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A vindima de 2017 foi particularmente seca, depois de um 2016 que registou bons níveis de pluviosidade. Segundo António Magalhães, diretor de viticultura da The Flagate Partnership, o inverno quente e seco – “choveu menos um quinto do que a média de trinta anos” -, bem como “as condições secas da primavera e o clima quente de abril e maio”, que se estendeu pelas primeiras três semanas de junho, conduziram “ao adiantamento do ciclo”. Na Quinta de Vargellas, o pintor verificou-se por volta do dia 18 de junho, “um mês antes do ano anterior!” A vindima começou a 1 de setembro, “a mais temporã numa geração”.
Estas condições difíceis, numa antes vistas por António Magalhães, diretor de viticultura da The Fladgate Partneship, ou David Guimaraens, diretor de enologia do grupo, foram relatadas a Alistair Robertson, hoje presidente não executivo da Taylor’s que, num exemplar exercício de memória, sentenciou: “Isto recorda-me a vindima de 1945!”. Nem por acaso, um dos melhores anos do século XX. Depois de resgatar o relatório de vindima desse ano, confirmou-se a similitude da campanha “e tudo se resolveu”, anuiu António Magalhães.
Com efeito, em 2017, as condições permaneceram secas até final de setembro, embora as temperaturas, durante a maior parte do período de maturação, tenham sido moderadas e as noites frias. Esta conjugação “deu origem a uvas com altos níveis de açúcar que conduziram a fermentações mais longas”, bem como “à muito eficaz extração de cor”, resultando “em mostos densos e marcados por excecional profundidade de cor e impressionantes fenólicos”.
Este exercício de memória é uma das muitas virtudes de Vargellas – nesta propriedade, onde as vinhas velhas marcam o cenário deslumbrante, tudo contribui para que o passado e o presente se combinem exemplarmente.
Vejamos a Vinha do Polverinho,