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Os dez Mandamentos
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E-book231 páginas2 horas

Os dez Mandamentos

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Sobre este e-book

Nesta obra, o autor aborda com sabedoria o conteúdo dos Dez Mandamentos, baseando-se no Catecismo da Igreja Católica. Com isso, oferece ao leitor as verdades da Igreja quanto a assuntos como aborto, castidade, inveja, mentira etc. Por meio desta leitura, será impressa em nosso coração a certeza de que quando cumprimos a lei de Deus, bênçãos abundantes são derramadas em nossas vidas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de mar. de 2016
ISBN9788576776178
Os dez Mandamentos

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    Os dez Mandamentos - Prof. Felipe Aquino

    Siglas usadas neste livro

    CA – Centesimus annus

    CF – Carta às Famílias

    CIC – Catecismo da Igreja Católica

    CDF – Congregação da Doutrina da Fé

    CDC – Código de Direito Canônico

    DH – Dignitatis humanae - Concílio Vaticano II

    DS – Dezinger-Schönmetzer; enquirídio de símbolos e definições.

    DV – Dei Verbum – Concilio Vaticano II

    FC – Familiaris consortio, papa João Paulo II

    GS – Gaudium et Spes – Concílio Vaticano II

    IM – Inter mirifica – Concílio Vaticano II

    LE – Laborem exercens, papa João Paulo II

    LG – Lumen Gentium – Concílio Vaticano II

    PG – Patrologia grega

    PL – Patrologia latina

    RH – Redemptor Hominis

    SC – Sacrosanctum concilium – Concílio Vaticano II

    Introdução

    A moral católica tem como objetivo levar o cristão à santidade. O destino do homem é o Céu, seu fim supremo é Deus, que se revelou ao mundo de modo especial em Jesus Cristo e sua Igreja.

    Ela vai além do Direito, que se baseia apenas em leis humanas, mas nem sempre perscruta a consciência. Pode-se agir de acordo com o Direito, porém isso não significa agir de acordo com a consciência. Nem tudo que é legal é moral.

    A moral cristã considera que o pecado enfraqueceu a natureza humana e que é necessária a graça de Deus para que haja a libertação de tendências desregradas e a possibilidade de se viver de acordo com a vontade do Senhor. Portanto, a moral cristã e a religião estão intimamente ligadas, tendo como referência Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Ser cristão é viver em comunhão com Cristo, vivendo nele, por Ele e para Ele. É do interior do coração do cristão que nasce a vontade de viver a Lei de Cristo, isto é, a moral cristã, que é obra do Espírito Santo. Porém, contrariamente aos sentimentos que a palavra moral pode aflorar, não se trata de um peso, mas de libertação.

    O comportamento do cristão é uma resposta ao Amor de Deus. Dizia São João da Cruz que amor só se paga com amor.

    Prestemos atenção à Sagrada Escritura: E nós, que cremos, reconhecemos o amor que Deus tem para conosco. Nós amamos, porque ele nos amou primeiro (1Jo 4, 16.19). Ninguém deve viver a Lei de Cristo impulsionado pelo medo, mas por amor ao Senhor que desceu do Céu e imolou-se por cada um de nós. Nosso amor a Deus não deve ser como o amor do escravo, que obedece por medo do castigo; nem como do mercenário, que obedece por amor ao dinheiro, mas sim como o amor do filho que obedece ao pai simplesmente porque é amado por ele, e igualmente o ama.

    São Paulo dizia: O amor de Cristo nos impele (2Cor 5,14)¹.

    Ninguém será verdadeiramente espiritual enquanto não viver, por amor ao Pai e não por medo de punições, a lei de Deus.

    Por outro lado, devemos viver a lei de Deus porque ela é, de fato, o caminho para a verdadeira felicidade. Ele nos ama e é Deus; não erra e não pode nos enganar; logo, sua Lei é o melhor para nós.

    Quem não segue as instruções de como lidar com uma máquina acaba estragando-a; da mesma maneira, quem não obedece a Lei de Deus acaba destruindo sua obra-prima: o próprio homem.

    A Lei de Cristo se resume em amar a Deus e amar ao próximo como a si mesmo (cf. Mt 22,37-40). Mas esse amor ao próximo não é apenas por uma questão de simpatia ou afinidade com ele, mas pelo exemplo de Cristo, que nos amou quando ainda éramos pecadores (cf. Rm 5,8), como disse São Paulo. Por isso, o cristão odeia o pecado, mas ama o pecador em todas as circunstâncias.

    A Igreja ensina que não se deve impor a verdade sem caridade, mas também não se deve sacrificar a verdade em nome da caridade.

    Deus exigiu do povo escolhido a observância das suas Leis (cf. Dt 7,6;14,2.21), para que assim conquistassem a felicidade e bênção do Senhor:

    E agora, Israel, ouve as leias e os decretos que eu vos ensino a cumprir, para que vivais e entreis na posse da terra que o Senhor, Deus de vossos pais, vos dará. [...] guardai os mandamentos do Senhor vosso Deus que vos prescrevo (Dt 4,1-2).

    O apóstolo São Tiago, lembra-nos do cuidado que Deus tem por cada um de nós, pois Ele nos ama como filhos. Somos únicos aos seus olhos: Ou julgais ser em vão que a Escritura diz: ‘Com ciúme anseia por nós o Espírito que nos habita’? (Tg 4,5).

    Deus não aceita estar em segundo plano em nossas vidas, Ele exige estar em primeiro, porque este é o lugar que ocupamos em seu coração.

    O amor a Deus se manifesta exatamente na obediência aos mandamentos: Segui em tudo os caminhos que o Senhor vosso Deus vos prescrever, para que vivais e sejais felizes por longos anos na terra que ides possuir (Dt 5,33).

    E as bênçãos que Deus promete são abundantes:

    Se obedecerdes às ordens que vos prescrevo, amando o Senhor vosso Deus e servindo-o de todo o coração e com toda a alma, eu darei à terra a chuva em seu tempo, a chuva do outono, e da primavera, e colhereis o trigo, o vinho e o azeite; darei também pastagem aos campos para teu gado, de modo que poderás comer e te saciar (Dt 11,13-15).

    Jesus disse aos apóstolos: Se alguém me ama, guardará a minha palavra (Jo 14,23). Disse ainda Nem todo aquele que diz ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus (Mt 7,21).

    O papa Bento XVI fala insistentemente do perigo da ditadura do relativismo. Na homilia proferida por ele na missa que precedeu o início do Conclave para sua eleição, abordou firmemente sobre suas maiores preocupações:

    Que nos tornemos adultos em nossa fé. Não devemos permanecer crianças na fé, em estado de menoridade. Em que consiste sermos crianças na fé? Responde São Paulo: ‘Significa sermos arrastados para lá e para cá por qualquer vento doutrinário’. Uma descrição muito atual!

    Quantos ventos doutrinários experimentamos nesses últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantos modos de pensamentos [...]. O pequeno barco do pensamento de muitos cristãos se viu frequentemente agitado por essas ondas, arremessado de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, e até mesmo à libertinagem; do coletivismo ao individualismo radical; do agnosticismo ao sincretismo, e muito mais. A cada dia nascem novas seitas, e as palavras de São Paulo, sobre a possibilidade de que a astúcia nos homens seja causa de erros, são confirmadas.

    Ter uma fé clara, de acordo com o Credo da Igreja, muitas vezes foi rotulado como fundamentalista. Enquanto o relativismo, ou seja, o deixar-se levar guiados por qualquer vento de doutrina, parece ser a única atitude que está na moda. Vai-se construindo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e que só deixa como última medida o próprio eu e suas vontades. Nós temos outra medida: o Filho de Deus, o verdadeiro Homem. Ele é a medida do verdadeiro humanismo. Adulta não é uma fé que segue as ondas da moda e da última novidade; adulta e madura é uma fé profundamente arraigada na amizade com Cristo.

    O relativismo religioso acontece quando cada um faz a sua própria doutrina moral – não existe a verdade – e não mais segue os mandamentos dados por Deus. E quem se recusa a agir segundo esta perversa ótica, é menosprezado e rotulado de retrógrado, obscurantista, e passa a ser desprezado. Isso é uma terrível forma de ditadura.

    Em nossos dias, muitas pessoas, dentre elas muitos católicos, se sentem sozinhas, e querem ser felizes a qualquer custo, pensando que os valores dos antepassados já não lhes interessam. A verdade se tornou relativa; é verdade o que é verdade para mim; é bom aquilo que me satisfaz; cada um é a medida do bem e do mal; cada um fabrica a sua receita de felicidade e define o que é o certo e o que é errado, independente da Lei de Deus. Mesmo aqueles que dizem temer a Deus, muitas vezes fazem a sua moral ao invés de seguir aquela ensinada pela Igreja.

    Não basta dizer que é católico, é preciso viver segundo a moral católica; isto é, ser fiel a Jesus Cristo e a tudo o que Ele ensina por meio de sua Igreja.

    Mas para isso é preciso viver movido pelo Espírito Santo; é Ele que nos convence de que a melhor lei é a Lei de Deus; é Ele que faz com que os mandamentos nos sejam leves e agradáveis. É o Espírito Santo que gera vida a todas as coisas na Igreja; Ele é a sua alma.

    Certa vez, o Patriarca de Constantinopla, Atenágoras I, falecido em 1972, disse essas palavras:

    Sem o Espírito Santo:

    Deus fica distante da gente;

    Cristo, perdido na História;

    O Evangelho é letra morta;

    A Igreja, apenas agremiação religiosa;

    A autoridade, poder que se evita;

    A pregação, propaganda da Igreja;

    A oração, tarefa a cumprir;

    A liturgia, ritual do passado;

    E a moral, repressão.

    Com o Espírito Santo:

    Deus entra na vida do mundo, onde inicia o seu Reino;

    Cristo, o Filho de Deus, se faz um de nós;

    O Evangelho é o novo estilo de vida;

    A Igreja, gente unida como as três Pessoas da Santíssima Trindade;

    A autoridade, apoio e serviço;

    A pregação, anúncio da novidade do Reino;

    A oração, experiência de contato com Deus;

    A liturgia, memorial que antecipa o futuro;

    E a moral, ação que liberta.

    Que possamos ter essa mesma sabedoria para seguir a Lei que o Senhor nos deixou.

    Por que os Dez Mandamentos?

    Encontra-se nos Dez Mandamentos, ou Decálogo, a base da moral católica; a luz de Deus para se evitar o pecado e viver a santidade.

    Jesus atestou a validade permanente do Decálogo:

    Alguém aproximou-se de Jesus e disse: Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna? Ele respondeu: Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos (Mt 19,16-17).

    De acordo com o exemplo de Jesus, a Tradição da Igreja reconheceu como primordiais a importância e o significado do Decálogo. Ele contém uma expressão privilegiada da lei natural, que podemos ver pela revelação divina e pela razão humana.

    O que Deus manda cumprir como lei moral, mesmo sendo frequentemente difícil à natureza, torna-o possível por meio de sua graça. Santo Agostinho disse que o que impossível à natureza é possível à graça.

    O Catecismo da Igreja Católica² nos ensina que:

    O Magistério dos pastores da Igreja em matéria moral se exerce ordinariamente na catequese e na pregação, tendo como base o Decálogo, que enuncia os princípios da vida moral, válidos para todos os homens (CIC §2049).

    A Igreja não tem dúvidas da sua infalibilidade quando nos ensina sobre a fé e a moral.

    A infalibilidade do magistério dos pastores se estende a todos os elementos de doutrina, incluindo a moral. Sem esses elementos, as verdades salutares da fé não podem ser guardadas, expostas ou observadas (CIC §2051).

    Jesus resumiu os deveres do homem para com Deus dessa maneira: Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento! (Mt 22,37). Essas palavras são um eco ao apelo solene: Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor (Dt 6,4).

    Acerca dos Dez Mandamentos, o papa Bento XVI disse na sinagoga de Roma, em 17 de janeiro de 2010:

    Em particular o Decálogo – as ‘Dez Palavras’ ou ‘Dez Mandamentos’ (cf. Ex 20, 1-17; Dt 5, 1-21) – que provém da Torah de Moisés, constitui a chama da ética, da esperança e do diálogo, estrela polar da fé e da moral do povo de Deus, e ilumina e guia também o caminho dos cristãos. Ele constitui um farol e uma norma de vida na justiça e no amor, um ‘grande código’ ético para toda a humanidade. As ’Dez Palavras’ jogam luz sobre o bem e sobre o mal, sobre o verdadeiro e o falso, sobre o justo e o injusto, também segundo os critérios da consciência reta de cada pessoa humana. Jesus muitas vezes o repetiu várias vezes, sublinhando que é necessário um compromisso operoso sobre o caminho dos Mandamentos: ‘Se queres entrar na vida, observa os mandamentos’ (Mt 19,17).

    O antigo Ato de Esperança – que precisa ser novamente rezado e ensinado – nos levava a rezar:

    Eu espero, meu Deus, com firme confiança, que pelos merecimentos de meu Senhor Jesus Cristo,

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