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Escobar Memórias Póstumas
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E-book88 páginas49 minutos

Escobar Memórias Póstumas

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Sobre este e-book

Escobar: um dos personagens envolvidos no suposto triângulo amoroso criado por Machado de Assis, em sua obra prima, Dom Casmurro. Renasce aqui, nesta infinita capacidade de renovação da arte literária. Escobar Memórias Póstumas, trás sua versão deste enigma. Outras perguntas ficaram em aberto: Quem era Escobar antes do seminário? Onde nasceu? Onde viveu? Quem era sua família? Seus amigos? Uma história diferente: contada sob outra visão. A final, ele traiu o amigo? O que ele pensava sobre o amigo? Como era seu relacionamento com Capitu? Qual foi o verdadeiro motivo de sua morte? Como foi em detalhes, a sua morte? Embarque nesta viagem literária para decifrar seus mistérios.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de mar. de 2012
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    Escobar Memórias Póstumas - Clecio Lara

    ESCOBAR MEMORIAS POSTUMAS

    O ENTERRO

    Capitulo 1

    Bentinho estava na sala. Longe, arredio, nem sequer chegava perto do meu caixão. Olhava para Capitu com um olhar

    inquisitivo, investigativo. Procurava encontrar indícios da infidelidade de sua esposa. Qualquer gesto,ou sentimento expresso

    nos olhos.Como uma lagrima fugitiva,seria a prova que ele esperava.Quando minha amiga não se conteve e chorou consolando minha esposa Sancha, percebi o desconcerto de Bentinho.Intimamente se considerou traído.Mas,a carga maior que teve em suas costas,foi o discurso.Mesmo se roendo por dentro,de tanta dor de cotovelo,foi incumbido de fazer uma homenagem a mim. Como era meu melhor amigo, sabia tudo de mim, ou deveria saber. Pois, se soubesse não pensaria o que pensou. Suas palavras eram opacas. Sem sonoridade, sem vibração Balbuciou alguma coisa a meu respeito. As pessoas aceitaram, algumas até acharam belas palavras. Cumprimentaram-no como se estivesse realmente transtornado por minha morte. Tentava esconder seus ciúmes insanos e doentios. Por falar em ciúmes, vou dizer agora, o que me levou a levantar do túmulo e dar a minha versão da acusação, que meu amigo Bentinho me impôs. Motivado pela atitude de Capitu, que teve o seu direito a resposta, alguns anos atrás. Resolvi contar como tudo aconteceu antes de ser julgado e condenado sem direito a defesa. Como não posso outorgar a um advogado; venho através de minhas memórias aqui sobrepostas, fechar algumas arestas que denegriram e fizeram de mim um dos mais ingratos e indesejáveis personagens de nossa história literária. Assim, para não ficar calado e odiado eternamente vou contar como tudo começou.

    ESCOBAR MEMORIAS POSTUMAS

    O NASCIMENTO

    Capitulo 2

    Quando nasci, meu pai ainda não era advogado. Estava no segundo ano da faculdade. Minha mãe me dizia, que nasci de susto. Dr. Osvaldo, meu pai, estava em um congresso de

    juristas, no Rio de Janeiro e não pode me ver nascer. O dia virou noite às quatro horas da tarde. Ventos e granizos arrasaram a cidade. O medo de dona Ana resultou no Escobar que veio ao mundo depois de sete meses de gestação.

    Minha mãe sempre disse que foi um milagre eu ter sobrevivido: Meus primeiros meses foram no hospital de Curitiba. Só depois de dois meses e dez dias meus pais me levaram para casa. Por conta disso, minha mãe tentou me persuadir a seguir a vida eclesiástica. Mas, quando disse que não iria, nem tentou me forçar a isso ou coisa parecida.

    Ainda sobre meu nascimento, é importante registrar que neste mesmo dia, nascera também no quarto ao lado, Pietra Rivera. Filha de um casal vizinho nosso, que seriam meus padrinhos. Dona Ana, era muito amiga de dona Joana. Assim, começou esse relacionamento entre as duas famílias, que crescia à medida que nós, Pietra e eu íamos crescendo. Porém, como dizia o meu amigo Bentinho, em suas memórias.Vou deixar de rodeios e falar do meu nascimento.

    Sim, amigos leitores, eu tive dois nascimentos. Embora, seja difícil acreditar, nasci no dia que vim ao mundo e pela segunda vez, quando descobri que estava apaixonado por Pietra. Assim, vamos aos fatos.

    ESCOBAR MEMORIAS POSTUMAS

    O RENASCIMENTO

    Capitulo 3

    Eu tinha sete para oito anos, quando minha mãe botou na cabeça que já era hora de me dar instrução. Junto com dona Joana contrataram um professor para com Pietra nos iniciar

    no mundo das letras.

    Os sete anos que se seguiram foram de cumplicidade total entre nós. Uma hora eu estava na casa de Pietra outra ela estava na minha. Tudo se completava nos finais de semana, quando as famílias se reuniam religiosamente. Papai e seu Dionísio até formaram uma sociedade entre advogados. Segundo eles estava indo muitíssimo bem, aproveitando aqui, os superlativos de Jose Dias. Foi em um desses domingos de festa, entre as duas famílias, que me dei conta do amor que sentia por Pietra:

    _Venha Escobar, vamos brincar com a gente!

    _Não, agora não posso.Tenho que ajudar a mãe lá na cozinha. _Vamos Escobar! O Felipe e o Gabriel não mordem. _Depois eu vou...

    Entrei correndo, me tranquei no

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