Flores de Amodoro
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Sobre este e-book
Ao perceber que tinha acessado mais corações do que imaginava, também criou a página no Facebook. Ao todo são mais de 10.000 seguidores e as flores passaram a ser sua marca, pois também transmitem delicadeza e força.
Deste modo, os textos e as frases neste livro, são suas flores, dedicadas a exalar seu perfume e encantar seus leitores.
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Flores de Amodoro - Taise Carvalho
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PRÓLOGO
Algum tempo atrás, antes de criar a Amodoro Textos, tive um sonho tão nítido quanto estranho. Nele, algumas pessoas haviam se reunido e feito um pedido para que eu me juntasse a elas. Lembro-me de ter pensado o que as motivava, e então, me disseram: Porque você tem a chave!
.
Acordei sem entender nenhuma das menções daquele sonho.
Tanto tempo se passou e hoje escrevo textos nas páginas que construí, nas redes sociais, e sinto o quanto isso tem sido benéfico não só para as outras pessoas, mas para mim também, porque já fui navegar por elas como mera espectadora em um dia difícil e me senti abraçada pelas palavras.
Hoje estou ciente de que tenho a chave, não aquela que abre todas as portas ou que permite invadir, machucar, criticar, sentir-se dono da verdade e agredir, mas a chave que dá acesso aos corações, que abre a porta da empatia e traz luz para dentro da escuridão.
As minhas chaves são as palavras, meus textos, o modo como carinhosamente elaboro cada postagem, porque todos merecemos o melhor, porque nós, escritores, viemos para recuperar as estrelas perdidas em meio ao caos, viemos para dar voz a quem se mantém calado e vamos abrindo portas, cada um à sua maneira.
Essa chave que tenho em mãos já foi um presente escondido, hoje é um presente compartilhado, porque sim, eu tenho a chave e sei que cada ser humano é um universo em si mesmo e que precisamos descobri-lo, com delicadeza e respeito.
Texto: A chave
Nós, mulheres, temos a força e a sabedoria de nossas ancestrais. Se caminharmos de mãos dadas para o futuro, espalharemos pelo caminho as flores de nossa liberdade para aquelas que virão depois de nós.
MAR ABERTO
Havia um barco naquela sala, um barco feito como peça de artesanato, ele era grande e suas velas eram azuis. Ele ficava na sala onde eu atendia, sempre esteve lá. Acho que a vida, sábia como só ela, o colocou e o manteve durante todo o tempo.
Ele me lembrava, todos os dias, que os ventos mudam e, com eles, o ajuste das velas. Ao chegar em terra firme, cabe a nós a decisão de atracar ou não, ficar para sempre ou não, pois às vezes só o que nos resta são nossas escolhas.
Esse é um trecho de um texto antigo, escrito alguns anos atrás em meio a um mar turbulento em que minha vida havia se tornado, e hoje vejo tanta fé nessas palavras e entendo que me ampararam quando estava quase no chão.
Aquele barco era tão simbólico e eficiente que quase falava, ainda guardo uma foto dele para não esquecer a mensagem que me enviava silenciosamente estando em cima daquele arquivo, como se também dissesse: – Navegue em silêncio e arquive suas experiências
.
Naqueles dias o barco só não foi mais marcante que a linda libélula que entrou pela janela em uma tarde quente, chocou-se com o vidro e morreu. Ela era belíssima, e ao olhá-la pensei em sua raridade, era sensível e morreu na primeira barreira.
Eu não conseguia parar de pensar no que ela me disse simbolicamente: Você tem todo o mundo em liberdade e prefere chocar-se, debater-se em um habitat que não é seu para morrer silenciosamente?
Naquele dia decidi partir, mas as prisões só mudam de estrutura e infelizmente as libélulas continuam caindo, talvez só sejamos livres em mar aberto.
Ao olhar para trás você percebe que suas experiências te conduziram até aqui e que agora é preciso continuar trabalhando naquilo que deu certo e melhorando o que ainda não está bom.
DEIXE IR O QUE TE ATORMENTA
Deixe ir o que te atormenta e vá embora de você mesmo se for preciso, mas não se perca nessa viagem. Vá para aprender algo diferente e se quiser, retorne.
Não é tarefa fácil, afinal, somos apegados a nós mesmos e aos nossos vícios existenciais.
Nos viciamos em pessoas, lugares, sentimentos e, às vezes, não é porque tudo isso nos faz bem, mas porque não conseguimos ver outro modo para viver, então, nos atormentamos dia após dia pelos vícios que escolhemos ter, pois nem sempre foram circunstâncias impostas e, mesmo sentindo que algo ou tudo está errado, escolhemos manter: manter o contato com certas pessoas, nos manter nos lugares onde estamos ou vamos, manter os sentimentos que nos levam direto para o fundo do poço emocional.
Todos nós temos um poço assim, e muitas vezes sabemos o que nos fará cair nele, em geral são as ausências que sentimos e, de tão atormentados que ficamos, não conseguimos contorná-lo e caímos, onde esperamos impacientemente que alguém nos salve.
Transformar lugares e pessoas para melhor começa por transformar o seu mundo interior em um lugar melhor.
HÁ 10 ANOS
Há dez anos eu não sabia as coisas que sei hoje, não sentia o mundo como sinto hoje.
Ainda bem que o tempo passa, pois nos possibilita viver e adquirir experiência, e assim nos alegrarmos e nos entristecermos. Nos despedirmos e nos conhecermos. Amar e esquecer. Odiar e