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Quando Você Me Amar
Quando Você Me Amar
Quando Você Me Amar
E-book267 páginas4 horas

Quando Você Me Amar

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Sobre este e-book

Aquilo era demais! Ela não seria pega mais uma vez num truque tão fajuto, não lhes daria tempo de escapar e, quando sente que estava próximo o suficiente atira-se sobre sua presa. Megan não pensou muito nas consequências, mas o gemido de uma voz adulta indicava claramente que algo estava errado. Era estranho estar agarrado a sua vítima e não ouvir protestos e nem mesmo um choro. É neste momento que se perturba. Seria aquele cheiro de... Sândalo? Por mais que as meninas tivessem se mostrado duas pestinhas , era difícil acreditar que elas usavam sabonete para barba. *** Quando Você Me Amar o fará desembarcar em 1820, onde encontraremos Arthur Callum, Conde de Hendesto, um nobre abastado mas que se fechou para o mundo devido a sua amargura. E Megan, uma jovem de boas maneiras, sem muitas perspectivas e de língua afiada. Ambos, sem desejos ou motivos para continuar, até que a carruagem de Megan é arrastada pela fúria das águas. Respire fundo e prepare suas emoções, pois elas serão levadas ao limite neste romance apaixonante, emocionante e muito divertido.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de abr. de 2024
Quando Você Me Amar

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    Quando Você Me Amar - Surama C. Lima

    Prólogo

    Spear Strong, o Forte da Lança, é uma ilha situada entre a Inglaterra, a Irlanda e a Irlanda do Norte, incorporada ao Império pela Coroa Inglesa em 1687, como barreira estratégica no caso de um ataque estrangeiro. Para incentivar a habitação das novas terras, soldados, suas famílias e alguns membros da aristocracia inglesa foram enviadas ao território.

    O rei cedeu recursos e incentivos para a colonização da ilha que, atualmente, conta com onze condados, quatro pequenos fortes na costa e uma capital com independência judicial mas, que continuava respondendo à coroa. Aos nobres e cavalheiros, ainda foi dada a condecoração de Desbravadores. Aos milicianos Dawn Door, que indicavam seus bens, direitos e extensões de terras. O principal interesse era manter o exército forte e bem abastecido.

    E, nessa história, conheceremos um de seus habitantes, Arthur, o conde de Hendesto.

    Quando jovem, Arthur era muito aberto a convites. Ele, o primo Alex e o amigo Thomas sempre foram presenças garantidas em quase todo evento social. Os rapazes já se conheciam e, sua amizade se estreitou durante a estadia em Cambridge. Fosse na Inglaterra ou em Spear Strong, os três eram disputados pelas debutantes. E a receptividade oferecida pelos jovens refletia facilmente no grau e simpatia de mães com filhas casadoiras.

    Thomas Zachary Nethercott representava o tipo de pretendente que as moças chamavam de perfeito, mesmo possuindo um caráter questionável e uma terrível fama de ser um libertino, isso não era o suficiente para ofuscar as qualidades que o acompanhavam. Bonito, rico e dono de um bom diálogo, tudo isso fez com que o mesmo arrancasse com facilidade suspiros por onde quer que fosse.

    Já Alex Callum Shult's sendo o mais novo, possuía a personalidade mais cômica e divertida do trio, comportamento esse que, de nada servia quando notas promissórias vinda de mesas de jogos apareciam sobre a escrivaninha  do escritório pessoal do avô, em seu nome.

    Para Arthur Bernard Culbert Callum restava a difícil tarefa de ser cavalheiro, cordial e responsável. De estatura mediana, cabelos escuros e olhos castanhos que, dependendo da luz pareciam mais claros. Aspectos que lhe davam um ar taciturno e monótono.

    Eles passaram por três longas temporadas, ilesos, como o próprio Thomas gostava de enfatizar. Até que, em um baile na mansão Zatt Heimmer, Arthur foi apresentado a uma jovem chamada Anny Cristinne, prima de Thomas, que debutava.

    O dia nublado e o silencioso cair da neve deixavam o ar mais pesado. Até a alma mais insensível da classe aristocrática estava tocada. Fazia apenas vinte dias que Arthur havia perdido esposa e filho em um acidente de carruagem. Agora, estava enterrando o avô.

    Todos sabiam o que significava a morte do velho Conde de Hendesto. A vasta herança em propriedades e título passaria ao neto Arthur, primeiro na linha de sucessão. Já para Alex, o segundo neto, a quem o Conde havia criado desde os doze anos, uma pensão significativamente alta, e algumas propriedades em Haugen.

    A ausência do primo Alex em ambos os funerais, por motivos ainda desconhecidos foi notada, sendo mais um tema para especulações e mexericos:

    Depois desse abalo emocional na família, esperava-se uma mudança em seu caráter. Afinal, ele passou a ser o segundo herdeiro na linha de sucessão e co-herdeiro da terceira maior fortuna dada pelo rei aos Desbravadores."

    Arthur absorvido pela dor do luto, tinha o olhar fixo no caixão que descia para a terra, em seu silêncio solene.

    A única coisa que conseguia pensar era no sorriso de Anny, ao contar o que o médico dissera sobre seus enjôos matutinos e a variação de cardápio no lanche da tarde:

    − Você vai ser papai!

    Ainda conseguia ouvir claramente as palavras que trouxeram um grande sentimento de felicidade que os tomou nos cinco meses seguintes da gestação, parecia ínfima se comparada a dor que sentia agora.

    − Se soubéssemos por quanto tempo seríamos felizes, certamente usufruiríamos melhor dele.

    Foram as palavras sábias ditas pelo avô, na ocasião da morte da neta, dentre tantas outras usadas em busca de um conforto irremediável. E agora, ele também se foi. O que restou? Um homem jovem e rico, porém frio e distante.

    Após suas perdas, Arthur Callum mudou-se para a casa da família em Hegesdra, condado ao norte da capital, recluso na vasta extensão da propriedade. Três anos se passaram desde aqueles dias sombrios, com seu afastamento, ganhou a fama de orgulhoso e amargo.

    Poucos tinham acesso ao Conde, e menos ainda a sua atenção. O mesmo era visto em algumas oportunidades em Port Ship, principalmente no fim do outono, o que gerava sempre especulações, e agitava a imaginação mesmo das mães mais temperantes da sociedade.

    Enquanto permanecia na Capital, suas visitas estavam sempre reservadas e se revezavam entre a mansão Wild Side e o casarão Barton, mais a leste da cidade. Visita essa que, para alguns, era motivo de chacotas e comentários ácidos. Uma rotina em nada parecida com a vida de um solteiro. Porém, assim que a primavera tinha início, ele voltava para seu isolamento em Hegesdra.

    Capítulo 1

    A chuva, que havia começado ainda na saída da pensão Cook estava engrossando consideravelmente. Enquanto a carruagem percorre a estrada, Megan questiona a si mesma se foi uma boa ideia adiantar a viagem de Wisth Port a Hegesdra, afinal, a casa do Tio Elliot estava lá há mais de cem anos. A dias estava chovendo, tempo o suficiente para que todos já estivessem ansiosos pela volta do sol.  Sendo assim, em seus pensamentos, ela tenta justificar a razão de estar ali, na estrada, naquelas circunstâncias.

    Com a morte da mãe, Julie Paigge Winters, Megan não via motivos para permanecer no condado. Tudo a fazia lembrar-se dela, e de seu sofrimento, devido a sua enfermidade. Apesar dos esforços da medicina e da própria jovem, como incontáveis noites mal dormidas e até mesmo em claro, a mãe se fora.

    Ela já havia perdido o pai aos oito anos e agora, doze anos mais tarde, ficou sozinha. Sua herança constava de um pequeno chalé na Rua Sweet Brook, que  certamente seria repassado a outro militar já que não havia herdeiros homens, pela parte de seu pai e, um dote de valor ínfimo, que com os encargos do funeral sofreu uma diminuição considerável.

    Ademais, Mia Anderson Guller, sua melhor amiga, havia se casado na primavera e partido para Port Ship. Sufocava estar ali, sufocava estar só.

    O Tio Elliot era irmão de Julie, sua mãe, e gozava de uma situação financeira razoavelmente boa. Sempre se mostrou disposto a ajudar e, por muitas vezes, insistiu de que as duas fossem para Paigge, mas Julie se recusou veemente no início de sua enfermidade, e acabou não tendo condições físicas de partir depois. Tia Margoth, esposa dele, havia morrido de maneira inesperada há um ano. Frustrando assim a apresentação da única  filha na sociedade.

    Aquele período ruim parecia não ter fim, suspira. De qualquer forma, em breve estariam juntos e, certamente, passariam a ser o consolo um do outro, dentro de uma visão mais otimista.

    A prima Rosie em quase todas as cartas, falava do clima agradável de Hegesdra, durante a primavera e verão. Das propriedades bem cuidadas com os jardins grandes e suntuosos. A jovem perdia totalmente  sua animação quando o outono estava acabando, sempre enfatizando o inverno rigoroso. E, mencionava de forma mais comedida sobre bailes e festas na região.

    São sempre os mesmos rostos, lamentava Rosie.

    Precisava chegar. A convite do Tio e da prima Hegesdra passaria a ser seu lar. Não conhecia ninguém importante, para se aventurar a Port Ship quando a primavera chegasse, em busca de um casamento. Não tinha condições de viajar à Terra Pátria para aproveitar a primavera em Londres.

    Fora que, já não era tão jovem assim para debutar. Seus atrativos baseavam-se em olhos verdes claros e cabelo longo castanho avermelhado. Quanto à perspectiva de seu dote, bem, as chances não eram muito animadoras. A menos que saber atirar tivesse algum valor referencial.

    Ficar solteira não deve ser tão ruim. Parágrafo escrito em uma das cartas por Rosie, na tentativa velada de convencer a si mesma, mais que a prima, tendo em vista sua apresentação à sociedade ser adiada devido ao luto pela mãe. Linhas essas, com um drama exagerado, afinal, sempre haveriam outras primaveras e ela tinha acabado de completar dezesseis.

    O tio era um cavaleiro, posição essa concedida ao pai de Paigge em reconhecimento por seus grandes feitos na construção do condado, quando participou da colonização de Spear Strong, pelo então senhorio de Hegesdra, Lord Callum.

    Apesar de gozar de uma boa posição, os Paigge não tinham acesso a círculos mais altos. Como acontecia de tempos em tempos, o Rei enviava novos soldados para tomar o lugar dos mais velhos, os que eram designados a Wish Port e Mydell Port sempre passavam por Hegesdra. Foi assim que Julie, mãe de Megan, conheceu o recém condecorado Capitão Charles Winters, poucos meses depois já estavam casados e morando na vila militar.

    Rosie não era como ela, filha de mais um entre tantos outros Capitães. Mesmo com o lugar de honra na Milícia de sua Alteza, certamente, Megan não seria uma das opções mais cobiçadas em uma  temporada.

    A chuva não dá trégua, a carruagem para, e ela desperta de seu devaneio, esfregando o vidro embaçado a fim de verificar o que está acontecendo. Estavam em frente a uma pequena ponte, a madeira range e estala, o rio tem as margens estreitas e a vazão para a água está comprometida. O cocheiro desce e cobre a cabeça do cavalo inquieto, puxando as rédeas com força, a carruagem se move e ela sente uma aflição tomar a alma.

    Um clarão ilumina todo o lugar seguido por um som ensurdecedor, logo após um estrondo e, quando se dá conta, Megan está lutando contra a correnteza.

    Ela grita, o som é sufocado pelo barulho, tenta segurar num arbusto, mas a saia do vestido submersa na água funciona como uma âncora. Mais uma vez, ela roda na correnteza, junto aos pedaços do que foi a carruagem. Tudo o que se ouve é o ribombar no céu de trovões e o relinchar aflito do animal que puxava o transporte.

    O vestido prende em alguma coisa, e seu corpo é lançado contra o barranco, sente uma dor aguda na cabeça, a roupa rasga atirando-a mais uma vez rio abaixo e o cavalo relincha mais a frente.

    Outro raio cruza o céu, num instinto de sobrevivência arriscado Megan sede a turbulência das águas e tenta alcançar o animal que também trava sua própria luta. A moça estica os braços, e com as mãos agarra, com a força que lhe resta, um dos arreios e ambos saem das águas, vencidos.

    Mais um raio corta o céu e o estrondo vindo logo a seguir faz com que toda a terra em volta trema. Queria se levantar, mas já não tinha mais forças para a ação, tudo que consegue fazer é fechar os olhos lentamente enquanto perde os sentidos.

    Capítulo 2

    Megan não sabe se é um sonho ou realidade, mas sente-se flutuar, ao abrir os olhos percebe que está envolta numa silhueta sombria. Tinha quase certeza de que estava morta. Mais a frente, vê luzes fracas vindas do que pareciam ser janelas, e seus sentidos vacilam novamente.

    Fique comigo... − Pede uma voz masculina desconhecida. Mas a jovem não consegue obedecer e desmaia.

    Vozes confusas fazem com que Megan desperte, uma mocinha tenta livrá-la das roupas e ela leva a mão no intuito de afastar a intrusa… estava em um quarto estranho. Enquanto isso, outra jovem apressa-se em acender a lareira para esquentar o ambiente. Sendo assistida de perto por uma senhora de cabelos acinzentados que dita ordens a todo o resto. Raios revelam com seu clarão o que as velas não iluminam.

    Fique calma, minha querida − Diz a idosa − Está entre amigos.

    - Deixe-me ajudar, a senhorita está muito gelada. − Insiste a mocinha, livrando-a do que restou do vestido.

    Megan olha para as próprias mãos, feridas e sujas e percebe que os dedos ganharam uma cor arroxeada nas pontas. Apesar de desorientada e assustada, cede aos pedidos, um tremor percorre o corpo, e o quarto gira vertiginosamente.

    Um homem de cabelos escuros e desgrenhados adentra o recinto e aproxima-se da cama, trazendo consigo um pequeno copo com líquido escuro.

    Tome, vai ajudar a espantar o frio. − Com o auxílio da camareira ele consegue levantar a cabeça dela para facilitar que beba.

    O líquido amargo invade sua boca, escorrendo por sua garganta irritando todo o percurso até o estômago. O contato com os olhos dele revela uma sombra que ainda estava viva em sua memória. Ela via aquele mesmo olhar em seu reflexo no espelho, quando da expectativa iminente da morte da mãe, dentre as muitas vezes que chorou sozinha trancada em seu quarto.

    Aquilo era medo, e ela sabia. Mas, apesar de estar olhando fixamente para Megan, o desconhecido parecia não vê-la.

    O homem em questão era razoavelmente jovem, próximo aos trinta, de pele clara e olhos castanhos.

    Tudo pronto.  − Diz a criada mais jovem.

    Ele coloca o copo sobre o criado mudo, acomoda a jovem nos braços e segue em direção a outro cômodo, em que está uma banheira com água quente. Apesar do cuidado que teve ao mergulhá-la, o calor da água e o frio que Megan sente até na alma entram em choque, e ela tem a impressão de mais uma vez, a vida escapar por suas mãos, tudo perde o foco.

    Por vezes Megan tem a impressão de ouvir uma voz distante, como se fosse um sussurro:

    Você precisa resistir…

    Megan força os olhos para se ajustarem às trevas, no céu, relâmpagos se formam ao longe numa mescla de claridade e escuridão. O vento forte ruge à sua volta, não sabe como veio parar ali, mas está em um campo longo e aberto. Não há como se esconder da tempestade.

    Megan!!!

    Ela reconheceria aquela voz em qualquer lugar, raios cortam o céu e revelam Jullie, às margens do rio.

    - Mamãe!  - Chama a jovem, correndo em direção a mulher. A tarefa se torna difícil devido aos fortes ventos que se faziam.

    - Megan! Me ajude!

    - Estou indo! - Diz ela, mas, apesar do esforço, não consegue manter um ritmo. Suas roupas parecem estar pesadas. Megan para por um momento, olha para seu vestido rasgado e molhado, sente um latejar forte na cabeça, o que faz tudo girar. A tontura a leva ao chão.

    Fecha os olhos buscando refrear o mal estar, enquanto a mãe, às margens do rio, trava sua própria luta. Mas o corpo magro e debilitado fracassa. Um grito, e Julie cai para dentro do rio.

    Megan abre os olhos e, num esforço descomunal, começa a se arrastar em direção a mãe. O corpo dói, as paredes do estômago parecem se comprimir e a chuva começa a cair.

    Ao chegar à margem do rio, ela avista a mãe que está agarrada a um pequeno arbusto.

    - Mamãe, pegue a minha mão!

    Julie olha para a mão da filha. E, neste instante, Megan sente seu coração doer uma vez mais, era a mesma face dos últimos dias de vida da mãe, de cabelos e olhos castanhos claros, com olheiras profundas em seu rosto fino e apático.

    - Por favor, segure minha mão! - Pede a jovem mais uma vez. A chuva se torna intensa.

    Julie agarra-se à mão da filha mas, começa a escorregar. Megan segura a mãe com todas as forças, e sente outra vez uma dor aguda na cabeça.

    - Por favor!!! - Grita Megan, mas Julie cai, e é levada pelas águas.

    - Nãoooooooo! − O grito demora-se a dissipar. Megan, senta-se na cama com as mãos no rosto, o pânico na alma e a respiração ofegante.

    Não consegue mensurar se está num pesadelo ou vivendo um, ouve ao longe o som de passos apressados, seguido pelo barulho de uma porta se abrindo.

    Lentamente retira as mãos do rosto revelando onde está. Um quarto amplo, lareira com fogo em brasa, cortina do teto ao chão em um tom escuro, mobiliado e decorado. E ele, aquele desconhecido de antes. Obviamente que era inesperado que justo ele aparecesse, porém se o que assistiu nos últimos minutos foi apenas um sonho, era bom que ele estivesse ali.

    Ela fica desconcertada, em silêncio examina o recém-chegado com a camisa fora da calça, descalço, e despenteado. O que não era censurável, dado o grito histérico que provavelmente ecoou pela casa.

    A luz da vela que ele segura dança, lá fora o vento assobia em contato com as paredes. O tempo não havia melhorado e a chuva, apesar de mais fina, batia contra a janela. Após um silêncio, que se fez necessário para recompor os ânimos assustados de ambos, o homem se pronuncia:

    Como se sente? − Ele aproxima-se. − Está melhor?

    Megan faz que sim com a cabeça e confusa, começa a organizar as lembranças, separando o que foi sonho da realidade.

    Desculpe. − Diz ele despertando-a do transe.  − Não sei seu nome.

    Ela leva a mão no rosto aturdida pelas imagens que tomaram a mente.

    Megan. − Diz, porém sua voz sai fraca e rouca, sendo necessário repetir: − Megan, Megan Paigge Winters.

    Ele vai em direção a uma poltrona mais próxima da cama, o que era indício de que alguém havia ficado de vigia, e deposita o castiçal que trazia na mesinha da cabeceira.

    Então, estava indo para mansão Paigge e não voltando, como pensamos.

    - Sim. - Confirma ela.

    Ele parece aliviado.

    - O senhor Eliiot é seu…?

    - Meu tio. – completa.

    A ruga de preocupação se desfaz no semblante do homem.

    Você sabe onde está?

    Megan apenas meneia a cabeça em um sinal negativo, com o movimento sente uma pontada aguda na parte de trás, levando a mão num reflexo.

    Não faça isso! − Protesta ele.

    Ela sente um calombo próximo da

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