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Falha Crítica
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E-book363 páginas4 horas

Falha Crítica

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Sobre este e-book

Tim e seus amigos descobrem, da forma mais difícil, que não se deve enfrentar o mestre do jogo, e não se deve fazer piadas de sua capa.

Em um minuto, eles estão bebendo para afastar a monotonia da vida, escapando para um mundo de fantasias, de um jogo, e rindo até a barriga doer. No próximo minuto, eles estão em uma carroça puxada por cavalos, cercados por soldados que apontam arcos para eles.

Tim agora tem a voz e o físico de uma garota na puberdade. Dave descobre que, enquanto perdeu cinco ou seis centímetros de altura, ganhou uma armadura e uma barba incrível. As orelhas de Julian cresceram, ganhando uma forma ridiculamente longa e pontuda. E Cooper... Bom, Cooper ganhou um par de presas, um par de mãos com garras e um problema sério de merda. Ele também descobre que está carregando uma bolsa que contém uma bolsa humana – uma cabeça que ele decepou quando ainda estava simplesmente jogando um jogo.

A merda ficou real, e se querem sobreviver, esses quatro amigos vão precisar se lembrar de alguns instintos básicos que nem sabiam que existiam em seu mundo de fast-food e entrega de pizza.

É lutar, voar, ou tentar conversar as pessoas que estão tentando matá-los de que eles não existem de verdade.

Enquanto isso, um mestre de jogo sádico está sentado no mundo real, comendo frango frito.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de abr. de 2015
ISBN9781507107430
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    Pré-visualização do livro

    Falha Crítica - Robert Bevan

    Agradecimentos especiais para:

    No Young Sook, que acreditou em mim desde o começo.

    Joan Reginaldo, porque sem ele esse seria um livro muito ruim.

    Tom DeHaven, que fez a diferença entre eu querer ser um escritor e eu realmente querer ser um escritor.

    Capítulo 1

    Tim encarou o lado de fora através da janela suja do Chiken Hut. O letreiro vermelho lançava um brilho rosa no estacionamento, e Tim manteve uma das mãos no bolso do jeans para se segurar contra o impulso natural de apertar o botão de desligar. Seu relógio marcava nove horas em ponto. Hora de fechar. Eles não recebiam um cliente há mais de quarenta e cinco minutos, e ele não queria que um viesse agora. Ela já havia bebido três cervejas e estava muito bem com a quarta. Pensamentos sobre frangos e clientes seriam muito bem esquecidos se não fosse pelo apitar e piscar continuo daquele maldito letreiro. Aquilo era um farol no escuro, convidado mais um idiota gordo para entrar e pedir por frango, depois que todo o equipamento tivesse sido desligado. Mas ele não podia desligar. O novo Mestre da Caverna poderia precisar do letreiro para encontrar o lugar.

    Ele não havia percebido a batida maçante até que ela parou de repente. Seu olhar foi do estacionamento para o interior do restaurante. Tudo estava como deveria estar. Cooper estava bebendo uma cerveja. Julian, colega de trabalho de Cooper, que ele havia trazido para o jogo da noite, estava absorto na Terceira Edição do Manual do Jogador de Cavernas e Criaturas. A batida começou de novo.

    Vocês ouviram isso? Tim perguntou.

    Julian não ergueu os olhos do livro.

    Cooper levantou e pegou outra lata de cerveja da geladeira. O barulho de batidas? Sim. É irritante pra caramba. Esse lugar não foi construído em cima de um cemitério indiano, foi?

    Tim voltou a olhar pela janela. Não, Cooper. Eu acredito que não.

    Cooper fez um barulho entre um ronco e um arroto. Pelo estado dessa desgraça, eu acho que é uma boa aposta dizer que ele antecede alguma tribo indiana. Ele colocou os pés sobre a mesa e abriu a lata.

    Ninguém está implorando para que você fique, Tim disse, virando-se para encará-lo. Qual é, cara. Tire seus pés da mesa. As pessoas comem aí. Ele olhou de volta para a janela. De qualquer forma, onde está esse personagem Mordred? Era pra ele estar aqui há cinquenta minutos.

    Ele vai vir, Cooper disse. Qualquer pessoa que se dispõe a dirigir de Biloxi até aqui, só para jogar C&C com um bando de estranhos, com certeza tem uma queda pelo jogo.

    Essa é outra coisa, Tim disse. Que tipo de estranhos você convidou para o meu restaurante?

    Eu não sei, Cooper respondeu. Eu só coloquei um anuncio no jornal. De verdade. Que alternativa eu tinha? Eu não vou voltar a revezar o papel de Mestre da Caverna. É como ser um motorista obrigatório.

    Você diz isso no sentido de que nenhuma dessas opções faz você parar de beber de verdade?

    Julian olhou por cima do livro. Qual a diferença entre um toco e um gnomo?

    Entre dois ou quatro centímetros, Cooper respondeu. Sua feminilidade vai continuar sendo a mesma, não importa qual dos dois você escolha.

    Eu acho que vou ser um elfo.

    Ótimo.

    Mas o que é esse barulho? Tim perguntou novamente. Está me deixando louco!

    Fica calmo cara. Cooper disse. Provavelmente é só algum vagabundo se pegando com a sua mãe contra a parede do prédio.

    Eu não aguento mais, Tim disse. Ele andou até a cozinha. Katherine!

    Sim? sua irmã respondeu sem olhar para ele. Ela estava no escritório, olhando para si mesma em um espelho quebrado e passando uma camada de batom vermelho.

    Você ouviu esse barulho?

    Katherine franziu os lábios. Sim, ela respondeu. Eu acho que um dos seus amigos ficou preso no freezer.

    Merda! E você não... Dave! Tim correu até a porta do freezer a abriu.

    Dave o encarou com os olhos estreitos. Ele retirou o picolé da boca. Você tem ideia de quanto tempo faz que eu estou batendo nessa porta?

    Desculpa cara, a trava de segurança está quebrada, Tim respondeu. Você deveria colocar esse bloco de madeira entre a porta e o batente quando entrar.

    Você sabe quão perigoso é isso? Eu poderia ter congelado até a morte.

    Não, não poderia. Tim respondeu, pegando uma cerveja. Olhe, essa cerveja está aqui há mais tempo que você e mal está gelada o suficiente para beber.

    Tanto faz. Dave disse. Escute, só não diga ao Cooper sobre isso. Eu só consigo aguentar mais um pouco das merdas dele essa noite.

    Pode deixar.

    Ei, Tim, Cooper gritou lá da frente. hora de parar de ficar se tocando aí atrás. Eu acho que ele chegou.

    Vamos lá. Tim disse. Ele e Dave correram até a área de jantar.

    Tim, Cooper e Dave espiaram pela janela, vesgos com as luzes que brilhavam sobre eles. Julian permaneceu onde estava, com o rosto enterrado no livro.

    Céus, eu espero que não seja um cliente. Tim comentou.

    Oh, ei Dave. Cooper disse. Onde diabos você esteve?

    Bom saber que sentiu minha falta. Dave respondeu.

    Você me trouxe um picolé?

    Aqui. Dave respondeu, entregando um picolé para Cooper.

    Merda. Cooper disse. Laranja?

    De nada. Dave respondeu.

    O barulho de uma porta de carro se fechando.

    Ai meu Deus. Cooper comentou.

    Um homem gordo com uma capa roxa de veludo estava parado ao lado do carro, olhando para eles. Ele parecia ser bons dez anos mais velho que todos no Chicken Hut, e tinha muito mais cabelo no rosto do que em cima da cabeça. Ele ergueu uma parte da capa, revelando uma camiseta cinza, desgastada, e um arco elaborado.

    Katherine! Tim engasgou. Ele correu de volta para a cozinha e a impediu de sair, no exato momento em que ela entrava na sala de jantar.

    Caramba, Tim! Ela disse. Olhe para onde você está indo.

    Oi, Kat. Cooper disse. Quer fazer um role-play de fantasia mais tarde?

    Vá transar com um orc, perdedor. Ela respondeu com um sorriso falso e um dedo do meio.

    Talvez seja melhor você sair pelos fundos. Tim sugeriu, tentando esconder o pânico de sua voz. Tem um policial ali na frente.

    Oh, certo, obrigada. Katherine disse. Ela mal havia dado alguns passos quando virou para trás novamente. Espere um segundo. Eu não fiz nada errado ainda. Por que eu preciso me preocupar com-

    O sino da porta da frente tocou quando a porta se abriu. Tim abaixou a cabeça.

    O silêncio de Katherine, atrás de si, sugeria que ela estava chocada demais para rir.

    É este o lugar onde o conto de encantamento da noite deverá ocorrer? perguntou o novo Mestre da Caverna, com grandes olhos brilhantes e um sorriso largo.

    Pensando bem, Katherine disse, talvez eu saia pelos fundos. Ela deu um tapa nas costas de Tim. Divirta-se, irmão. Ela comentou, voltando para a cozinha. Se ela havia saído por educação, não havia necessidade disso. Todos os rapazes trocaram olhares desconfortáveis enquanto ouviam a risada vinda da cozinha.

    Você deve ser Mordred. Tim disse. Eu sou Tim. Ele estendeu a mão.

    Mordred aceitou o cumprimento, desinteressado, e ergueu o pescoço para olhar por cima do ombro de Tim. Eu devo acreditar que a dama não se juntará a nós esta noite?

    Não. Tim respondeu. A dama certamente não se juntará a nós.

    A lateral do lábio de Mordred tremeu e suas narinas se abriram. Ele voltou sua atenção à Tim. Você é aquele que me convocou esta tarde?

    Esse seria eu, Cooper respondeu, ficando em pé. Eu coloquei o anuncio no jornal, se é isso o que você quer dizer. Eu sou Cooper, esse é Julian. Você já conheceu o Tim.

    Eu sou o Dave. Dave comentou após esperar uns segundos para confirmar que Cooper não iria apresentá-lo.

    Vocês podem me chamar de Mordred. Mordred disse. Ou Mestre da Caverna, se preferirem.

    Sim. Cooper respondeu. Nós veremos sobre isso.

    Mordred inspecionou a sala de jantar do Chicken Hut. É aqui onde vocês pretendem jogar?

    Sim. Tim disse. É aqui que nós sempre jogamos.

    Eu acredito que seja adequado. No entanto, eu exijo minha própria mesa.

    Imediatamente, sua majestade. Tim respondeu, deslizando uma das mesas do aglomerado que seus amigos já haviam preparado.

    Obrigado. Mordred sentou e colocou uma grande bolsa de tecido na cadeira ao seu lado. Vocês já prepararam os personagem usando o guia que eu enviei ao Cooper?

    Sim. Tim respondeu, pegando um pedaço de papel de uma pasta que estava sobre a mesa. Dave e Cooper fizeram o mesmo.

    Posso inspecioná-los? Mordred puxou o papel de suas mãos. Seus olhos de porco passavam dos papeis para eles, enquanto ele soltava grunhidos de aprovação e desaprovação. Um anão, um meio-orc, e um halfling. Ele comentou. Um grupo de amigos um tanto diferente. Vocês entendem, é claro, que anões e meio-orcs não se dão bem, certo?

    Isso não seria muito difícil de interpretar. Dave e Cooper não se dão bem de qualquer jeito.

    Muito bem. Mordred respondeu. Se é isso o que vocês querem. Espere, por que só tem três personagens aqui?

    Eu não escolhi um. Julian disse. Eu nunca joguei antes e não sei-

    Um jogador virgem! Mordred exclamou. Que maravilha!

    Cooper engasgou com um gole de cerveja. Se Mordred tivesse dito um segundo mais cedo, ele teria sido recompensando com um banho de cerveja e cuspe, vindos de Cooper. Cara, se algum de nós, nesta sala, é um jogador virgem,-

    Dave interrompeu-o com uma cotovelada em sua bacia, sendo retribuído com um soco muito mais forte em seu braço.

    Mordred andou até Julian enquanto sacudia os dados para determinar o nível de habilidade de seu personagem. Que raça você acha que gostaria de ser?

    Judeu não é uma opção. Cooper disse.

    Eu não sei. Julian respondeu. Eu acho que vou ficar bem sendo aquele branco. Seria mais fácil de interpretar, já que sou novo nisso. Cooper, Dave e Tim sorriram, mas Mordred mal sorriu amigavelmente.

    Nesse jogo, raças incluem humanos, elfos anões-

    Oh, esse aí. O rosto de Julian corou. Eu quero ser um elfo.

    Excelente. Mordred comentou. E qual classe?

    Escolha média alta. Cooper sugeriu.

    Mordred interrompeu qualquer potencial para discussões mais aprofundadas com uma explicação. Classes incluem lutador, mago, clérig-

    Eu quero ser um mago. Julain respondeu.

    Sério? Mordred perguntou, mostrando dúvida.

    Por que diabos você quer ser um mago? Cooper perguntou. Você só tem um nível de inteligência até onze.

    Eu quero usar mágica.

    Então seja um maldito feiticeiro. Você terá um nível alto de carisma.

    Eu li no livro que uma classe favorecida de elfo é o mago. Julian disse, olhando para Mordred, esperando uma confirmação.

    Um excelente ponto! Mordred disse. Eu lhe concedo trezentos pontos de experiência.

    Pra quê essa merda? Cooper perguntou.

    Para o jogo, é claro. Mordred respondeu. Ele me mostrou que colocou muito esforço para compreender seu personagem ao invés de olhar os números para conseguir bônus maiores. Ele olhou novamente para a folha do personagem de Julian. Além disso, ele murmurou, com esse personagem, ele vai precisar de toda a ajuda que conseguir.

    Julian deu de ombros e escreveu em um papel seus trezentos pontos.

    Podemos começar agora? Tim perguntou.

    Mas ele não terminou ainda. Mordred disse. Ele ainda precisa escolher as habilidades e táticas, e comprar equipamento.

    Deixe-o ficar com o pacote de iniciante. Dave sugeriu. Ele nunca jogou antes. Se ele tiver que passar por tudo isso, nós vamos ficar aqui a noite toda.

    Mordred levou isso em consideração. Você quer ficar o pacote de iniciante? Ele abriu um manual de jogador na página correta e mostrou para Julian.

    Julian olhou por um momento. "Eu não sei o que a maioria dessas coisas são, mas, claro. Oh... Se bem que eu prefiro lutar com uma espada do que com um cajado.

    Magos lutam com gravetos. Cooper disse. Se você queria usar uma espada, então não deveria ter escolhido ser uma bruxinha ridícula.

    Ah. Mordred disse. Mas lutas de espadas são parte da cultura dos elfos. Todos os elfos são profissionais na arte da espada.

    Ótimo. Julian respondeu, olhando desafiadoramente para Cooper. Então eu posso ter uma espada?

    Eu receio que não.

    Por que não?

    Um cajado é de graça. É basicamente um graveto, apesar de tudo. Uma espada custa o dinheiro que você não tem.

    Oh. Julian disse. Tudo bem.

    Eu vou te dizer isso. Mordred começou. Já que você é novo no jogo, eu vou lhe dar os materiais mágicos que você irá precisar para invocar seu familiar. Isso tem o valor de cem pedaços de ouro.

    Eu posso vender isso para comprar uma espada?

    Você pode pegar uma espada em qualquer lugar. Tim disse. Nós estamos destinados a lutar contra alguém com uma espada, mais cedo ou mais tarde. Confie em mim, Mordred está lhe oferecendo um bom acordo. Aceite.

    O que é um familiar? Julian perguntou.

    É tipo um animal amigo que os magos e feiticeiros podem ter. Dave respondeu.

    Tipo um animal de estimação?

    Não... Bem, é, tipo isso. Mas vocês compartilham um laço de afeto, e ele pode fazer algumas coisas por você e esse tipo de coisa.

    Tipo pegar o jornal.

    Pelo amor de qualquer coisa. Cooper disse. Só pegue esse saco de porcaria mágica e vamos logo com isso.

    Tudo bem. Julian disse. Saco... de... porcaria... mágica. Ele sussurrou para si mesmo enquanto escrevia isso em seu inventário.

    Muito bem. Mordred comentou. Então nós temos um halfling trapaceiro, Ele passou a folha do personagem de Tim para ele. Um anão clérigo, ele entregou a folha à Dave. Um meio-orc bárbaro. Ele entregou a de Cooper. E um elfo mago. Ele terminou, entregando a folha de Julian. Essa é a última chance de vocês mudarem de ideia. Eu irei avisá-los que um grupo desses não é muito bem aceito em certas áreas da sociedade.

    Eu sou um bárbaro. Cooper disse. Eu evito a sociedade!

    E a sociedade o agradece. Tim disse. Agora cale a boca.

    Tudo bem. Cooper disse. Vamos começar essa merda. Você quer uma cerveja, Mordred?

    Eu não bebo álcool.

    Sério? A decisão de usar essa capa foi feita com você sóbrio?

    Todos eles riram. Mordred franziu o cenho para Julian. É um manto. Ele disse.

    Dave desviou o olhar e apertou os lábios. Os olhos de Tim começaram a lacrimejar.

    Nós nem começamos ainda, Mordred disse. e vocês já estão agindo como um bando de imbecis bêbados. É precisamente por isso que eu nunca entrei no mundo da bebida.

    Tim engoliu sua risada. Mordred não estava lidando muito bem com as piadinhas de Cooper.

    Mordred pegou sua bolsa de tecido e retirou uma bolsa de cetim preta de lá de dentro. Sua superfície brilhava como metal liquido, e ela tinha alças trançadas cor de prata. Ele colocou a bolsa na sua frente e passou o dedo em sua superfície, sorrindo para si mesmo.

    Que tal uma Coca-cola? Cooper perguntou.

    Huh? Mordred perguntou de repente, como se acordasse de um sonho. Cooper parou na frente de Mordred, segurando uma Coca-cola. Mordred soltou a bolsa.

    O que tem aí? Cooper estendeu a mão pra a bolsa. Suas loucuras?

    Afaste-se! Mordred gritou, puxando sua bolsa para longe com uma das mãos e afastando Cooper com a outra.

    Jesus, cara. Sinto muito.

    Mordred voltou ao normal. Sinto muito. Ele disse. Esse é um par especial de dados. Eles são raros e muito preciosos. Eu não deixo qualquer um usá-los.

    Ele puxou uma segunda sacola de sua bolsa de tecido. Essa era marrom escuro e de couro. Ele colocou um par de dados combinantes de mármore azul em sua mesa. Eles deviam ser novinhos em folha.

    Tim retirou seus próprios dados de uma bolsa da Coroa Real. Eles estavam bem sujos, eram pesados e gastos. Havia apenas três e eles não combinavam. Entre eles estava uma cabeça de um homem de lego com o rosto arrancado, uma asa torta e um cabelo pubiano.

    Cooper pegou outra cerveja e se sentou.

    Mordred fechou seus olhos e inspirou profundamente. Devemos começar?

    Capítulo 2

    Por meses, vocês quatro viajaram, uma vida de aventuras os chamou para deixar suas casas e famílias e procurar por fortunas. Durante o caminho, seus caminhos se cruzaram e vocês decidiram viajar juntos, colocando de lado suas diferenças raciais e filosóficas. Vocês vieram para os arredores de uma cidade.

    Qual o nome da cidade? Cooper perguntou.

    Você não sabe. Mordred disse. Você não pode ler a placa.

    É uma placa mágica? Julian perguntou. Eu consigo ler mágicas.

    Não. Mordred disse. É uma placa comum. Ele não consegue ler porque é um bárbaro, e bárbaros não sabem ler.

    Então o que diz aí? Tim perguntou.

    Na língua comum, diz ‘Bem vindo à Algor’.

    Al Gore? Dave perguntou.

    É uma cidade verde? Cooper perguntou.

    Algor! Mordred retrucou. É uma palavra só. Não tem espaço. Ele estendeu a mão para a bolsa de seda atrás de si.

    Tim lançou um olhar para Cooper, como se o defendesse, e Cooper ficou em silêncio.

    Mordred colocou ambas as mãos firmemente sobre a mesa e continuou. Uma alta estaca de madeira rodeia a cidade. O portão principal é guardado por um único soldado, e o tráfico para dentro e para fora é feito livremente, até onde podemos dizer. Fora do portão, de ambos os lados da estrada, existem dois menhir, negros, relíquias de um povo há muito-

    Eles têm que ficar do lado de fora porque são negros? Julian perguntou.

    O que?

    Eu quero falar com um deles.

    Quem?

    Um dos dois homens negros.

    Menhir?

    Sim, claro. Aqui, ali, não importa onde eles estejam.

    Uhm... Tudo bem.

    Bom dia para você, senhor. Julian disse. Eu sou Melvin, o Branco, sem ofensa, filho de Zorbin, o Grande! Meus amigos e eu viajamos de longe e-

    Mordred o interrompeu. O guarda no portão está perguntando por que você está conversando com um objeto inanimado.

    Que piada racista! Julian disse. Eu irei atirar uma flecha nele.

    Você não tem um arco.

    Eu posso bater nele com o meu cajado?

    Não. Mordred disse. Ele está a quinze metros de distância.

    Você é um mago, idiota. Cooper disse. Por que não usa mágica?

    Oh, é mesmo. Julian comentou. Eu vou usar magia nele.

    Que magia você gostaria de lançar?

    Eu não sei. Relâmpagos ou algo assim.

    Relâmpago é um encanto de terceiro nível. Agora, o melhor que você pode fazer é usar uma Mágica de Míssil.

    Maneiro. Eu vou usar.

    Você memorizou?

    Eu tenho que memorizar?

    Julian, Tim disse. todos os dias você precisa memorizar os encantos que quer usar. Muito bem Mordred. Podemos ir?

    Ir? Julian perguntou. Vocês realmente não se importam com o jeito que eles tratam os homens negros e altos nessa cidade?

    Menhir. Mordred corrigiu.

    Tudo bem. Julian respondeu. O modo como eles tratam homens negros e altos, aqui, nessa cidade. Feliz agora?

    Oh, pelo amor de qualquer coisa! Cooper gritou. M-E-N-H-I-R. É a droga de um pilar de pedra!

    Oh. Julian disse. Bem, sinto muito. Eu acho que nunca me encontrei muito com menhirs, como vocês já fizeram.

    Sua mãe já encontrou várias deles aqui. Cooper respondeu. Os altos e pretos são os favoritos dela.

    Julian, anote mais cem pontos de experiência.

    Pra quê? Cooper perguntou.

    Por tentar permanecer no personagem e continuar jogando. Ele colocou algum esforço na história dele.

    Julian marcou mais cem pontos na folha de seu personagem e sorriu para Cooper.

    O guarda se aproxima e grita ‘Parados!’.

    Bom dia, senhor. Tim responde.

    Onde vocês acham que estão levando essa besta? Mordred aponta para Cooper.

    Quem você está chamando de besta, seu filho da-

    Esse é nosso amigo. Dave interrompe. Ele não oferece perigo algum à você ou a esta cidade. Nós viemos de longe e procuramos-

    O motivo de você se associar com criaturas como ele não me importa. Nenhum orc pode colocar os pés em Algor. Essa é a lei de nossa terra.

    Eu disse que esse cara era racista. Julian disse.

    Ele é só meio-orc. Tim respondeu. A mãe dele era humana.

    Então você acha que eu deveria deixá-lo passar só porque a mãe dele era uma maldita humana que se entregava aos orcs? Talvez eu devesse me curvar aos pés dele também. Todos o saúdem, cuja mãe se engraçava para os-

    Esquece. Cooper disse. Eu vou matá-lo.

    Sério? Mordred perguntou.

    Com certeza. Cooper respondeu, pegando um dado de vinte lados. Eu vou arrancar a cabeça desse desgraçado. Ele rolou o dado. 19.

    Mordred encolheu os ombros. Tudo bem. Você eleva seu machado acima de sua cabeça e sua lâmina encontra o pescoço do inimigo. É um corte limpo e a cabeça rola pelo chão.

    Adorável. Eu o coloco em minha sacola.

    Se você quiser.

    Eu ganho algum ponto de experiência?

    Não.

    Por que não?

    Esse guarda não oferecia nenhum desafio. Ele era só um peão do cenário. Ele só tinha dois pontos de vida.

    E a história de interpretar o personagem?

    Você chama isso de interpretar?

    Eu sou a droga de um bárbaro, e ele disse que minha mãe era uma maldita que se entregava aos orcs. Seria mais dentro do meu personagem se eu o desafiasse para uma discussão racional?

    Tudo bem. Pegue cinquenta pontos.

    Sua mãe ganha cinquenta pontos. Ele murmurou, mas anotou os cinquenta pontos sem discutir mais.

    Mordred falou de repente, chamando atenção para si. Pessoas estão gritando. Não demora muito até você ouvir um sino tocando e guardas gritando de dentro dos portões.

    Merda, Cooper. Dave disse. Eles vão acabar com a gente!

    Vai se ferrar, Dave. A honra de minha mãe estava em jogo.

    Tim se dirigiu a Mordred diretamente. Você disse que tem muito movimento dentro e fora da cidade, certo?

    Bastante, sim.

    Ele se virou para o grupo. Vamos roubar uma carroça e dar o fora daqui.

    Parece bom para mim. Dave disse.

    Um bom plano para o momento. Mordred disse. Cem pontos de experiência para você.

    Eu vou encontrar uma carroça mais para dentro da cidade. Cooper disse. Se eu tivesse tempo para ser exigente, escolheria um que tivesse um par de cavalos saudáveis.

    Você procura a condução apropriada. Uma carroça coberta, com dois cavalos, que você julgue estar em boas condições.

    Eu vou erguer meu machado e obrigar o condutor a nos dar a carroça!

    Mordred rolou alguns dados atrás de sua tela. Faça como disse.

    Rápido, todo mundo para a carroça.

    Ok. Tim disse. Nós estamos todos na carroça. Vamos lá!

    Mordred sorriu. Alguém tem alguma classificação na habilidade de Lidar com Animais?

    Todos olharam para os papéis de seus personagens e, então, um para o outro.

    Eu tenho diplomacia. Julian disse.

    Você pode fazer animais selvagens se darem bem com seus pontos de carisma.

    Uh... Vão cavalos!

    Jogue um dado.

    Seis é suficiente?

    Não. Os cavalos não se movem. Vocês começam a ver uma nuvem de poeira se erguendo acima da estaca enquanto os sons dos trovões aumentam em sua direção.

    Eu vou pegar o cajado de Julian, Cooper disse. e cutucar um dos cavalos com ele.

    Os cavalos correm para frente, fora de controle. Faça uma checagem de destreza.

    Tim, Dave e Cooper pegam um dado de vinte lados, e Julian rapidamente faz o mesmo.

    "Quatro. Cooper disse.

    Doze. Dave disse.

    Seis. Tim respondeu.

    Há! Julian gritou. Vinte! Seu olhar triunfante foi de encontro com os olhares de dó do resto dos jogadores. O que?

    A checagem de destreza é melhor se for baixa. Tim explicou.

    Droga. Julian disse.

    Mordred falou. Você perde seu equilíbrio e começa a cair da carroça.

    Minha checagem foi a melhor, Cooper disse. Posso tentar pegá-lo?

    Mordred considerou a ideia. Ok. Faça outra checagem e você pode pegá-lo.

    Cooper rolou os dados de novo. Quatorze! Consegui!

    É justo. Marque cem pontos de experiência. Cinquenta são por fazer os cavalos se mexerem e cinquenta por salvar seu amigo.

    Então nós estamos voltando de onde viemos? Dave perguntou. O que tem naquele caminho?

    Vocês descem a estrada por mais quinhentos metros, mais ou menos, mas a estrada faz uma curva e os cavalos continuam reto. Vocês conseguem ver um grupo de cinco cavalos os seguindo. Diferente de seus cavalos, eles não estão sendo comandados por mais nada além de seus cavaleiros, e eles estão se aproximando rapidamente de vocês.

    O que os cavaleiros estão usando? Tim perguntou.

    Eles estão usando uma armadura de cota de malha e armados com arcos e flechas automáticos, além de espadas longas.

    O que tem na nossa frente? Dave perguntou.

    O começo da floresta. Os cavalos não serão capazes de manobrar entre as árvores com a carroça. É estimado que sua carroça atinja as árvores ao mesmo tempo que os guardas os alcancem.

    Droga. Cooper suspirou. Quem quer um cigarro?

    O que? Mordred perguntou.

    É, Dave disse. parece bom.

    Eu aceito. Julian respondeu.

    Eu vou até a loja pegar mais cerveja. Tim disse.

    Mas nós estamos prestes a ter um conflito. Mordred objetou. Vocês estão interrompendo o curso do jogo!

    Cooper acendeu um cigarro enquanto ia para o lado de fora. "Por que

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