SOPA, MAR E VINHO
Em 2006, fui convidado pelo Conseil Interprofessionnel des Vins de Provence para conhecer essa região ensolarada do sul de França, com 2.600 anos de rica história, os vinhos e a gastronomia. Foram dias de intensa imersão em adegas e restaurantes das principais denominações de origem provençais, pernoitando em sítios mágicos como Saint-Tropez, Marselha e Aix-en-Provence, ou mesmo em “châteaux” no meio das vinhas, como personagem de um livro ou filme. Embora o programa não desse margem para sentir fome e sede, este sommelier glutão já acordava todos os dias a sonhar com o momento em que provaríamos uma autêntica bouillabaisse, fanático que sou por estas sopas do mar. Para minha alegria, numa pracinha provençal com cafés em torno de um animado jogo de “pétanque” regado a pastis, numa pequena vila da região, fomos com um grupo de profissionais da união de sommeliers local provar a dita, com direito a colheradas do molhinho picante “rouille” e vinhos rosés e brancos típicos.
A mescla fascinante do sabor dos “poissons de roche”, marcante pela presença do rascasso, para além dos caranguejos e outros pequenos crustáceos, com os perfumes provençais de funcho e pistilo de açafrão, é de arrancar aplausos. Tem-se aquela sensação de estarmos a comer a paisagem da Côte d’Azur. A sommelière ao meu lado aconselhou-me a provar a emblemática bouillabaisse com os rosés mais sérios e estruturados do que com os rosés mais pálidos, ditos
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