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Desembaraçando: País das Maravilhas, #2
Desembaraçando: País das Maravilhas, #2
Desembaraçando: País das Maravilhas, #2
E-book225 páginas3 horas

Desembaraçando: País das Maravilhas, #2

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Sobre este e-book

Há um ano atrás, Cadence afirmou ter ido parar no País das Maravilhas, mas ninguém acredita em sua história. Melody retorna para sua casa de infância na tentativa de ajudar seus pais a tirar sua irmã dessa fantasia que construiu sobre Gatos de Cheshire e um cavaleiro chamado Gareth. Porém, apenas quando Melody segue um coelho branco para dentro de um bosque, ela percebe que foi parar no mesmo lugar em que, inúmeras vezes, mandou Cadence admitir não existir.

Além da hora do chá e de criar objetos com suas mãos, poucas coisas importavam para o Chapeleiro. Após ajudar Devrel a trazer a garota errada ao País das Maravilhas na intenção de ajudar Gareth, ele não tem outra opção a não ser abrir as portas de sua casa, e um lugar em sua mesa de chá, para Melody. Pensando que ela o abandonaria da mesma maneira que Alice abandonou quando era mais novo, o Chapeleiro, mesmo não conseguindo tirar os olhos dos dela, tenta recusar o sentimento que começou a sentir ao vê-la pela primeira vez.


Sem que mais ninguém saiba, Cadence seguiu sua irmã pela toca do coelho, mas é deixada para procurar Gareth por conta própria. Ela se aventura através da vasta Tulgey Wood e descobre uma ameaça escondida dentro das ruinas de um reino que, há muito tempo atrás após a execução de sua Rainha, foi abandonado. Ela conseguirá avisar as pessoas do País das Maravilhas a tempo? Ou será rejeitada pela segunda vez?

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento16 de mai. de 2019
ISBN9781547586080
Desembaraçando: País das Maravilhas, #2
Autor

Rebekah Lewis

Rebekah Lewis has always been captivated by fictional worlds. An avid reader and lover of cinema, it was only a matter of time before she started writing her own stories and immersing herself in her imagination. Rebekah’s most popular series, The Cursed Satyroi, is paranormal romance based on Greek mythology. She also writes Fantasy and Time Travel. When satyrs, white rabbits, and stubborn heroes aren’t keeping her busy, she may be found putting her creativity to use as an award-winning cover artist. Rebekah holds a Bachelor of Arts in English Literature and lives in Savannah, GA with her cat, Bagheera.

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    Desembaraçando - Rebekah Lewis

    Desembaraçando

    REBEKAH LEWIS

    Dedicação

    Para Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido como Lewis Carroll, o qual as histórias estimulam a imaginação. Obrigada por criar personagens que ficaram comigo desde a minha infância.

    Para Jo Huysamen, extraordinária mulher de marketing, por nomear Melody e me ouvir lamentar escrevendo blog posts de mil palavras sem aviso. Para Summer Ross por me ajudar a pensar no título desse livro e Sandra Sookoo por me ajudar a montar esse romance.

    Acima de tudo, para os leitores que quiseram saber o que aconteceria após Evaporando.

    Oh, é amor, é o amor que faz o mundo girar.

    -Lewis Carroll,

    As Aventuras de Alice no País das Maravilhas.

    PRÓLOGO

    O Chapeleiro mordeu a linha, segurou-a esticada e sorriu ao sutil e reconfortante pop que ela fez ao arrebentar. Ele enfiou a agulha de costura em uma grande almofada de alfinetes na mesa a sua frente e, com as duas mãos, pegou sua obra-prima finalizada para examinar seu próprio trabalho. Era um chapéu feminino roxo escuro, com um laço de fita cor de ameixa, uma ampla aba e a parte da frente levemente inclinada para baixo para proteger os olhos da forte luz solar. Uma pena do pássaro Jubjub acentuada de um lado proporcionando uma explosão caótica de cores.

    Satisfação correu por suas veias ao ver o resultado de sua criação. Sem sequer um defeito, como sempre. Ainda assim, uma pertubação pairou em sua mente, sugerindo que seu talento impecável para criar não era impecável o suficiente. O resultado de tudo que ele criava era exatamente o que havia imaginado antes de começar a fazer. Onde estava o mistério? O desafio? A maravilha?

    Em um lugar conhecido como País das Maravilhas, maravilha certamente existe por conta própria em seus habitantes, não existe?

    O sino em miniatura sobre a porta da frente tocou, distraindo o Chapeleiro de seus pensamentos. Ele colocou o chapéu em cima de uma cavilha de madeira com aproximadamente o tamanho da cabeça de uma mulher para mais tarde levá-lo para sua sala de exposição. Então se virou em direção a porta. Sentou-se, apertou as mãos sobre a superfície já bem usada e arranhada de sua mesa de trabalho e esperou até seu visitante aparecer, ninguém apareceu.

    Franzindo as sobrancelhas, ele se mexeu no banquinho em que estava sentado. A porta continuava desocupada. Será que estava sendo roubado? Que curioso. Ele nunca foi roubado antes e não conseguia se lembrar da última vez em que houve um furto no País das Maravilhas. O crime havia reduzido desde que a Rainha de Copas encontrou seu destino.

    – Ei. Aqui em baixo. Chapeleiro

    Ele passou as mãos na madeira lisa, se levantou, e então espreitou sobre a beirada da mesa. Um gato listrado cinza e preto sorria para ele, balançando sua calda fofa pelo chão macio que Marchy varreu no dia anterior.

    – Oh, é você outra vez – o Chapeleiro contorceu os lábios em desgosto. Devrel, o último dos Gatos de Cheshire, uma raça de Boojums, visitava apenas quando estava procurando por algo, o que acontecia com frequência. – Quando você começou a usar a porta?

    – Eu já estava aqui e você me ignorou mesmo quando falei com você, então tentei uma aproximação diferente – ele desapareceu, o Chapeleiro voltou ao seu lugar no banquinho quando o gato reapareceu, do nada, em cima de sua mesa. Sendo que sentado o gato tinha aproximadamente sessenta centímetros de altura, o olhar azul do felino encontrou uniformemente com o do Chapeleiro. – Eu preciso de sua ajuda – Devrel levantou uma pata e lambeu entre suas garras.

    Como ele havia suspeitado. – Não.

    – Perdão? – O sorriso sempre presente de Devrel oscilou. – E eu aqui pensando que eramos amigos.

    – Eu disse não – o Chapeleiro esticou um braço para pegar o pires e a xícara de chá que havia deixado lá. Segurando o pires em uma mão, ele levou a xícara até seus lábios e... suspirou olhando para dentro da xícara vazia. Mais uma vez, tinha esquecido de colocar o chá. Sexta vez naquela semana.

    – Chapeleiro, não é para mim. É para o Gareth.

    Claro que era. Gareth, assassino do temido Jaguadarte, era o companheiro de Devrel. Bem, não seu companheiro companheiro, mas eles eram conhecidos por cruzar o País das Maravilhas juntos. Da mesma maneira que o Chapeleiro e Marchy eram considerados uma dupla. Independentemente, a mera citação do nome do homem trouxe um ressentimento que ele não conseguia deixar de lado, mesmo que Gareth não pudesse ser completamente responsável.

    – Vocês dois ainda estão me devendo cinco botões, dois dedais e um remendo.

    Devrel balançou bruscamente sua calda. – Você terá seus botões. Por acaso parece que tenho bolsos?

    – Eu fiz um colete para você como presente de desaniversário, e ainda assim, você recusa vesti-lo. Sua desculpa não vale de nada, costurei bolsos nele.

    Devrel deu um tapinha de leve nas costas da mão do Chapeleiro com sua pata macia. – E é um colete adorável, mas apenas visto ele para ocasiões especiais. Você não ia querer vê-lo arruinado, iria?

    – Não, acredito que não – porém, o Chapeleiro fez o colete com muito carinho. A pequena criatura não morreria se o vestisse uma vez ou outra. – Por que Gareth necessita de minha assistência? Ele não é mais que capaz de alcançar qualquer coisa que coloca em mente?

    – Não quando as duas rainhas negam seu pedido – ele rosnou e contraiu sua calda várias vezes em movimentos rápidos. – Se lembra da mulher na qual você fez um vestido há umas 6 semanas atrás a pedido dele?

    Como poderia se esquecer da atrevida que se recusou a cooperar com seu estilo de medidas? Naturalmente, ela estaria agarrada ao quadril de Gareth no momento em que ele iluminasse o caminho dela com um sorriso. O Chapeleiro compareceu ao baile real da Rainha Vermelha para ter certeza de que sua criação não fosse tratada como lixo. Felizmente, apesar de tudo, o vestido serviu perfeitamente em sua coluna. Ufa! Algumas pessoas não têm respeito pela arte da vestimenta adequada. Ela merecia Gareth por todo o cuidado que colocou nos detalhes.

    Você está sendo injusto mais uma vez... Maldita consciência. – Você está se referindo a garota descoberta?

    – Sim, sim. Exatamente.

    – O que tem ela? – O Chapeleiro levantou a xícara pela segunda vez, tardiamente se lembrando de que ainda estava vazia, e então, bufando a colocou de volta na mesa.

    – Gareth está mal. Desde quando o País das Maravilhas rejeitou Cadence ele...

    – Cadence?

    – O nome dela.

    – Se você está dizendo – Não era um nome muito bom. Mas poucos eram.

    – Desde quando o País das Maravilhas rejeitou Cadence – Devrel repetiu, evidentemente irritado pela interrupção, mas mantendo seu sorriso característico. – Ele mal come. Não está querendo fazer nada. Seu coração está doente, e isso tem de acabar antes que eu arranque os olhos dele de tanto tédio. A Rainha Vermelha ficou com pena dele e adiou sua exigência de casamento, mas está ficando sem paciência. Ela não vai deixá-lo continuar sozinho por muito tempo.

    O Chapeleiro correu seu dedo pela borda da xícara e murmurou. – É sempre trágico quando um homem tão promissor se torna vítima do coração – As palavras foram ditas amargamente, ainda assim, ou Devrel não percebeu seu tom de voz ou escolheu não comentar. Ele não esperava uma reação muito diferente.

    O gato olhou para o telhado e balançou a cabeça. – Chapeleiro, Chapeleiro. Querido, amável, esquecido Chapeleiro. Temos que trazer Cadence de volta. Você sabe como essa terra aumenta as emoções. Se lembra de quando Alice chorou lágrimas de sal?

    O Chapeleiro rangeu os dentes. Ela tinha sido completamente enfeitiçada e aquele bichano não tinha boas maneiras. Isso não tinha nada a ver com confundir desejo por amor. – O País das Maravilhas rejeitou a achada. Por que piorar as coisas indo tão longe por nada?

    Devrel analisou o comprimento da mesa de trabalho. O Chapeleiro moveu seus olhos de um lado para o outro enquanto a cauda do gato batia na pena de seu chapéu recentemente finalizado. De novo. Novamente. E mais uma vez. Ele pegou o chapéu e o levou para uma outra cavilha bem distante da trajetória da cauda de Devrel.

    – Ela não estava preparada – Devrel disse, aparentemente sem se incomodar pelas ações do Chapeleiro. – Ela tem família em seu mundo e isso pesou muito em seu coração. Eu a presenciei com Gareth enquanto iam para o Reino Vermelho. Havia algo lá, se formando, começando a crescer. Se a trouxermos de volta, ela terá uma chance de provar que pertence ao País das Maravilhas, que pertence ao Gareth. Ele teve tempo para perceber o que quer e tudo que ele precisa é uma última chance.

    Bom, se Gareth quer mais uma chance, de toda maneira...– Romantismo é uma perda de tempo. Um mito. Por que procurá-lo?

    – Eu não disse que você precisa acreditar no amor.

    Amor não o comovia. Se ele não pudesse segurá-lo em suas mãos, consertá-lo, moldá-lo, desenhá-lo, então...não existia. Nada que ele não pudesse criar para si mesmo tinha essência, e ele não tinha tempo para isso. O Chapeleiro analisou Devrel e perguntou. – Por que você acha que o País das Maravilhas permitiria a ela uma segunda chance?

    – A Alice teve.

    O gato parecia determinado a colocar o nome dela no meio da conversa. Alice. A garota que caiu por uma toca de coelho e abalou o reino deles. Ela, de alguma maneira, conseguiu entrar duas vezes quando encontrou, por acaso, uma das entradas por espelho. O Chapeleiro era mais novo na época, um garoto de quatorze anos na primeira vez, apenas dois anos mais velho que ela. Ele ficou intrigado por ela, mas... ela partiu.

    Duas vezes.

    Ele empurrou suas emoções de volta para trás das paredes que havia construido especialmente para conter esse assunto. – Alice encontrou seu caminho por conta própria e ainda assim não conseguiu ficar. Você trouxe a achada para cá.

    – Não posso trazê-la duas vezes da mesma maneira. Eu tentei. Agora ela sequer me vê quando cruzo entre os reinos, não importa o que eu faço ou tento lhe dizer. Alice não tinha nada aqui para vinculá-la ao nosso mundo, Cadence tem. Se ela retornar pelo Gareth, talvez possa ficar.

    O Chapeleiro contemplou o que Devrel disse enquanto pegava a xícara de chá e a carregava pelo cômodo. Nada para vinculá-la aqui, ela não tinha? Bah! Alice tinha amigos aqui. Ela poderia ter tido tudo que sonhava e até mais. Em sua segunda visita, ele tinha vinte e um e ela tinha dezenove anos. Ele a pediu que ficasse, a beijou e o beijo foi retribuído com interesse, mas não foi isso que o destino escolheu para os dois.

    O País das Maravilhas escolhe cuidadosamente quando deixa que alguém permaneça. As vezes faz sentido, outras vezes não faz o menor sentido. Alice não queria ficar, não o suficiente. O que significa que não importa o quão grande era o sentimento de Cadence por Gareth, também não era o suficiente. Amor é apenas um conceito excessivamente romantizado, não uma força superpoderosa que cria finais felizes onde quer que ouse se aventurar. Uma vez ele até acreditou em tal coisa. Não mais.

    Devrel o seguiu enquanto o Chapeleiro passava pelas curvas de sua casa e pela porta dos fundos. De baixo de um pavilhão, quatro mesas de tamanhos e formas variadas e com diferentes padrões de toalhas de mesa que as envolviam, sobre elas havia, juntos e espalhados, bules e aperitivos de todos os tipos. Um homem sentou-se no lugar ao lado da cadeira do Chapeleiro próximo a extremidade da mesa, usando uma colher de cabo longo para mexer o conteúdo de uma xícara de chá com movimentos preguiçosos. No topo de sua cabeça, duas orelhas de coelho marrons apareciam em seu chapéu, apenas alguns tons mais escuros que sua pele, porém, mais claras que o tom de seu cabelo. Apesar das orelhas, o resto de seu corpo era como o de qualquer outro homem. Harold March veio de uma família de réflins. Todos eles tinham uma característica animal, mas nenhum deles compartilhava da mesma característica.

    – Marchy – O Chapeleiro acenou enquanto pegava um bule de chá fumegante e despejava o líquido em uma xícara para si mesmo. Colocando o bule de volta a mesa, ele levou a porcelana até seus lábios, deu uma pausa, se virou para Devrel, e então, em vez de tomar, ofereceu-a para o gato. Marchy não disse nada, mas com seu dedo acariciou o pescoço do arganaz que estava dormindo ao lado de sua xícara.

    – Não, obrigado – Devrel pulou em uma poltrona em frente ao Marchy e suspirou contentemente enquanto se afundava nos contornos da almofada. – Preciso que você fale com o coelho.

    Marchy endireitou-se em sua cadeira. – Quem você está chamando de coelho, besta?

    Devrel chiou, acordando o arganaz que o encarou com os olhos arregalados e se enfiou no bolso da jaqueta de Marchy. Marchy deu leves tapinhas no bolso para confortá-lo.

    – Não estou falando de você, mas do Coelho Branco.

    Enquanto Marchy gargalhava da ideia, o Chapeleiro franziu a testa. – Ninguém simplesmente conversa com o Coelho Branco. Ele se aposentou após a tirania da Rainha de Copas e apenas aparece em eventos sociais quando quer – a Rainha Vermelha derrotou e executou a ex-monarca por todos os crimes que cometeu, um deles, havia sido exterminar a família inteira de Devrel porque o Boojum que ficou amigo de Alice tirou sarro dela. A partir disso, o Coelho Branco se distanciou de todo mundo e os rumores dizem que seu desaparecimento era devido a vergonha que sentia por ter tido medo de ter a cabeça arrancada ao deixar os serviços da rainha. Em vez disso, ele vivia em solidão para pagar por sua inação.

    – Sim, mas ele sempre gostou de você, e não gostava muito de mim. Se eu pedir, ele sequer vai me dar atenção. Mas se você pedir, pode ser que ele te ouça.

    Gostar é uma palavra forte. O Coelho meramente tolerava qualquer pessoa. – Você quer que ele crie um portal para o mundo da achada. Qualquer coisa pode acontecer. Qualquer um pode entrar antes que o portal se feche. E se você pegar a pessoa errada? O que mais pretende fazer? Vai alterar o tempo também? – O Chapeleiro podia listar todas as razões na qual isso poderia dar terrivelmente errado, mas ele não quis.

    – Não deve ter passado muito tempo desde que isso aconteceu, então não precisarei alterar o tempo. Além disso, alterar o tempo é ilegal. Já em relação a uma pessoa aleatória cair aqui, bom, isso é um risco que estou disposto a correr – Devrel olhou para dentro de sua xícara enquanto mexia o líquido âmbar com uma de suas garras. Seu sorriso parecia tenso.

    Olhando de um para o outro, Marchy tomou calmamente um gole de seu chá antes de acrescentar. – Trazer uma garota para cá parece dar muitos problemas horríveis. Eu digo para deixarmos a Rainha Vermelha escolher a noiva dele e acabar com isso. Noivas não são importantes desde que cumpram com suas obrigações.

    – O que explica o motivo de nenhuma mulher se arriscar a ser pega sozinha com você, Harold – Devrel disse, dobrando as orelhas para trás.

    – É mais divertido arriscar ser pego e sair impune – Marchy riu.

    O Chapeleiro revirou os olhos. Seu amigo era estupido, mas era um bom homem. Infelizmente, Devrel tinha razão. No País das Maravilhas, ser pego em um momento intimo com uma mulher resultava em casamento. Marchy parecia gostar de arriscar seu pescoço, por assim dizer. O Chapeleiro era muito ocupado para tais passatempos. Ele já se envolveu com mulheres no passado, mas ultimamente isso não lhe interessava. Ele não deixava mais que sua mente insistisse nesses pensamentos.

    Um rápido balanço da cauda de Devrel abafou o resto do barulho, um metrônomo no ritmo da batida constante do coração do Chapeleiro. Se o País das Maravilhas não aceitasse a Cadence, ela apenas daria a Gareth uma falsa esperança em sua chegada. Porém, seria tolice considerar qualquer coisa impossível. Devrel, um gato impossível com um sorriso impossível, acreditava que Cadence merecia uma segunda chance. Independentemente do quão lamentável isso possa ser e mesmo sem ter recebido os botões, os dedais e o remendo que iria colecionar. Ele ajudaria, maldito coração mole.

    CAPÍTULO UM

    Minha irmã é uma lunática.

    Melody Adams sentou-se na mesa em uma livraria de café enquanto Cadence folheava dramaticamente as páginas de um livro enorme de capa dura. Ela apostava seu Macchiato de Caramelo que o livro era sobre o Lewis Carroll e as histórias que ele escreveu. Romances fictícios. Para crianças.

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