Correntes: Mundo de Sombras: Origens, #1

De Patricia Morais

Num mundo de magia e perigo, uma jovem mulher tem de lutar para proteger a sua família e sobreviver.

Na pequena cidade piscatória de Tide Springs, as trevas instalaram-se. As crianças estão a desaparecer e Ada Hughes teme pela segurança dos seus dois irmãos mais novos. Determinada a protegê-los, Ada elabora um plano para escapar do ambiente familiar tóxico que ameaça devorá-los.

Mas a jornada de Ada está longe de ser fácil. Ela tem de enfrentar a sua própria solidão e ignorar o seu amor proibido, ao mesmo tempo que lida com a descoberta inesperada de seres mitológicos e a chegada de uma antiga ordem de caçadores de demónios.

De repente, vê-se afligida por uma série de perguntas... Será esta uma nova realidade ou apenas uma alucinação? Será ela capaz de se adaptar a este novo mundo enquanto é confrontada com os segredos da sua cidade natal?

• Idioma: Português
• Editora: Patricia Morais
• Data de lançamento: 5 de jun. de 2023
• ISBN: 9789895368631

Patricia Morais

Escrita é a minha paixão, viajar a minha amante e tradução a minha esposa!No papel, Patricia Morais é licenciada em Tradução e doutorada em Desenvolvimento Internacional; a sua área de foco centra-se nas questões de género, educação e advocacia para os direitos das crianças.É a autora dos livros de ficção sobrenatural, «Sombras» e «Chamas», e uma das coautoras da antologia paranormal, «Os Monstros Que Nos Habitam».Na realidade, Patricia é doutorada na arte de viajar por países em desenvolvimento e ser roubada. Licenciada no encanto das experiências que a vida tem para oferecer. E aluna de algumas lições adquiridas no caminho.O seu hobby preferido é proscrastinar com um balde de pipocas enorme a ver um filme (ou série) de tema sobrenatural e chamar-lhe "pesquisa". O segundo é passar pela Wikipedia à procura de monstros estranhos enquanto realmente pesquisa.Writing is my passion, travelling my mistress, and translation my wife!On paper, Patricia Morais is a Translation graduate and an International Development postgrad; her focus areas revolves around gender issues, education, and children's rights' advocacy.In real life, Patricia has a masters in the art of travelling Global South countries and being robbed. A degree in life's experiences and wonder. And student to some of the lessons acquired along the way.Her favourite hobby is procrastinating with a popcorn bucket and watch supernatural movies (or tv shows) while calling it "research". Her second hobby is to roam Wikipedia, looking for strange monsters while actually researching.

Pré-visualização do livro

PATRICIA MORAIS

Mundo de Sombras: Origens

CORRENTES

Novela de Ada Hughes

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Correntes

Patricia Morais

Publicado por:

MorBooks

www.patricia-morais.com

© 2020, Patricia Morais.

Imagens da capa: © Pa7riciaMorais, Midjourney

2º edição: junho 2023

Reservados todos os direitos. Esta publicação não pode ser reproduzida, nem transmitida, no todo ou em parte, por qualquer processo eletrónico, mecânico, fotocópia, gravação ou outros, sem prévia autorização da editora, exceto em casos breves de citações em resenhas, jornais e revistas ou outros casos não comerciais que não violem a lei de copyright.

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AGRADECIMENTOS

Os meus sinceros agradecimentos a Ana Reis – no Instagram pelo username: @anareis.poweredbybooks – cuja mestria e profissionalismo como beta-reader fez com que Ada ganhasse vida e se tornasse uma personagem cheia de carácter.

O mesmo posso dizer de Silvana Martins (nas redes sociais: @pordetrasdaspalavras), Ana Pereira (Emaranhado de Palavras) e D. D. Maio (Blogspot D. D. Maio), pela atenção e detalhe com que avaliaram a história e, por corrigirem todas aquelas gralhas que me passam ao lado.

Obrigada à equipa de lançamento mais empenhada de sempre a Liliana Raquel (@oblogdalili), Marina Marques (@rinamarques.books), Raquel Copeto (@my_life_library), Soraia Couto (@booksbysol), Inês Filipa (@travelwithnes), Carla Ribeiro (As Leituras do Corvo), Ana Silva (@alma_de_leitora) e, uma vez mais, Ana Pereira. Vocês acreditaram em mim e ajudaram-me a fazer com que este livro chegasse mais longe. Estarei eternamente grata.

E por fim, mas não menos importante, obrigada à Carina Sapateiro (@aluzdaprincesa) pela brilhante ideia de fazer um glossário das criaturas para vos ajudar a entender este mundo.

INTRODUÇÃO

Bem-vindo ao universo ampliado da saga do Mundo de Sombras, narrada pela mesma escritora que te conduziu através das suas intrincadas páginas. Neste conto complementar, iremos desvendar a história não contada de uma personagem secundária, revelando a sua trajetória até se unir à organização de fantasia, Diabolus Venator, que anima os livros principais.

Este livro pode ser lido individualmente e sem spoilers e pode sem apreciada sem conhecimento prévio da saga original. Há certos elementos que são explicados com maior detalhe na história principal. Enquanto eu prossigo com a escrita desta e de outras origens, o meu desejo é aprofundar na complexidade do nosso universo compartilhado.

Estou entusiasmada com a tua perspetiva deste mundo. E, se tiveste prazer em conhecê-lo e gostarias que escreva mais novelas, ajuda-me a manter motivada partilhando o teu feedback quando terminares.

Se a música faz parte da tua experiência de leitura, convido-te a explorar a playlist que acompanhou a escrita deste livro. Talvez, através dela, possas sentir um pouco da emoção que guiou cada palavra que aqui foi escrita.

I

– Zane, não brinques na rua. Vem para dentro de casa.

Ada observou a mãe do menino correr até ao alpendre e estender o braço, enquanto mantinha o robe fechado com a mão livre. O menino grunhiu e atirou a bola de basquete para o chão. Ada não condenava a prudência da mãe. Era perigoso as crianças brincarem sem supervisão nos dias que corriam. Principalmente na área onde viviam.

A rapariga ruiva olhou para o céu escurecido pelas nuvens cinzentas. A mãe do menino podia muito bem utilizar o tempo como desculpa. Era como se a própria meteorologia os quisesse avisar dos perigos lá fora.

Ada apertou o casaco contra si e tentou suprimir as preocupações que a assolavam. Correu até à própria entrada, desesperada por fugir do vento que se levantava. A rapariga ouviu um pequeno clique ao inserir a chave na fechadura, mas a porta recusou-se a mexer. Ela embateu com o ombro na porta. Já começava a ignorar o ardor que se espalhava no braço cada vez que tentava entrar na sua própria casa. Ela embateu contra a porta mais duas vezes antes de finalmente que esta cedesse.

Assim que entrou foi assaltada por um enorme desejo de voltar a sair. A casa cheirava a mofo, álcool e um cheiro que não conseguia distinguir exatamente, mas que parecia ser degradação. Pousou a bolsa numa cadeira na entrada e dirigiu-se à cozinha.

Como era possível? Gritou a sua cabeça.

Ainda ontem tinha lavado todos os pratos naquela casa. Como era possível já ter montanhas de loiça suja?

Ela respirou fundo e procurou forças pela segunda vez em menos de um minuto. Tentou focar-se nalgo positivo. Hoje era melhor que muitos dos outros dias. Hoje, ele ainda não tinha chegado a casa. Teria tempo de se organizar antes do inferno começar.

Ela lembrou-se que não seria boa ideia deixar a mala com o seu último ordenado à vista. Foi guardá-la no seu quarto, antes de tirar o casaco de ganga e arregaçar as mangas. Atirou toda a loiça suja para dentro do lavatório e abriu a torneira. Se ele chegasse e visse a confusão, a confusão que ele próprio criara, poderia enlouquecer e descarregar nalgum deles.

Ada sentiu o coração ficar pequenino quando a porta rangeu novamente sob o esforço de quem a tentava abrir. Ainda não tinha adiantado muito da loiça. Ao menos só estou eu em casa, pensou.

Uma gargalhada de criança ouviu-se do outro lado da porta e o seu aperto extinguiu-se. Ela girou nos calcanhares com um sorriso largo. Um adolescente e uma criança de mochila às costas e espíritos animados juntavam-se a ela na cozinha.

– Mana, mana. – Adam, o irmão mais novo de Ada, pulava de alegria enquanto segurava qualquer coisa que Ada não conseguia ver bem com tanto salto. – Olha o desenho que eu fiz na escola.

A irmã sorriu e afagou-lhe o cabelo fino e castanho com o braço. A mão enluvada e encharcada