Paco: Uma Aventura de Coração: Aventuras para crianças, #1

De Ana Mafalda Damião

Descobre a emocionante jornada de Paco, um cão corajoso e bondoso, em busca de liberdade e amor. Após fugir dos maus tratos, Paco encontra em amigos improváveis a força para superar desafios e mudar o seu destino. Entre as aventuras pelo Pinhal, os resgates emocionantes e uma luta contra o abandono animal, Paco e os seus companheiros mostram o poder da amizade e da solidariedade.

Perfeito para crianças de 6 a 12 anos, "Paco: Uma Aventura de Coração" é uma história inspiradora sobre coragem, amor e a importância de cuidar dos nossos amigos de quatro patas. Uma leitura que promete aquecer corações e fomentar a compaixão pelos animais.

• Idioma: Português
• Editora: Ana Mafalda Damião
• Data de lançamento: 3 de mar. de 2024
• ISBN: 9798223484080

Ana Mafalda Damião

Ana Mafalda Damião Nascida no Alentejo, na vastidão das planícies, onde por vezes só o canto das cigarras se ouve, cresceu no meio do silêncio, do cheiro da terra, dos animais… Sempre com a curiosidade de saber o que estaria para lá do horizonte, para lá de onde os seus olhos avistavam. Foi essa curiosidade que a levou ao Curso de História e lhe abriu as portas para o ensino. Mais tarde, e porque a paixão dos livros a acompanha desde que aprendeu a ler, especializou-se em Gestão de Bibliotecas Escolares.

Pré-visualização do livro

- Paco, Paco – chamou a cadela Rebeca – Tu não comes?

Paco não respondeu. Levantou as orelhas e olhou-a em silêncio.

- O que tens Paco? Há dois dias que não te ouço ladrar! Estás doente?

- Não!

- Se não comeres já, as moscas vão invadir-te a comida!

- Não tenho vontade! - respondeu ele, com o olhar perdido num qualquer ponto imaginário.

- Mas o que tens Paco?! – insistiu Rebeca – Estás triste? Bateram-te outra vez?

- Não, não me bateram, mas há palavras que doem mais que as pancadas!

- Olha-me este! – interveio o Rato que acabara de chegar – Deixa-te mas é de filosofias baratas e come! Se levasses com um pau nos costados como eu levo às vezes não falavas assim. E se não comes tu como eu!

O Rato atirou-se ao prato dos restos comendo com vontade.

- Ah, que bela refeição! Mas afinal o que é que te disseram? –questionou ele.

- Há dois dias que não te ouço ladrar!

Paco olhou os amigos e dos seus olhos correram duas grossas lágrimas.

- E como posso eu ladrar se ninguém se lembrou de me dar água? Esta coleira sufoca-me e não suporto o calor!

- Oh Paco, não chores! - pediu Rebeca! – Conta-nos o que te aconteceu!

- Esta manhã a vizinha Zulmira veio cá e eu não consegui ladrar a avisar que estava gente a entrar no quintal. Depois de ela ir embora, o senhor Joaquim veio aqui e deu um pontapé no vaso vazio da água e disse que me ia abandonar na serra, que eu já não sirvo para cão de guarda e que não presto para nada!

- Na serra?! Tu vais morrer de fome, Paco! Cão velho não aprende a caçar! – disse a gaivota Josefina, que estava em cima do telhado.

- Devias fugir! - acrescentou ela.

- Fugir como, se estou aqui amarrado a uma corda de meio metro? E vou para onde, se não conheço nada porque nunca saí daqui? – perguntou ele