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Outono chuvoso
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Outono chuvoso
E-book155 páginas2 horas

Outono chuvoso

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Sobre este e-book

O xerife Burt se vê envolvido novamente em uma série de crimes assustadores, que parecem ser obra de um imitador do reverendo Larry, que deixou um rastro de garotas mortas durante o frio inverno.

Peter continua distante de seu amor platônico, Ann, ainda que tenha recuperado a amizade de seu irmão Denny, se vê envolvido outra vez em uma repetição de assassinatos de jovens garotas da escola secundária New Academy. Burt decide fechar a escola durante o outono chuvoso, mas os cadáveres continuam aparecendo por todas partes.

Peter desta vez não está sozinho. Ethan e Charlotte, que são agentes do FBI, unem-se à investigação, mas acabam tendo vários problemas com Burt e Peter.

Peter agora vê as lembranças das garotas mortas. A última lembrança que ficou gravada em suas retinas, mas descobre que ainda pode ver além, apenas tocando um objeto, e o que mais lhe desconcerta, é que pode ver através dos olhos do assassino, ajudado por suas defuntas.

Porém longe de avançarem com a investigação, ninguém consegue dar um passo à frente, ao contrário, retrocedem e ficam presos, mas quando Peter encontra um botão que pertence ao assassino no corpo da última vítima, toda a investigação sofre uma reviravolta.

Com a precisão de um relógio, devem chegar ao final em uma trepidante corrida que os levará a um final inesperado para todos.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento16 de ago. de 2018
ISBN9781547543182
Outono chuvoso

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    Outono chuvoso - Claudio Hernández

    Outono chuvoso

    Claudio Hernández

    TRADUÇÃO

    Leandro Allender

    Primeira edição do eBook: setembro de 2017.

    Título: Outono chuvoso.

    ©  © 2017 Claudio Hernández.

    ©  © 2017 Arte da capa: DNY59 gettyimages

    ©  © 2017 Arte da capa: IG_Royal istockphoto

    ©  © Correção: Tamara López

    ––––––––

    Todos os direitos reservados.

    ––––––––

    Nenhuma parte desta publicação, incluindo a arte da capa, pode ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer maneira ou por nenhum meio, seja eletrônico, químico, mecânico, ótico, de gravação, pela internet ou fotocópias, sem permissão prévia do autor ou editor. Todos os direitos reservados.

    Outra vez aqui? Pois é, eu os devia, mas primeiro a dedicatória. Dedico este livro a minha esposa Mary, que aguenta todos os dias criancices como esta. E espero que nunca pare de fazê-lo. Desta vez embarquei em outra aventura que comecei na infância e que, com vontade e apoio, terminei. Outro sonho tornado realidade. Ela diz que, às vezes, brilho... Às vezes... E eu já estou começando a acreditar nisso...

    Outono chuvoso.

    Jack pés de plumas foi para o inferno literalmente, mas foi assunto na boca de todos durante os meses posteriores ao frio inverno, durante a primavera fresca, como a chamavam os habitantes de Boad Hill, e o verão sitiado, no qual os lagartos esperavam nos acostamentos, colocando suas línguas rosadas para fora. Ninguém mais falava do reverendo Larry, nove meses depois. Em outubro, chegaram as intensas chuvas e ele chegou novamente. Era Jack pés de plumas e o xerife Burt Duchamp estava desgostoso com a presença dos homens do FBI e seus ridículos uniformes recém passados à ferro. Sua vontade pela cerveja agora estava ainda maior, mas havia enchido a barriga com mais de dois quilos de gordura como manteiga. Continuava sendo fiel a ela, apesar de tudo.

    Despertou-se suado, como se houvera sido empurrado por um tobogã colocado em suas costas, e a imagem de uma calcinha cor-de-rosa com lacinho branco coberta por folhas úmidas, causou-lhe um verdadeiro pânico. Um martelo ardendo lhe golpeava dentro de seu coração. Levou-se as mãos ao rosto e notou com surpresa que seus dedos se umedeciam. Lá fora, a chuva daquele outono, quase tão complexo como o frio inverno mais duro dos últimos anos, caía com tanta força que as gotas pareciam pedras ao se impactarem contra o chão, a lataria dos veículos e os telhados de madeira. Soava como um ruído de fundo, um repique constante, como os dedos de um foragido nervoso sobre o balcão de um empoeirado bar do Oeste.

    E, então, olhando para a janela, viu como um raio dividia o céu escuro em dois antes de explodir como um míssil, e aquela imagem voltou à sua cabeça. O rosto de uma jovem garota, com os olhos muito abertos, molhados pela chuva, a boca tapada por uma mão vestindo uma luva de couro, enquanto alguém, com a outra mão, empurrava a enorme cruz para dentro, penetrando-a com violência até rasgá-la viva, mutilá-la e ver o sangue se misturar com a água da chuva.

    Era a mesma imagem que viu quando segurou a mão de Larry após se suicidar, salvo que agora não havia neve, senão chuva. Isto desconcertou Peter, que moveu a cabeça como se quisera desprender-se das gotas de chuva. Mas o reverendo Larry, o apelidado Jack pés de plumas, já era um passado que havia ficado para atrás, certamente, uma forte marca em Boad Hill.

    Peter escreveu a história e, mais ou menos, converteu-se em um êxito de vendas, mas o que mais lhe interessava a seus leitores, curiosos e jornalistas, era seu dom. Esse lago escuro e a visão do interior das pessoas. E, por isso, Peter se afastou do mundo, escondendo-se esses malditos nove meses em sua casa com seu pai, John, que continuava vendo as tetas de Christie e, outra vez, mijando sangue.

    E claro, Peter também tinha sonhos eróticos com Ann. Ainda a desejava. Mas Ann se esquivava dele. Havia feito as pazes com Denny, seu irmão, mas não conseguia recuperar seu lugar ao lado de Ann.

    E, com fogo na garganta, voltou a se lembrar da última imagem de seu pesadelo. Aquela calcinha rosa e as folhas cobrindo e protegendo-a da chuva.

    Havia deixado para atrás o frio inverno e agora estava na estação do outono chuvoso.

    Então o celular tocou, com o tom de Fancy, China Blue, soando como um sussurro, destino de um mau agouro na metade da noite. Algo que Peter pressagiava quando com seus dedos longos levantou o celular e atendeu.

    ––––––––

    1

    —Peter, a dupla do FBI está me deixando impaciente. Dizem que antes dessa houve outra mais, a uns quarenta quilômetros daqui. Em Place Land, também em direção à Boston, perto de Main Road. Já sabe, onde se realizaram as autópsias daquelas pobres. Esse tal William tem trabalho novamente. Preciso de...

    —O quê? —falou Peter.

    E desligou.

    2

    O toque cálido de Fancy, China Blue soou novamente sob a luz dos relâmpagos e o fortuito ruído que fazia parecer que o mundo ia partir-se em dois. Não escutava a música, mas sim via a luz brilhante da tela tátil de seu celular, apontando para o teto como uma lanterna. Uma luz branca se arrastou desde o teto até a parede para iluminar, finalmente, o rosto de Peter, que, com seu polegar direito, apenas pressionou o botão verde que se iluminava na tela tátil. Na parte superior dizia Burt.

    —Não estou disponível —disse Peter não muito seguro de si mesmo.

    —Peter, preciso de você. Tanto Ethan como Charlotte estão me enchendo o saco e invadiram minha cidade, merda...

    —Quem são eles? —perguntou-lhe Peter com um relâmpago refletido nas lentes de seus óculos. Havia-as posto antes de atender a ligação de Burt.

    —Os agentes do FBI.

    —E o que fazem aqui?

    —Dizem que encontraram uma tal de Maya Grey nas proximidades de Place Land, próximo à Main Road, ao que parece em muito mau estado. Tinha vermes nos olhos. —Houve um curto silêncio que pareceu estender-se noite adentro, e acrescentou—. Estava no bosque, coberta de folhas, com os olhos abertos e mutilada em suas partes íntimas, tal como aconteceu no inverno passado.

    Peter sentiu como lhe queimava o estômago.

    —E o que quer de mim?

    —Acabamos de encontrar outro cadáver. Também de uma garota jovem, não sei se lhe disse antes. São garotas muito jovens, da idade do colegial. Trata-se de Kaylee Collins, filha de Liam, da rua Road 44. A pobre desgraçada está rasgada desde o ânus até o ventre e o assassino manteve seus olhos abertos, que agora estão cheios de água desta maldita chuva. Preciso de sua ajuda, Peter.

    Houve outro momento de silêncio no qual se escutou o trovão cortado por outro relâmpago e, depois, uns chiados na comunicação.

    —E o que quer de mim? Que saia pela cidade dando a mão a todos os vizinhos e com um estúpido sorriso desenhado no rosto? O que lhes direi? Não é nada, é só para saber se você é o assassino?

    Burt caiu em gargalhadas. Não tinha por que.

    —Não veja assim. Viu os assassinatos do reverendo Larry depois de morto. Assim que pensei...

    —Que vá tocar à pobre garota e entre em sua mente para ver se vejo o rosto do assassino, é isso?

    Burt não respondeu.

    Um relâmpago cruzou a janela de lado a lado e, quando o estouro do trovão chegou ao chão, o vidro da janela tremeu completamente.

    —Talvez sim —disse Burt com a voz sossegada. De fundo se escutava a chuva incessante e o que poderiam ser as gotas rebotando em seu chapéu de feltro.

    —Deixe-me em paz —disse Peter e desligou.

    3

    John, era o pai de Peter, estava acordado, revirando-se no sofá com as luzes da televisão sendo projetadas em seu rosto pálido e languido. Estava com a mão sobre a zona da bexiga e contraía os lábios algumas vezes quando se movia. A última mijada havia sido de tarde e lhe custou horrores soltar algumas gotas de urina misturada com sangue. Não se assustou, mas a dor aguda no ventre inferior fez com que vira as estrelas através do céu nublado desse fastidioso outono. Sentia que sua hora estava chegando, mas não lhe dizia nada a seu filho. Isso nunca, chegou a sussurrar no banheiro enquanto se agachava de dor e repousava seu rosto sobre a borda do vaso sanitário com a testa cheia de suor.

    O sussurro da televisão embriagava o ar da sala e, de vez em quando, esta se iluminava com um branco intenso quando o céu se rompia em pedaços por um raio. Então, o sussurro de Christie se afogava no imperioso ruído do trovão.

    Peter ajeitou os óculos e desceu a escada com os pés enfiados em meias. Meia de cor branca que tinha dois números a mais que seus pés. Tinha problemas com as unhas e meia ajustadas lhe incomodavam com pontadas nos cantos das unhas encravadas. De vez em quando, infectavam-se pequenas feridas sob as unhas e tinha que cortá-las com muito cuidado, até a raiz, para propor a seu organismo uma unha nova, rezando para que não se encravara novamente.

    O que Burt lhe havia dito o havia deixado sem jeito e não sabia se havia escutado bem nem o que fazer. A medida que descia os degraus em silêncio, a luz que projetava a tela da televisão lambia seus pés até os joelhos.

    Havia uma nova vítima? Sim. Tratava-se de um caso isolado? Ao que parece, não. Utilizava o mesmo modus operandi? Foi isso o que Burt quis dizer? Ao descer o último degrau, produzindo um ruído carnoso, viu que seu pai estava vendo o canal quatro.

    —Papai, o que está fazendo acordado a essa hora?

    John balançou a cabeça.

    —Não pude dormir.

    —A tormenta, não?

    As luzes da televisão se refletiram nas lentes de seus óculos.

    —E você? O que faz de pé? Vai tomar um copo de leite? Eu tomei a última gota...

    —Não. —Interrompeu-lhe Peter, retorcendo os lábios—. Não desci precisamente por isso. —Havia ficado congelado. Não sabia o que responder, mas continuou andando em direção ao seu pai e depois, deu a volta no sofá para sentar-se ao seu lado. Ao sentar-se, foi como se uma pena houvera sido posta com suavidade sobre o assento.

    —Então, porque diabos desceu?

    —A tormenta não me deixa dormir —mentiu Peter encolhendo-se de ombros e esboçando um leve sorriso, que apenas brilhou na penumbra.

    —Não acredito —disse seu pai esticando o lábio inferior em um ligeiro sorriso.

    —Eu tampouco acredito —acudiu Peter olhando-o nos olhos, que pareciam dois cigarros acesos na escuridão. Depois mudaram para uma cor verde e, finalmente, uma mistura de azul e amarelo.

    —Vi

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