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João Bolão
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E-book55 páginas35 minutos

João Bolão

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Sobre este e-book

João é craque e quer mesmo é jogar um bolão em vez de ser zoado por seus colegas pelo seu sobrepeso. Mas não é nada fácil entrar na adolescência, vencer as inseguranças e amadurecer sem passar por nenhuma fossa, né?
As vezes a vontade é só ficar sozinho, escutando suas músicas e pensando nas garotas que nunca beijará... mas para realizar seus sonhos, vai ter que suar muito a camisa!
Ainda bem que esse corajoso torcedor fanático está sempre conectado: tem como aliados a família, o cachorro Pix e a Telma do bate-papo.
Afinal, seja no campo, seja na vida,o negócio é suar a camisa, e bola pra frente!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de mai. de 2013
ISBN9788506069677
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    João Bolão - Ricardo Ramos Filho

    créditos

    oi!

    joão é o meu nome. E sabe que eu gosto muito dele? Assim curtinho, sem nenhuma novidade ou invenção. Apenas quatro letrinhas e o til. Na verdade três, pois o o é repetido. Até parece sina. Sabe por quê? É que, embora seja difícil admitir, ele tem muito a ver comigo, mostra bem minha característica mais evidente: o sobrepeso. Não tem letra mais gordinha que o o, tem? Pois é, apesar dessa coincidência meio chata, como ia dizendo, gosto do nome com que fui batizado. João é um nome simples, e a simplicidade tem bem o meu jeito.

    Eu tinha tudo para ser feliz. Moro em uma casa bonita, tenho uma irmã mais velha que é mais ou menos, um cachorro que só falta falar — depois eu conto sobre ele — e meus pais são supercarinhosos. Além disso, sou bom aluno, gosto de estudar e não tenho maiores sustos com as notas, coisa que atrapalha a vida de muita gente que conheço. Mas tem um problema, e acho que você já adivinhou. O preconceito contra os gordos. As pessoas me evitam, parece até que eu tenho uma doença contagiosa. Ninguém quer ser meu amigo. Gostam, pelo contrário, de me zoar. Não perdem a menor oportunidade de me humilhar. Quando passo, e até procuro não prestar atenção, pois fico sempre muito triste, ouço de longe as palavras que me dirigem. Todas elas com o intuito único de machucar, parecem punhais me cortando. Percebo apenas os risinhos, o deboche, o desprezo gratuito:

    — Olha o passo do elefantinho!

    Não sou elefante, embora acabe fazendo tromba. E dá para aguentar?

    Mas promessa é dívida. Eu disse que ia apresentar o meu cachorro e não sou de faltar com os compromissos. O Pix é meu amigão. Quem me vê conversando com ele deve achar que além de gordo sou louco. É que tenho certeza de que ele entende tudo o que digo. Outro dia, quando estava magoado com umas coisas que ouvi e o mundo parecia bem mais feio do que é, entrei no meu quarto meio que me queixando da vida, pensando alto. Pulei em minha cama, enfiei a cara no travesseiro e fiquei ali quieto, respirando devagarzinho, resmungando de vez em quando. Percebi, de repente, que tinha companhia. O cãozinho, com os seus pelos amarelos curtinhos, estava a meu lado me olhando. E sabe o que havia naquele olhar? Entendimento, carinho e compreensão. Era como se ele dissesse:

    — Fica assim não, companheiro!

    O Pix é um cachorro SRD. Prefiro dizer assim, é menos ofensivo. Sem Raça Definida. Não ia sair por aí espalhando que ele é um vira-lata, acho maldade. Agitado como ele só. Vive arranjando encrenca, se metendo nas maiores confusões. Até fiz uma redação na escola para ele, contando uma de suas aventuras. A professora adorou e me deu um dez. Naquele dia pegaram mais ainda no meu

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