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Volte, Não É Sua Hora
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E-book407 páginas6 horas

Volte, Não É Sua Hora

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Sobre este e-book

No mundo inteiro, pessoas que morrem e são rapidamente ressuscitadas relatam percepções de um mundo imaterial, onde se encontram com outras pessoas que morreram em definitivo, com seres de luz e com sua própria verdade em relação aos seus feitos na vida física. O que contam sobre o que aprendem durante essa experiência causa deslumbramento e veneração e coloca em cheque nossas crenças atuais. Há fortes evidências científicas de que essas percepções (chamadas de experiências de quase morte, ou EQMs) são verdadeiras e não fruto de imaginação ou alucinações de um cérebro moribundo. São, na verdade, eventos transcendentes de Espiritualidade Humana. Sendo assim, quais são as lições que as EQMs estão nos proporcionando? Simplesmente, respostas para perguntas como O que é a Vida? , Quem somos nós? , Como é o Universo , Porque estamos aqui? . Nesse livro, o autor mostra porque as EQMs podem ser consideradas verídicas e comenta sobre alguns dos ensinamentos que podemos obter delas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de abr. de 2023
Volte, Não É Sua Hora

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    Volte, Não É Sua Hora - Juarez Tomé

    1. Qual o significado de tudo, do Universo e da Vida?

    Se eu estivesse analisando se deveria ou não ler um livro, olhando para os tópicos do sumário e me deparasse com um item como Qual o significado de tudo?, seria o primeiro que eu iria olhar, com certeza. E acho que muitos fariam a mesma coisa. Por isso, em vez de colocar esse tópico como uma conclusão, onde seria de se esperar em um livro como esse, achei melhor que fosse logo o primeiro item de todos.

    São perguntas que todos os seres humanos fazem em algum momento da vida. Eu segui essa tendência desde muito jovem e estudei muito sobre conhecimentos científicos, filosóficos, religiosos e místicos.

    Depois que tive contato com as palavras das pessoas que passaram por uma experiência de quase morte (EQM) e voltaram contando percepções inusitadas que tiveram enquanto mortas, encontrei algumas respostas não usuais para tais perguntas.

    Mas, apesar de inusitadas, no sentido de serem diferentes (em alguns casos muito diferentes) do que eu já havia estudado sobre a vida e o universo até então, essas respostas, foram boas para meu crescimento como ser humano.

    Mas o leitor não precisa confiar nas minhas respostas, pois é saudável ser cético com toda informação se recebe. Eu sou assim e agi assim com tudo que li sobre as EQMs. Não dei crédito gratuito para tudo o que li, mas analisei com a mentalidade devidamente crítica, porém aberta, ou seja, os filtros de conhecimentos prévios foram usados como uma lupa, não como uma venda. Essa criticidade saudável eu quero compartilhar.

    Eu estudei, criticamente, as percepções de sensações e ambientes que essas pessoas estavam descrevendo, tentando verificar algum indício de que estavam relatando meras fantasias. E como estavam também falando do destino da alma humana numa suposta vida após a vida e do relacionamento entre as almas e destas com seu Criador, eu fiquei intrigado e estudei também o conteúdo filosófico desses relatos.

    Descobri que há muitas informações válidas e importantes sobre esse fenômeno de EQMs, as quais me permitiram tirar algumas conclusões em relação às perguntas do título desse item. E quero dividir com o leitor essas impressões muito positivas e alentadoras para a alma.

    As ideias e conceitos, enfim, construtos mentais, emocionais e psicológicos que escrevi aqui não são meus. Talvez de uns poucos vislumbres eu possa dizer que sou, até onde sei, o autor, mas a maioria esmagadora são informações organizadas a partir de outros autores que também tiveram o sentimento fraterno de compartilhar. Nesse livro, então, sou mais um organizador do que autor.

    Normalmente a primeira coisa que procuramos são as credenciais dos autores para falar sobre o assunto em pauta. Credenciais científicas são sempre consideradas bem-vindas na maior parte dos assuntos de hoje em dia que passam quase sempre por alguma abordagem científica. Não é diferente no caso das EQMs. E não há problema em usar este critério, mas critérios, como qualquer outra coisa, precisam ser bem usados.

    No caso do estudo das EQMs, esse critério científico contou muito para mim, mas por um motivo bem peculiar. Percebi logo uma franca oposição entre cientistas, com alguns simplesmente negando o valor epistemológico das EQMs e classificando-as como meras alucinações, enquanto outros apostando na sua validade e fazendo mais estudos que permitiram chegar a conclusões realmente assombrosas. Como cientista que também sou, sei que quando isso acontece, o assunto sempre merece mais atenção e há muito a se aprender. Nem é preciso ser cientista, qualquer um que estude a história do progresso científico poderá ver isso claramente e até cito alguns exemplos disso neste livro.

    No caso dos estudos das EQMs, percebe-se logo que a divisão se deve à velha disputa entre visões de mundo, de um lado o Naturalismo, com seus corolários Materialismo, Niilismo, etc., que aposta que tudo o que existe na Natureza são forças e partículas e suas interações, e de outro o Dualismo, que aposta na existência também da Consciência independente da matéria e capaz de agir como uma potência reguladora das forças e partículas da Natureza.

    O importante nesse debate é perceber que ele corresponde a aplicação de pressuposições à análise do fenômeno e isso pode ser muito ruim porque pode provocar a famosa cegueria deliberada, que faz algumas pessoas descartarem previamente e irracionalmente evidências importantes. Como eu disse acima, as pressuposições devem ser lupas, mas nunca vendas.

    Foi com esse cuidado que abordei ao longo dos anos o estudo que fiz das EQMs e posso dizer que concluí que o peso das evidências está muito mais voltado para o lado do Dualismo.

    Com isso, aos poucos mudei meu modo de olhar para os relatos de experiências de quase morte (EQMs) e posso dizer que, como consequência, eles me ajudaram, e muito, a encontrar respostas para tais perguntas.

    E uma das coisas mais importantes que notei nesse processo foi que as pessoas que me influenciaram, que fizeram os relatos que li ou assisti (e ainda leio e assisto) não têm também essas qualificações que normalmente procuramos para avaliar a credibilidade daquilo que as pessoas dizem. Não têm os certificados e medalhas do mundo. São pessoas comuns, como trabalhadores (no lar ou em empresas), profissionais formados nas mais diversas áreas, cientistas das mais diversas especializações, leigos, estudantes, empresários, artistas, pessoas de sucesso, mendigos, adultos, crianças, religiosos, ateus, agnósticos. São humanos.

    Note que eu não disse apenas humanos, disse humanos, porque não é desimportante ser um humano, muito pelo contrário. E isso foi uma coisa que eu já sabia, mas que foi confirmada pelas EQMs.

    E essa enxurrada de diferenças entre os relatores me pareceu muito suspeita, como se fosse uma intenção consciente, como a demostrar que a diversidade dos relatores era parte das respostas. Dizer de que consciência veio essa intenção seria pura especulação, mas a suspeita é forte e foi baseada na posição que descobri ser a mais forte dentre as que citei acima, a do Dualismo.

    Então, uma das primeiras coisas que percebi, que fez abrir minha mente para confiar nas EQMs e encontrar minhas respostas para as perguntas do título, foi que faz parte da própria resposta que assim fosse, ou seja, que as respostas viessem por meio de pessoas aleatórias. Dizendo mais claramente, parece (mais do que um parecer é uma suspeição) fazer parte da história das EQMs que elas viessem de pessoas aleatórias. Por isso, há um item exclusivo para essa discussão no livro.

    Por que isso foi importante? Simplesmente porque me pareceu muito significativo que os seres de luz que aparecem nos relatos das EQMs não nos qualificam em termos humanos. Para eles, cada um de nós é um igual a eles, belo e perfeito como eles aparecem, sejamos nós de qualquer origem, raça, política, idade, formação, preferência sexual, ou outro qualquer que quisermos considerar. Somos nós que temos preconceito contra nós mesmos como humanos, eles não têm. A mensagem deles é muito cristalina: nós agimos com vocês do mesmo jeito que preconizamos que ajam uns com os outros. E consistência e coerência são reflexos importantes da Verdade.

    E, por isso, mostram, com todas as cores e explosões de luzes possíveis, que somos amados incondicionalmente, o que significa, em linguagem bem coloquial de nosso tempo, se me permitem, independente das m... que fazemos na vida. Para eles, parece que os papéis que adotamos na sociedade são apenas rótulos que não aderem em nossa essência e nos dedicam um olhar de raio-X que vai muito além desses rótulos e camadas. Simplesmente nos amam.

    Sendo humanas as pessoas que passam por uma EQM e ficam diante da Luz, ao se verem diante dessa uma magnífica luz cheia de um poder emanado de um Amor tão intenso, total, profundo e incondicional que elas não conseguem nem começar a descrever, é claro que fizeram as perguntas que todos nós fazemos. O que é a vida? Por que existimos? Por que sofremos? Qual a religião certa? Como o Universo funciona e para que existe?

    E eles respondem de forma direta, simples, aberta, sem joguinhos de metáforas, usando palavras cheias de gentileza, amor e compaixão, que simplesmente não se importam qual é a religião que aderimos, que o importante é aquilo que você construiu no coração quando, por exemplo, tratou bem e foi gentil com uma pessoa igual a você em uma fila chata. Que não devemos fazer tanto drama com o sofrimento, porque ele é temporário e fomos nós que escolhemos passar por ele para ganhar experiência e força espiritual, e que, por isso, não podem desrespeitar nossa vontade e pará-lo por vontade deles, embora tivessem esse poder. Que a vida física é uma aventura que escolhemos viver para obtermos conhecimentos e experiências valiosas para a vida espiritual. Que sim, os humanos são cheios de defeitos graves, mas que você não é humano, apenas está humano temporariamente. E que escolheu estar assim para ajudar a desenvolver essa raça humana para que você mesmo, no futuro, ou outros como você, pudessem viver experiências cada vez mais valiosas e provar que mesmo com todos esses erros, toda a escuridão da vida, nós seríamos capazes de exprimir nesse ambiente duro e difícil todo o Amor de que somos feitos. E que o mesmo está acontecendo com outras raças em todo o nosso Universo e em outros muitos universos que existem. Que cada pequena coisa que você sente e ou aprende, crescendo seu nível individual de Consciência, por mais insignificante que pareça essa pequena coisa, ela está sendo adicionada à Consciência Universal, expandindo-a um pouco de cada vez, mas constante e implacavelmente. Ou seja, que você é a Criação e está contribuindo para a Criação. Você é Deus! É uma partícula individualizada Dele para, com suas características pessoais únicas, contribuir para expansão da Consciência Universal, vestindo a raça humana de tempos em tempos. E todos e cada um de seus irmãos em humanidade também são assim. Por isso, você como humano, não é melhor nem pior que ninguém, independente do papel humano que está exercendo. Como humano, você é importantíssimo para a Criação, um ser destemido, corajoso, que apesar de poder viver eternamente em um mundo de amor e perfeição, resolveu se apagar um pouco e temporariamente para dar sua contribuição para enriquecer a Consciência Universal.

    Aí estão algumas das respostas para as perguntas que estão no título desse tópico. Você não aprende isso pelas EQMs, mas vivendo, compreendendo e sentindo isso tudo, quando vivencia essa verdade no ombro a ombro diário com seus irmãos. Mas as EQMs fornecem dicas essenciais para essa compreensão. São como colas para estudantes na véspera da prova final.

    E, então, ao perceber que as dicas veem de pessoas comuns, não gurus nem santos, nem médiuns, nem acadêmicos, nem líderes carismáticos, etc., você aprende a primeira grande lição que as EQMs têm a oferecer.

    Quanto ao funcionamento do Universo, o que as EQMs ensinam? Bem, os relatos de EQMs mostram que isso é tão simples e banal para a sua mente de ser eterno, que lá, na Eternidade, você recebe por meio de um download automático e instantâneo. E esse fato também serve como outra lição importante das EQMs: O que realmente importa é o que você aprende com o coração não com o cérebro. Conhecimentos de física, química, matemática, biologia, etc. são importantes, até para uma vida mais fácil, mas sem o amor no coração, não são nada. Parece jargão de textos de autoajuda, não é? Sim, já ouvimos falar isso muitas vezes, e as EQMs confirmam com veemência, o que também é muito significativo como reforço para sua veracidade.

    São respostas realmente muito fortes e me atingiram com a força de um maremoto. Talvez um exagero de minha parte falar assim, mas pelo menos foram recebidas sempre com um levantar de sobrancelhas que me fez sempre querer ouvir mais.

    Por isso, eu quis compartilhar esses estudos que fiz. Por essas respostas que aprendi, eu acho que para muitos valerá o esforço de estudar as EQMs. Espero que esse livro simples possa lhe ajudar a compreender isso.

    Então, vamos lá.

    Uma experiência de quase morte (EQM) é um fenômeno pelo qual poderosas sensações físicas e emocionais e visões são experimentadas por alguém que está perto da morte ou esteve morto por algum tempo (geralmente curto) porque foi declarado clinicamente morto. Com os avanços da Medicina na segunda metade do século XX, em que as técnicas de ressuscitação cardiovascular se tornaram mais comuns, cada vez mais pessoas, em todo o mundo passaram a relatar suas visões e sensações durante os minutos em que estavam clinicamente mortas. Em geral, esses relatos são desconsiderados pelos profissionais de Medicina, como frutos de alucinações causadas pelo próprio cérebro em processo de morte ou influenciado por medicamentos. No entanto, para perplexidade de alguns médicos, essas explicações não se aplicavam em todos os casos e, além disso, os relatos continham fatos ou pequenos detalhes que foram observados em um momento em que o doente não poderia tê-los visto. Junte-se a isso que apesar do enorme número de relatos, eles tinham sempre a mesma, ou muito semelhante, estrutura e causavam efeitos posteriores nas pessoas que eram muito significativos e duradouros, coisas que não aconteceriam se fossem apenas frutos de imaginação ou alucinação.

    Isso despertou a atenção de alguns médicos, principalmente nos EUA, mas também em outros países, que passaram a estudar cientificamente esse fenômeno, o que concorreu para diminuir a visão inicial de que eram meras alucinações ou até pensamentos confortantes¹ do cérebro para ajudar a pessoa a lidar com um momento de intenso estresse. Isso ocorreu desde meados da década de 1970, e, de lá para cá, muitos e muitos estudos e livros foram escritos sobre esse fascinante assunto. Com isso, e, mais recentemente, com a popularização do acesso a informações pela internet que causou uma divulgação caudalosa de relatos, um número cada vez maior de pessoas não considera mais esses relatos como meras alucinações e isso, obviamente, as induz a pensar profundamente nas consequências dele para a alma humana.

    Os relatos de EQMs, no mundo inteiro, são muito numerosos. A maioria dos pesquisadores estima que entre 10 e 20 por cento das pessoas que chegam perto da morte relatam EQMs – ou cerca de 5 por cento da população em geral. Existem estatísticas produzidas por institutos de pesquisas (Gallup, nos Estados Unidos) que falam em números de milhões de pessoas que afirmam ter passado por uma EQM. É possível conhecer esses relatos a partir de livros, vídeos e sites especializados no assunto. Esses relatos, cuja quantidade pode ser uma fração do total real, se contam em dezenas de milhares. De fato, acredita-se que existem muitas ocorrências não relatadas por vários motivos sendo o principal deles o medo da pessoa em se expor a julgamentos públicos injustos.

    E após ver esse assunto com esse olhar cético e racional, lendo e ou ouvindo os relatos, bem como os comentários de outros estudiosos, leitores e ouvintes, estou convencido da sua veracidade. Ou seja, tenho certeza de que correspondem a coisas reais, embora não sejam fatos físicos, mas mentais e transcendentes à matéria. Como consequência, tenho certeza também dos significados desse fenômeno das EQMs para nós humanos que, acredito, são muitos e importantes.

    Tenho consciência que esse sentimento de que obtive respostas confortáveis (para minha mente analítica e saudavelmente cética de cientista) para as profundas perguntas da Humanidade é subjetivo. Cada pessoa faz sua história, e, portanto, o objetivo deste livro não é dar respostas, embora tenha falado sobre as minhas respostas para reforçar como cheguei a elas. Sabemos que a compreensão é individual. A compreensão é íntima, é um conhecimento intuitivo, que quando formalizado em palavras, perde muito do seu valor e da sua força, porque as palavras são muitas vezes limitantes para expor uma ideia complexa e ou densa. A pessoa que lê precisa estar preparada para receber esse conhecimento, o que significa estar querendo e buscando ele. Aí, as palavras verbalizadas, mesmo que imperfeitas podem disparar um processo interno na outra pessoa, o qual poderá, ao final, provocar uma compreensão íntima personalizada naquela pessoa. Por isso, não considere como uma arrogância quando alguém publica suas opiniões. Pelo contrário, ouça com atenção, mas sempre usando suas lupas.

    Espero que você que está lendo seja uma dessas pessoas preparadas. Se resolveu ler um livro sobre EQMs, muito provavelmente está sim. Então, leia muito, aprenda muito, porque os frutos desse esforço são muito significativos.

    Embora eu não tenha passado por uma EQM e, portanto, não tenho para minha fala a força da convicção das pessoas que passaram, achei que seria útil publicar um livro com minhas observações porque embora exista algum material em português, os melhores que tive acesso estavam em inglês. Melhores no sentido de o conteúdo propiciar uma aceitação mais fácil para mentes analíticas e céticas. Eu tenho facilidade de leitura em inglês, principalmente textos não literários, e essa facilidade me deu oportunidade de ter acesso a uma enorme literatura de boa qualidade. Mas sei que são poucas as pessoas em nosso país que têm essa facilidade. Então, surgiu a ideia de publicar um livro simples para que este pudesse servir como uma oportunidade de acesso às valiosas informações dessas publicações em inglês para pessoas que não dominam aquela língua. Mesmo sabendo da facilidade de tradução automática hoje existente, acredito que a facilidade proporcionada por um livro já em português e mais a magia de manusear e ler um livro são fatores que ajudam a justificar essa publicação. Mesmo que o leitor já tenha facilidade em inglês, aqui já se encontra o resultado de muitas buscas, ou seja, uma lista de livros e sites muito úteis.

    Preciso deixar bem claro que esse livro não tem pretensões acadêmicas nem de demonstrar erudição. Não foi elaborado para esgotar o assunto, por assim dizer. Por isso, optei por uma linguagem mais coloquial do que aquela de textos científicos, para parecer mais se estar ouvindo a palavra de um amigo do que de um acadêmico. Portanto, citações de publicações, etc. foram mantidas num mínimo para não chatear o leitor, sendo, quando feitas, mais com o intuito de divulgar a existência de material valioso, mas pouco conhecido, do que apresentar provas do que estou falando. Por isso foram feitas essas citações no próprio texto, em notas de rodapé, em vez de deixar para uma sessão de referência bibliográfica, que traria uma formalidade desnecessária em relação aos objetivos do livro.

    Na maioria dos livros sobre EQMs, os autores costumam fazer citação de trechos de relatos, na tentativa de demonstrar o que está sendo dito por ele naquele momento. Acredito que essa tradição foi criada a partir dos primeiros livros escritos sobre o assunto, que foram editados na década de 1970, quando o acesso aos relatos não era tão fácil como é hoje em dia, com a internet. Com o fácil acesso atual, minha ideia ao escrever o livro não foi divulgar relatos, mas sim demonstrar o valor deles como fortes indícios da existência da Consciência e sua sobrevivência à morte do corpo físico, para, com isso, estimular o leitor a procurar os relatos, porque eles, na íntegra, com todos os detalhes da descrição que a pessoa quis fazer, são muito ricos em conteúdo humano. E como somos muito diferentes uns dos outros em termos de visão de vida, o leitor pode ver nos relatos coisas que são espiritualmente importantes para ele e que não foram tanto assim para mim. Da mesma forma, poderão ver outros aspectos além daqueles que escolhi para compor o livro. Então, embora possam ser encontrados alguns trechos citados, achei mais importante colocar uma sessão com exemplos de relatos na íntegra.

    Mas pensando nos leitores que ainda não são familiarizados com os relatos de EQMs, o primeiro capítulo consiste em um deles, na íntegra como foi escrito pela pessoa e que é um caso típico de uma EQM profunda (no sentido de estarem presentes a maioria das etapas que normalmente compõem uma EQM típica). Com a leitura desse relato, espero tornar mais claro para o leitor a escolha dos conceitos que resolvi discutir nos demais capítulos a seguir.

    Na última parte do livro há outros exemplos, caso eu tenha sido convincente em meus argumentos e o leitor se torne interessado em ler outros relatos e conhecer mais a fundo esse maravilhoso mundo das EQMs.

    Também procurei evitar o uso de jargões religiosos, que poderiam soar como proselitismo de minha parte. Eu até nem poderia fazer proselitismo porque, como os relatores de EQMs, posso dizer que embora seja uma pessoa de profunda espiritualidade, não estou filiado a nenhuma das religiões formais.

    É importante deixar claro também que a maior parte dos conceitos expostos no livro não são frutos de minha mente, mas do que li e ouvi de muitas outras pessoas. São apenas palavras de uma pessoa comum dividindo suas reflexões, o que pensou e aprendeu lendo milhares de relatos de EQMs e lendo dezenas de livros.

    Em poucas palavras, o objetivo geral do livro foi apenas compartilhar a alegria do aprendizado. E nesse caso, um aprendizado referente à Eternidade, pois é capaz de mudar totalmente nossa percepção do que é o Universo e a vida humana. Por isso, achei que seria um ato de fraternidade compartilhar o que aprendi.

    Notas

    1. Em inglês, o termo usado é wishful thinking, que não tem uma tradução literal para o Português. Mas acho que pensamentos confortantes é a tradução que mais se aproxima da ideia pretendida no Inglês.

    PARTE I

    As EQMs são manifestações reais da Espiritualidade Humana

    Não é anticientífico nem irracional considerar verídicos os relatos de EQMs

    2. Relato típico de uma EQM (O relato de Amy)

    Resumo: EQM por reação alérgica. Entre as EQMs mais profundas já compartilhadas no site da NDERF. Esta é recomendada para ser lida por todos!

    Fonte: Site da Near-Death Experience Research Foundation (https://www.nderf.org/index.htm)

    Endereço do relato: https://www.nderf.org/Experiences/1amy_c_nde_4720.html

    Data: Abril de 2003

    Desde os dezessete anos eu sofria de dores crônicas, que os médicos chamavam de fibromialgia. Tornou-se uma existência torturante e era difícil dormir. Na época da experiência e até muito antes, eu havia chegado a um ponto em que dormia apenas quinze minutos de cada vez, e então tinha que me mover, alongar e massagear meus músculos na cama, pois era muito doloroso ficar parada por muito tempo. Eu estava constantemente cansada. Meu médico teve uma ideia para um medicamento que normalmente não era usado para dormir, mas poderia ter o efeito de diminuir a dor o suficiente para que eu finalmente pudesse dormir. Percebi que, quando o tomava, mesmo em uma quantidade mínima, meu nariz inchava e minha respiração ficava muito superficial. Foi assustador e desconfortável, mas o alívio da dor veio, então a tentação de tomá-lo foi grande. Informei ao médico que acreditava estar tendo uma reação alérgica ao medicamento e ele riu e disse que meu corpo simplesmente precisava ‘se acostumar com o remédio’ e que a quantidade que eu estava tomando era tão baixa que não poderia causar qualquer coisa. Ele me pediu para tomar três comprimidos inteiros. Uma noite, depois de uma semana de dor brutal e sem dormir profundamente, considerei a prescrição médica de três comprimidos inteiros e decidi tomá-los todos e confiar nele.

    Fui para a cama depois de tomar os três e, em poucos minutos, comecei a me sentir dormente. Então o interior das minhas passagens nasais inchou e eu não conseguia respirar. Eu não conseguia abrir minha boca. Eu estava lutando para conseguir ar, mas não conseguia. Eu me senti envolta em meu corpo, como se estivesse mumificada. Eu não podia gritar por ajuda, e levou apenas alguns minutos ou mais antes que a luta terminasse.

    Houve uma forte sucção vinda do topo da minha cabeça (como um aspirador) e uma sensação absoluta de alívio. Não havia mais necessidade de respirar e nenhuma sensação de estar drogada com a medicação. Eu não tinha noção do meu próprio corpo. Parece que viajei muito rápido.

    A próxima coisa que me lembro é de passar por algum tipo de portal junto com muitos outros. Parecia que eu estava em algum tipo de sala de espera. Com os muitos outros chegando, fiquei curiosa e comecei a observá-los se movendo. Observei um grupo de cerca de três adolescentes que tinham uma energia e um jeito que eu senti como abrasivos. Enquanto eu olhava para eles, ocorreu-me que eles haviam morrido em um acidente de carro em que todos estavam bêbados. Outra mulher que parecia estar na casa dos cinquenta ou mais apareceu. Ela percebeu que eu a observava e aproveitou a oportunidade para se comunicar. Ela era bastante tagarela e falava sem parar. Eu a ouvi por um curto período e ela me disse como estava orgulhosa de seu corpo e como havia se cuidado bem em sua vida. Como ela parecia bem. Percebi que ela tinha uma cor de pele estranha, como se ela tivesse ido a cabines de bronzeamento ou se exposto ao sol por muito tempo. Seu cabelo parecia ser de uma cor artificial de loiro e até mesmo seus seios pareciam ter implantes, o que eu parecia saber sem ter que perguntar. Entendi que ela havia morrido de câncer. Ela começou a tentar me mostrar seu corpo e eu não tive interesse, ficando entediada e seguindo em frente. Muitos outros passaram. Eu não sentia que as pessoas eram boas ou más. Parecia uma sala de pessoas normais, todas únicas para si mesmas. Esta sala ou área não parecia muito brilhante para mim e, apesar do fato de estar recebendo, de alguma forma, a informação de que essas pessoas estavam mortas, eu não tinha aceitado isso totalmente, porque tudo parecia tão real e natural. Tão vivo. Nada parecia chocante ou estranho. Eu estava muito curiosa para saber do que se tratava.

    Havia uma jovem que veio até mim. Ela tinha olhos lindos, quase esverdeados, e o mais lindo tom de cabelo ruivo. Ela começou a me contar sobre si mesma. Ela me disse que havia morrido com uma sensação semelhante a um afogamento. E, no entanto, eu não tinha certeza se ela realmente havia se afogado. Enquanto ela me contava sobre sua morte telepaticamente, eu realmente experimentei em um certo nível o que ela sentiu. Pude experimentar pessoalmente sua própria memória. Ela começou a me dar ordens, Diga isso a eles... etc.. Ela estava me dando informações pessoais sobre si mesma. Eu não tinha ideia do porquê. Mas eu educadamente ouvi. Uma coisa que ela disse foi que queria que eu dissesse a eles que ela adorava cantar. Ela fez uma performance de canto rápida e improvisada para aqueles que estavam ao nosso redor, e eu achei a voz dela linda. Também fiquei impressionada com a forma como ela estava livre durante sua apresentação, conseguindo realmente se elevar e se mover pelo espaço ao seu redor sem tocar o chão. Era como assistir a uma dança subaquática sem água. Não sei por que não fiquei chocada, ou por que aceitei isso tão bem. Também notei como em uma certa parte de sua música, seu lindo cabelo ruivo parecia crescer mais! Achei interessante ela poder escolher ter cabelos mais compridos a vontade. Essa jovem também me contou como se arrependeu de não ter ‘perseverado’. Como ‘teria sido melhor ficar’ e resolver seus problemas e continuar aprendendo. Mas ela também me disse: Diga a eles como me sinto livre agora..

    Devo fazer uma pausa e deixar claro que todas as palavras que ofereço sobre comunicações de minha EQM vieram sem palavras verbais reais. O que estou transmitindo é o que veio a mim por meio de comunicações telepáticas. Eu nunca senti como se estivesse ouvindo qualquer coisa auditiva. As pessoas apenas olhavam umas para as outras, e muitas vezes até com alguns movimentos da boca, mas as mensagens vinham tão rapidamente, sem nenhum esforço e de dentro, e não de fora de si. Então, quando cito as comunicações aqui, estou apenas oferecendo a coisa mais próxima do que foi dado ou entendido telepaticamente.

    Lembro que nos reunimos em uma sala ou área maior e mais iluminada, onde havia muitos outros presentes. Todo mundo estava tão ocupado conversando e se conhecendo. Parecia uma cena em uma lanchonete de colégio. As pessoas até pareciam querer encontrar rapidamente outras pessoas com quem se relacionavam ou se sentiam à vontade, e até pequenos grupos começaram a se formar.

    Em um certo momento, notei um homem entrar na sala. Eu senti algo sobre ele. Ele se sentia seguro e equilibrado para mim. Eu só sabia que podia confiar nele para me dizer o que estava acontecendo. Ainda não havia me ocorrido que eu poderia estar morta! Eu também não tinha certeza se havia aceitado o fato de que essas pessoas estavam mortas. Então, eu me movi em direção a esse homem (e outra observação; mover-se não envolvia realmente andar, apenas a intenção de ir) e me aproximei dele com minha dúvida: Quem é você?. Ele olhou para mim e percebi que ele era uma espécie de professor ou guia desse grupo. Eu sabia que ele havia morrido em um acidente de caminhão. Ele era caminhoneiro de profissão. Ele era um homem latino. Ele me disse que não era um homem perfeito, mas que havia conseguido ser mestre em Humildade. Eu podia sentir isso quando estava com ele. Ele explicou que tinha vindo para ajudar a ensinar a importância da humildade a esse grupo de pessoas, porque, de certa forma, eles eram auto-absorvidos em suas vidas, a ponto de bloquear sua própria visão e progresso. Eles não foram capazes de aprender lições vitais e abortaram suas próprias vidas, involuntariamente, pelo que eu sabia. Ele parecia estar me dizendo que, de uma forma ou de outra, essas pessoas haviam cometido suicídio. (Mas sem essa terminologia exata).

    Isso me fez pensar, já que eu não tinha notado ninguém na sala que tivesse se enforcado, intencionalmente tomado uma overdose de drogas, atirado em si mesmo ou coisas assim. Fiquei um pouco confusa sobre como o termo ‘suicídio’ poderia chegar até mim com essas pessoas. Mas vim a entender que o desrespeito casual pela vida, ou os riscos flagrantes e egoístas que alguém pode correr, seja envolvido em uso de drogas, dirigir embriagado ou qualquer tipo de ação que possa levar essencialmente à própria morte, é o que é considerado, de certa forma, como suicídio, pelo menos onde eu estava. Quando um ser humano tira a própria vida em desespero, devido a desequilíbrios emocionais ou mentais, agonia física ou depressão muito grave, entendi isso como sendo semelhante à quando uma pessoa muito velha fica tão cansada de se agarrar à vida, que ela mesma vai embora, simplesmente parar de comer e respirar, etc. Isso não é punido, por assim dizer, do Outro Lado. É diferente. É apenas o ser humano, desejando a si mesmo sair deste ciclo de vida. Nunca testemunhei punição ou condenação.

    O professor continuou a oferecer mais informações. Explicou que ao abortar a própria vida, essas pessoas teriam um período de descanso, mas que aprender o que precisavam aprender seria necessário e o processo não seria fácil. Passei a entender que, por mais que eles fossem ensinados e infundidos com informações boas e úteis lá, e mesmo que concordassem de todo o coração com o que precisavam aprender, aprender sem um corpo é como aprender a superar um vício em drogas sem oportunidade de usar drogas! Ou como aprender a amar o próprio inimigo sem ter inimigos com quem lidar. Ele explicou como precisava ensinar a esse grupo de pessoas como é vital superar a si mesmos. Como perder sua obsessão ou fixação consigo mesmo. Como ficarão estagnados em todo o progresso se não conseguirem se libertar de seus próprios tornozelos. Ele balançou a cabeça, sorrindo ligeiramente, e deu a entender que ainda havia muito pouco em que ele poderia ajudá-los,

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