A arte de recuperar uma empresa: A dama do fogo

De Aline Silva

Histórias dão sentido à vida. Sustentam nossos valores básicos, religiões, costumes, ética e múltiplos aspectos culturais que nos cercam e, assim como fazem com as pessoas, dão novo sentido e até mesmo grande motivação e inspiração às empresas.
Acredito que todos já tenham ouvido o trecho da música Volta por Cima: "Reconhece a queda e não desanima. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima". Este livro traz a trajetória de vários empreendedores que chegaram perto da falência, mas que não desistiram, pelo contrário, deram a volta por cima com muita persistência, coragem e resiliência e hoje continuam cuidando dos seus negócios muito bem.
Qualquer pessoa que pretende se arriscar no mundo dos negócios deve saber, de antemão, que o caminho para o sucesso na maioria das vezes é longo e cheio de armadilhas. No meio do percurso, momentos desesperadores e situações de crise são inevitáveis. Essa é a única certeza do empreendedor, ao menos uma vez, você vai passar por alguma das situações aqui descritas.

• Idioma: Português
• Editora: Lura Editorial
• Data de lançamento: 17 de dez. de 2018
• ISBN: 9788558491525

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Introdução

Reestruturação de empresas -

a arte de resgatar uma companhia

Histórias dão sentido à vida. Sustentam nossos valores básicos, religiões, costumes, ética e múltiplos aspectos culturais que nos cercam, e assim como fazem com as pessoas dão novo sentido e até mesmo grande motivação e inspiração às empresas.

Percebi que uma das grandes dádivas de ser contadora de histórias é ter a oportunidade de viver uma vida diferente da minha, sentir novas emoções, alegrias, tristezas, ver brilho nos olhos das pessoas e conseguir, acima de tudo, aprender lições por meio de situações que outras pessoas já passaram e querem ensinar. Tornar o tombo de outras pessoas menor e menos dolorido é uma dádiva.

Acredito que todos já tenham ouvido aquele trecho da música Volta por Cima: Reconhece a queda e não desanima. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. Este livro traz a trajetória de vários empreendedores que chegaram perto da falência, mas que não desistiram, pelo contrário, deram a volta por cima com muita persistência, coragem e resiliência e hoje continuam cuidando dos seus negócios muito bem.

Qualquer pessoa que pretende se arriscar no mundo dos negócios deve saber, de antemão, que o caminho para o sucesso, na maioria das vezes, é longo e cheio de armadilhas. No meio do percurso, momentos desesperadores e situações de crise são inevitáveis. Essa é a única certeza do empreendedor, ao menos uma vez, você vai passar por alguma das situações aqui descritas.

Existe um grupo grande de empreendedores que não aceita lidar com essas situações e desiste, mesmo antes de tentar revertê-la, devido à falta de estrutura emocional, mas encontrei outro grupo, que entende que aquele momento é passageiro e que o bom é ter história para contar, rir dos tombos, quando não tiver jeito, gargalhar, chorar, correr atrás dos seus sonhos e viver de forma mais intensa que conseguir.

Neste livro, usando uma visão de empreendedorismo centrada no ser humano, espero trazer ensinamentos e lições aos futuros empreendedores, atuais empreendedores, pessoas que, como eu, amam histórias e, acima de tudo, querem constantemente aprender, mudar, crescer, ter sucesso na vida pessoal e profissional, sem abrir mão de nada, e serem muito felizes todos os dias e não esperar o amanhã para serem felizes.

Esse livro traz, por meio de uma linguagem simples, histórias, metodologias, técnicas e muito aprendizado para que o empresário consiga tirar sua empresa do vermelho, reestruturá-la e crescer, criando valor para a mesma.

capítulo 1

A dama do fogo –

Onde tudo começou

Acordei assustada com o barulho do telefone. Ainda atordoada com o toque do celular, pensei: Quem estaria me ligando às 6 horas?. Mal sabia que aquela ligação marcaria a minha vida para sempre.

Atendi e era um vizinho e também cliente meu, informando que minha oficina mecânica tinha sido incendiada naquela madrugada e que eu me preparasse para o pior cenário.

Com o choque, não consegui pensar direito, cai em prantos. Mesmo chorando, me levantei e avisei meu marido sobre o ocorrido, ele mal colocou a roupa e foi de moto para a oficina o mais rápido que conseguiu. Com pensamentos imersos, arrumei meus filhos, deixei-os na escola e fui para a oficina.

Era dia 12 de junho de 2015. Só de lembrar aquele dia, isso ainda gera um monte de sentimentos. Praticamente já me libertei de todas as tristezas que aquelas imagens e lembranças me traziam e com o tempo me esforço para lembrar cada dia menos de tudo que passei.

Quando cheguei à oficina, não acreditei no que vi. Havia carros de polícia estacionados na porta e uma barreira para ninguém entrar. Mesmo sem entrar, foi possível ver o verdadeiro cenário de guerra que me aguardava, um filme de terror.

Triste lembrar que tudo que demorei anos e anos para conseguir tinha sido destruído em poucos minutos: o galpão estava desmoronado devido à explosão de alguns carros, oito carros de luxo completamente destruídos (perda total de todos eles), maquinários como máquina de balanceamento, torno, elevadores, ferramentas, enfim, tudo foi queimado, tudo tinha ficado preto, haviam cinzas, pensei que tudo estava acabado naquele momento.

Esse seria o fim ou um grande começo? Não conseguia pensar nisso naquela hora, minha cabeça estava atordoada. No meio do dia me deram alguns comprimidos para controlar o nervosismo e, aos poucos, o remédio foi fazendo efeito e fui ficando mais calma.

Apareceram várias pessoas amigas para me dar uma palavra de consolo e até mesmo um abraço, jamais esquecerei dessas pessoas.

Me lembro de um dono de uma outra oficina que me ligou pela manhã e me falou que soube de tudo que tinha acontecido pelo noticiário, disse que apesar de não me conhecer, conhecia minha oficina, pois passava sempre na frente dela e comentou que sentia muito pelo ocorrido e estava muito triste com toda aquela situação. Hoje esse mesmo homem, dono dessa outra oficina é um grande parceiro de negócios e juntos ganhamos dinheiro.

Ainda nesse dia, outro vizinho, não aquele que tinha me ligado para avisar sobre o incêndio, mas outro, me chamou para mostrar as imagens das suas câmeras. Ele me disse com todas as palavras que o incêndio tinha sido criminoso e não um acidente como imaginávamos até então. Um homem havia entrado na loja naquela noite e causado o incêndio.

Aos poucos, fomos desvendando o mistério, já que mais um vizinho se manifestou.

Conseguimos ver que um carro preto da marca Toyota parou na rua de cima do local do crime, o rapaz que estava como passageiro desceu do carro e foi caminhando até a oficina, abriu a porta automática até a metade e depois entrou na loja.

Depois de muitas horas aguardando na frente da oficina, recebemos a liberação da polícia e do Corpo de Bombeiros e, finalmente, conseguimos entrar. Percebemos que apesar de tudo ter ficado destruído, o aparelho de gravação das imagens da oficina, que estava guardado dentro de um armário fechado no banheiro, não foi danificado.

Juntando todas as imagens e vídeos, percebemos que um veículo da marca Toyota, modelo Corolla, na cor preta, estacionou na rua de cima, de onde um rapaz jovem de pele clara desceu a rua caminhando, colocou a mão no bolso, tirou um controle remoto de abertura da porta automática, desativou o alarme e