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Voltando para casa: Amores Londrinos
Voltando para casa: Amores Londrinos
Voltando para casa: Amores Londrinos
E-book328 páginas2 horas

Voltando para casa: Amores Londrinos

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Sobre este e-book

Quando Sam conhece o mecânico sexy da irmã, Verlaine, macho alfa, ela instantaneamente se apaixona por aqueles lindos olhos castanhos e encantadores. Logo um romance ardente começa! Infelizmente, há negócios inacabados entre Sam e seu ex-namorado, Marcus, o bilionário carismático.
A irmã de Sam, Gemma, sabe que apenas Marcus pode salvar seu negócio de carros antigos. Mas Marcus esta decidido a resgatar Gemma e reconquistar Sam, e ele certamente não deixará o contratado mecânico ajudar.
Sam escolherá o novo amor sem dinheiro ou o rico ex? E como ela vai domar seu inimigo de infância, um clássico Bentley, para se tornar a mulher forte e poderosa que ela sempre quis ser?
Acrescente um romance gay ardente na mistura, e você terá um excitante passeio que vai te animar e te libertar!

IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de mai. de 2019
ISBN9781547583690
Voltando para casa: Amores Londrinos

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    Voltando para casa - Julie Farrell

    Capítulo um

    É uma verdade universalmente reconhecida que, se uma jovem fica ociosa em frente a um computador laptop por tempo suficiente, sua mente logo se resumirá em sexo.

    Sam passou os dedos sobre o teclado e forçou sua mente a se concentrar em sua ideia de mudar o mundo em vez de sua negligenciada libido. Ela respirou fundo e inalou o aroma de café fresco e refinado, que incitou um sorriso profundo até os ossos. Não era maravilhoso estar viva e livre? É certo que o preço do chá neste acolhedor café a chocou quando viu o cardápio pela primeira vez, mas isto era Kensington, não Calcutá. Sam estremeceu ao pensar na Índia. Ela realmente esteve naquele calor e em todo aquele caos, há apenas duas semanas atrás?

    Mas aqui era confortavelmente fresco, e Sam estava grata por seu lugar protegido do sol perto da janela. Ela tirou os tênis e sentou-se de pernas cruzadas na cadeira, ficando confortável na mesa de madeira. Ela estendeu a mão e tomou um gole de chá. Então ela cuspiu de volta na caneca novamente, percebendo que estava frio como uma pedra.

    Sam riu. Nada poderia derrubar seu humor otimista hoje - nem mesmo Gemma. Nem mesmo as consequências devastadoras da morte de seu pai, que importunava seu cérebro todas as noites, acordando-a todas as manhãs com dolorosos fragmentos de arrependimento.

    Sam estremeceu retornando ao presente, com a sensação de que alguém a estava observando. Ela virou a cabeça e descobriu que havia um homem do lado de fora da janela do café, olhando para dentro. Um sentimento ligeiro correu em seu peito. O homem não era convencionalmente bonito, mas ele era peculiar e peculiar – por definição – não costumava aparecer todo dia.

    Um flash assaltou a imaginação de Sam – o cara entrou, limpou a louça com um movimento do braço e fodeu-a com força sobre a mesa, até que ela ficou possuída pelo prazer. 

    Ela voltou à realidade e continuou a examiná-lo. Ela viu que ele estava vestido com um terno e camisa, e ele parecia estar a caminho do trabalho. Mas de alguma forma essas roupas não pareciam certas para ele; ele parecia agitado e desconfortável. Ele expressou descontentamento enquanto se concentrava na tarefa, franzindo a testa como um roqueiro punk. Ah, certo, ele não estava olhando para Sam: ele estava usando a janela como um espelho, enquanto tentava amarrar a gravata. Suas tentativas eram inúteis, porém – seu botão de cima estava aberto e sua técnica era péssima.

    Cada byte de poder de processamento na mente de Sam se concentrava em encontrar uma desculpa para ir até lá. Só para ter uma conversa. É melhor se arrepender de algo que você fez do que algo que você não fez.

    – Você gostaria de outra xícara de chá, meu bem?

    Sam afastou os olhos do homem e franziu a testa para a superatenciosa garçonete. – Talvez em um minuto. Eu vou ao balcão.

    Ela lançou os olhos para a janela, querendo que a garçonete se afastasse. A frustração a retorcia, enquanto a garçonete abria a boca para falar. Por favor, afaste-se, estou tentando fazer contato visual com o espécime do lado de fora!

    A garçonete não entendeu a dica. – Eu apenas vou retirar essas coisas.

    – Realmente não há necessidade!

    A garçonete animou-se e juntou a xícara vazia, depois a jarra de leite, depois o bule e finalmente a pequena tigela de cubos de açúcar – que Sam nem usara.

    – Deixe-me saber se você desejar mais alguma coisa, meu bem.

    – Eu direi. Obrigada.

    A garçonete se retirou e Sam girou de volta para a janela. A excitação brilhou através dela como a luz do sol no mar – a aventura de amarrar a gravata continuava do lado de fora.

    O homem terminou, e estudou sua obra. Ele parecia satisfeito com isso, mas Sam não ficaria satisfeita com um nó como aquele – isso estava tão amassada quanto à calcinha de Gemma quando ela as torcia.

    Sam decidiu aproveitar o momento e ir ajudar o homem, então ela começou a se levantar. Mas, para seu espanto, ele se afastou da janela e sem pressa entrou na multidão. Não! Ela se abaixou na cadeira, sentindo os órgãos esfriarem em decepção. Como um bisbilhoteiro em um acidente de trânsito, ela observou o homem dar a volta na esquina e sumir de vista. Tarde demais.

    Sam prendeu a respiração. O silêncio ecoou em seus ouvidos. O tempo passava como de costume, mas a existência de Sam foi impedida como um prego enferrujado em lamentação. Talvez não fosse tarde demais para correr atrás dele? Ela considerou empurrar a cadeira para trás e correr até a rua. Mas então, que deleite! A porta do café foi empurrada abrindo pelo lado de fora. Sam olhou por cima do ombro e, sim, ele entrou lentamente, sem saber que Sam estava monitorando cada passo dele.

    Ele parou no balcão e falou com um leve sotaque americano. – Oi, eu poderia me conseguir um café, por favor?

    – Certamente, meu bem, – disse a garçonete.

    Sam olhou para ele, sentindo-se uma colegial na presença de uma estrela do rock. Mesmo que ela tivesse trinta e seis anos à visão dele casualmente inclinada no balcão de madeira a fez se sentir como uma adolescente. Ele estava em forma, masculino e cheirava a testosterona – tão diferente dos homens que Sam estava acostumada a conhecer em Londres.

    Ela precisava agarrar essa oportunidade. Antes que ela pudesse desistir, levantou-se, andou a passos largos e parou ao lado dele. – Olá!

    Ele inspecionou seus pés calçados somente com meias.

    – Eu vi que você estava tendo alguns problemas com a sua...

    Sam parou de falar. Um pigarro nervoso correu por sua garganta, fazendo sua voz soar rouca – Mas não de uma maneira sexy. Era mais como se ela tivesse acabado de engolir dez toneladas de cascalho. Por que seu corpo sempre se rebelava assim quando ela precisava disto para se comportar?

    Lembrando de um cachorro com uma metralhadora presa em sua boca, ela limpou o muco viscoso de sua garganta, expelindo-o como um inveterado fumante. – Ahaham!

    Ela bateu no peito. – Desculpe. Eu te vi do lado de fora e me perguntei se você gostaria de alguma ajuda com sua gravata?

    Ele levantou a ponta do material. – Não, isso está ok. Acho que consegui dessa vez.

    – Não se preocupe... Heh, heh, heh... Eu não vou assaltar você. Mas eu costumava usar gravata na escola, então eu tive bastante prática.

    A garçonete serviu o café do homem em um copo para viagem, observando intensamente. Isso daria grandes fofocas depois!

    – Eu concordo que parece uma bagunça, – disse o homem. – Obrigado!

    Ele começou a desfazer sua gravata como um stripper em uma despedida de solteira. Na verdade, ele realmente não parecia um stripper em uma despedida de solteiro, mas a imaginação de Sam estava adicionando seus próprios detalhes e fazendo com que suas coxas se dissolvessem em desejo.

    Ela passou por cima do parâmetro de seu espaço pessoal e sentiu um cheiro de espuma de barbear e sabão em pó. Uma nervosa corrente surgiu em seu estômago, como se ela estivesse prestes a pular de uma cachoeira de Victoria Falls.

    Tentando controlar suas mãos trêmulas, ela tomou a liberdade de fechar seu botão superior.

    – Não vai funcionar com o colarinho desfeito, – disse ela.

    – Eu sei, mas é completamente um saco fazer isto.

    – Sim, é bobagem, não é – colocar tanto valor em um pedaço de material. Por que você está usando isso?

    – Eu preciso de um emprego.

    – Você vai a uma entrevista?

    – Com certeza.

    Sam agarrou cada extremidade da gravata como as rédeas de um cavalo, então ela levantou os olhos e estudou os lábios dele, levemente separados. Ele era muito beijável – tinha apelo sexual. Ele sorriu olhando-a, fazendo seu coração pulsar.  Ele podia simplesmente aproximar-se e abraçá-la aqui, e Sam se perguntou se ele estava atraído por ela, – ela sabia que era bastante bonita. Seu lábio superior tremeu. Ela se concentrou em envolver o material de seda em um nó tipo Windsor – Por cima, por baixo... Em volta dos meus pulsos para me segurar no lugar – Eu sou toda sua!

    Ela recuou, tremendo por dentro. – Finalizamos. – Como se sente?

    Ele sorriu – Como se estivesse sendo enforcado.

    Ela riu. – Desculpe.

    A garçonete estalou a tampa de plástico em um copo para viagem – Aqui está seu café, amor.

    – Obrigado. Quanto eu lhe devo, senhora?

    Sam sorriu ao ver como os americanos chamavam todo mundo de senhor ou senhora. Ela se desligou do assunto e deu uma olhada para o seu laptop. O homem seguiu seu olhar.

    – Você está escrevendo um livro? – Ele perguntou.

    – Oh, não! Eu sou... Isto parece maluco, mas eu tenho essa idéia para um aplicativo, você sabe, como para um iPhone. Gemma – minha irmã – ela acha que eu sou um sonhadora, mas acho que isso poderia salvar a humanidade. – Sam balançou a cabeça. – Deus, parece maluco quando eu digo assim.

    Seu rosto atrativo animou-se. – Não, isso é incrível – Deus sabe, precisamos de salvação! Como você teve essa ideia?

    – Chegou a mim com uma febre, na verdade! Acabei de voltar para o Reino Unido depois de viajar sozinha pela Índia nos últimos cinco meses...

    Sam parou e olhou para as tábuas do assoalho de madeira, permitindo que seus sentimentos de fragilidade surgissem que cuidadosamente camuflara na índia, por sanidade e por sobrevivência.

    O homem sentiu sua mudança repentina de humor. – Foi bem difícil, hein?

    – Sim. Bem, foi incrível, mas, você sabe, foda... Er, quero dizer, difícil de encarar, desculpe!

    Ele riu de seu deslize freudiano. – Tenho certeza que foi um desafio – meio diferente da vida aqui em Londres?

    – Sim.

    Um silêncio desconcertante caiu. Sam procurou por algo para dizer, mas tudo o que ela podia focar era que tinha acabado de dizer a palavra foda na frente dele – provavelmente expondo o quanto queria que ele estivesse lhe dando prazer agora. Um alarme soou em seu peito, – como ela conseguiria o número dele depois daquela bomba?

    A garçonete os trouxe à realidade. – São duas libras pelo café, por favor, querido.

    – Oh sim. – Ele enfiou a mão no bolso. – Ei, você quer um pouco de café, senhorita Sonhadora?

    Ela deu uma risadinha. – Um chá seria ótimo, obrigado! Você é bem-vindo se quiser se juntar a mim?

    Ele olhou para o relógio. – Claro, eu adoraria, eu tenho uns cinco minutos.

    Ele pagou pelas duas bebidas e Sam pegou o chá no balcão.

    Eles se sentaram um em frente do outro na mesa, então Sam fechou seu laptop, de repente, perdendo o interesse no que há momentos atrás parecia vitalmente importante.

    – Obrigado pela xícara de chá, – disse ela.

    – Sem problema. Obrigado por amarrar minha gravata; sério, eu sei que os empregadores procuram por coisas assim. Você pode ter me salvado e a Jack de perder o teto sobre nossa cabeça. Nós podemos viver em um buraco de merda, mas é o nosso buraco de merda.

    A devastação sufocou Sam, mas ela tentou manter a voz neutra. – Jack? Você é gay?

    Ele caiu na gargalhada. – Não, ele é meu companheiro de casa. Eu fui morar com ele quando cheguei aqui há seis anos. Ele é realmente meu senhorio, mas eu realmente não penso nele como tal, os senhorios geralmente fornecem aos seus inquilinos água e aquecimento central, né?

    Sam estremeceu sem saber se estava falando sério. – Há quanto tempo você está desempregado?

    – Quatro meses. Não é de todo ruim, eu posso receber subornos dos caras no pub, mas... – Ele estreitou os olhos de brincadeira. – Ei, você não trabalha para a Receita Federal, não é?

    Sam riu. – Não, não se preocupe; seus subornos estão seguros comigo!

    – Ótimo! – Ele coçou a barba por fazer: – Escute, eu sei que é uma pergunta estranha perguntar a uma estranha, mas...

    – Sim?

    – Você acha que eu pareço bem?

    Sam corou, imaginando sua barba picando suas coxas. – Claro que sim. Você está arrebatador.

    Seu sorriso atingiu Sam como um raio. – Obrigado. É só que eu me barbeei com uma lâmina de barbear de verdade esta manhã, e Jack disse que eu parecia o Filho de Deus num dia de cabelo ruim.

    Sam riu – Não se preocupe; você está ótimo. Tenho certeza que seu entrevistador ficará muito impressionado.

    – Legal. Sinto por ser paranóico. Você deve pensar que eu sou um perdedor.

    – Não, eu não acho isso de jeito nenhum. Na verdade, eu acho que você é extremamente generoso – Você me pagou uma xícara de chá quando não pode ter um barbear adequado.

    Ele deu de ombros. – Não tem problema. Você me fez um favor, certo?

    Eles mantiveram o contato visual afetuoso por um momento, depois ele ficou sério. – Para ser honesto, eu normalmente não gastaria dinheiro com café, mas eu só vim aqui porque eu vi...

    O telefone do homem tocou. – Não! Os punhos de Sam se apertaram de frustração quando a bela conexão entre eles foi cortada. Diga-me por que você veio aqui e fale para mim a razão!

    Ele atendeu a ligação: – Ei, Jack.

    Sam desejou que ele fosse rápido. Com certeza ela ainda tinha tempo de conseguir o número dele. Ou pelo menos o nome dele, então ela poderia segui-lo on-line mais tarde. Infelizmente, a ligação não parecia uma boa notícia.

    – De jeito nenhum! – Ele disse. -Porém nós pagamos essa conta, eu sei que nós fizemos.

    O homem ouviu por mais alguns segundos, depois olhou para o relógio. Ele percebeu a hora e ficou de pé. – Merda!

    Sam podia ouvir Jack do outro lado do telefone, reclamando histericamente. Suas emoções se contorceram entre a compaixão pelo homem e a frustração por si mesma.

    – Eu sei, eu sei, Jack, apenas se acalme. Eu voltarei logo após a entrevista e ligaremos para o banco, ok.

    Enquanto ele continuava a ouvir Jack, ele se afastou da mesa de Sam. Ele recuou contrito para ela, vagamente balançando o pulso para indicar que estava ficando sem tempo.

    Ela lançou-lhe um olhar suplicante, desejando que ele abandonasse seu telefonema, só por um momento. Mas em vez disso, ele murmurou, – Sinto muito, – e interrompeu o contato.

    Ela assistiu impotente, enquanto ele corria para fora da porta, deixando-a se sentindo como uma idiota por pensar que poderia ser especial para ele. A perda e a humilhação arrepiaram sua pele. Mas o que poderia fazer agora? Seria muito embaraçoso, especialmente se ele dissesse não. Então ela abriu seu laptop e voltou a trabalhar em sua idéia, saboreando a xícara de chá que ele tão gentilmente comprara, ignorando o desejo latejante em suas coxas.

    Capítulo dois

    Gemma tinha certeza de que até os milionários tinham alguns problemas, mas Marcus Priestley parecia completamente livre de problemas, enquanto se acomodava na cadeira de couro, no escritório com painéis de carvalho de Gemma.

    Porque esta sala era na frente da casa, a luz era sempre fraca aqui. E não ajudava que as pesadas cortinas de veludo de seu pai obscurecessem vários centímetros em cada extremidade da janela. O papel de parede marrom e dourado era tão opressivo como a mobília escura, e criava um ambiente de bordel do século XIX. Mas o pai dela adorava o estilo barroco, então como ela poderia mudar?

    Essa luz fraca fez com que Marcus parecesse ainda mais bonito do que nunca. Ele poderia facilmente estar vestido como o Sr. Darcy nesse cenário, em vez de vestir seu terno caro elegante. Ele lançou um sorriso fascinante Gemma tossiu e tentou se dominar.

    Gemma havia mandado um e-mail para Marcus ontem, depois de descobrir on-line que esse passado nostálgico era agora um capitalista de risco. Ela não tivera resposta de retorno, então foi uma grande surpresa quando ele chegou alguns minutos atrás. Uma reunião inicial. Não era como Gemma estava acostumada a fazer negócios, mas ele fora seu cunhado e ela estava desesperada.

    Gemma descansou os dedos unidos na mesa de mogno. – É ótimo ver você de novo, Marcus. Você não mudou nada.

    Ele pendeu um braço malhado sobre as costas da cadeira, abrindo sua postura. – Sim, minha personal trainer me ajuda a manter a aparência. Eu poderia lhe dar o nome dela, se você quiser?

    Gemma se perguntou se isso deveria ser um insulto. Era verdade, que tinha ganhado um pouco de peso desde a última vez que vira Marcus, dezoito anos atrás. Suas calças pareciam apertadas na cintura e o tamanho de seu sutiã era pelo menos duas taças maiores do que quando ela tinha vinte.

    Ela se sentou e encolheu sua barriga. – De qualquer forma, nós conseguimos chegar a isso?

    – Meu jeito favorito, – ele disse, sugestivamente. – Eu gosto de entrar e sair.

    Gemma olhou para ele. Ela era uma mulher de negócios, não uma das namoradinhas bobas de Marcus, – das quais ele estava destinado a ter muitas. Ela se recusava a cair em seus encantos.

    Ele colocou o rosto profissional: – Bem, eu fiquei muito surpreso quando você mencionou em seu e-mail que você tinha assumido o negócio da família. Não me diga que seu pai ainda está gastando seu dinheiro nas casas de apostas diariamente?

    Gemma colocou o longo cabelo loiro atrás da orelha. – Ele faleceu há cinco meses.

    A expressão de Marcus nem piscou. – Meus sinceros pêsames.

    – Obrigado.

    – Deus, deve ser um momento difícil para você e Samantha. E para sua mãe, é claro.

    Gemma engoliu sua emoção formigante. – Mamãe faleceu há sete anos. Câncer de mama.

    – Oh, eu realmente sinto muito. E quanto a Sam? Ela ainda vive em Londres? Ela está ajudando você com o negócio?

    Gemma riu bruscamente: – Sam me ajude com os negócios, você deve estar brincando! Sabe como ela reagiu à morte de nosso pai?

    Marcus encolheu os ombros, confuso. Gemma sabia que ela deveria permanecer profissional, mas o assunto Sam sempre provocava uma embaraçosa irritação.

    – Ela fez acondicionou sua empresa de marketing e fugiu para a Índia, como se fosse uma espécie de adolescente por um período de um ano. Quero dizer, quem faz isso?

    Marcus parecia arrasado. – Sam está na Índia?

    – Não, infelizmente. Ela retornou para cá duas semanas atrás, magra e suja, e pediu para voltar. Eu não posso impedi-la, posso? É a casa dela também.

    Marcus se inclinou para frente, fazendo a cadeira de couro ranger. – E o que ela está...?

    – Desculpe, Marcus. Você não veio aqui para falar sobre sua ex-namorada.

    – Está tudo bem, estou feliz em falar sobre ela.

    Gemma pegou uma pilha de faturas vencidas e arrastou-as. – Não, por favor, eu prefiro não falar. Olhe, a razão de eu ter lhe enviado um email é que, sim, pai ainda estava apostando antes de morrer. Ele fez várias aquisições equivocadas em seu último ano e agora eu estou tentando resolver a bagunça. Eu posso sentir a pressão da minha situação me empurrando para baixo como as mandíbulas metálicas de um triturador de carros.

    Marcus gargalhou. – Ainda tão poética como sempre. Você estudou Literatura Inglesa na universidade, se bem me lembro?

    – Sim, eu consegui ter um primeiro. Na verdade, eu alcancei a maior nota no meu ano.

    Gemma correu o dedo indicador ao longo das lágrimas de vidro que pendiam da lâmpada Tiffany na frente dela. Preferivelmente ela estaria trabalhando como professora de Inglês agora, não sentada aqui se preocupando com dívidas e faturas. Mas era sua culpa por nunca de saída de casa. Ganhar seu diploma teria sido o momento perfeito para sair, mas ela decidiu ficar por um tempo. E um tempo se transformou em uma eternidade.

    Em uma tentativa de fazer o pai reconhecê-la, ela fingira interesse no comércio de carros antigos, ajudando-o com a estranha papelada no início, e lentamente se tornando parte do negócio. Mas ela nunca conseguiu obter mais de sua atenção do que o Bentley. Mesmo depois que sua mamãe perdera sua árdua batalha contra o câncer de mama, seu pai insistira em levar Gemma e Sam ao crematório na enorme e vermelha monstruosidade a que ele se referia como o precioso.

    – Mamãe desejava assim, – ele insistiu.

    Gemma satisfez os desejos de seu pai, esperando que o resto da família não se ofendesse. Sam ficou de mau humor durante todo o dia, e então ela voltou para sua vida em Bath, deixando Gemma para lidar com seu pai de luto, enquanto tentava lidar com sua própria dor.

    Agora, com ambos os pais mortos, Gemma ficara com algum estoque de má qualidade e nenhum capital. Todo o dinheiro estava amarrado no Bentley e na casa, nenhum dos quais ela estava preparada para se separar, – seria como perder seus amados pais. Tudo de novo.

    Ela se recompôs diante de Marcus. – Devo dizer que a idéia de vender para um capitalista de risco é atraente. Você insinuou em seu site que cobra uma comissão de 20% sobre os lucros, uma vez que você reconstrói o negócio.

    – Isso mesmo. – Ele se inclinou para frente e levantou uma sobrancelha. – Tenho certeza de que podemos trabalhar juntos, Gemma. Faríamos um excelente time, você e eu.

    Gemma sentiu o alívio percorrê-la – assim como uma leve excitação. Talvez as coisas ficassem bem agora, com Marcus aqui para ajudar. Ela abriu a boca para agradecê-lo, mas a campainha tocou. – Desculpe, Marcus. Deve ser meu entrevistado. Podemos continuar com essa reunião a sua conveniência?

    Marcus se levantou e se espreguiçou. – Certamente, eu estou livre amanhã de manhã. O que quer dizer é que chego as dez, depois do meu jogo de squash?

    – Parece bem, obrigado.

    Gemma levou-o através do corredor e até porta da frente. Pelo menos esse problema de contratar um novo mecânico devia ser rápido de lidar. Gemma não tinha feito nada com os carros desde que o último mecânico foi preso por tráfico de drogas no mês passado. – Ela estava muito ocupada tentando resolver as duvidosas finanças de seu pai com banqueiros e credores. Mas sem alguém para restaurar os carros, o negócio

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