Peter Bright. Australiano. Enólogo. Recentemente homenageado pela Revista de Vinhos nos Melhores do Ano 2022, esteve pela primeira vez no nosso país no Verão de 1974, de férias. Tirou enologia em Roseworthy, na University of Adelaide, na Austrália, curso que concluiu em 1977. Esse período de Roseworthy coincidiu com os grandes anos de transição na história da enologia desse país do Novo Mundo. Foi nessa década de 1970 que o vinho australiano passou de uma produção maioritária de fortificados para a produção de vinhos de mesa e começaram a ser plantadas castas diferentes, como Chardonnay, Sauvignon Blanc, Cabernet Sauvignon e Merlot.
Peter regressa definitivamente em 1979, já que o seu primeiro casamento foi precisamente com uma portuguesa. Nessa altura, recebe um convite para trabalhar na empresa João Pires, no Pinhal Novo, fornecedor de vinho a granel para a José Maria da Fonseca, cujo dono era António Avillez. Na João Pires, que mais tarde daria origem à Bacalhôa, o seu trabalho evidencia-se e começam a surgir marcas no mercado, muitas que ainda hoje existem, que trouxeram uma modernidade nova ao cenário português, não só pelo trabalho de enologia, como de marketing. Peter Bright diz-nos que a grande revolução foi em 1981 com o João Pires branco, um vinho 100% Moscatel, com contacto pelicular, frutado e seco, que chegou quase a uma produção de um milhão de garrafas. “Tenho um grande orgulho naquele vinho”, diz-nos na nossa visita, mais de 40 anos passados sobre a sua criação. Depois, o Cova da Ursa, o primeiro branco fermentado em barrica nova em