Não! Isso não é sobre amores que deram certo: Todas as vezes que o amor escapou por entre os dedos daqueles que não souberam amar

De Denise Fernandes

Este é um livro sobre a dor... Não aquela dorzinha que vem de um machucado, mas aquela que vem do fundo da alma, que sufoca devagarinho, que faz chorar sem saber por quê. É a dor do coração partido. E, portanto, é também um livro que fala de amor. Ou de amores. Amores que se vão, amores que marcam, amores que somem de repente, que machucam sem sequer repararem que estão machucando. Amores que partem sem nunca terem verdadeiramente chegado. E quando vão, deixam a dor.
A dor é o que fica quando tudo o mais some. Nós a sentimos bem lá dentro, no mais profundo do coração. É o que fica, quando nosso mundo se quebra. É mais real, mais verdadeira do que o próprio amor. É a cura das ilusões, dos sonhos perdidos, da alma em pedaços. Ela é tudo que te sobra, mas não se assuste... ela vai passar. E te deixar de presente um novo mundo, um novo sonho.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 10 de abr. de 2023
• ISBN: 9786525445694

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(Liberdade provisória)

Por que me deixa tão solta? Prenda-me logo, eu quero ser sua! Se você não se decidir, não se assuste se vir outra boca grudada na minha, aí pela rua... A culpa vai ser sua!

(Ausência)

Ficou amor nas escadas do seu apartamento, na fechadura da porta, no chão da sala, nas paredes do quarto. Ficou amor no caminho de volta para casa, na embalagem do lanche que dividimos e que foi parar no lixo. Ficou amor nas roupas que usei no nosso último encontro, ficou amor na última mensagem...

O amor ficou, mas você se foi ... O amor ficou e a saudade também, mas você se foi....

(Eu não faria isso contigo, essa é a nossa diferença)

Apresentei-te para minha família, fiz planos contigo... Nem deu tempo de eles decorarem seu nome.

Você escolheu ser apenas uma das lembranças que ainda doem.

(Inconformado, mas consciente)

Parei meu carro na sinaleira, vi alguém atravessar a rua. Era ela! Caramba, como ela está incrível, está ainda mais linda! Torci para o sinal abrir logo, queria falar com ela, trocar duas ou três palavras. Desde que a deixei, passaram-se quatro anos, mesmo procurando nunca mais a encontrei. Fui me aproximando quando alguém ligeiramente pegou em sua mão, como se soubesse que quem se aproximava já foi dono daquele coração. Na hora até me entristeci, saber que, por culpa minha, a perdi. Desejava ser eu agora a pegá-la pela mão, dar um beijo e levar embora, mas já havia se passado tempo, tempo demais...

(Desejo que ele a faça feliz, como eu nunca fui capaz.)

(Borboletas no estômago, todas mortas)

— Você está diferente, o que aconteceu?

— Ele disse que me ama e me pediu em namoro...

— Isso não deveria ser bom?

— Sim, realmente é, mas enquanto não havia um começo, não era possível ter um fim.

(Foi aí que muita coisa fez sentido.)

(Capacho)

Na última noite foi tudo maravilhoso, eu não imaginava que no dia seguinte meu coração seria o tapete no qual você limparia seus sapatos sujos de mentiras.

(Opostos)

Eu amo roupa preta e você os seus blazers. Eu sou fera no volante e você todo cauteloso. Eu levo uma vida bagunçada e você tem tudo no lugar, pensei até que eu bagunçaria sua vida ou você organizaria a minha, mas acabou, essa é a verdade nua e crua, jamais saberei o que de fato aconteceu depois que você dobrou a rua.

(Pergunta boba)

Fico olhando o ciúme que você tem dessas roupas aí. Pergunto-me se talvez um dia você sentiria, nem que fosse um pouco, por mim...

(Caso indefinido)

Eu penso em você todos os dias e em quais seriam os motivos para você ter sumido sem avisar. Eu penso em você todo dia, mas prefiro o silêncio de quem não vai nem tentar. Não saber o que aconteceu me consome, mas enquanto há dúvidas, sigo como uma criança, sorriso no rosto e o coração cheio de esperança de que um dia você vai voltar.

(Abra a mente)

— Encontrei sua mãe ontem, ela falou que te ouviu chorar baixinho após brigar com ele.

— Até quando?

—