Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Vem cá: vamos conversar sobre a saúde sexual de lésbicas e bissexuais
Vem cá: vamos conversar sobre a saúde sexual de lésbicas e bissexuais
Vem cá: vamos conversar sobre a saúde sexual de lésbicas e bissexuais
E-book115 páginas50 minutos

Vem cá: vamos conversar sobre a saúde sexual de lésbicas e bissexuais

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

É fácil ignorar o problema quando você está vivendo em sua bolha, provoca a letra de música na introdução deste livro. O problema, trazido à tona nas páginas seguintes, é o despreparo de nosso sistema de saúde, tanto público quanto privado, para oferecer assistência digna a mulheres lésbicas, bissexuais e homens trans. Uma pauta frequentemente ignorada por quem vive na bolha da cis-heteronormatividade.

Larissa Darc nos convida a uma conversa sobre os porquês da invisibilidade do tema. Ao escrever este livro, ela supera o desafio duplo de se colocar como parte do "problema", enquanto mulher bissexual, e de abordar um assunto que é um grande tabu: o sexo entre vaginas (sim, é sexo mesmo!). Vem cá: vamos conversar sobre a saúde sexual de lésbicas e bissexuais é o resultado de uma investigação apaixonada feita por uma mulher que ama mulheres. A visibilidade é o fio condutor.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de jun. de 2020
ISBN9786587530024
Vem cá: vamos conversar sobre a saúde sexual de lésbicas e bissexuais

Relacionado a Vem cá

Ebooks relacionados

Bem-estar para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Vem cá

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Vem cá - Larissa Darc

    1

    If history could set you free from who you were supposed to be

    If sex in our society didn’t tell a girl who she would be

    Se a história pudesse libertar você de quem você deveria ser

    Se o sexo em nossa sociedade não dissesse a uma garota quem ela deveria ser

    Sex Yeah - Marina and the diamonds

    HETERONORMATIVIDADE

    Antes mesmo de nascer, nosso destino já está traçado. No momento que a ultrassonografia revela o formato do nosso órgão genital recebemos uma carga de expectativas comportamentais que nos acompanhará por toda a vida.

    Nome, roupas, cobertores e brinquedos são escolhidos pela família de acordo com a classificação de gênero que recebemos. Meninas vestem rosa e ganham bonecas. Meninos, vestidos de macacão azul, são presenteados com bolas e carrinhos. Como se só existissem dois gêneros fixos, binários e determinados pela genitália.

    Em O segundo sexo, seu mais famoso livro, a filósofa Simone de Beauvoir (1908-1986), um ícone do feminismo, explica essa distinção:

    Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino. Somente a mediação de outrem pode constituir um indivíduo como um Outro. Enquanto existe para si, a criança não pode apreender-se como sexualmente diferenciada. Entre meninas e meninos, o corpo é, primeiramente, a irradiação de uma subjetividade, o instrumento que efetua a compreensão do mundo: é através dos olhos, das mãos e não das partes sexuais que apreendem o universo.

    BEAUVOIR, Simone de.

    O segundo sexo.

    Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

    O segundo sexo

    Publicada pela primeira vez em 1949, a obra O segundo sexo está completando 70 anos. Com sua célebre frase ninguém nasce mulher, torna-se mulher, Simone de Beauvoir inaugurou uma perspectiva na qual a opressão feminina passou a ser vista muito mais como uma questão de aprendizagem e de socialização do que como uma condição atávica ou uma fatalidade incontornável da natureza. Em um contexto pós-guerra e pró-natalista, ela ousou ir contra o determinismo biológico que reservava às mulheres um destino social de mães, passando a compreender a mulher como uma construção social, constituída histórica e culturalmente no pensamento ocidental como o Outro, isto é, como diferente do humano, representado pelo homem. Com isso, deu os primeiros contornos do que mais tarde, nos anos 1960, viria a ser conceituado como gênero pelas mãos das feministas da segunda onda. Provavelmente vem daí uma definição muito conhecida do feminismo, cunhada pela estudiosa americana Cheris Kramarae, popularizada em camisetas, muros e posts nas redes sociais: Femi­nismo é a ideia radical de que as mulheres são gente.

    Conforme crescem, as crianças moldam seus gostos e sua personalidade de acordo com a carga cultural oferecida pela escola, família e sociedade. Enquanto as garotas são ensinadas a serem afetuosas, cuidadosas e retraídas, os garotos recebem incentivos opostos. Os papéis de gênero são, então, adotados pelos pequenos, que passam a performar feminilidade ou masculinidade ainda nos primeiros anos de vida. Essa série de expectativas, demandas e restrições comportamentais relacionadas à adequação entre sexo e gênero estruturam todos os campos da vida de uma

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1