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Trilogia Dupin
Trilogia Dupin
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E-book166 páginas2 horas

Trilogia Dupin

De Poe

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Sobre este e-book

Os Assassinatos na Rua Morgue influenciou personagens famosíssimos da literatura, incluindo Sherlock Holmes (de Arthur Conan Doyle) e Hercule Poirot (de Agatha Christie). Poe foi um dos primeiros escritores americanos de contos e, geralmente, é conhecido como o precursor e inventor do gênero de ficção policial, recebendo também o crédito pela contribuição ao emergente gênero de ficção científica.
No conto, o francês Monsieur C. Auguste Dupin, com a ajuda do narrador da história, utiliza sua própria lógica dedutiva para solucionar um crime. Observando os fatos e analisando atentamente os testemunhos reportados pela imprensa, Dupin passa por cima da polícia francesa e consegue com muita precisão solucionar um caso que parecia impossível.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de mai. de 2020
ISBN9786599061431
Trilogia Dupin
Autor

Poe

Edgar Allan Poe (1809–49) reigned unrivaled in his mastery of mystery during his lifetime and is now widely held to be a central figure of Romanticism and gothic horror in American literature. Born in Boston, he was orphaned at age three, was expelled from West Point for gambling, and later became a well-regarded literary critic and editor. The Raven, published in 1845, made Poe famous. He died in 1849 under what remain mysterious circumstances and is buried in Baltimore, Maryland.

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    Trilogia Dupin - Poe

    Todos os direitos reservados

    Copyright © 2019 by Editora Pandorga

    Produção Editorial

    Equipe Editora Pandorga

    Capa e Projeto gráfico

    Lumiar Design

    Revisão

    Jéssica Gasparini Martins

    Tradução

    Fátima Pinho

    Samuel Bueno

    Produção do arquivo ePub

    fkeditorial

    Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo nº 54, de 1995)

    DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

    Ficha elaborada por: Aline Graziele Benitez CRB-1/3129

    P798c

    1.ed.

    Poe, Edgar Allan

    Trilogia Dupin / Edgar Allan Poe. – 1.ed. – São Paulo: Pandorga, 2019.

    168 p.; 14 x 21 cm.

    ISBN: 978-85-84423-74-3

    1. Literatura americana. 2. Terror. 3. Suspense. 4. Mistério. I. Título.

    CDD 810

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Literatura americana: terror

    2. Suspense: mistério

    2019

    IMPRESSO NO BRASIL

    PRINTED IN BRAZIL

    DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À

    EDITORA PANDORGA

    AVENIDA SÃO CAMILO, 899

    CEP 06709-150 - GRANJA VIANA - COTIA - SP

    Tel. (11) 4612-6404

    WWW.EDITORAPANDORGA.COM.BR

    Apresentação

    Edgar Allan Poe é um dos escritores mais importantes da literatura dos Estados Unidos. Ele nasceu em janeiro de 1809 em Boston, Massachusetts, e era filho de atores de teatro itinerantes. Ao longo de sua vida morou em muitas cidades, incluindo alguns dos principais centros comerciais do país, como Nova York, Boston, Richmond, Baltimore, Charleston e Filadélfia. Serviu o exército em West Point, iniciou, mas não terminou um curso superior na Universidade da Virgínia e trabalhou como escritor e editor de revistas literárias desde o fim da década de 1820 até sua morte. Morreu em outubro de 1849 em Baltimore, de causas desconhecidas.

    Poe é um escritor muito popular. Tem atraído leitores de diversas faixas etárias, interesses e áreas. Suas obras são estudadas em todo o mundo e escritores das mais diversas nacionalidades foram ou são influenciados por elas. O que será que há na obra de Edgar Allan Poe que tem despertado e ainda desperta tanto interesse?

    Poderíamos pensar longamente sobre essa questão, e talvez nos lembrarmos de seus contos góticos, fantásticos, de terror, que mexem com sentimentos tão íntimos e antigos do ser humano, tais como o medo. Ou de seus contos humorísticos, altamente irônicos e críticos, nos quais ele nos faz rir sarcasticamente do mundo, da sociedade, das classes dominantes, de nós. Ou ainda de seus poemas, ricos em lirismo, beleza, e frequentemente também em tristeza e até mesmo de horror. Mas há ainda uma parte de sua obra que certamente tem muito a ver com o porquê do duradouro interesse em sua literatura: os contos de detetive.

    Poe escreveu três contos do gênero, cujos títulos são: Os Assassinatos na Rua Morgue, O Mistério de Marie Rogêt e A Carta Roubada. Eles foram publicados entre 1841 e 1844. Nem todos sabem disso, mas esses foram os primeiros contos de detetive jamais escritos. E apresentam também o primeiro detetive literário com características que reconhecemos até hoje: o Monsieur C. Auguste Dupin. O cenário das histórias é a cidade de Paris. Seu narrador é um amigo de Dupin, que não é nomeado, e que observa a atuação do detetive e muitas vezes se surpreende com os resultados que ele alcança.

    Dupin é um detetive astuto, com capacidade intelectual surpreendente, capaz de enxergar a solução de mistérios aparentemente insolúveis apenas observando detalhes de superfície, que passam despercebidos para a maior parte das pessoas. Em A Carta Roubada, o detetive comenta que a verdade não está sempre dentro de um poço, o que parece definir bem a sua postura diante da realidade de difícil compreensão: a solução pode ser mais óbvia do que parece.

    Em Os Assassinatos da Rua Morgue, Dupin investiga a morte de uma mãe e uma filha, cuja vida era bastante reclusa e que tiveram sua casa brutalmente invadida e seus cadáveres desfigurados por um criminoso de força e crueldade sobre-humanas. Quem poderia ser tal assassino, capaz de tamanha atrocidade? Essa é a pergunta que assombra e paralisa a equipe de policiais que investigam o caso, bem como as testemunhas, os colunistas de jornais, e até o amigo de Dupin que narra a história.

    Em O Mistério de Marie Rogêt, o detetive debruça-se sobre o assassinato de uma jovem vendedora, que desaparece subitamente e é encontrada morta nas margens de um rio. O que se destaca no conto são os relatos jornalísticos sobre o caso: Dupin lê os jornais e deles extrai as informações que o permitem levantar suas hipóteses sobre a identidade do assassino. O conto inspira-se em uma história real, a do assassinato da nova-iorquina Mary Rogers, que foi largamente coberto pela imprensa da época e que jamais foi solucionado.

    Já em A Carta Roubada, o mistério não é a identidade do criminoso. Desde o começo sabemos quem roubou a carta: foi o Ministro D-, que ousa todas as coisas, como diz o chefe de polícia. A grande pergunta, a princípio, é: onde está a carta? A partir de um certo ponto da narrativa, a pergunta muda: como Dupin descobriu isso? O conto tem uma forma surpreendente de excitar a curiosidade do leitor acerca da investigação, mais do que pela solução do mistério em si. Por isso, pode ser considerado o mais ambicioso dos três contos da trilogia de Dupin.

    Os contos de detetive de Poe inspiraram inúmeros escritores a criarem outros detetives literários, sendo talvez o mais famoso o Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle. Certamente, a incrível máquina de gerar curiosidade e interesse, essa nova forma narrativa que ele desenvolveu, é um dos grandes motivos pelos quais até hoje estamos aqui, curiosos e interessados em adentrar o instigante mundo da literatura de Edgar Allan Poe.

    FABIANA DE LACERDA VILAÇO

    Professora de Literaturas de Língua Inglesa na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS

    Os Assassinatos da

    Rua Morgue - 1841

    Quais as canções que cantavam as Sereias,

    ou que nome Aquiles adotou quando se escondeu entre as mulheres:

    embora enigmáticas, tais questões não estão acima de toda a conjectura.

    SIR THOMAS BROWNE

    As características das inteligências consideradas analíticas são, em si mesmas, pouco suscetíveis a análises. Só as apreciamos através de seus efeitos. Sabemos, entre outras coisas, que para aqueles que as possuem em alto grau, são sempre a fonte do mais vivo prazer. Assim como o homem forte vibra com sua habilidade física, e se deleita com aqueles exercícios que chamam seus músculos para a ação, assim o analista encontra satisfação na atividade moral que desembaraça as coisas. Ele encontra prazer até mesmo nas ocupações mais triviais que coloquem em ação seus talentos. Adora os enigmas, as charadas e os hieróglifos; exibe, na solução de cada um deles, um grau de perspicácia que parece sobrenatural às pessoas comuns. Seus resultados, obtidos através do método, em toda a sua alma e essência, apresentam, na verdade, toda a aparência da intuição.

    A faculdade da resolução é possivelmente bastante fortalecida pelo estudo das matemáticas, especialmente por seu ramo mais alto, que, injustamente, e apenas em função de suas operações retrógradas, vem sendo chamado de análise, par excellence1. Todavia, calcular não é o mesmo que analisar. Um enxadrista, por exemplo, faz a primeira sem se esforçar pela segunda. Segue-se que o jogo de xadrez, em seus efeitos sobre a natureza da inteligência, é muito mal compreendido. Não estou agora escrevendo um tratado, mas simplesmente prefaciando uma narrativa um tanto peculiar através de observações bastante aleatórias. Dessa forma, aproveitarei a oportunidade para afirmar que os poderes mais altos da inteligência reflexiva são utilizados de forma mais decidida e mais útil em um humilde jogo de damas do que na frivolidade complicada do xadrez. Neste último, onde as peças têm movimentos diferentes e bizarros, com valores diversos e variados, aquilo que é apenas complexo é confundido (um erro bastante comum) com o que é profundo. Aqui, o jogo clama por atenção. Se esta falhar por um instante, o jogador comete um descuido que terá como resultado uma perda ou a derrota. Uma vez que os movimentos possíveis não são apenas variados, mas também intrincados, as possibilidades de descuido são multiplicadas; e em nove entre dez casos, é o jogador mais concentrado, e não o mais inteligente, quem vence. No jogo de damas, ao contrário, em que os movimentos são únicos e com pouca variação, as probabilidades de descuido são menores e a atenção fica relativamente ociosa, as vantagens obtidas por qualquer das partes são obtidas através de uma perspicácia maior. Para sermos menos abstratos, suponhamos um jogo de damas em que as peças estão reduzidas a quatro damas e no qual, é claro, não se espere qualquer distração. É óbvio que aqui a vitória pode ser decidida (se os adversários estão em igualdade de condições) somente através de algum movimento recherché,2 resultado de um grande esforço do intelecto. Desprovido de recursos ordinários, o analista penetra no espírito do oponente, identifica-se com ele e, com frequência, vê, num relance, o único método (às vezes absurdamente simples) pelo qual pode induzi-lo a um erro ou encorajá-lo a um cálculo errado.

    O whist vem sendo notado há tempos por sua influência sobre o que é denominado poder de cálculo; e homens dotados de grande intelecto têm experimentado um prazer aparentemente inexplicável nesse jogo, ao mesmo tempo em que deixam de lado o xadrez, por considerá-lo uma frivolidade. Sem dúvida, não há nada de natureza semelhante que exija tanto da faculdade analítica. O melhor enxadrista do mundo cristão pode não ser nada além de o melhor enxadrista; mas a proficiência no whist implica uma capacidade para o sucesso em todos os empreendimentos importantes onde duas mentes se enfrentam. Quando falo em proficiência, refiro-me àquela perfeição no jogo que inclui uma compreensão de todas as possibilidades das quais uma vantagem legítima pode ser obtida. Estas últimas são não apenas múltiplas como multiformes, e frequentemente se encontram em recessos da mente totalmente inacessíveis à compreensão das pessoas comuns. Observar com atenção significa lembrar com clareza; e, nesse sentido, o enxadrista concentrado vai se sair muito bem no whist3; pois as regras de Hoyle4 (que se baseiam no próprio mecanismo do jogo) são compreensíveis, de maneira geral e satisfatória. Portanto, possuir uma memória retentiva e jogar de acordo com as regras são pontos normalmente considerados como sendo a síntese de um bom jogador. Mas é nas questões que estão além dos limites das regras que a habilidade do analista se evidencia. Em silêncio, ele faz uma miríade de observações e inferências. Talvez assim também façam seus companheiros; e a diferença na quantidade de informações obtidas não está na validade da inferência, mas na qualidade da observação. O conhecimento necessário é o do que observar. Nosso jogador não se restringe a si mesmo; e, mesmo sendo o jogo o objeto, ele não rejeita deduções de elementos externos a ele. Ele examina a fisionomia do parceiro e a compara cuidadosamente com as fisionomias de cada um de seus oponentes. Ele estuda o modo de ordenar as cartas em cada mão; muitas vezes conta trunfo por trunfo e manilha por manilha, pela forma como quem as segura olha para elas. Ele nota cada variação de expressão à medida que o jogo avança, reunindo um banco de pensamentos a partir das diferenças de expressão de segurança, de surpresa, de triunfo ou de contrariedade. Pela maneira como recolhe uma vaza, ele julga se a pessoa que a recolheu pode pegar outra do naipe. Ele reconhece o blefe pelo jeito como a carta é jogada sobre a mesa. Uma palavra casual ou inadvertida; a queda acidental ou a virada de uma carta, com a ansiedade ou a negligência com que procura ocultá-la; a contagem das vazas, com a ordem de sua disposição; o embaraço, a hesitação, a afobação ou o receio – tudo permite à sua percepção aparentemente intuitiva indicações sobre a realidade das coisas. Depois de jogadas duas ou três mãos, conhece as cartas de cada jogador e, a partir daí, descarta as suas com uma precisão de propósito tão absoluta como se o resto dos participantes estivesse jogando com as cartas abertas.

    O poder analítico não deve ser confundido com a engenhosidade em sentido amplo; pois, enquanto o analista

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