Um rápido olhar na psicanálise
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Um rápido olhar na psicanálise - Anilton John Batista Fonseca
Aos meus pais, Antônio e Gislene.
Aos meus irmãos, Ajadson e Samara.
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
CAPÍTULO I
A GÊNESE DA PSICANÁLISE
1 MARCO HISTÓRICO
2 SIGMUND FREUD
3 A PSICANÁLISE CONTEMPORÂNEA
3.1 MELANIE KLEIN
3.2 DONALD WINNICOTT
3.3 CARL GUSTAV JUNG
3.4 JACQUES LACAN
CAPÍTULO II
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
4 PRIMEIRAS CRIAÇÕES FREUDIANAS
5 PRIMEIRA TÓPICA FREUDIANA
5.1 O INCONSCIENTE (ICS)
5.2 O PRÉ-CONSCIENTE (PSC)
5.3 O CONSCIENTE (CS)
6 SEGUNDA TÓPICA FREUDIANA
6.1 ID
6.2 EGO
6.3 SUPEREGO
CAPÍTULO III
O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL INFANTIL
7 A SEXUALIDADE PARA FREUD
7.1 FASE ORAL (DO NASCIMENTO AOS 2 ANOS)
7.2 FASE ANAL (DOS 2 AOS 4 ANOS)
7.3 FASE FÁLICA (DOS 4 AOS 6 ANOS)
7.4 COMPLEXO DE ÉDIPO
7.5 ANGÚSTIA DA CASTRAÇÃO
7.6 PERÍODO DE LATÊNCIA (DOS 6 AOS 12 ANOS)
7.7 FASE GENITAL (A PARTIR DOS 12 ANOS)
CAPÍTULO IV
ESTRUTURA DAS PSICOPATOLOGIAS
8 AS PSICOPATOLOGIAS SEGUNDO A PSICANÁLISE
9 PSICOSE
9.1 PARANOIA
9.2 AUTISMO
9.3 ESQUIZOFRENIA
9.4 MELANCOLIA (MANÍACO-DEPRESSIVO)
9.5 MECANISMO DE DEFESA DA PSICOSE
10 NEUROSE
10.1 NEUROSE HISTÉRICA
10.2 NEUROSE OBSESSIVA-COMPULSIVA (NOC)
10.3 NEUROSE FÓBICA
10.4 MECANISMOS DE DEFESA DA NEUROSE
11 PERVERSÕES
11.1 EXIBICIONISMO
11.2 VOYEURISMO
11.3 MASOQUISMO
11.4 SADOMASOQUISMO
11.5 FETICHISMO
11.6 MECANISMOS DE DEFESA DAS PERVERSÕES
CAPÍTULO V
TERMINOLOGIAS ANALÍTICAS
12 REPRESSÃO
13 SUBLIMAÇÃO
14 PULSÃO
15 LIBIDO
16 CATEXIA
17 RECALQUE
CAPÍTULO VI
INTERPRETAÇÃO DE SONHOS
18 A INTERPRETAÇÃO NA VISÃO FREUDIANA
19 A VISÃO JUNGUIANA DOS SONHOS
20 SÍMBOLOS DO SONHO FREUDIANO
20.1 SÍMBOLOS SEXUAIS MASCULINOS E FEMININOS
20.2 MASTURBAÇÃO E RELAÇÕES SEXUAIS
CAPÍTULO VII
DA RESISTÊNCIA À TRANSFERÊNCIA
21 RESISTÊNCIA
22 IDENTIFICANDO A RESISTÊNCIA
23 TRANSFERÊNCIA
24 CLASSIFICAÇÕES DAS REAÇÕES TRANSFERENCIAIS
25 CONTRATRANSFERÊNCIA
26 ELEMENTOS DE CONTRATRANSFERÊNCIA
CAPÍTULO VIII
ATOS FALHOS E CHISTES
27 ATOS FALHOS PARA FREUD
28 TIPOS DE ATOS FALHOS
28.1 LAPSOS DE LÍNGUA
28.2 LAPSOS DE MEMÓRIA
28.3 LAPSO DE COMPORTAMENTO
29 CHISTES
CAPÍTULO IX
A CLÍNICA ANALÍTICA
30 A CLÍNICA
31 ENTREVISTAS PRELIMINARES
32 O SETTING ANALÍTICO
33 ANAMNESE NA PSICANÁLISE
34 FICHA CLÍNICA
34.1 MODELO DE FICHA DE ANAMNESE
35 CONTRATO ANALÍTICO
36 CÓDIGO DE ÉTICA
CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICANALISTA
REFERÊNCIAS
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
CAPÍTULO I
A GÊNESE DA PSICANÁLISE
1 MARCO HISTÓRICO
A psicanálise é um campo de estudo que se concentra na compreensão da mente humana e do comportamento humano. Foi criada por Sigmund Freud entre o final do século XIX e o início do século XX.
A gênese da psicanálise pode ser rastreada desde o início da carreira de Freud como médico, quando ele começou a tratar pacientes com distúrbios nervosos. Ele observou que muitos dos sintomas da natureza desses pacientes não podiam ser explicados por causas físicas, e deu-se início a estudos na área psicológica desses distúrbios.
Freud desenvolveu uma teoria psicanalítica com base em suas observações de que muitos dos distúrbios emocionais eram causados por traumas e experiências reprimidas da infância. Ele acreditava que a mente humana era composta por três partes: o ID (a fonte da energia psíquica), o Ego (a parte consciente) e o Superego (a parte moral da mente).
De acordo com Freud, muitos dos nossos desejos e impulsos são reprimidos na infância pelo Superego, o que pode levar a conflitos internos e distúrbios mentais na idade adulta. Ele desenvolveu a técnica da psicanálise como uma forma de ajudar os pacientes a explorar e entender suas emoções reprimidas e traumas passados, a fim de superar seus distúrbios mentais.
A psicanálise se tornou uma disciplina distinta no início do século XX e seguiu rapidamente por toda a Europa e os Estados Unidos. Freud fundou a Sociedade Internacional de Psicanálise em 1910 e continuou a desenvolver e refinar sua teoria ao longo de sua vida. Seus seguidores, como Carl Jung e Alfred Adler, também deram importantes contribuições para o campo da psicanálise.
Hoje em dia, a psicanálise continua a ser uma das principais abordagens para o tratamento de distúrbios psicológicos, com uma grande influência na psicologia e psiquiatria moderna.
Em 1895, Freud publicou um estudo de caso que chamou a atenção da comunidade médica da época. O estudo descrevia o tratamento de uma paciente chamada Bertha Pappenheim, conhecida na literatura psicanalítica como Anna O., que apresentava sintomas de histeria. A partir dessa experiência clínica, Freud desenvolveu a técnica da associação livre, que consistia em pedir aos pacientes que dissessem tudo o que lhes viesse à mente sem censura ou filtro, abandonando assim a hipnose, método utilizado por Freud, mas que não obteve sucesso, pois se considerava inseguro na sua prática.
Ao longo dos anos seguintes, Freud continuou a desenvolver e aprimorar a sua teoria psicanalítica, elaborando conceitos como o inconsciente, o complexo de Édipo, a repressão, atos falhos, chistes, entre outros. Em 1900, ele publicou a obra A interpretação dos sonhos
, considerada por muitos como o marco inicial da psicanálise como uma teoria e método clínico.
A partir daí, a psicanálise se tornou uma escola de pensamento influente na psicologia e em outras áreas das ciências humanas, com seguidores e críticos em todo o mundo. Além de Freud, outros psicanalistas importantes contribuíram para o desenvolvimento da teoria e da prática psicanalítica contemporânea, como Carl Jung, Melanie Klein, Donald Winnicott, Anna Freud, Wilfred Bion e Jacques Lacan.
2 SIGMUND FREUD
Sigmund Freud nasceu na Morávia (República Tcheca) em 6 de maio de 1856 em uma família judia, mas, diante de problemas financeiros e agitações antissemitas, rapidamente teve que deixar a região para se fixar em Viena. O jovem Sigmund segue então uma clássica e brilhante carreira escolar. Dotado de uma mente curiosa, divide-se entre vários centros de interesse em que encontramos nomeadamente a medicina, o direito, mas também a filosofia. Aos 17 anos, com o bacharelado em mãos, optou finalmente pela medicina. Concentrando-se no estudo do sistema nervoso a partir de 1876, obteve seu diploma de médico já em 1881. Freud recebeu uma bolsa em 1885 para ir a Paris fazer um estágio na Salpêtrière com o Dr. Charcot, o mais reconhecido neurologista da época. Freud especifica ali seus conhecimentos sobre a histeria, a patologia mais difundida na época, e sobre os tratamentos baseados na hipnose.
Com a força dessa experiência, Sigmund Freud voltou a Viena após uma passagem por Berlim e abriu seu consultório. Foi durante esse período que se dedicou ao estudo de Anna O. em colaboração com Josef Breuer. Enquanto pratica a medicina nervosa tradicional em seu consultório, Freud decide, por falta de resultados convincentes, tentar o método da hipnose. É sobre o já célebre caso de Anna O. que Freud concretiza sua pesquisa e obtém resultados conclusivos, publicados no livro Estudos sobre a histeria
, de 1895. A descoberta fundamental foi a ligação entre os sintomas da paciente e suas memórias reprimidas das quais ela não tinha consciência. Ao fazer o paciente reviver suas memórias sob hipnose, os sintomas da doença são reduzidos. Isso é o que Freud