O Drama da Fronteira
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O Drama da Fronteira - Celso Júlio da Silva LC
Primeira Parte
img-002A Fronteira da História
Capítulo 1 A época antiga
Ahistória é mestra da vida, como escreveu Cícero ¹². Começamos agora a percorrer os quatro grandes períodos da filosofia: a antiguidade, a idade média, a modernidade e a contemporaneidade. Dentro desta ordem consideraremos os autores mais destacados de cada época e como eles aparecem dentro- não somente do seu sistema filosófico- mas sobretudo dentro da conjunção simultânea de vida e obras com o influxo sobre o tema que nos interessa, que é o tema de Deus. Pretendemos mostrar estes autores no seu justo contexto histórico e só assim poderemos logo na segunda parte deste livro traçar os elementos que constituem formalmente a teologia filosófica. Por isso, o que vamos fazer aqui não é uma história da filosofia, mas uma filosofia da história muito sintética para depois achar nos diversos autores e nas suas obras o argumento central sobre Deus. Vamos proceder então com os quatro módulos ou épocas que naturalmente compõem a história e dentro da história o pensar filosófico/teológico sobre Deus.
O primeiro módulo é a antiguidade grega como berço da filosofia ocidental. Quero sublinhar somente três grandes pensadores: Platão, Aristóteles e Plotino. Sabemos que dentro do sistema politeísta da cultura grega não podemos dizer que os filósofos estivessem de fato preocupados e ocupados na busca de Deus, como se desejassem um monoteísmo como constituição religiosa. O que despertava a atenção do grego inteligente e pesquisador deste mundo físico era o princípio. Os deuses concebidos com características humanas (antropomórficas) eram quase uma projeção do homem sobre a realidade e sobre os fenômenos naturais para explicar de algum jeito, de modo racional, o que ainda não possuía propriamente uma explicação racional. Isto se chamava mito, que no fundo era o modo de conhecer e de interpretar os fenômenos naturais. Dentro desta consideração entendemos melhor o valor do papel quase divino dos poetas na sociedade greco-romana. Basta ver o temor e o respeito com que Alexandre Magno, tendo invadido a aldeia do poeta Píndaro (tal informação chega até nós através do historiador grego, Heródoto), ordenou que não atacassem a humilde casa do poeta, para não enfuriar os deuses. De fato, os poetas eram os que cantavam os deuses e as suas grandezas. Quem não se lembra do esforço feito por Cícero para defender o poeta Árquias, um estrangeiro, que injustamente sofria por ter cantado os deuses, sendo ele não romano. Por isto e não somente por isto, a preocupação da filosofia grega, dos pré-socráticos, era justamente descobrir qual tinha sido o princípio de tudo, qual fundamento e destino como ponto final ao qual tendia toda a realidade cosmológica.
Neste contexto de pesquisa filosófica onde havia uma certa inconsciência
, os sábios, quando buscavam o princípio, no fundo estavam buscando Deus. Um destes sábios foi Platão. Para ele todas as coisas que existem na realidade não são na realidade, imitam aquelas que estão no mundo ideal. E por isso a verdade dos entes não está in re, ou seja, aqui embaixo, mas no mundo das ideias que é, no final das contas, perfeito. Dentro do seu sistema filosófico o papel do demiurgo consiste precisamente em contemplar as ideias e assim plasmar o mundo sensível. Considerando estas breves noções platônicas percebemos que o demiurgo é uma espécie de deus
, mas não é um criador, porque no final das contas ele pega uma matéria
preexistente, embora informe e caótica, e assim ele faz ou plasma as coisas sensíveis. Deste modo podemos ver então que Platão fecha toda possibilidade de existir um Deus Criador, isto é, que faça as coisas do nada, sem a necessidade de ter a sua disposição uma matéria preexistente. Fecha também a possibilidade de um Deus pessoal, ou seja, que esteja realmente interessado no mundo, em primeiro lugar porque não é Criador e em segundo lugar porque a sua bondade, a sua verdade e a sua beleza somente podem ser concebidas neste mundo ideal, aonde o homem só pode chegar com a morte, quando a sua alma voltar ao mundo das ideias e contemplar assim a luz (como vemos precisamente no mito da caverna de Platão). Com certeza que mais adiante na história Platão foi melhorado em muitos aspectos por outros pensadores e estudiosos da sua filosofia, sobretudo com o contato com o cristianismo na época imperial, dentro do que nós conhecemos como o Médio-platonismo. Contudo, em grandes linhas, o sistema cosmológico e ontológico de Platão permanece ainda muito reduzido para uma teodiceia e isto não significa que não tenha dito coisas interessantes. Em Platão não há um deus supremo (embora para Platão chama esse deus
o Bem, como vemos na República). Podemos então dizer substancialmente que no seu sistema filosófico há o mundo das ideias, um demiurgo, a alma do mundo e os deuses da pólis que podem se misturar com dimensão material dentro deste