Que falta faz um corrimão
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Que falta faz um corrimão - Valquíria Liz Sganzerla
A única certeza
S
EMPRE IMAGINEI QUE
a escolha do nome de um livro fosse a última coisa que o autor fizesse. Comigo, porém, foi exatamente o contrário. Assim que criei o projeto deste livro na minha cabeça, há mais de vinte anos, ele foi imediatamente batizado. Que falta faz um corrimão surgiu de forma natural e como se não existisse outra opção para o título.
No começo, quis falar da falta que faz um corrimão, aquela estrutura de arame, metal ou madeira que dá apoio às pessoas que têm o mínimo de dificuldade para andar e precisam descer e subir escadas se apoiando nela.
Desde 25 de junho de 1992, existe a lei municipal nº 11.228 na cidade de São Paulo, onde moro, determinando que as escadas coletivas tenham corrimãos para auxílio não só aos deficientes físicos e visuais, como às pessoas com mobilidade reduzida – isto é o que diz a lei, mas como também dizem que as leis foram feitas para serem desobedecidas, nem sempre há corrimão e os deficientes físicos têm que se virar como podem.
Sem falar nas outras dificuldades que se encontram pelas ruas da cidade, como a falta de guias rebaixadas, que poderiam tornar mais fácil a independência dos cadeirantes, garantindo-lhes o direito de ir e vir. Ou banheiros públicos adequados aos deficientes físicos com um mínimo de conforto, como ter portas para serem fechadas, garantindo, assim, a privacidade de cada um. Mas, voltando ao assunto do corrimão, ele pode ser fundamental para ajudar um deficiente a subir e descer uma escada. No meu caso, como portadora de esclerose múltipla, posso dizer que essa estrutura, seja lá de que material for, sempre foi muito importante para me impulsionar na subida dos degraus de uma escada e, depois, para me dar apoio e sustentação na hora da descida. Aiiiiii, que falta faz um corrimão quando ele não está onde deveria estar!
Meu objetivo, porém, nunca foi somente o de falar dessa estrutura que serve de apoio. Eu também quis chamar a atenção para a falta que faz ao deficiente – seja ele físico, visual, mental ou auditivo – outro tipo de corrimão muitíssimo mais importante: o corrimão do amor.
É fundamental para o deficiente poder contar com o apoio de alguém – pai, mãe, cônjuge, ou melhor, de todos os familiares e amigos – para lhe dar sustentação emocional, ajudando-o a enfrentar situações difíceis e suas limitações. Além das próprias frustrações que aparecem na vida de qualquer pessoa, imagine na de um deficiente, alguém que, como o nome já diz, tem deficiência para fazer alguma coisa. Não importa que ele saiba que ninguém é perfeitamente eficiente. Não é assim que funciona a cabeça de uma pessoa que se vê limitada e dependente. Ela precisa de alguém que saiba ouvir sem emitir julgamentos, com quem ela possa chorar e, sobretudo, abrir o coração.
Já faz mais de vinte anos que a história de escrever um livro começou. Sou jornalista e assim que eu tive meu diagnóstico confirmado, em 1993, foi natural para alguns familiares e amigos passarem a me sugerir escrever um livro sobre o assunto. A ideia até que me motivou, só que depois de algum tempo, com as primeiras tentativas, vi que essa tarefa não seria tão simples quanto eu imaginara. Faço ou não faço? Insisto mais um pouco ou começo tudo de novo? Depois de várias ponderações, confirmei que só queria contar para as pessoas sobre a minha experiência, compartilhando os sentimentos que invadiram meu coração. Queria falar que tenho medo, sim, do que possa acontecer comigo, mas que eu quero e posso ser feliz. Preciso falar que, independentemente do estágio da doença em que as pessoas portadoras de esclerose múltipla estejam, seus sentimentos precisam ser checados e fortalecidos dia após dia, para não permitir que baixem a guarda para os sintomas oportunistas.
Eu sei de todos aqueles ditados que podem jogar essa minha teoria por água abaixo, como Pimenta nos olhos dos outros é colírio
ou Se conselho fosse bom se vendia, não se dava
. Também fui uma pessoa cética em acreditar que a força emanada do próprio interior de uma pessoa pudesse fazer diferença na sua vida.
Quis, finalmente, falar que é fundamental se sentir cada vez com maior disposição para contornar crises, driblar emoções e continuar comemorando o fato de, simplesmente, estar viva. Não sei como, nem por quê, mas escrevi este texto com a intuição de que a minha história poderia ajudar alguém que, talvez, precisasse checar seus próprios sentimentos diante de dificuldades. Mais do que isso, que precisasse se descobrir, como eu fiz: ser uma pessoa que não é tão materialista quanto se imaginara e que agora presta mais atenção e dá mais valor aos sentimentos que vêm do coração – do seu próprio e do de outras pessoas que nem sempre fizeram parte da minha vida. Tomara que eu não esteja errada...
O diagnóstico
E
RA FIM DE
tarde do dia 16 de fevereiro de 1993, quando meu marido e eu voltávamos exaustos para casa, de um cansaço emocional intenso, profundo. O Jacques, tentando disfarçar sua apreensão e ansiedade para obter mais informações sobre o que acabara de ouvir do médico. Eu, por outro lado, radiante, como se tivesse sido aprovada no vestibular. Com o resultado que eu tinha em mãos, naquele