Empreendedores: Agilidade, resultados, cultura de dono e um negócio capaz de revolucionar o mercado

De Eduardo Glitz, Marcelo Maisonnave e Pedro Englert

Os modelos de gestão tradicionais foram concebidos para atuar em um mundo previsível, linear e sem a presença constante do imponderável. Entretanto, a busca por propósito alinhada ao advento das revoluções da atualidade e a necessidade de trazer metodologias ágeis para atender às novas demandas, exige uma nova atitude dos líderes na qual o controle perdeu espaço para uma gestão por contexto.
Pensando nessa nova realidade dos negócios, Eduardo Glitz, Marcelo Maisonnave e Pedro Englert trazem um modelo de gestão suficientemente dinâmico que irá defender a sua empresa e mantê-la viva no mundo das evoluções exponenciais. Não podemos mais focar exclusivamente os processos, e sim os objetivos, oferecendo a autonomia necessária para que o time possa alcançá-los.

Neste livro, você aprenderá:
- Como entender e colocar em prática a mentalidade que a nova economia exige para que seu modelo de negócios continue competitivo e relevante para o mercado;
- Como construir uma cultura de dono na qual o time compartilhe a visão do negócio e possibilite um modelo de partnership eficiente e próspero;
- Como identificar os dois tipos de concorrência – assimétrica e transversal –, mapeando os riscos e colocando a empresa em primeiro lugar;
- Como diferenciar um bom produto de um bom negócio, partindo de uma ideia inicial e testando-a de maneira rápida, objetiva e com baixo custo para que se prove viável e rentável;
- Como desenvolver uma gestão que valorize o aprendizado, a inovação, a tomada de riscos, a análise de resultados e o alinhamento constante.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Gente
• Data de lançamento: 1 de set. de 2019
• ISBN: 9788545203452

Pré-visualização do livro

Capítulo

"Não quero que em 20 anos minhas filhas

venham me dizer: você sabia que era

preciso mudar e não fez nada.

Esse pensamento cabe não

apenas na condução de um país,

mas em todas as coisas da vida."

— BARACK OBAMA EM ENTREVISTA A DAVID LETTERMAN

PEDRO ENGLERT

Cheguei em casa mais cedo naquela terça-feira de setembro, em 2015. Larguei o computador em um canto da sala, como sempre faço, conversei rapidamente com minha esposa e me sentei para brincar com Antonio. Lembro-me de ter me conectado de maneira diferente com meu filho, sem pensamentos paralelos, sem interferências, planos, planilhas, metas, métricas… ou qualquer outro ruído que move e atormenta quem, como eu, vive para os negócios. Minha mente estava concentrada apenas na brincadeira com o guri. Foram alguns minutos de trégua, mas o suficiente para detectar algo valioso que eu buscava havia muito tempo: a capacidade de ser igualmente intenso, com 100% de entrega, em casa e no trabalho.

Então, o cérebro voltou a girar na velocidade habitual, processando o passado recente e tentando projetar o futuro, que parecia ainda mais incerto. Ficou claro para mim que a experiência da tarde com meu filho era uma reação natural, quase um antídoto, à turbulência que eu havia experimentado horas antes.

Repassei rapidamente os fatos. Na manhã daquele mesmo dia, eu deixara a sociedade na XP Investimentos, a startup que nasceu em uma sala de 25 metros quadrados em Porto Alegre e se transformou, em pouco mais de uma década, na maior corretora independente do Brasil. Eu havia participado de boa parte daquela trajetória impressionante. Entrei em 2007 a convite de Marcelo Maisonnave, um dos fundadores da empresa, ainda no início da operação, e liderei projetos importantes como a construção da rede de agentes autônomos da empresa, o que permitiu levar o nome e os produtos da XP para todo o país. Marcelo era, até então, o responsável pela expansão dos escritórios. Ele me treinou e foi aos poucos me colocando no circuito, pois sabia de minha experiência no projeto de ampliação da rede de postos Ipiranga, empresa para a qual eu havia trabalhado antes de me juntar à XP. Eu conhecia aquele mundo do varejo, bastava adaptá-lo (e me adaptar) ao novo segmento. Quando assumi a tarefa na XP, havia dez escritórios. Quando deixei a função, eram 400. Também liderei a transformação do InfoMoney, convertendo-o em um dos poucos sites de mídia no Brasil com um modelo de negócios altamente rentável e escalável. Orgulho-me, particularmente, da joint venture que fiz com a Bloomberg, um dos mais importantes provedores de conteúdo financeiro do mundo, o que aumentou consideravelmente a relevância do portal – nos tornamos, rapidamente, uma máquina de geração de clientes para a XP. Peguei o InfoMoney com R$ 400 mil de receita e devolvi com quase R$ 2 milhões. Lembro-me ainda da organização do Expert, principal evento financeiro da XP e da criação do G-20, como batizei o encontro dos maiores escritórios da empresa, responsáveis por definir projetos e estratégias de crescimento. E, claro, de participar ativamente da evolução do modelo de negócios da XP: de uma corretora que vendia ações para uma plataforma de investimentos. Foi duro, portanto, retirar o crachá de sócio sabendo que haveria muito mais a