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E-book479 páginas7 horas

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Sobre este e-book

Um amor perdido e um amor encontrado

1298 d. C. - Lady Diamantha de Bocage Edlington perdeu o marido na Batalha de Falkirk. De luto, ela não se encontra preparada para a visita de sir Cortez de Bretagne, comandante da guarnição do rei Edward no castelo de Sherborne.

Moreno e impetuoso por sua herança espanhola, Cortez é um cavaleiro com boa aparência, sensual e de temperamento difícil. Ele também viera em uma missão.

Cortez foi o último homem que viu o marido de Diamantha vivo e prometeu ao moribundo que cuidaria da esposa dele. Portanto, ele chegou para reivindicá-la. Horrorizada, Diamantha luta para aceitar o que de Bretagne está lhe dizendo mas, em seu coração, o ressentimento e o ódio se agitam: o cadáver de Robert Edlington havia sido deixado nos campos de Falkirk e de Bretagne, como o último homem a vê-lo, é culpado.

Assim sendo, antes de Diamantha se tornar a esposa de Bretagne, ela exige que ele retorne para encontrar o corpo de Robert e que o leve para casa para um enterro adequado. E, assim, começa a Grande Busca de encontrar o corpo de Robert Edlington…

Junte-se a Diamantha e Cortez em sua grande viagem a partir dos campos de Dorset até os terrenos sagrados de Falkirk, uma jornada na qual eles descobrem coisas incríveis e terríveis sobre o mundo e sobre o seu país, e um a respeito do outro. Das cinzas da dor surge uma fênix de grande paixão, e os laços criados entre Diamantha e Cortez nunca poderão ser rompidos.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento12 de jan. de 2020
ISBN9781071526682
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    A Busca - Kathryn Le Veque

    A BUSCA

    Um Romance Medieval

    ––––––––

    de Kathryn Le Veque

    .

    Copyright 2014 por Kathryn Le Veque

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser usada ou reproduzida de qualquer maneira, sem permissão por escrito, exceto no caso de breves citações incorporadas em artigos críticos ou resenhas.

    Impresso por Dragonblade Publishing nos Estados Unidos da América

    Texto – copyright 2014 por Kathryn Le Veque

    Capa – copyright 2014 por Kathryn Le Veque

    Número de Controle da Biblioteca do Congresso 2014-046

    ISBN 0692247688

    Dedicatória

    Para a minha equipe — a melhor equipe que um autor poderia ter:

    Kris — que buzinou nos meus ouvidos durante um ano e meio para eu terminar este livro (buzinar no bom sentido! Você me motivou e me inspirou!)

    Scott — um editor de arrasar, se alguma vez houve um. Obrigada pelo seu feedback, sua inteligência e sua amizade.

    Além disso, às colegas e autoras Suzan Tisdale e Tanya Anne Crosby, que são uma fonte constante de conhecimento, camaradagem e humor.

    E finalmente, para os meus leitores — vocês me mantêm lutando, a cada toque no teclado, por melhores romances. Meus mais profundos agradecimentos por seu apoio.

    Amo todos vocês!

    Nota: Todos os romances de Kathryn foram concebidos para serem lidos separadamente, embora muitos tenham personagens em comum ou grupos familiares em comum. Os romances que estão agrupados são aqueles que têm personagens ou grupos familiares relacionados. As séries estão claramente marcadas. Todas as séries contêm os mesmos personagens ou grupos familiares, exceto a série American Heroes, que é uma antologia com personagens não relacionados. Não existe uma ordem cronológica específica para nenhum dos romances, pois todos eles podem ser lidos separadamente, até mesmo as séries.

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    PRÓLOGO

    22 de julho de 1298

    Falkirk, na Escócia

    O céu havia se fechado em algum momento no meio da tarde, atingindo as colinas com uma terrível pancada de chuva. Havia chovido no dia anterior também, encharcando o solo já saturado até o ponto em que ele já não conseguia mais absorver a água que agora caía a cântaros das nuvens negras.

    Em um campo ao sul do lugar conhecido localmente como Callendar Wood, uma dramática cena estava se desenrolando; os escoceses, liderados por William Wallace, estavam levando uma surra dos ingleses, que os excediam em proporção de dois para um. Wallace, um excelente estrategista, dividira os seus lanceiros em quatro grandes grupos armados, chamados de ouriços, dificultando a penetração dos ingleses. Os arqueiros escoceses não se saíram tão bem. Eles já estavam quase totalmente destruídos por uma onda de cavaleiros sassenachs¹ que haviam descido sobre eles com os mesmos bons modos de uma horda de gafanhotos famintos. A batalha entre a cavalaria montada e os arqueiros a pé não durou muito.

    Agora, os arqueiros ingleses haviam sido convocados e os cavaleiros recuaram, permitindo que os arqueiros bombardeassem os ouriços com suas flechas espinhosas que caíam em grandes nuvens, mais numerosas do que os pingos da chuva que desabava do céu. Após algumas rodadas de flechas inglesas certeiras, o pequeno número de cavaleiros escoceses abandonou o campo de batalha, deixando que os lanceiros, em seus ouriços, enfrentassem o ataque da artilharia sozinhos. Aqueles homens também estavam caindo, e os ingleses estavam frente a uma grande vitória. Era só uma questão de tempo.

    Próximo ao extremo leste do campo, ainda havia combates entre a cavalaria escocesa e os cavaleiros ingleses que bloqueavam a sua fuga. Não havia mais do que trinta ou quarenta escoceses a cavalo contra duas dúzias de cavaleiros ingleses, homens grandes em enormes cavalos, blindados com suas armaduras e bem treinados. Enquanto os cavaleiros ingleses a atacavam, a cavalaria escocesa, menos preparada, não tinha chance alguma.

    Um grande cavaleiro em um corcel baio deu conta de dois escoceses, derrubando um deles de seu cavalo, aplicando-lhe um soco diretamente no peito e, em seguida, passando a sua espada larga no outro. Foi brutal e caótico, mas foi um trabalho bem feito. Ele ainda se encontrava em modo de combate quando outro cavaleiro surgiu atrás dele, assustando-o.

    — Acalme-se, Edlington! — gritou o homem, erguendo a espada para afastar o poderoso golpe de Edlington. O homem levantou a viseira com um sorriso no rosto. Olhos negros, tão negros quanto a noite, brilhavam com alegria. — Eles estão fugindo, homem. Abaixe essa arma cruel.

    Sir Robert Edlington sorriu para o seu camarada cavaleiro, um amigo, levantando a viseira articulada e enxugando o suor que escorria até o seu olho direito. Edlington era um belo homem, de olhos azuis e cabelo loiro escuro, agora grudado na testa molhada.

    — Acho que todos nós os fizemos fugir — disse ele, virando-se para olhar em direção ao oeste, onde os últimos remanescentes da batalha estavam ocorrendo. — Edward pode mais uma vez ditar as regras.

    O outro cavaleiro assentiu enquanto também olhava para a distância, onde os escoceses faziam a sua última tentativa. O mau cheiro da derrota pesava no ar, infiltrando-se no solo escocês sobre o qual eles se encontravam.

    — É verdade — disse o cavaleiro de olhos negros. — Talvez agora possamos finalmente voltar para casa.

    Edlington olhou para o homem.

    — Até a próxima vez — disse ele, quase de má vontade. — Todos nós iremos parar no País de Gales da próxima vez, escalando aquelas montanhas escarpadas com uma corda em uma das mãos e uma espada na outra. Edward nos fará lutar como cabritos monteses.

    O cavaleiro de olhos negros bufou.

    — Ele não se importa como você luta por ele, contanto que lute — murmurou ele, observando o embate ao longe. — Talvez devêssemos nos juntar aos outros. Se ajudarmos, você e eu, o confronto acabará mais rápido. Suspeito que eles estejam esperando por nós para o golpe final.

    Foi uma piada bem humorada, que deixou Edlington rindo. Assim que o homem se abaixou para juntar suas rédeas e se preparar para seguir o seu amigo até o centro da luta, ambos ouviram um zumbido agudo acima deles. Eles perceberam a flecha tarde demais e, antes que qualquer um deles pudesse se mover, Edlington foi atingido diretamente no peito. O golpe da flecha foi tão forte que derrubou o homem de seu cavalo. Edlington voou para trás, caindo sobre a lama atrás dele com um baque surdo.

    O seu amigo, seu companheiro, desmontou de seu corcel em um instante, caindo de joelhos ao lado de Edlington.

    — Doce Jesus — ofegou o seu companheiro, ao perceber que a flecha atingira Edlington bem no meio de seu tórax. — Deixe-me ver, Rob. Deixe-me tirar isso de você.

    Edlington deitou-se de costas, olhando para o céu. Ele estava surpreso, era verdade, mas também um tanto desnorteado.

    — Uma... seta escocesa — disse ele, desgostoso. — Eu... eu pensei que os arqueiros escoceses estavam todos mortos.

    O seu companheiro estava rasgando a sua túnica, afastando-a, de modo que pudesse dar uma olhada na flecha, no local onde perfurara a cota de malha e entrado no peito de Edlington. Mas o que ele viu o deixou mal; a flecha tinha o que se chamava de formato rombudo. A sua ponta era afiada, mas não seguia a forma usual de uma ponta de flecha. Esta havia sido confeccionada para entrar no corpo e abrir grandes orifícios em sua vítima, que foi o que ela fez em Edlington.

    Havia um grande buraco nele, sugando o ar enquanto o cavaleiro lutava para respirar, com a flecha enterrada vários centímetros em seu corpo. O companheiro percebeu que teria que agir rapidamente para salvar a vida do homem, se fosse possível. Ele não queria considerar que não havia esperança, não agora. Não quando eles estavam tão perto da vitória. Mas, no fundo de seu coração, ele sabia que já estava acabado. Edlington já estava praticamente morto.

    — Preciso rolar você sobre as suas costas, Rob — disse ele, apressadamente. — Ajude-me. Role comigo se puder.

    Grunhindo enquanto tentava puxar o homem sobre o seu lado direito, ele percebeu que não podia, porque a flecha o trespassara até o fim. Ela o perfurara diretamente até a espinha de Edlington, e pelo menos dois centímetros de flecha projetavam-se para fora de suas costas. O seu horror devia estar refletido em seus olhos porque Edlington de repente agarrou as mãos dele, apertando-as com força.

    — Cortez, escute-me — ofegou Rob, enquanto a dificuldade de respirar se tornava cada vez maior. — Você deve me prometer uma coisa.

    Cortez de Bretagne olhou para Rob, com o pesar estampado no rosto.

    — Deixe-me ajudá-lo — implorou ele, baixinho. — Se eu puder tirar essa flecha, eu posso...

    Edlington o interrompeu.

    — Não, meu amigo — sussurrou ele. — Acabou. Já não sinto as minhas pernas. Estou nas últimas agora e devo lhe dizer o que está em meu coração antes de morrer. Você irá ouvir? Por favor?

    Mais para o oeste, eles podiam ouvir os sons de luta novamente, enquanto mais escoceses e mais ingleses se enfrentavam. Estava perto demais para ser considerado confortável e Cortez levantou-se, agarrando Rob sob os braços e arrastando-o para longe da luta, adentrando em um grupo de árvores, arrastando-se pela lama que subia até os joelhos para enfim alcançar o que parecia ser um local seguro. Havia um grande carvalho para protegê-los da chuva, embora a própria árvore estivesse cercada por um mar de lama escura e pegajosa.

    Grunhindo pelo esforço feito, Cortez apoiou Edlington contra o tronco da árvore, caindo de joelhos ao lado do homem. Ele agarrou a haste da flecha, preparando-se para removê-la, mas Edlington o deteve.

    — Não — engasgou ele. — Deixe. Não há nada que você possa fazer.

    — Mas...!

    — Deixe — implorou Edlington, tentando alcançar as mãos de Cortez mais uma vez. Ele as encontrou e as segurou com força, olhando para o rosto de seu amigo. — Por favor, Cortez... você deve me prometer uma coisa.

    Cortez estava à beira de lágrimas de tristeza, de raiva. Ele sabia que aquele era o fim para o seu amigo e não havia nada que pudesse fazer para evitá-lo.

    — Qualquer coisa — disse ele, com voz rouca, apertando as mãos de Robert com força. — Seja o que for, eu farei.

    — Diamantha — ofegou Robert. — Minha esposa. A minha morte será muito difícil para ela, Cortez. Ela deve ser consolada. Peço que você lhe conte que os meus últimos pensamentos foram para ela e para Sophie, minha filha. Você irá lhe dizer, não? Você lhe dirá que eu tive muito orgulho de ser o marido dela.

    Cortez assentiu vigorosamente.

    — Você sabe que sim — disse ele, sentindo as lágrimas ardendo em seus olhos. — Mas deixe-me tentar remover essa flecha. Talvez haja...

    — Cortez, escute-me — interrompeu-o Robert; ele estava com muita dificuldade de respirar. — Diamantha... eu quero que você cuide dela. Jure que cuidará. Uma vez que a sua Helene se foi há três anos, você está livre para se casar com Diamantha. Eu quero que você se case com ela, Cortez. Jure-me que você irá se casar com ela e que será muito bom para ela.

    Em estado de choque, Cortez olhou para o homem.

    — Casar com ela? — repetiu ele, surpreso. — Mas... Rob, ela pode não querer...

    — Por favor! — ofegou Robert, em sua angústia.

    Cortez não podia recusar o pedido do homem. Ele não suportava ver a dor dele, ver a vida dele se esvaindo. A angústia que ele sentia era desconcertante.

    — Claro — assegurou o homem, rapidamente, para acalmar o amigo. — Eu farei o que você pedir. Fique tranquilo, meu amigo. Eu cuidarei dela. Nada faltará a ela.

    Robert ainda o segurava.

    — Procure o pai dela — murmurou ele. — Ele é um grande cavaleiro, morando no castelo de Norham. Procure-o e conte-lhe o que aconteceu. Ele lhe dará a sua bênção, tenho certeza.

    — Se esse é o seu desejo, assim o farei.

    Robert pareceu relaxar bastante depois dessas palavras, recostando-se no tronco da árvore enquanto a chuva caía ao redor deles. Do oeste, eles podiam ouvir o som de uma trombeta, uma chamada às armas. Cortez sabia que era Edward, convocando todos os seus combatentes disponíveis para desferir o golpe mortal nos escoceses. Já estava ficando tarde e ele queria terminar com a batalha. Cortez olhou para Robert, perdendo as forças e encostado na árvore, e apertou as mãos do homem com força.

    — Eu voltarei — disse ele, determinado. — Edward precisa de seus cavaleiros, mas eu voltarei assim que puder. Você me ouve? Eu retornarei.

    Robert assentiu, debilmente.

    — Estou em paz, Cortez — murmurou ele. — Aconteça o que acontecer agora, estou em paz sabendo que minha esposa e minha filha estão em suas mãos. Peço que seja bom para elas. Ame-as como eu as amei.

    Cortez olhou para ele por um momento enquanto o homem respirava fundo e fechava os olhos. Cheio de tristeza, Cortez se debruçou sobre Robert e beijou-lhe a testa.

    — Você é meu irmão — sussurrou ele. — Você é um dos melhores cavaleiros que já conheci. Deus esteja com você, Robert, onde quer que o seu caminho possa levá-lo.

    Os olhos de Robert cintilaram, dando a Cortez um sinal de que o ouvira e, com isso, Cortez cambaleou pesadamente e seguiu até o seu corcel enquanto o animal pastava a vários metros de distância.

    Com um olhar demorado para Edlington, encostado no velho carvalho com o tronco rachado, Cortez incitou o seu corcel a se mover, evitando os grandes pântanos de lama e dirigindo-se até os estertores da batalha de Falkirk, enquanto os escoceses caíam sob o martelo inglês. O fim, naquele momento, não demorou a chegar e, em breve, tudo havia terminado. Os ingleses haviam triunfado.

    Antes de o sol se pôr, Cortez voltou para onde deixara Robert, mas quando chegou à árvore rachada, tudo o que encontrou foi um mar de lama, tão profundo em determinados lugares que poderia facilmente ter engolido um homem. Edlington se fora, retornara à terra como acontece com todos os homens quando chega a hora de se encontrar com Deus. Uma busca por ele no dia seguinte não mostrou nenhum sinal do grande e robusto cavaleiro que fora alvejado no peito. Do mesmo modo que ele se foi, e a batalha de Falkirk desapareceu nos anais da história.

    Mas a busca pelo corpo de Robert Edlington não terminou naquele dia. Na verdade, apenas começara.

    ––––––––

    ¹sassenachs – termo escocês para o povo inglês

    Pois não foi no meu ouvido que você sussurrou, mas no meu coração.

    Não foram os meus lábios que você beijou, mas a minha alma.

    ~ Poeta do século XIII

    CAPÍTULO UM

    Castelo de Corfe, Dorset

    Outubro de 1298 d.C.

    — Pelo amor de Deus, ele está morto há apenas três meses. Por que você está tentando afastar o meu marido de minha memória tão rapidamente?

    Uma mulher solitária enfrentava um homem vestido com pedaços de cota de malha e couro, e as suas palavras de angústia enchiam a atmosfera da sala. A pergunta estava impregnada de tristeza e curiosidade. No entanto, era uma pergunta legítima. No solário luxuoso, coração da poderosa fortaleza de pedra do Castelo de Corfe, as emoções que preenchiam o ambiente eram tão intoxicantes quanto a fumaça negra do fogo crepitante.

    O homem de cabelos prateados tentou ser severo em sua resposta, mas descobriu que não podia assim que olhou para o rosto angustiado da mulher. O olhar dela, em dois tons de um verde claro hipnotizante com um toque castanho ao redor da íris, o penetrou até ele não conseguir mais sustentar o olhar. Ele acabou por se levantar da cadeira e virar as costas para ela. Era a única maneira para ele poder voltar a respirar.

    — Não estou tentando apagar as suas lembranças, Diamantha — disse ele, baixinho. — Robert era meu filho e minha dor excede a sua. No entanto, permanece o fato de que ele não está mais conosco, e é desejo do seu pai que você se case novamente o mais rápido possível. Você é jovem e rica, e o seu pai quer que você encontre um marido adequado.

    O humor de lady Diamantha de Bocage Edlington mudou tão rapidamente quanto um relâmpago; ela enfrentou o seu sogro, forçando o homem a olhá-la nos olhos. As suas palavras saíram através dos dentes cerrados.

    — Meu pai. — Ela fervia. — Por tudo que é sagrado e correto, eu sabia que ele estava por trás disso. Eu sabia!

    Sir George Edlington era velho, velho demais para o que estava prestes a enfrentar. Um filho morto, uma nora inconsolável, e uma dor no coração mais profunda do que um oceano. Nenhum pai deveria ter que enterrar um filho. Inspirando profundamente para obter coragem, ele agarrou Diamantha pelos braços como se quisesse colocar algum juízo na cabeça dela.

    — Seu pai quer que a sua filha tenha alguém que cuide dela — disse ele com firmeza. — Robert, que Deus o tenha, também gostaria disso. Ele não gostaria que você passasse a sua vida revivendo lembranças que não são úteis para ninguém. E gostaria que Sophie tivesse um pai novamente.

    Diamantha afastou-se dele, seu pequeno corpo mostrando mais força do que George imaginara que tivesse.

    — O pai de Sophie está morto — falou ela, com voz meio sussurrada, meio chorosa. — Ela nunca conhecerá outro pai. E não quero outro marido.

    — Então você deixaria a sua filha viver uma vida sem a orientação de um pai? — George estava ficando agitado. — E você preferiria viver a sua vida sozinha e amarga? Isso faz pouco sentido.

    Ela perdeu um pouco do seu ímpeto.

    — Essa é minha vida. Como eu vivo, não é interesse seu.

    Ele levantou uma sobrancelha escura e espessa.

    — Eu me pergunto o que Robert diria se a ouvisse.

    Ela abriu a boca, preparando-se para uma réplica mordaz, mas se viu incapaz de reunir forças. Depois de um momento, ela balançou a cabeça e se virou.

    — Ele não diria nada para mim — disse ela, baixinho, e seu olhar brilhante encontrou a janela de lanceta e as colinas verdejantes de Dorset através dela. O aroma do início do verão, presente no ar, era quente e ela o inalou profundamente. — Ele faria o que sempre fazia. Ele se curvaria aos meus desejos e me deixaria fazer o que eu quisesse. O seu filho era cavalheiro demais para contradizer a sua esposa, mesmo quando ela estava errada.

    George observou a elegante curva das costas dela sob a túnica azul adamascada e a maneira como o cabelo castanho-avermelhado caía em um pesado e brilhante manto que ultrapassava a altura de suas nádegas. Era comprido, reto e sedoso e ela sempre o afastava do rosto de um modo que Robert gostava. Embora fosse costume das mulheres casadas cobrirem a cabeça, Robert não suportava ver o cabelo exuberante de sua esposa coberto.

    Enquanto George olhava para a mulher que seu filho claramente adorara, as familiares pontadas de tristeza começaram a lhe rasgar o íntimo novamente. Com a presença dela, ele guardava as últimas lembranças de seu filho e se sentia relutante em deixá-la ir embora como o pai dela desejava.

    Mas o que ele queria era de pouca importância. O pai de Diamantha era um poderoso senhor da guerra que servia ao conde de Teviot, no norte do país, e George, como servo do rei, faria o que lhe fosse ordenado. A decisão não estava em suas mãos. Suspirando fundo ele se voltou para a cadeira que lhe sustentara o corpo cansado.

    — Pelo menos você não vai para longe — disse ele, baixinho. — Você pode se consolar com isso.

    Diamantha olhou para ele.

    — O que quer dizer?

    George apanhou o pergaminho que estava sobre a mesa, ao lado da cadeira.

    — Você vai para o Castelo de Sherborne — respondeu ele, sem olhar para ela. — Cortez de Bretagne será o seu novo marido.

    Diamantha olhou para ele como se não entendesse o que ele dizia. Então, os seus olhos se arregalaram.

    — De Bretagne? — repetiu ela, incrédula. — Esse é o homem que o meu pai escolheu?

    George assentiu levemente, relendo a missiva que recebera muitas horas antes. Ele precisou de muito tempo para reunir coragem para transmitir o seu conteúdo à Diamantha. Ele ainda não tivera coragem de lhe dizer que o seu prometido noivo estava esperando uma apresentação no pátio externo, longe da vista da fortaleza principal. Foi, de fato, de Bretagne quem lhe entregou a missiva escrita pelo pai da dama.

    — Sir Cortez de Bretagne, comandante da guarnição do Castelo de Sherborne do rei Edward — disse ele, ao ler as palavras mais uma vez. — Você conhece Cortez há anos, por isso não será como se casar com alguém que nunca viu antes.

    Diamantha não conseguia afastar o olhar espantado de seu rosto.

    — É claro que o conheço — murmurou ela, desviando o olhar enquanto se esforçava para digerir a notícia. — A esposa dele era minha amiga até vir a falecer, há três anos, na mesma época em que Sophie nasceu. Helene morreu no parto e lembro-me de Robert me contando como Cortez ficou amargurado. O homem mal podia trabalhar.

    George ousou olhá-la para ver se conseguia registrar qualquer aceitação com o arranjo.

    — Então, o acordo não lhe desagrada? — perguntou ele, baixinho.

    Diamantha ainda se detinha nas lembranças de Helene de Bretagne e seu belo e moreno marido. Ela ignorou a pergunta do sogro.

    — Eu me pergunto como meu pai decidiu por este arranjo — ponderou ela, caminhando de volta para a janela. — Como ele saberia sobre Cortez? Como ele teria...?

    — Talvez Cortez tenha ido até ele — interrompeu George, com um encolher de ombros. — Ele estava lá quando Robert morreu. Ele sabia que você era viúva. Talvez ele tenha ido até o seu pai com uma proposta.

    Ela virou-se imediatamente para George.

    — Você acha que isso é verdade? — De repente, ela parecia novamente furiosa. — Por que teria ele agido assim? Mal dirigi dez palavras ao homem o tempo todo em que o conheço. Por que ele iria até o meu pai e pediria a minha mão?

    George ergueu a mão para evitar uma explosão de raiva.

    — Não sei se é esse o caso — insistiu ele. — Foi apenas uma sugestão. Seu pai é um grande senhor da guerra para Edward, assim como Cortez. Não teria sido difícil para ele arranjar uma audiência com o seu pai, pois eles são da mesma posição social.

    Ela pensou na situação por um momento antes de se concentrar novamente em George. Havia resignação na maneira com que falou.

    — Sendo a mais nova das três filhas, tenho certeza de que meu pai foi bastante receptivo à proposta de Cortez — disse ela, com ironia. — Meu pai sempre foi muito protetor comigo e com minhas irmãs. Ele provavelmente ficou entusiasmado com a perspectiva de casar uma filha viúva apenas pela segurança que o casamento proporcionaria.

    — Seu pai a ama muito.

    — Ele tem boas intenções.

    George não sabia como responder. Ele não era bom em avaliar o humor dela; nunca havia sido, tampouco o seu filho. Então, ele colocou o pergaminho de volta sobre a mesa e a encarou.

    — Cortez entregou a carta — disse ele, esperando que ela não explodisse com ele. — Ele está esperando para levá-la para Sherborne.

    A única reação dela foi olhá-lo, um pouco confusa.

    — É verdade?

    — Sim, é.

    A resposta veio da porta. Tanto George quanto Diamantha se viraram na direção da entrada. Parado na arcada, via-se um homem alto, com ombros enormes, parcialmente envolto pelas sombras. Eles podiam ver a silhueta dele na escuridão. Quando ele percebeu que a atenção dos dois se voltou para ele, ele se adiantou para a luz.

    Cortez de Bretagne era um homem grande e musculoso, com cabelos negros cortados e olhos cor de ônix. Ele era espanhol por parte de mãe, e galês, pelo lado do pai, o que lhe conferia um semblante moreno e sensual. Havia algo no homem que exalava força e sedução, muito mais carisma do que a maioria dos ingleses belos e pálidos.

    Mais do que isso, havia algo nele que era perturbador, de um modo vertiginoso; Diamantha se lembrava da impressão que tivera desde a primeira vez em que o viu. Todas as mulheres de Dorset conheciam o belíssimo Cortez, e Helene silenciosamente enfrentara a atenção feminina sobre o seu marido. Ela permanecia calma e graciosa, mesmo que mulheres volúveis a desafiassem quanto ao afeto de seu marido. Era uma qualidade que Diamantha apreciava na mulher, sua amiga que se fora havia três anos. Agora, o belo marido seria dela. Ela mal podia acreditar.

    Cortez olhou para George, mas o seu foco se voltou para Diamantha. Seu rosto atraente e bem definido sorriu timidamente enquanto se curvava em sua direção.

    — Lady Edlington — cumprimentou ele, com uma suave voz de barítono.

    — Pensei que havia lhe dito para permanecer no pátio até que eu o chamasse. — George estava, para dizer o mínimo, perturbado.

    — Eu fiquei no pátio. — Cortez lhe dirigiu um longo olhar, e o seu tom já não estava tão suave. — Agora estou aqui. Acho que uma espera de seis horas foi o suficiente.

    Diamantha permaneceu ali, boquiaberta, surpresa com a aparência dele e sem ter certeza de que era capaz de entender o que estava acontecendo. Um momento antes, ela era uma jovem viúva com uma filha pequena, ansiosa por um futuro solitário. Agora ela estava comprometida e seguindo para o Castelo de Sherborne. Em vez de reagir à situação, ela se virou e desabou na cadeira mais próxima.

    — Por Deus — suspirou ela. — Tudo aconteceu tão rapidamente.

    George abriu a boca para responder, mas foi interrompido por um olhar severo de Cortez. O homem mais jovem e mais poderoso não era alguém com quem se deveria brincar. George sabia disso; ele já vira o homem em batalha e Cortez era absolutamente feroz. E ele tinha a reputação de ser um tanto temperamental quando provocado, algo atribuído ao sangue espanhol de sua mãe. Portanto, quando Cortez acenou com a cabeça na direção da porta, George entendeu e saiu. Estava fora do seu alcance, de qualquer maneira.

    Diamantha não viu George sair do solário. Ela estava virada na direção do fogo, observando as chamas enquanto elas lambiam a pedra. E não viu Cortez se ajoelhar ao lado de sua cadeira até que fosse tarde demais. No momento em que o percebeu, ele estava quase sobre ela e ela se sobressaltou com a sua proximidade.

    — Perdoe-me — disse ele, com a voz suave mais uma vez ao se dirigir a ela. — Não quis alarmá-la. Mas preciso falar com você.

    Diamantha encostou-se no braço oposto da cadeira, tão longe quanto podia ficar de Cortez sem se levantar. Ela estudou o rosto dele, se familiarizando mais uma vez com o homem de quem tinha lembranças longínquas.

    Na missa fúnebre de Robert, ela o vira na igreja da vila de Corfe, mas não lhe concedeu qualquer pensamento. Havia muitos cavaleiros ali, prestando homenagem à memória de Robert Edlington e Cortez havia sido um deles. Foi uma homenagem e nada mais. Não havia um corpo para enterrar. Robert havia sido deixado, como tantos outros, em Falkirk, onde tombara.

    Enquanto estudava a mandíbula quadrada e a covinha no queixo de Cortez, ela notou que ele a estava analisando também. Ele sorria levemente enquanto ela claramente não retribuía o gesto. A atitude dela não parecia detê-lo, entretanto. O sorriso dele crescia quanto mais ela o olhava.

    — Percebo que tudo isso é um choque para você, milady — disse ele com sua voz grave, quase gentil. — Eu queria estar presente quando a missiva lhe foi entregue, mas George achou melhor que eu esperasse. Mas não pude e peço desculpas se minha atitude lhe parece precipitada.

    A testa de Diamantha franziu levemente enquanto observava os lábios carnudos dele formarem as palavras, despejando informações que eram desconcertantes e levemente urgentes.

    — Precipitada? — repetiu ela. — Precipitada porque você queria estar presente? Ou precipitada porque você invadiu o solário no meio de uma conversa particular?

    Ele parecia um tanto mortificado.

    — Ambas — admitiu ele. Seus olhos negros se demoraram nela. — Posso falar claramente, milady?

    A testa dela franziu ainda mais. Ela não gostava do jeito com que ele a olhava, ansioso, como se estivesse se preparando para lançar-se sobre ela. Ela se levantou da cadeira, então, para colocar alguma distância entre eles. Ele a estava deixando desconfortável.

    — Eu... eu não tenho certeza... — gaguejou ela.

    — Por favor. — Cortez levantou-se, exibindo a sua considerável altura e observando-a enquanto ela se afastava dele. — Percebo que toda essa situação é inesperada e acho que devo me explicar para que não haja mal-entendidos.

    Ela parou a alguns metros de distância para olhá-lo, com a mão na testa, como se estivesse afastando a dor de cabeça que a ameaçava. Não havia muito que ela pudesse dizer para lhe negar o pedido. Ela se sentia muito resignada naquele momento.

    — Muito bem — disse ela. — Fale, caso ache necessário, embora eu não esteja certa se há muito que qualquer um de nós possa dizer, dado o conteúdo da missiva. O que está feito está feito.

    Ele assentiu, contemporizando.

    — É verdade — respondeu ele. — No entanto, há algo que eu gostaria de deixar claro para você. Eu estava presente quando seu marido foi morto por arqueiros. Na verdade, fui eu quem o tirou da linha de fogo quando ele foi atingido. Devido à luta se desenrolando ao nosso redor e a gravidade de seus ferimentos, ambos sabíamos que não adiantava tentar salvá-lo.

    As feições de Diamantha empalideceram e ela retirou a mão de sua cabeça, levando-a ao peito como se quisesse segurar seu coração.

    — Por que deve me dizer tais coisas? — perguntou ela, em um tom baixo. — Não quero ouvir tais acontecimentos.

    — Percebo — disse ele, com honestidade. — Mas deve ouvi-los. Você deve entender porque me encontro aqui esta noite.

    Ela percebeu que estava piscando para conter as lágrimas, mas se esforçou para detê-las.

    — Fale, então. Mas saiba que esta conversa não me dá prazer.

    — Nem a mim — insistiu ele, baixinho. — Ainda assim, deve ser dito. — Ele fez uma pausa, escolhendo as suas palavras cuidadosamente enquanto prosseguia. — Quando Robert percebeu que seu tempo estava terminando, ele me fez proferir um juramento. Ele falou de sua linda esposa e filha e de como se preocupava com elas. Ele me fez prometer que cuidaria da segurança e do futuro delas, e, como eu não tive coragem de negar o pedido de um moribundo, concordei. Prometi a ele que cuidaria de vocês duas e, embora a princípio eu estivesse inclinado a esquecer o meu compromisso, em meu coração eu sei que não posso. Robert era meu amigo, milady. Ele era um bom homem. E eu me sentiria eternamente culpado se não fosse fiel à promessa que lhe fiz e é por isso que você me encontra aqui, diante de você nesta noite. Estou aqui porque prometi a ele que viria.

    A essa altura, as lágrimas escorriam pelas faces de Diamantha. Ao compreender as palavras dele, ela rapidamente enxugou o rosto e fungou delicadamente, esforçando-se para não desmoronar. Mas ela descobriu que não conseguia tirar os olhos do homem. Enquanto ele falava aquelas palavras gentis, algo dentro dela havia mudado. A opinião que tinha dele mudara. Ela agora o via com outros olhos, como se o homem diante dela tivesse alguma aparência de honra. Ele poderia ter esquecido a promessa feita a um moribundo e ninguém saberia. Mas ele não esquecera.

    — Mas, por que você? — perguntou ela com voz rouca. — Não é o caso de vocês serem tão próximo quanto irmãos. Vocês eram amigos, é verdade, mas havia homens de quem ele era mais próximo. Por que você?

    — Porque era eu quem estava lá — respondeu ele, baixinho. — Enquanto todos os demais estavam devastando os campos de Falkirk, eu estava perto de seu marido quando ele foi atingido. Aconteceu de ser eu, milady; poderia ter sido qualquer um. Mas fui eu.

    Diamantha entendeu muito bem aquela explicação suavemente pronunciada. Mas também aprofundou o seu senso de desesperança. Era o que Robert queria e ela seria forçada a cumprir os desejos dele. O seu olhar brilhante tornou-se intenso.

    — Como o meu pai se tornou parte desse pacto? — perguntou ela. — Você o procurou?

    Cortez assentiu, devagar.

    — Procurei — respondeu ele. — Expliquei-lhe a situação e ele ficou mais do que feliz em concordar.

    Então, foi como ela pensou; ou, pelo menos, parte do que ela pensou. Mas o fato era que ela estava noiva de Cortez e não havia nada que pudesse fazer a respeito. Resignada, ela se afastou dele. Ela percebeu que achava difícil olhar para ele, difícil cair em si que estava olhando para o futuro marido. Ela precisava se acostumar com a ideia. Mas ainda havia algo mais, algo que a atormentava desde o dia em que recebera a notícia da morte do marido. Era algo difícil de pensar e de não olhar para Cortez com muito ressentimento.

    — Mas você o deixou lá — murmurou ela. — Você deixou meu marido no campo de batalha. Você não o trouxe para casa para que ele pudesse ser devidamente enterrado.

    Cortez sabia que o assunto viria à baila e estava preparado. Ele estava preparado há três meses. Mas agora, olhando para o perfil adorável da dama, ele resistiu ao impulso de pedir o perdão dela.

    — Não foi por escolha, asseguro-lhe — respondeu ele, baixinho. — Expliquei as circunstâncias para o pai do seu marido na época em que divulgamos a notícia da morte de Robert. Presumi que ele tivesse lhe contado.

    Ela levantou a cabeça mais uma vez e ele ficou impressionado com a angústia daqueles belos olhos de duas cores.

    — Disseram-me que as circunstâncias para trazê-lo para casa eram impossíveis. — A voz dela era suave e rouca. — Mais do que disso, não me foi dada a cortesia de conhecer os detalhes.

    Cortez suspirou baixinho, imaginando se deveria lhe contar a verdade. Enquanto ele olhava para as feições angustiadas dela, ele se viu dizendo-lhe toda a verdade, fosse uma ideia sábia ou não. Ele sentia muita compaixão pela mulher.

    — Estava chovendo há semanas, milady — falou ele, com voz suave e grave. — O terreno em torno de Falkirk era um pântano. Era uma lama espessa e negra na qual nos encontramos lutando. Uma imensa tempestade atingiu a região enquanto começávamos o nosso cerco. Robert foi atingido no meio de uma terrível tempestade. Enquanto tentava ajudá-lo, Edward executou o ataque final contra os escoceses e fui forçado a deixar o seu marido para atender ao chamado do ataque.

    Ela o olhou, sem compreender o que ele dizia. Ele exalou fortemente, passando os dedos pelos cabelos negros e curtos.

    — Milady, não consigo imaginar uma maneira delicada de expressar o que devo lhe dizer, então serei apenas sincero. — Ele fixou os olhos nela. — Não consegui voltar ao lugar onde deixei Robert até

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