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Trinta Dias como Red
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E-book227 páginas2 horas

Trinta Dias como Red

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Sobre este e-book

Pouco depois do marido de Liv Walters, David entrar em coma, ela descobre que ele planeava deixá-la. Desesperada em fugir do seu casamento condenado, Liv embarca num cruzeiro pelo Mediterrâneo onde ela inicia um projeto de sabedoria em trinta dias e abraça uma nova identidade – Red. Mas a vida como Red não corre como ela espera. Com David a recuperar lentamente, Liv não consegue fugir mais dos seus fantasmas que a assombram e o desejo dela de recuperar a relação deles. Liv mal sabe que David pretende destruir a vida dela em trinta dias.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento16 de jan. de 2017
ISBN9781507160596
Trinta Dias como Red

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    Trinta Dias como Red - Geraldine Solon

    Para os meus maiores tesouros,

    Arnel e Stefan

    ––––––––

    Prólogo

    Eu sabia o que ia acontecer, não o posso negar. Quando uma pessoa que amas colapsa mesmo à tua frente com os olhos a piscar como uma luz de strobes num bar, tu bem sabes que tens de pedir ajuda. Mas eu não o fiz. Simplesmente mantive-me ali, a ouvir as ondas de ar a sair do seu peito, a contar os segundos até que ele se fosse embora. Mas ele ficou, e eu era Olivia Walters outra vez, a enfermeira que tomava conta de todos exceto dela própria. 

    Dia 1

    Liv

    A minha garagem não armazena apenas lembranças valiosas e lixo. Armazena segredos, histórias que só eu e o meu marido conhecemos. Mesmo assim, hoje abri a porta da minha casa a estranhos - para livrarmo-nos daquilo que já não precisamos e mantermos o que é vital.

    Contando o dinheiro das vendas, examino as contas médicas de David empilhadas sobre um recipiente. Nem chega perto ao que é devido.

    Assusto me com um assobio.

    Viro me e vejo Christopher Harris, o meu melhor amigo desde o secundário. Se David o visse franzia logo as sobrancelhas, queixava se com frequência que eu passo mais tempo com Christopher do que com ele. Fico feliz por ele estar aqui para me confortar.

    Ele levanta as sobrancelhas. Precisas de sair desse uniforme.

    Christopher é mesmo assim, brusco como o vómito.

    Sabes como é confortável. Dou-lhe um grande abraço. Já vens tarde para a festa. A venda de garagem já terminou.

    Desculpa. Pede ao fazer uma cara de cachorrinho. Expira ao afastar uma teia de aranha, estuda as caixas, e abana a cabeça. Santo Deus, o que é que tens aqui?

    Coisas que fomos acumulando ao longo dos anos. Montes de lixo, como podes ver.

    A minha sogra sai pela porta das traseiras e coloca dois copos com limonada sobre a mesa.

    Christopher beija-a nas duas bochechas. Diana está fabulosa como nunca.

    A minha sempre alegre sogra, endireita o seu vestido de caqui e faz uma vênia. Pareceu-me ouvir a tua voz. Como estás, Christopher?

    Nunca estive melhor. Acabei de fazer uma massagem. O que explica o meu atraso. Sorri para mim. Sinto me um homem novo.

    Ela pisca-lhe o olho. És um mimado

    Sim, o Christopher está sempre pronto para uma aventura. Abri umas cadeiras dobráveis para nos sentarmos.

    Acomodamo-nos nos nossos lugares.

    Claro. Daqui a uma semana vou num cruzeiro pelo Mediterrânio e preciso de eliminar isto. Diz encolhendo a barriga.

    A minha sogra dá um risinho. Embora o seu filho esteja a recuperar de um coma, ela finge que está tudo bem. David está em casa há um mês e como sou enfermeira, decidi tomar conta dele em casa, assim consigo vigiá-lo 24 horas por dia. A minha sogra consegue-me dar mais trabalho do que David. Ela tem fome de atenção.

    Lembro me de ir num cruzeiro quando tinha a tua idade. Diverti-me imenso. Diz ela.

    Enquanto eles continuavam a conversar, fui despejando lixo no caixote.

    Ei Liv acho que devias de me acompanhar, diz Christopher.

    Reviro os olhos. E quem é que toma conta do David?

    Oh, eu posso faze-lo, interrompe logo a minha sogra.

    Desato a rir. Mãe, você queixa-se de deixar o seu gato sozinho.

    Posso sempre trazer o Hommer para ficar connosco. Ela encolhe os ombros e pisca o olho a sorrir.

    Esqueceu-se que David é alérgico a gatos? Relembrei-lhe.

    Certo. Vou -vos deixar a sós enquanto vou ver o David. Ela entra rapidamente pela porta das traseiras.

    Ela não sabe a responsabilidade que implica tomar conta de um doente. Digo, olhando para Christopher.

    Mas não podes cuidar de toda gente.

    Eu sei. Eu sei. Lágrimas inundaram-me os olhos. David era uma pessoa tão enérgica, nunca deixava de fazer a sua corrida matinal ou caminhadas aos fins-de-semana. Odeio vê-lo tão impotente sem conseguir se lembrar de nada.

    O que é o que o médico disse?

    Depois de sorver a minha limonada, engoli em seco. Embora o David fala e tenha recuperado a sua força, ele parece estar perdido no espaço. Não há garantias que ele recupere a sua memória.

    "Tem de haver uma pausa disto tudo. Embora as contas estejam a aumentar e o trabalho chama por ti, consegues fazer melhor do que esta venda de garagem. Eu posso organizar uma angariação de fundos. Tens de lembrar de te tratar de ti. Ele aperta-me os braços. Estás exausta, esgotada, e céus, sem sexo."

    Dou uma valente gargalhada, mas dura pouco. Certo.

    Miúda deves de ter teias de aranha aí em baixo.

    Para. Vá-la, ajuda me com estas caixas. Christopher tem a capacidade de me fazer esquecer os maus bocados da minha vida. Aponto para as caixas que restam no canto. Não quero-me tornar num acumulador silencioso.

    Um sorriso formou se nos seus lábios. Tudo bem. Eu vejo estas duas pequenas.

    Certifica-te que me mostras tudo antes de deitares alguma coisa fora.

    Ele abana a cabeça. " Tu és uma acumuladora compulsiva."

    Ao abrir a caixa grito com uma aranha a sair de lá de dentro. Livra te disso.

    Está tudo bem? Pergunta a minha sogra da cozinha. Supostamente deveria estar com David no primeiro andar e não a espiar a nossa conversa.

    Sim, é só uma aranha.

    Damos uma risadinha.

    Tens muito que fazer, querida. Diz Christopher.

    A quem o dizes

    Ele agarra na última caixa e abra a. Christopher retira um envelope e lê. Querido David...

    Ei, essas são as nossas cartas de amor.

    Estou tão comovido...não sabia que eram tão melosos nessa altura. Ele respondeu.

    Tirei lhe o postal das mãos e coloquei tudo dentro da caixa. Eramos namorados na faculdade. Ou já te esqueceste?

    Christopher pestaneja. Vocês são namorados desde que me lembro.

    Os meus pensamentos voaram para o dia em que conheci o David.

    Tinha os meus dedos à volta de uns saltos altos, caminhei descalça em direção à porta do meu quarto do dormitório. Lágrimas corriam pela face, enquanto tateava a minha chave.

    Peço desculpa, uma voz masculina dirige-se a mim.

    Recusei a olhar depois de ter ficado pendurada.

    Ele apareceu há minha frente, com uns olhos verdes a transbordar gentileza. Peço desculpa, mas vou ficar com um peso na consciência se não lhe perguntar o porquê de estar a chorar.

    Sem dizer uma palavra, olhei para ele com cara de poucos amigos.

    Ele levantou as mãos em sinal de paz. Eu vi te à espera no café e –

    Você anda a seguir, interrompi-o bruscamente.

    Sim, quer dizer, não... não da maneira que está a pensar. Ele enfiou a mão no bolso. Uma mulher tão bonita como você, não deveria de estar triste. Eu quero-te animar.

    Os nossos olhares fixaram-se, e desde desse dia soube que David era o tal.

    Christopher estala os dedos. Ei, estás a ouvir?

    Hum? Desculpa. Coloco as cartas de lado.

    Tenho a certeza que deverá haver alguma coisa que gostarias de fazer por ti, não achas?

    Na realidade...Eu estou a planear começar um projeto de aprendizagem durante trinta dias, para me ajudar a aguentar esta altura de dor.

    "Chiça, isso é profundo. Fala me mais sobre isso.

    Preciso de escrever as coisas que vou aprendendo a cada dia para fazer uma compilação de trinta dias.

    Ele coloca uma mexa longa do meu cabelo arruivado por trás das minhas orelhas. Isso parece útil.

    Sim. Eu invejo te, meu amigo. Adorava acordar todos os dias num novo lugar e sentir me viva novamente.

    Minha querida, tens de pensar no meu convite. Imagina tu e eu num cruzeiro. Será o divertimento total e para não falar das gargalhadas.

    Sorrio. Deixa me levar essa caixa com as cartas de amor para dentro. Talvez ainda as leio ao David antes de adormecer.

    No momento que Christopher se despede, os meus ombros descaem sabendo que vai ser mais uma noite sossegada. Não aguento olhar para David, só me dá olhares em branco e conversas sem emoções.

    ***

    Nessa noite, aconchego me a David na cama enquanto lhe penteio-lhe o cabelo castanho fino.

    Reunindo as cartas e postais, encosto me ao lado dele. Querido encontrei as tuas cartas para mim do tempo da faculdade. Lembraste do nosso mote? Dizias sempre, ‘Eu amo te primeiro,’ e eu dizia, ‘Não, eu amo te desde o primeiro minuto que te vi’, to argumentavas, ‘Mas eu vi te primeiro.’ Eramos inseparáveis. Dei uma gargalhada, as minhas emoções estavam à flor da pele.

    David observa me e repete. Cartas.

    Quando abri um envelope, surgiu uma foto de mim e David.

    Ignorando a expressão inerte dele, Eu lembro me disto. Tivemos um jogo de ténis, e tu foste incrível. Inclinando a minha cabeça no seu ombro, vejo um bloco de notas. Quando formos velhinhos podemos ler estas cartas outra vez aos nossos filhos e netos...

    Nos últimos seis anos, tentei engravidar, mas falhei. Os médicos disseram nos para ter paciência apesar dos meus três abortos espontâneos. Talvez filhos e netos não fazem parte do nosso futuro.

    O bloco de notas está dentro da caixa. Reconheço a caligrafia de David. Está escrito como se ele estivesse com pressa.

    Trinta Dias Antes de Deixar a Minha Mulher.

    As minhas mãos congelaram. Isto é real? Reli a anotação novamente. Um calafrio percorre a coluna. Precipitei me para a casa de banho, vomitei o último bocado de lasanha que comi nessa noite. Molhando a cara com água, comecei a hiperventilar. Porque é que David querer-me-ia deixar? Merda, eu fui uma boa esposa. Eu sou uma boa esposa.

    David encontra-se na cama obviamente alheio ao que se passa enquanto eu me encosto novamente a ele. Uma parte de mim queria sufocá-lo com a almofada, a outra parte desejava perguntar-lhe o porquê.

    Sabia que já era tarde; agrarei no iPhone e enviei uma mensagem a Christopher. Vou contigo no cruzeiro.

    Coloquei todas as cartas incluindo o bloco de notas novamente dentro da caixa e selei a com fita adesiva vezes sem conta, até que a caixa era só fita.

    Ninguém pode mexer nesta caixa, Anuncio, direcionando o meu olhar a David para ver se ele reagia. Coloquei a debaixo das minhas roupas, dentro do nosso roupeiro, onde está seguro e eu poderia esquecer. Sim, é isso mesmo. Tudo o que quero fazer é esquecer que David está em coma, esquecer as contas médicas, esquecer que David planeava deixar-me, e esquecer que sou a Olivia Walters – a mulher de David.

    Dia 2

    ––––––––

    Liv

    A minha sogra abraça-me com força antes de eu entrar no avião para Barcelona com Christopher. Depois de me ver às voltas no meu quarto como um animal enjaulado, Diana insistiu que eu fosse com Christopher. O enfermeiro e ela fariam turnos para tomar conta de David, enquanto eu estivesse fora.

    Não te preocupes, o David fica em segurança comigo, ela segredou. As palavras dela avivaram me uma memória.

    David cobriu me os olhos com as mãos. Só mais uns passos e chegamos ao destino.

    Um rajar de vento frio atingiu me a face. Aonde me estás a levar?

    Ele agarrou me a mão. Quero que a nossa primeiro encontro seja especial.

    A voz suave dele e a forte rebentação forte das ondas do mar na orla, suava nos meus ouvidos.

    Chegamos. David retira as mãos, e mesmo há minha frente um céu em tons de rosa envolvem um sol dourado.

    O silêncio tomou conta de nós. A maneira como ele me agarrou a mão fez-me sentir segura.

    Não te disse que te queria animar? Ele pegou na minha face com as duas mãos, inclinou-se para a frente e beijou-me.

    Com os olhos fechados, não queria que este momento acabasse.

    A minha sogra liberta-se do nosso abraço. Segura? Segura foi o que senti naquele dia na praia. Segurança foi o que me fez casar com David. Segurança foi sempre o que senti com ele até ter lido aquela carta.

    Mas agora estou aqui para esquecer.

    ***

    O voo de San Francisco para Barcelona é tranquilo, mas mesmo assim não consigo dormir. O cruzeiro aguarda-nos com toda a sua presença majestosa. Olho para o navio, e sinto-me entusiasmada.

    Christopher socializa com outros clientes enquanto me agarra o braço. Devo dizer- lhe? Ele sempre achou que o David era muito fraco para mim, que eu o carregava. Eu não sabia o que ele queria dizer antes de nos casarmos e eu é que vestia as calças lá em casa. Mas o Christopher sempre me disse, desde que eu fosse feliz, era o que interessava.

    Fomos para a nossa cabine e pousamos as malas. O quarto dava nos as boas vindas com um tema de marinheiro e duas camas de casal.

    Christopher estende-se em cima da cama olhando o mar. La Dolce Vita.

    Através da janela, o sol continua a pôr-se, e eu desejo que o mar me leve embora a memória e que apague o que eu li.

    Christopher balança a anca. "O que é que queres fazer? Nadar? Podemos ir tomar banhos de sol à beira da piscina. Jogar bowling ou jogar no casino. É só dizer, Liv."

    E se eu fosse dormir? Tiro os meus sapatos.

    Dormir? Ele levanta as sobrancelhas. "Não, não, não. Miúda, nós vamos para a ramboia.

    Dou uma risadinha. Diversão. Sim, o objetivo disto tudo era mesmo esse. Sete dias sem ter de pensar em ninguém para além de mim, e não me sentir culpada de seja o que for. Ainda assim, imagens do objetivo de David continuam a passar pela minha cabeça, pondo-me tonta. Preciso de uma bebida.

    Essa é a minha menina. Christopher bate as palmas. Eu prometo-te que estas férias serão inesquecíveis. Ele abre o fecho da minha mala. Deixa me escolher o que vais vestir. Ele tira dois vestidos – preto e vermelho. Eu escolho o vermelho. Ele aperta os lábios. É lá! É melhor eu ser o teu guarda-costas esta noite.

    ***

    Vermelho é a cor da força. Vermelho é a cor do sangue. Vermelho descreve a fúria dentro de mim.

    Mas esta noite vou mergulhar no Bloody Mary que pedi.

    Enquanto Christopher dança pela noite for a, sento-me no bar com as

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