Crimes de verão: Série "O frio inverno"
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Sobre este e-book
Peter Bray, o garoto do "brilho", tinha apenas oito anos quando viveu a primeira experiência com seu dom.
Tocou suavemente aquela mão desmembrada e a escuridão se apoderou dele.
Três assassinatos nos quais apareceram três corpos de três garotinhas esquartejadas, exceto suas cabeças, caem do céu sobre a cabeça do xerife Aston, que não sabe como agir diante deste panorama. A filha de Bob Grandão, Carietta, desapareceu.
Todos duvidam que está viva ou se já está morta.
O prefeito da cidade, grande amigo do pai de Carietta, também se une às buscas. Em dois universos paralelos, um protagonizado por Peter que esconde seu segredo do seu grupo de amigos e por outra parte, o xerife com seus homens, Bob e o prefeito, perguntam-se qual será a verdade.
Apenas Peter poderá descobri-la
Antes de que ocorressem os assassinatos do frio inverno, trinta e quatro anos depois.
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Crimes de verão - Claudio Hernández
Crimes de verão
Claudio Hernández
Tradução
Leandro Allender
Primeira edição do eBook: Outubro de 2018.
Título: Crimes de verão
© © 2018 Claudio Hernández.
© © 2018 Higinia Maria
© © 2018 Arte da capa: Higinia Maria
Todos os direitos reservados.
––––––––
Nenhuma parte desta publicação, incluindo a arte da capa, pode ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer maneira ou por nenhum meio, seja eletrônico, químico, mecânico, ótico, de gravação, pela internet ou fotocópias, sem permissão prévia do autor ou editor.
––––––––
Tradução: © Leandro Allender
Todos os direitos reservados.
Quantos livros já tenho escritos? E a quem os dedico? Dedico este livro, mais uma vez, a minha esposa Mary, que aguenta todos os dias minhas criancices como esta. E espero que nunca pare de fazê-lo. Desta vez embarquei em outra aventura que comecei na infância e que, com vontade e apoio, terminei. Outro sonho tornado realidade. Ela diz que, às vezes, brilho... Às vezes... Inclusive tenho medo algumas vezes... Também dedico este livro a minha família e especialmente a meu pai, Ángel... Ajude-me nesse terrenos pantanoso.
Crimes de verão
1
––––––––
A cabeça tinha os olhos abertos, mas não estava ali onde tudo ocorreu. E sim do outro lado do bosque de Boad Hill. O ano era 1983 e o calor devorava o ar denso e pegajoso. Naquela manhã do dia 3 de agosto, o sol não era perceptível por aqueles olhos vidrados. Apesar dos raios de sol atravessarem a copa das árvores, eram freixos, aqueles olhos não podiam piscar nem sequer uma vez.
Peter Bray, que tinha apenas oito anos de idade, estava na zona dos trilhos do trem. No outro extremo do bosque, além do lago Lakehill. Seus olhos estavam absortos em uma mão roxa que saía entre os arbustos e folhas secas. O dedo do meio estava reto, enquanto os outros estavam curvados. Parecia que depois da morte, aquela mão o estava mandando tomar no cu.
Com a inocência de uma criança e algo mais, Peter se agachou lenta e oficiosamente até estar bem próximo àquela mão. A sua se estendeu no ar brilhante pelos raios de sol que não tinham que atravessar a copa das malditas árvores. Era um pedaço de trilha que estava escondida inclusive dos mergulhões. E no final havia uma ponte que resplandecia como um diamante.
Com cada batida de seu coração sussurrando em suas têmporas, os dedos de Peter roçaram aquela pele áspera oriunda da parte dorsal daquela mão e foi então quando descobriu algo que habitava dentro de si.
Viu um imenso túnel escuro, sentiu vertigens e, finalmente, pôde a ver a imagem do rosto de um homem com a barba rala. Aqueles olhos tão escuros e o olhar mais lunático que havia visto na vida, ficaram gravados à ferro em sua memória.
Em uma das mãos, a direita, segurava uma serra enferrujada.
O resto das partes daquela garotinha de seis anos, estavam espalhadas e escondidas por uma área de um quilômetro quadrado naquele vasto bosque.
E Peter Bray havia visto o rosto do assassino.
Afastou sua mão com cuidado e seu coração martelou seu peito. Uma dor lacerante lhe atravessou desde o pescoço ao topo da cabeça, deixando-o com uma expressão extremamente ridícula em seu rosto.
Sua mãe sabia. Seu pai também... ele não.
Era O brilho
.
2
Vasculharam cada canto daquele maldito bosque. Houve uma intensa busca e arrancaram todas moitas para encontrar quase em cada uma delas, um pedaço daquela pobre garotinha. As luzes do carros, eram duas viaturas, refletiam-se nas folhas verdes e outras vermelhas. Seus rostos enxutos, eram uma completa cena de alumbramento.
E Peter Bray estava ali também.
Depois de caminhar uns dois quilômetros a pé e regressar com a bunda quadrada no banco detrás de um daqueles carros barulhentos, resultava-lhe um pouco menos divertido; pareciam carroças velhas de tanto barulho que faziam.
Então, em Boad Hill a lei se chamava Aston Halloran, bom, tudo há de ser dito, isso de Aston, era na verdade, um apelido por estar falando o dia todo dessa fábrica de carros. E não, não faziam Plymouth. Seu nome verdadeiro era Robert. Frequentemente, irritava-se quando sua esposa, de volta naquele tempo, chamava-o pelo apelido, até que lhe colocou chifres um ano mais tarde com um forasteiro chamado Dick, sem mais nem menos. Vinte anos mais novo que ela.
Então Aston a chamou de puta.
Mas agora estava com os braços abertos observando a cena e como os raios de sol atravessavam as árvores, iluminando algumas partes do bosque como luzes de uma discoteca, dado que alguns ramos se moviam pelo vento que havia se levantado naquele momento. De repente. E as linhas bronzeadas desenhavam linhas no chão que já estava cheio de marcadores amarelos. Esses sim, com números.
Ficavam muito bacanas.
Sobre tudo as bolsas de plástico que David tinha que recolher, o garoto da ambulância, essa que não parava de berrar como uma condenada. Aquele maldito cara, esmirrado, havia-se esquecido de desligar a sirene.
Aston, com alguns reflexos nas lentes de seus enormes óculos, pelo menos assim parecia, moveu a língua dentro de sua boca e fazendo esforço com a garganta, fabricou e soltou um catarro do tamanho de um sapo. Verde e gelatinoso. Depois seus escuros olhos procuravam o rosto pálido desse tal David e franzia o cenho, quando o rosto desse desgraçado se enrugava como uma uva-passa em uma estranha careta.
O dedo roliço de Aston estava apontando à maldita ambulância.
Tudo era uma merda.
Já que nunca acontecia nada extraordinário naquele povoado fantasma, que foi ganhando adaptação devido ao povoado vizinho, no qual aconteciam coisas muito raras. Mas isso era ali, um tal Castle Pock ou algo assim.
Aston não tinha bigode nem barba rala. O muito estúpido estava bem afeitado todas manhãs, era quase obeso, bom, era um homem grande, deixemos assim, e seus olhos eram castanho escuro. Às vezes seus olhos pareciam de alguém tão amargurado, a ponto de se suicidar, do tão profundo e escuros que eram aqueles olhos. Tinha uma estatura de quase um metro e oitenta e não tinha barriga. Isso estava bem. Todavia, podia elevar suas pernas roliças sem que se rasgasse o fundo de suas calças.
Estava rodeado de ineptos. Como todos, dizia ele. Um tal Arnie, Jack e Andrew. Suas mães não tiveram muito trabalho ao escolher seus nomes. Os sobrenomes: ali todos se chamavam Hill. Era um costume são como soltar um longo peido com o som de uma motosserra.
A verdade era que Boad Hill desde esse dia jamais estaria para brincadeiras, ninguém conhecia Peter Bray muito bem, mas sim a seu pai, John Bray. Um homem conhecido por seu bem-estar e seus longos passeios pelo bosque e como não, pelas casas que havia construído com suas mãos cheias de calos.
Todavia, todas elas permaneciam fortes e em pé.
Foi o único assassinato em todo