando acordou estava perto das 5:30 da tarde, e o Sol já começava a querer esconder-se de todos. Eduardo levantou-se atordoado e confuso com o horário perdido.
-Droga, está tarde demais para viajar. -
Disse consigo mesmo quando ouviu uma batida lenta na porta de seu quarto.
Quando abriu era o jovem da recepção do hotel. Agora ele parou e analisou o jovem 33
com mais atenção: O garoto tinha o semblante triste e amargurado, cabelo ondulado curto e bagunçado, e algumas cicatrizes pequenas de arranhão no canto do pescoço. Estava vestido agora em uma roupa mais arrumada, uma camisa de manga longa azul escuro com uma calça escura, sapatos brancos, e tinha uma pulseira no braço esquerdo, era tipo um peixe ou serpente que estava enrolada em volta da pulseira.
-Desculpe
incomodar
Sr.
Valley...
Deixaram isso para o senhor na recepção, o entregador não quis se identificar. -
Disse o jovem que enquanto falava puxava do bolso de trás da calça um papel todo enrolado e um pouco amassado.
-Aqui está! - Finalizou ele, e depois virando saiu. -Boa noite senhor. - Disse ele enquanto se afastava do quarto.
-Obrigado. - Disse Eduardo enquanto olhava para o jovem indo embora, e logo depois olhava para o pequeno papel enrolado. Mas algo o incomodou de 34
imediato, pois no papel era possível se observar uma marca d'água, e o desenho era claro, uma cobra engolindo um ramo de folhas negras, e logo lembrou-se daquela estranha figura que lhe encarou na esquina da rua e depois no canto do portão da garagem.
Ele rapidamente fechou a porta e sentou-se no pé da cama, olhou para o papel e logo depois para a janela do seu quarto, que em sua visão dava perfeitamente para o portão da garagem, que estava fechado.
-Só me faltava essa agora... - Resmungou ele enquanto abria o pequeno papel. Ao abrir observou uma escrita bruta e ligeira, de alguém que a escreveu as pressas para entregar, e ele podia notar que pela textura da tinta ainda estava manchando um pouco o papel, a escritura havia sido escrita a pouco tempo.
Ele então começou a ler o pequeno papel...
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O papel lhe causou um tenebroso arrepio, pois lhe parecia sentir que o dono que a escreveu, estava ali ao seu lado o encarando, apenas esperando que ele a terminasse de ler. E com isso o Eduardo sabia que ele havia sido localizado por alguém que não queria a sua resolução do caso dos Castelano, ele sabia que estava na hora de ir. Ele se levantou, juntou todas as coisas e pôs dentro da caixa novamente, deu um leve erguida e esticou as costas que doíam em uma fina dor e depois pegou sua camisa e seu sobretudo na cadeira. Nesse meio tempo pensou ter ouvido um carro chegando na garagem do hotel lá fora, e se dirigiu à pequena janela do quarto para olhar, ao ver um carro preto entrando no