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Rebeldes Corporativos
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E-book282 páginas2 horas

Rebeldes Corporativos

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Sobre este e-book

Quando o trabalho perde o sentido, é hora de liderar a mudança — de dentro.

Em um mundo corporativo em crise de propósito, este livro é um chamado para quem quer deixar de ser cúmplice e começar a ser parte da solução. Aqui você conhece verdadeiros Jedis Corporativos — profissionais que transformaram
seus trabalhos em plataformas de impacto dentro de grandes empresas. São histórias de intraempreendedorismo como a de Susie Lonie e Nick Hughes, que levaram inclusão financeira a milhões no Quênia por meio da Vodafone; de Myriam Sidibé, da Unilever, que fez do sabão uma ferramenta para salvar vidas; e de Gib Bulloch, que colocou a gigante da consultoria Accenture a serviço de ONGs e causas sociais.

Se seu trabalho precisa ter mais sentido, a rebelião começa aqui.
IdiomaPortuguês
EditoraEditora Voo
Data de lançamento6 de ago. de 2025
ISBN9786589686927
Rebeldes Corporativos

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    Rebeldes Corporativos - Heiko Hosomi Spitzeck

    Você sabia que a saga Star Wars é baseada em A jornada do herói, de Joseph Campbell? Ele foi professor de Literatura e estudou Mitologia Comparada e Religião. Campbell descobriu que todos os grandes mitos seguem padrões muito semelhantes, que ele descreveu como a jornada do herói em seu livro O herói de mil faces.⁵ Embora publicado já em 1949, o livro entrou na lista de best-sellers do New York Times em 1988, após uma série de entrevistas com o autor transmitidas pela emissora pública norte-americana PBS — conhecidas como entrevistas de (Bill) Moyers. Como George Lucas era um ávido admirador do trabalho de Campbell, ele usou a jornada do herói como modelo para o enredo de Star Wars. Ambos tornaram-se amigos mais tarde e, na edição comemorativa do livro, publicada pela Princeton University Press, George Lucas escreveu:

    Nas três décadas desde que descobri O herói de mil faces, a obra continuou a me fascinar e inspirar. Joseph Campbell percorre séculos e nos mostra que estamos todos conectados por uma necessidade básica de ouvir histórias e entender a nós mesmos. Como um livro, é maravilhoso de ler; como iluminação para a condição humana, é uma revelação.

    Campbell descreveu mitos em diferentes regiões (de Bali, à Índia, à Argentina) e épocas (desde a Babilônia, o Egito antigo e Roma até a Noruega dos dias de hoje), e descobriu que a narrativa é universal e segue uma receita comum que ele chamou de monomito (um termo que pegou emprestado de James Joyce). Campbell descreveu a estrutura sempre repetida em histórias e mitos da seguinte maneira:

    Um herói aventura-se saindo do mundo cotidiano para uma região de maravilhas sobrenaturais: forças fabulosas são lá encontradas e uma vitória decisiva é conquistada: o herói retorna dessa misteriosa aventura com o poder de conceder bênçãos a seus semelhantes.

    A aventura do herói é originalmente dividida em 17 etapas e três atos principais (a partida, a iniciação e o retorno), e é geralmente exibida como um círculo. À medida que o herói ou a heroína cresce durante a jornada, prefiro expor a história da maneira a seguir.

    A aventura do herói é sobre um protagonista que deixa seu mundo conhecido para o reino dos acontecimentos extraordinários, aprende algo sobre si mesmo e retorna com esse conhecimento para o benefício de sua sociedade. Campbell ensinou que, ao longo da jornada, o herói passa por uma transformação pessoal significativa. A heroína ou o herói começa em seu mundo comum, e sua visão atual do mundo fica dispersa antes de passar por testes desafiadores, colher sua bênção e terminar em um nível mais alto de volta ao mundo comum. Embora a jornada geralmente comece com o desejo do herói de mudar o mundo, ele ou ela percebe que, para mudá-lo, é preciso primeiro entender a si mesmo — ou, como o antigo grego diria: conhecer a si mesmo. Para aqueles que embarcam nessa jornada, Campbell oferece conexões com a psicologia junguiana, a religião e o espiritualismo – algo bastante avançado e audacioso para a sua época.

    Seu trabalho acabou se afirmando como a pedra fundamental das técnicas de narração de histórias. A jornada do herói tornou-se uma referência-padrão na escrita e no cinema, influenciando, por exemplo, cineastas como Christopher Vogler (O Rei Leão) e escritores como Dan Brown (O Código Da Vinci).

    A maioria dos intraempreendedores apresentados neste livro conecta-se profundamente com a lógica da jornada do herói e provavelmente concordaria que sua jornada foi, essencialmente, uma jornada de transformação pessoal. No primeiro episódio das entrevistas de Bill Moyers, Campbell diz: Todos nós operamos na sociedade em relação a um sistema. Agora, ou o sistema vai devorá-lo e livrá-lo de sua humanidade, ou você será capaz de usar o sistema para propósitos humanistas.⁸ Este livro apresenta as jornadas de Jedi Corporativos que foram capazes de usar o sistema econômico para propósitos humanistas.

    Gráfico 0.1:

    A aventura da/do heroína/herói

    A seguir, cada etapa da jornada do herói é apresentada com uma referência ao trabalho de Campbell e exemplificada pela saga Star Wars — principalmente seguindo as aventuras de Luke Skywalker. Depois disso, um exemplo de um intraempreendedor de impacto na mesma etapa é fornecido junto de algumas reflexões e ferramentas que o ajudarão a identificar se você chegou a essa etapa em sua jornada e como se preparar para o próximo estágio de sua aventura.


    5 CAMPBELL, J. The hero with a thousand faces. Nova York: Pantheon Books, 1949.

    6 CAMPBELL, J. The hero with a thousand faces: Commemorative edition. Princeton University Press, 2004.

    7 CAMPBELL, J. The hero with a thousand faces. Nova York: Pantheon Books, 1949.

    8 Retirado do episódio 1 das entrevistas de Bill Moyers disponíveis em LORBER, K. Joseph Campbell and the power of the myth – ep. 1: The hero’s adventure [Vídeo], 23 ago. 2023), YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=pE8ciMkayVM.

    A jornada do herói começa com o chamado para a aventura em que o herói se depara com um evento, conflito, problema ou desafio que o faz começar a sua aventura. Ao embarcar na jornada, ele ou ela deixa o mundo comum para trás e é jogado para fora de sua zona de conforto.

    Lembre-se de que, em Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança, Luke Skywalker encontra uma mensagem oculta dentro de R2-D2 e segue o simpático e persistente droid para encontrar Obi-Wan Kenobi. O velho Jedi dá a Luke Skywalker o sabre de luz de seu pai e depois diz a ele: precisa aprender o alcance da força se pretende ir comigo a Alderaan.

    De forma muito semelhante, a jornada dos intraempreendedores de impacto começa com um chamado para a aventura. Gib Bulloch fundou a Accenture Development Partnership (trazendo serviços de consultoria profissional para alavancar o impacto de organizações do terceiro setor) e sua jornada começou durante uma viagem de metrô para o trabalho, quando ele se deparou com um anúncio que buscava profissionais de negócios para ajudar a reconstruir a economia na ex-Iugoslávia, após a guerra.

    Campbell escreve que o chamado para a aventura como entendido pelo mito é o despertar do eu, no qual o herói percebe que pode ter um impacto no mundo. Isso geralmente acontece quando o horizonte de vida familiar foi superado; os velhos conceitos, ideais e padrões emocionais não se encaixam mais; o tempo para ultrapassar um limite está próximo.¹⁰

    Então, como você reconhece que seu chamado para a aventura está próximo?

    Seu mundo comum tornou-se monótono e você está procurando uma mudança.

    Você está preocupado com os impactos sociais e/ou ambientais relacionados aos negócios de sempre.

    Uma nova abordagem, um líder inspirador e uma nova maneira de fazer as coisas estão prendendo a sua atenção.

    Algumas questões úteis para acelerar o processo:

    Pense em pessoas que realmente inspiram você.

    Se você soubesse que não poderia falhar — o que faria?

    Se você fosse escrever um livro sobre melhorar o mundo e com garantia de se tornar um best-seller – sobre o que seria?

    Quem eram seus heróis quando você era criança? O que o atraiu neles?

    Se você tivesse um ano de folga sem se preocupar com dinheiro — como gastaria seu tempo?

    CONHEÇA O SEU MESTRE JEDI: GIB BULLOCH

    Gib Bulloch nasceu no final dos anos 1960 na Ilha de Bute, na Escócia. Aos 12 anos, ele foi diagnosticado com alopecia, perdendo todo o seu cabelo, o que – em suas palavras — lhe ensinou a estar acostumado a ser o estranho desde cedo.¹¹ Ele estudou arquitetura naval e engenharia offshore e, mais tarde, concluiu um MBA na Universidade de Strathclyde e um curso de pós-graduação em parcerias intersetoriais na Universidade de Cambridge. Depois de começar sua carreira na BP e de trabalhar na Mars, Gib se juntou à Accenture em 1996.

    Era um desses dias típicos, em que milhares de pessoas entram no metrô de Londres pela manhã para ir para o trabalho. Nada indicava que aquele seria um dia divisor de águas para Gib. Como de costume, ele começou a ler o Financial Times no vagão do tube — como os londrinos chamam seu transporte subterrâneo —, assim como muitos outros na cidade, quando de repente seus olhos caíram em uma postagem da VSO (Serviço Voluntário no Exterior). Estavam procurando por indivíduos com habilidades empresariais para ajudar em iniciativas de desenvolvimento local. Gib pensou: desenvolvimento não é algo somente para médicos, enfermeiros e professores? Por que eles estão procurando por administradores como eu?; e ponderou: será que esse pode ser finalmente o chamado pelo qual estarei abrindo mão da minha carreira a partir de hoje?.

    Depois de passar um ano sabático em um compromisso da VSO, na Macedônia, ajudando PMEs com seu planejamento de negócios e promovendo o desenvolvimento econômico local, Gib estava de volta aos escritórios da Accenture em Londres. Seu momento de epifania o tornou uma pessoa diferente, como refletiria mais tarde: foi uma experiência que não só mudou minha carreira, mas também teve um impacto profundo na minha vida e, acredito, na vida de muitos outros.¹² Ele estava se perguntando: e se a Accenture pudesse fornecer serviços de consultoria de alto nível para ONGs, alavancando assim seu impacto?.¹³

    Mas como ele poderia convencer os líderes seniores da Accenture de sua ideia? Gib moldou então a ideia em um artigo de imprensa fake no qual o presidente da Accenture recebe reconhecimento público no Fórum Econômico Mundial em Davos por alavancar o impacto das organizações de desenvolvimento e enviou a ele. Isso lhe rendeu um convite para almoço, e foi assim também que a Accenture Development Partnerships (ADP) nasceu em 2002 — hoje, um negócio premiado dentro da Accenture. A ADP apoiou o trabalho de organizações como UNICEF, Oxfam, Organização Mundial da Saúde, WWF, Fundação Rockefeller e muitas outras. Apoiados pela ADP, os talentos de melhor desempenho da Accenture embarcaram em missões para usar tecnologia de informação moderna para melhorar o apadrinhamento de crianças, melhorar a logística da UNICEF para entregar vacinas ou treinar milhares de enfermeiros quenianos usando plataformas de eLearning. A ADP cresceu para entregar com sucesso um quarto de bilhão de dólares em ajuda em mais de 70 dos países mais pobres do mundo. Gib tinha criado uma Empresa Social Corporativa dentro da Accenture e criou seu próprio emprego como diretor geral de Parcerias de Desenvolvimento da Accenture. Agora eu sei que Gib dirá ao ler este capítulo: Eu recebo muito reconhecimento, talvez mais do que minha quota-parte, dado que a ADP foi uma realização em equipe.¹⁴ O que nos leva a...

    Insights de Jedi Corporativo

    Seja humilde — compartilhar a glória com a equipe é importante, pois os primeiros (e segundos, e terceiros etc.) seguidores são tão importantes quanto alguém que inicia uma iniciativa. Aprendi isso em um vídeo engraçado de aula de liderança intitulado First Follower — Leadership Lessons from (a) Dancing Guy (Primeiro Seguidor – Lições de Liderança de Um Cara Dançando). Dê uma olhada!

    O propósito — e, por isso, o poder e a resiliência – de um Jedi Corporativo está intrinsecamente ligado a servir aos outros, especialmente os desfavorecidos e os fracos. Portanto, os Jedi Corporativos usam os negócios apenas para servir a outros humanos; sua abordagem é centrada no ser humano, em oposição ao lucro.

    Seja ousado — escrever um artigo falso de jornal e enviá-lo ao presidente do conselho exige coragem, pois você é facilmente rotulado como o estranho. Que bom que Gib estava acostumado a ser visto dessa forma!

    É sempre bom sair da sua zona de conforto para aprender como servir melhor às pessoas. O ano de voluntariado de Gib foi transformador.


    9 Luke Skywalker em LUCAS, G. (Diretor). Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança [Filme]. 20th Century-Fox, 1977.

    10 CAMPBELL, J. The hero with a thousand faces. Nova York: Pantheon Books, 1949.

    11 BULLOCH, G. (comunicação pessoal, 2 nov. 2022).

    12 BULLOCH, G. (comunicação pessoal, 2 nov. 2022).

    13 Ibid.

    14 BULLOCH, G. (comunicação pessoal, 2 nov. 2022).

    Quando Luke Skywalker recebe o convite para seguir Obi-Wan Kenobi para Alderaan, ele o rejeita, dizendo: Eu não posso me envolver, já tenho meu trabalho; não é que eu goste do império, eu o odeio, mas não há nada que eu possa fazer agora.¹⁵

    Este é o segundo passo na jornada do herói; Joseph Campbell chama isso de a recusa ao chamado.¹⁶ É o seu mundo ordinário que o limita: seu trabalho, seu papel, seus amigos, sua zona de conforto. Essa recusa afirma que o herói é como você e eu, propenso a ter as mesmas dúvidas e os mesmos medos.

    O mesmo acontece com os intraempreendedores emergentes que se percebem como funcionários. É comum ouvi-los dizer: Preciso fazer meu trabalho e manter meu salário. Na maioria das empresas, os funcionários passaram por um processo longo e difícil que envolve muito estudo nas melhores escolas para serem selecionados para uma função dentro da corporação. Todos eles têm deveres a cumprir. Para exercer a sua função, esses funcionários recebem salários decentes, benefícios e oportunidades de desenvolvimento. Como são jovens em suas carreiras, eles têm contas a pagar, dívidas para quitar e economias a fazer — todas as pressões sociais que mantêm as pessoas cumprindo seus papéis dentro do império corporativo.

    Isso torna a transformação para intraempreendedor uma iniciativa perigosa. Um intraempreendedor sai de sua função de trabalho e assume coisas que ninguém lhe paga para realizar ou quer fazer. Muitos intraempreendedores enfrentam perguntas como: Por que você está fazendo isso? Qual é o objetivo? Por que você não continua no caminho certo com a sua carreira? Além de arriscar o seu status quo conquistado com muito esforço, o sistema imunológico corporativo provavelmente o atacará com o poder equivalente ao Império em Star Wars. As empresas são organizações — elas gostam de organizar coisas; elas gostam que as coisas funcionem. Intraempreendedores que parcialmente param de funcionar em suas funções de trabalho e assumem novas aventuras enfrentam resistência de sua organização.

    Você provavelmente está nesse estágio se:

    realmente gostaria de trabalhar no seu projeto-propósito, mas se pegou ouvindo de si próprio coisas como: Não posso perder meu salário, Eu realmente adoraria trabalhar nessa área, mas meu trabalho diário não me deixa tempo, posso fazer isso mais tarde na minha carreira, depois que eu...;

    sente que não está no controle da sua vida, pois está tentando atender a diferentes demandas de outras pessoas (chefe, colega, parceiro, filhos...).

    Você só consegue seguir em frente se estiver retomando o controle de sua própria agenda. Pense nas coisas que está fazendo no trabalho. Então decida — isso é algo com que me importo, apenas meu empregador se importa ou nós dois nos importamos? O último é o mais fácil, assim como o espaço

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