UMA HISTÓRIA MILENAR e um impressionante renascimento, produzindo atualmente alguns dos mais elegantes e disputados vinhos da Itália. Em poucas palavras, esta é a trajetória da vinicultura no Etna, maior vulcão ativo da Europa e parada obrigatória para quem aprecia grandes vinhos.
A história da produção de vinhos na Sicília se confunde com a de nossa civilização. A Odisseia, escrita no oitavo século antes de Cristo e atribuída a Homero, já fazia menção aos vinhos locais. Foi com o vinho da região que o protagonista Ulisses teria embebedado Polifemo, o gigante de um olho. Isso teria garantido a liberdade do herói e de seus companheiros.
Porém, por muitos séculos os vinhos do Etna acabaram se tornando mais sinônimo de quantidade do que qualidade. Por exemplo, logo após a filoxera destruir boa parte dos vinhedos do norte da Itália, grandes volumes dos tintos do Etna iam a granel para outros destinos. Eles eram escoados através de uma rede de ferrovias locais e enviados pelo porto de Riposto para fazer parte do blend de várias regiões, inclusive no Barolo. Nesta época, sua área de vinhedos era cerca de oito vezes maior que a atual.
Mesmo apesar de historicamente contar com vinhedos de alta qualidade, o que faltava à região era um grupo de produtores determinados a mudar o foco. Em poucas palavras, buscar qualidade ao invés de quantidade. E isso ocorreu a partir do final da década de 1980. Em 1988, Giuseppe Benanti criou a vinícola que leva seu nome e, com a participação do enólogo local Salvo Foti, lançou seus primeiros vinhos em