Aprendendo a Voar: Uma História de Superação
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Aprendendo a Voar - Andreia Meine
BLOCO I
INFORMAÇÕES PRELIMINARES
1.1 Mensagem do Dr. Luciano Furlanetto – Médico intensivista
ANDREIA... Significa forte, viril e predispõe à coragem, à lealdade e à fidelidade. Muito decidida, a pessoa assim chamada transmite segurança a todos que a rodeiam. Inteligente e sensível, sempre consegue o suficiente para viver confortavelmente.
Meu nome é Luciano Furlanetto. Sou médico intensivista há mais ou menos 28 anos... Tempo de profissão suficiente para já ter participado de inúmeras histórias, e ter entendido de uma forma muito clara que a capacidade de adaptação é um predicado presente nas pessoas felizes e bem-sucedidas.
Há algumas semanas, seu Belmiro, pai da Andreia, me escreveu um e-mail contando que a filha estava escrevendo sua história. Ele perguntou se eu aceitaria dar um breve depoimento como médico.
Seu Belmiro... Andreia... Vocês ainda não sabem, pois só agora contarei um segredo: com o cuidado para não revelar nomes, conto e reconto a história de vocês para pacientes e amigos. Em rodas de conversa, quando se discute amor, dedicação e família, é de vocês que falo. Ao falar sobre pessoas com luz no olhar, são vocês que cito como exemplo.
Nestes 28 anos de profissão, alguns detalhes se perdem. São tantos plantões que já perdi a conta, horas e horas que se misturam. Algumas coisas, entretanto, nos marcam para sempre. Lembro com exatidão o momento em que uma moça muito jovem e bonita chegou à UTI, acometida por um AVC Isquêmico de fossa posterior... Sem querer entediar os leitores com termos técnicos, chamamos isso de Síndrome de Locked-In
: é o que acontece quando o paciente permanece completamente lúcido, mas mantém o movimento apenas dos olhos. Sem falar, sem movimentar um único músculo... Com dois filhos pequenos e uma família maravilhosa ao seu redor, Andreia fora acometida por esta síndrome.
Do ponto de vista técnico, as tentativas de tratamento não foram nada boas.
Foram várias semanas de UTI, ventilação, infecções, traqueostomia... Ainda assim, ali estava a Andreia, sempre com a mesma força nos olhos. Ali estava a família de Andreia, ao seu lado, cuidadosa, atenciosa. Ali estavam os filhos de Andreia, dois loirinhos que agitavam a Unidade com a mesma luz no olhar que víamos na paciente do leito 9.
Se a medicina fosse um conto de fadas... Ah, se a própria vida fosse um conto de fadas.
Infelizmente, não é. A vida, cruel e simplesmente, continua sendo apenas a vida: real e inusitada, surpreendente e grandiosa. A vida é maior e mais misteriosa do que nós conseguimos compreender.
Até hoje a Andreia não voltou a caminhar. Ainda tem uma dificuldade imensa de falar e permanece sob os cuidados da mesma família maravilhosa que adentrou com ela na UTI naquele plantão.
Esse poderia ser o fim da história, mas não é: apesar disso, a Andreia nunca perdeu seu brilho contagiante no olhar. Continua sendo um exemplo de força, coragem, lealdade, alegria e fidelidade à vida, como diz o significado do seu próprio nome.
Andreia, obrigado pela tua capacidade de adaptação. Obrigado por me dar a oportunidade de participar de alguns parágrafos da tua história. Obrigado pelo brilho do teu olhar.
1.2 Infarto do tronco encefálico
Escrito pelo Medical Knowledge Team
Atualizado em 25 de janeiro de 2022 às 07:33 BRT
Visão geral
Um infarto do tronco cerebral é um tipo de acidente vascular cerebral (AVC), no qual o fornecimento de sangue para o cérebro é interrompido afetando o tronco cerebral, a parte do cérebro acima da medula espinhal, que regula a respiração, pressão arterial e frequência cardíaca.
Pessoas com alta pressão arterial, colesterol alto, doenças cardiovasculares (como ataques cardíacos ou AVC anteriores) ou que têm membros da família com essas doenças têm risco aumentado. Os sintomas mais comuns são tonturas, vertigem, desequilíbrio e funções vitais, como respiração e ritmo cardíaco, prejudicadas. A recuperação após um acidente vascular cerebral depende do tamanho da área do cérebro envolvida. Em alguns casos, esta pode ser uma doença fatal, embora isso seja incomum. Muitas pessoas se recuperam bem com fisioterapia e tratamento da causa de seu acidente vascular cerebral.
Riscos
Os infartos do tronco encefálico são causados por uma interrupção no suprimento de sangue ao tronco encefálico, seja por bloqueio dos vasos sanguíneos (acidente vascular cerebral isquêmico), seja por hemorragia no tronco encefálico (acidente vascular cerebral hemorrágico). Esta condição é mais comum nos homens, e torna-se mais comum com a idade. Pessoas com fibrilação atrial (um ritmo cardíaco anormal), pressão alta, colesterol alto, doenças cardiovasculares e história familiar de acidente vascular cerebral ou miniacidente vascular cerebral estão em maior risco de acidente vascular cerebral. Fumar, abuso de álcool e inatividade física também aumentam o risco de desenvolver esta condição.
Sintomas
Os sintomas podem variar muito de uma pessoa a outra, e dependem da área do cérebro afetado. Os sintomas comuns são tonturas, desequilíbrio, perda de audição e visão dupla.
Algumas pessoas perdem a sensação ou tem fraqueza na face, nos braços ou nas pernas. Algumas pessoas têm soluços persistentes, náuseas, vômitos ou dificuldades respiratórias.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito em geral por um médico com experiência ou por neurologista com base nos sintomas, em um exame clínico e uma tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) do cérebro. Também se pode fazer um ultrassom Doppler das artérias do pescoço e uma angiografia para procurar bloqueios em outros vasos sanguíneos. Outros exames podem ser um eletrocardiograma e exames de sangue para função renal e hepática.
Tratamento
Um possível infarto do tronco cerebral requer atenção urgente por um médico. O tratamento depende do tipo de infarto, e dos sintomas. Se foi sangramento o que causou o infarto, pode ser necessário bloqueá-lo com um clipe ou micromola.
Se a causa foi o bloqueio de um vaso sanguíneo, este pode ser dissolvido com a ajuda de medicação. O tratamento a longo prazo depende das consequências do derrame, mas a fisioterapia e tratamento por fonoaudiologia são úteis. Algumas pessoas podem precisar tomar medicação para afinar o sangue, a fim de evitar outro acidente vascular