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Celebrar o amor na plenitude do tempo: O ritmo do Ano Litúrgico
Celebrar o amor na plenitude do tempo: O ritmo do Ano Litúrgico
Celebrar o amor na plenitude do tempo: O ritmo do Ano Litúrgico
E-book67 páginas55 minutos

Celebrar o amor na plenitude do tempo: O ritmo do Ano Litúrgico

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Sobre este e-book

A humanidade está entrando em um clima de sofrimento psíquico insuportável, cujas consequências atingem também o interior das Igrejas e das pessoas religiosas em geral. Porém, não se pode esquecer que o amor, enquanto o mais nobre dos sentimentos que Deus nos oferece, é consistente e sólido. Nesta obra, convidamos o leitor a viver as celebrações do Ano Litúrgico regidos pela mais pura gratuidade da demonstração viva da misericórdia de Deus através do amor que nos liberta e é salvador.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de set. de 2014
ISBN9788527615273
Celebrar o amor na plenitude do tempo: O ritmo do Ano Litúrgico

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    Celebrar o amor na plenitude do tempo - Valeriano Santos Costa

    Bibliografia

    Introdução

    Esta obra apresenta o Ano Litúrgico como celebração eficaz da salvação de Deus realizada no mundo por meio da pessoa e da obra de Jesus Cristo. Há muitos escritos sobre o Ano Litúrgico, o que é naturalmente bom. Nossa contribuição, porém, está no foco que damos ao amor de Deus, eixo da salvação celebrada ao longo do Ano Litúrgico. Todas as celebrações que compõem o rico tecido do Ano Litúrgico são derramamentos do Amor, a começar pelo batismo. Os capítulos iniciais propõem justamente esta reflexão: a importância de celebrar o Ano Litúrgico sob o prisma do amor.

    O Amor, compreendido como o ser mesmo de Deus, constitui a grande doação, concreta e eficaz que opera a salvação oferecida pelo mistério pascal de Jesus. Esse amor divino, assimilado na estrutura psicoafetiva da pessoa, é a proposta mais contundente e atual para ajudar o ser humano do nosso tempo a reconstruir sua vida e sua afetividade com laços mais duradouros do que os que regem o contexto cultural global, classificado criticamente pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman como modernidade e pós-modernidade líquidas. Pouco tempo atrás falava-se em sociedade fragmentada. Hoje já se fala em algo mais grave: em um processo de liquefação de tudo. Uma cultura fragmentada ainda podia ser vista como um todo em pedaços, mas uma cultura líquida não tem contorno algum, tudo se acomoda e muda de acordo com o ambiente, voltado agora a satisfações imediatas – o que convém neste momento pode não convir daqui a pouco.

    A nosso ver, a humanidade está entrando em um clima de sofrimento psíquico insuportável, cujas consequências atingem também o interior das Igrejas e das pessoas religiosas em geral. Não é preciso lembrar o sentimento de perplexidade que isso está causando.

    Nesse contexto, Bauman fala da busca de um amor puro, que não é senão o amor desvinculado de qualquer laço de compromisso – afirmação por si só muito estranha, pois amor e compromisso em Deus, a fonte do amor, são entrelaçados por natureza. Daí a estranheza causada quando Bauman chama esse tipo de amor puro de amor líquido.

    Pois bem, tudo o que se pode entender sobre o amor de Deus é que é consistente e sólido. E é esse amor que o conjunto das celebrações do Ano Litúrgico nos oferece em regime de pura gratuidade como demonstração viva da misericórdia de Deus. A maior dificuldade é crer nesse amor, entregar-se a ele e renovar-se nele, mantendo a participação litúrgica atualizada.

    Convidamos o leitor a fazer esta viagem nas profundezas da fé, celebrada pela liturgia cristã e mantida pela Igreja Católica na arquitetura magnífica do Ano Litúrgico.

    Sacia-nos com teu amor pela manhã, e, alegres, exultaremos nossos dias todos. (Sl 90,14)

    1

    O tempo do louvor

    O dia amanheceu, afirma o Apóstolo, já é hora de acordar (cf. Rm 13,11). O sol está brilhando. É preciso abrir as janelas do coração para a luz entrar. Diz ainda o Apóstolo: Vistamos a armadura da luz (Rm 13,13) com a veste que é o próprio Jesus, cujo brilho na noite escura da humanidade fez resplandecer o mistério do amor.

    Sobre o amor muito se fala em todos os ambientes. A diferença do ambiente da fé é que, para se falar do amor, é preciso deixá-lo falar primeiro, como diz o salmo: faze-me ouvir teu amor pela manhã (Sl 143,8). Ouvir o Amor pela manhã implica que ele seja a primeira palavra do diálogo com Deus. Não há período tão apropriado para a fala do Amor do que o Ano Litúrgico da Igreja. Não vamos à Igreja para falar, mas para escutar. E, quando a resposta brota, já está em nível de louvor. Embora aconteça no húmus do ser humano, o louvor revela a presença de Deus comunicando-se na intimidade da pessoa. É a glória de Deus tão buscada e desejada, e, sobretudo, comunicada.

    Podemos dizer que o Ano Litúrgico é um registro do amor de Deus em seu derramamento atual. A liturgia coloca-se na manhã da ressurreição. Mas só pode realizar sua eficácia para aqueles que reconhecem a sede voraz instalada no ser, a mesma sede que fez Agostinho buscar até encontrar sua saciedade. E ela está no amor, que, saciado pela manhã, resulta naquela alegria que gera exultação até o fim dos dias. Se a saciedade vem no fim do dia, ou dos dias, restará um lamento semelhante ao gemer do entardecer, que não tem retorno, restando somente o consolo pela certeza do dia seguinte. É o tarde te amei de Agostinho.¹ Contudo, não importa que seja tarde, o que vale é encontrar o louvor que a

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