Miúdas Terríveis - Livro 4 - A Lista: Miúdas Terríveis, #4
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Sobre este e-book
Finalmente, Sandy parece ter recuado na sua intimidação a Remmy. Ela está numa missão para ajudar Remmy a encaixar -se no "grupo popular" da escola. Para começar ... esta foi uma mudança bem-vinda para Remmy. Afinal, morar com uma meia-irmã que te odeia não é fácil!
Sandy faz uma lista para Remmy. Uma lista de como ser “fixe”. Remmy trabalha na lista de 7 regras para miúdas populares. Ao longo do caminho, ela descobre que algumas das regras são boas, enquanto outras são desastrosas!
Meninas entre 9 e 12 anos vão adorar essa nova história de Miúdas Terríveis. É cheio de drama, dilemas e, no final, Remmy percebe que ser fiel a si mesma é sempre a melhor política.
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Miúdas Terríveis - Livro 4 - A Lista - Katrina Kahler
Capítulo Um – Somos amigas?
Era final de tarde, mas o céu estava tão escuro que parecia estar-se a meio da noite. Remmy estava sentada na cama com um livro da escola na mão, mas estava sempre a olhar pela janela. A chuva batia contra o vidro e havia uma certa calma nesse bater que ela sabia que era provável intensificar-se em breve.
Bateram à porta, o que a fez desviar o olhar da janela coberta de pingos de chuva.
Entre
, disse, com voz rouca.
A porta abriu-se e uma Sandy com expressão de cordeirinho entrou no quarto.
Olá
. Ela fez um sorriso recatado.
Olá.
Remmy forçou um sorriso. Parou de respirar e olhou para o édredon.
Sandy era tão volátil como a tempestade e estava à espera que ela começasse a gritar.
O céu está tão escuro. Mesmo com as luzes acesas, o meu quarto parece tão sombrio
, disse Sandy.
Pois está
, murmurou Remmy.
Sandy dirigiu-se à prateleira dos livros de Remmy e passou um dedo pelas lombadas dos livros. Remmy observava-a com os olhos bem alerta, pronta a reagir se Sandy fizesse alguma coisa de mal.
Sandy retirou a mão dos livros, virou-se e sorriu para Remmy.
Bem, estava a pensar
, disse ela, ao rodar uma mecha de cabelo no dedo, Amanhã, devíamos ir dar uma corrida pela marginal, desde que a tempestade já tenha passado.
Fez-se um silêncio estranho até Remmy finalmente se lembrar de voltar a respirar. Pôs a mão no colar e esperou que Sandy subitamente começasse a rir. Mas isso não aconteceu.
Então, o que achas?
, perguntou Sandy.
Hum, sim
, murmurou Remmy. Uma corrida era... fixe.
Remmy não achava que fosse gostar de correr e não gostava de Sandy, mas, sendo colocada assim perante a situação, fazia-a sentir-se em pânico. Além disso, de certeza que Sandy não seria tão má?! Tinha de lhe dar outra oportunidade; afinal, viviam na mesma casa e andavam na mesma escola. As coisas seriam tão mais simples se elas se dessem bem. Será que era possível?
Ótimo. Tomamos o pequeno-almoço mais tarde, aí por volta das nove e meia, depois, apanhamos o autocarro.
OK, parece-me... bem.
É, não é?
, sorriu Sandy. Adoro correr numa manhã depois de uma tempestade. O ar é tão fresco.
Caminhou para a porta e pôs a mão no puxador.
Então, até amanhã.
Fez um aceno.
Sim, até amanhã.
Sandy fechou a porta atrás de si e deixou Remmy sozinha com os seus pensamentos. Olhou pela janela. A chuva tinha aumentado de intensidade e batia agora com força contra a janela. Esperava que a chuva continuasse toda a noite e pelo dia seguinte para não ter de ir correr com Sandy.
Olhou para o pulso já curado e dobrou os dedos. Se ainda estivesse partido, usá-lo-ia como desculpa para escapar da corrida. Deporto e Sandy, duas das suas coisas menos favoritas combinavam.
Desviou o olhar da janela e, de novo, para o livro. Ainda assim, a sua mente estava ocupada com pensamentos sobre Sandy e o que ela estaria a preparar.
Remmy acordou ao som dos pássaros a chilrear do lado de fora da janela. A tempestade tinha passado e o sol voltara. Relutantemente, saiu da cama e arrastou-se para a casa de banho. A mudança no tempo significava uma coisa, que teria de ir correr com Sandy.
Vestiu um par de leggings pretas e um top verde curto. Olhou por si abaixo para observar a escolha de roupa e soltou um suspiro. Prendeu o cabelo com uns ganchos e amarrou a parte de trás num rabo-de-cavalo enquanto descia as escadas.
Sandy já estava na cozinha, sentada ao balcão do pequeno-almoço, a comer umas panquecas de mirtilo. Sorriu a Remmy e meteu uma grande garfada de panqueca na boca.
Remmy sorriu-lhe de volta. Sandy estava a usar quase o mesmo tipo de roupa, mas com um top azul. E o seu cabelo também estava amarrado num rabo-de-cavalo.
Sentou-se ao lado de Sandy e olhou para a mãe, que estava a cantarolar enquanto fazia as panquecas.
Estão quase prontas, Remmy.
A mãe sorriu-lhe.
Obrigada, mãe.
Sandy, queres mais?
Sim, por favor, Janice.
Ela sorriu.
Uns minutos depois, Janice pôs um prato cheio de panquecas cobertas de molho à frente delas.
Obrigada, mãe.
Remmy espetou o garfo numa panqueca e colocou-a no seu prato.
Sim, obrigada, Janice. As tuas panquecas são as melhores.
Sandy picou uma com o seu garfo e transferiu-a para o seu prato.
Já soube que vocês as duas vão correr.
Janice sorriu. Agora que a tempestade passou, está um dia maravilhoso. Só não te esqueças de pôr muito protetor solar para não te queimares.
Sandy não conseguiu esconder o seu sorriso afetado ao morder a sua panqueca.
Está bem, mãe.
Remmy corou.
Ambas acabaram o pequeno-almoço e foram apanhar o autocarro para a marginal. Nenhuma delas falou muito durante a viagem e Remmy estava a começar a arrepender-se de ter concordado com aquilo. Pior, em breve, ia andar a correr em público.
Sweet Lips não era um local para muitas corridas por ser uma cidade pequena e montanhosa. Remmy não gostava de desporto, mas nunca tinha tido a oportunidade. Dizia a si própria que até era capaz de gostar.
Começaram com uns exercícios de aquecimento. Sandy mostrou-lhe como alongar os músculos da coxa e da barriga da perna.
Vamos começar com uma corridinha para aquecer
, disse Sandy, pondo um braço para trás das costas e esticando-o com o outro braço.
Ah, ok
, murmurou Remmy.
Tentou copiar Sandy no movimento, mas teve dificuldade em juntar os dois braços atrás das costas.
Sandy pôs os braços para baixo e Remmy imitou-a, aliviada por poder parar de os alongar.
Começaram a correr ao lado uma da outra. Remmy gostou de sentir a brisa do mar a roçar contra a sua face e de ver os surfistas e os patinadores a passar rapidamente por ela. Achou que correr era relaxante e gostou de observar o azul cristalino do mar.
––––––––
Podemos aumentar um bocadinho o ritmo?
, perguntou Sandy.
Claro
, replicou ela.
Ao esforçar-se por correr mais depressa, sentia o coração bater mais forte no seu peito e o sangue a fluir pelas pernas. Gostava destas sensações. Faziam-na sentir viva.
O oceano era um borrão passando rapidamente por ela, tal como as pessoas que passavam. Ainda assim, Remmy continuou a correr. Sandy bateu-lhe no ombro e ela voltou-se para olhar para ela.
Pode...mos....parar?
, perguntou, quase sem fôlego.
Remmy acenou com a cabeça e parou. Sandy curvou-se e arquejou e Remmy reparou que algumas mechas do cabelo de Sandy estavam coladas à sua cabeça com o suor.
Sandy abriu caminho até ao juro da marginal