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Leitura e Escrita: Da Escola para a Vida
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Leitura e Escrita: Da Escola para a Vida
E-book251 páginas2 horas

Leitura e Escrita: Da Escola para a Vida

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Sobre este e-book

O livro Leitura e Escrita: da escola para a vida faz uma reflexão às práticas de oficinas de Leitura, Produção Textual e Reescrita, realizadas entre 2011 a 2013 nos três anos do Ensino Médio. Tais atividades se basearam, além de nas experiências do autor, numa fundamentação teórica compatível e necessária, desenvolvida paralelamente. Na obra, ressalta-se que a escrita e a reescrita são etapas fundamentais do processo de aprendizagem nos últimos anos do ensino básico.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de ago. de 2020
ISBN9786586034592
Leitura e Escrita: Da Escola para a Vida

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    Leitura e Escrita - José Enildo Elias Bezerra

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO LINGUAGEM E LITERATURA

    Às professoras e aos professores, que lutam por uma educação de qualidade em nosso país, e, que, muitas vezes, são impedidos por gestoras(es) ambiciosas(os), que tentam desmotivá-los ao iniciarem atividades de leitura e escrita com seus alunos.

    AGRADECIMENTOS

    À minha amiga e ex-orientadora, Prof.ª Dr.ª Maria Teresa Gonçalves Pereira, fica aqui minha eterna gratidão.

    Aos meus inspiradores professores, doutores José Carlos Azeredo, Cláudio Henriques, Alexandre do Amaral, Tânia Maria Nunes, Carmen Pimentel, Maria Teresa Tedesco, Ana Maria Pires e a todos os grandes professores que tive a chance de conhecer e que me deram excelentes exemplos de dedicação.

    Dedico esta obra, ainda, aos funcionários da Universidade do Estado do Rio de Janeiro — Uerj, que, mesmo diante de tantas dificuldades, realizam seus trabalhos em função de uma educação de qualidade em nosso país.

    À Profª Dr.ª Dóris de Almeida, professora do departamento de Ciências Sociais da Escola Naval, autora do livro Produção e revisão textual: um guia para professores de Português e de línguas estrangeiras, pela torcida e carinho.

    Aos meus amigos Elson Klusvick, Vanilson Pontes e Tânia Saldanha M. Lopes, pelo acolhimento e compreensão durante todos esses anos de pesquisa.

    Aos primos Vital e Ana Lúcia Lucena, pelo carinho e apreço.

    Ao Prof. Dr. Djair Rêgo, por sua ajuda durante o processo do desenvolvimento das atividades nas oficinas.

    Aos amigos Viviane, Guilherme e Carlos Campos, pelo carinho e amizade.

    Ao doutor Hamilton Martinelli e às doutoras Fabiana Maia e Ana Paula Hawatt, pela atenção e carinho, deixo a todos minha gratidão.

    À equipe do Proler/Baixada Santista — Unisanta, por promover cursos no âmbito da leitura para professores das redes municipal, estadual e particular de ensino da baixada santista, um exemplo a ser seguido pelo resto do Brasil.

    Às doutoras Lúcia e Silva Teixeira da Universidade Santa Cecília — Unisanta, pela gentileza e carinho que sempre fui recebido nos encontros do Proler/Unisanta.

    aos meus colegas professores, técnicos e alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE – campus Ubajara pelo respeito e carinho que dedicam a todos que fazem parte da instituição e fora dela.

    PREFÁCIO

    Há determinados estudos, trabalhos e pesquisas consistentes, embasados em sólidas fundamentações teóricas, sem dúvida, bastante qualificados para consultas, que geram sérias e profundas reflexões.

    Este livro, entretanto, além das qualidades comumente mencionadas, revela uma que o torna singular: a passagem, sem quaisquer trâmites burocráticos ou maiores obstáculos, da escola para o quotidiano do falante de Língua Portuguesa.

    É fato que nossa língua materna nos disponibiliza ocorrências significativas motivadas por um sistema linguístico plural e instigante; entretanto as experiências precisam ancorar-se em situações que efetivamente resultem em produtos e ações que auxiliem o usuário no contexto em que se insere. Práticas diversas de linguagens devem transitar da escola para a vida a fim de que o indivíduo não se sinta travado, sem alternativas que lhe possibilitem autonomia e criticidade. Assim, José Enildo Elias Bezerra, partindo de dificuldades de toda ordem, em meio inóspito para ações positivas, mostra-nos como atividades desenvolvidas em sala de aula, com extrema carência de recursos físicos e humanos, podem transpor os muros da escola e viabilizar condições melhores de vida aos utentes de Língua Portuguesa. Verdadeiramente não se trata de utopia, mas de vontade, entusiasmo e saber que se entrelaçam para tornar o exercício de ler e de escrever ações que façam diferença, transformando as pessoas em cidadãos de primeira classe. A sala de aula não se isola do dia a dia fora da escola, mas também não deixa de existir como espaço de conhecimento organizado e múltiplo. Cabe ao professor/educador/mediador a tarefa árdua, mas gratificante, de associá-las, unindo-as permanentemente. José Enildo trouxe da sua condição de ex-aluno da EJA o acervo de experiências, práticas e reflexões para garantir resultados concretos que transformam o indivíduo via essa Língua Portuguesa de todos nós, alicerçando em definitivo as bases para uma vida plena em termos pessoais e profissionais.

    Prof.ª Dr.ª Maria Teresa Gonçalves Pereira

    Universidade do Estado do Rio de Janeiro — Uerj

    APRESENTAÇÃO

    É instigante trabalhar com alunos que carregam em suas histórias de vida os desafios de enfrentarem as dificuldades para alcançar a finalização do ensino básico. Nos últimos anos, pode-se constatar que muitos indivíduos, ao ingressarem nas universidades, encontram desafios enormes para ler um simples texto e quase não conseguem escrever.

    Ensinar a produzir textos não é uma tarefa fácil, principalmente, quando o estudante passa pelo ensino fundamental sem praticar, com frequência, a leitura e a escrita. Ao chegar aos anos finais da educação básica, é comum encontrar alunos que não leem e nem escrevem pequenos parágrafos.

    Muitas escolas, fora dos perímetros urbanos e, consequentemente, não acessíveis ao uso da tecnologia, que embora ocupem espaço na comunidade escolar urbana, não trazem avanços no âmbito da leitura e da escrita, uma vez que apenas disponibilizam informações. Se não houver uma seleção prévia, por parte do professor, acerca dos textos estudados, podem causar sérios danos para a aprendizagem.

    Dessa forma, a experiência que envolve a realização de atividades em uma escola de Ensino Médio, situada em um lugar distante dos grandes centros, observando a possibilidade de construir novas atividades, por meio de Oficinas de Leitura e de Escrita, surge como uma proposta que se baseou em experiência fundamentada pelo autor diante da aplicação em oficinas no estado de Pernambuco. Após a experiência de alguns anos de práticas com leitura, produção textual e interpretação, é possível identificar que, muitos dos problemas com os alunos ainda se perpetuam em outros rincões do Brasil. Enquanto não houver um ensino de Língua Portuguesa, que reconheça a tríade gramática – leitura – escrita, sempre haverá necessidade de realizar oficinas, nas quais se propicie o devido auxílio aos alunos para que reconheçam a necessidade de aprender a língua materna de forma mais consciente, sem decorar regras gramaticais.

    Esta obra tem por finalidade refletir acerca das práticas de Oficinas de Leitura, Produção Textual e Reescrita, realizadas no período de 2011 a 2013, em uma escola do Ensino Médio, na amazônia oriental. As reflexões sobre tais atividades se basearam, além de em experiências próprias, em fundamentação teórica compatível e necessária, desenvolvida paralelamente. Ressalta-se, ainda, que a reescrita é uma etapa fundamental do processo.

    As primeiras atividades foram idealizadas nos anos iniciais do Ensino Médio. Faz-se a exposição acerca do percurso da criação de oficinas, que proporcionaram aos alunos do ensino fundamental – EJA, Ensino Médio e nível técnico, novas possibilidades de aprendizagem de leitura e de escrita, tornando-os membros, de fato, da sociedade, cujos horizontes não se limitam ao período escolar.

    Nas oficinas, propunha-se desenvolver habilidades de leitura e de escrita, interpretação e expressão (oral e escrita) em uso da língua materna, levando-o a refletir sobre a língua no processo de ensino-aprendizagem, tendo como corpus a prática de produção textual. Assim, as atividades se direcionavam a sensibilizar o estudante para que se questionasse acerca das escolhas linguístico-discursivas na produção do próprio texto e na concepção de quem lê e escreve para se comunicar de forma coesa e coerente. Enfim, assumir a língua como própria ferramenta de comunicação, focalizando a relação entre a produção dos textos e suas finalidades interativas.

    José Enildo Elias Bezerra

    Autor

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    Sumário

    INTRODUÇÃO 17

    Capítulo 1

    Alfabetização e letramento escolar 25

    Capítulo 2

    Breve histórico sobre o ensino de leitura / escrita

    no Brasil 41

    Capítulo 3

    A possibilidade da produção escrita no Ensino Médio e na eja: experiência com adultos no nordeste brasileiro 53

    Capítulo 4

    O NÍVEL DE LEITURA E ESCRITA NOS PRIMEIROS ANOS

    DAS OFICINAS 95

    4.1 A implantação do programa de língua portuguesa a partir dos parâmetros

    curriculares para o Ensino Médio — PCEM 106

    4.2 A prática escrita nas oficinas 110

    4.2.1 Abordagem expressivista e sociointeracionista 111

    4.2.2 Produção textual inicial dos alunos (linha expressivista) 114

    4.2.3 Apresentação da situação 119

    4.2.4 Implicações pedagógicas, quadros e códigos, fonte de organização

    dos trabalhos 124

    4.2.5 Exemplos de procedimentos didáticos realizados nas oficinas. 127

    4.2.6 A relevância da escrita para os alunos egressos no Ensino Médio 132

    Capítulo 5

    A UTILIZAÇÃO DA REESCRITA COMO FORMA DE APERFEIÇOAMENTO DOS TEXTOS PRODUZIDOS NAS OFICINAS 135

    Capítulo 6

    OS TEXTOS LITERÁRIOS E O APRIMORAMENTO PARA A

    ESCRITA FORMAL 147

    CONSIDERAÇÕES FINAIS 163

    REFERÊNCIAS 169

    ÍNDICE REMISSIVO 177

    INTRODUÇÃO

    As experiências que originaram esta obra representam as atividades desenvolvidas em oficinas de leitura, produção textual e reescrita. Iniciaram-se em 2011, com a participação de 160 alunos do Ensino Médio.

    É válido ressaltar que as difíceis condições de trabalho apresentadas terá como base o ensino em uma localidade de difícil acesso, em plena selva amazônica, o que impede a comunicação por meio de internet e, consequentemente, de qualquer ação de letramento que envolva a tecnologia.

    Existem ainda muitas cidades no Brasil que não tem biblioteca pública, livrarias, teatro, cinema e outros meios que auxiliem a população a ler textos e outros suportes produzidos em situações diversas.

    Em 2011, iniciou-se um trabalho no Ensino Médio, com duração de quatro anos, sendo três para realização das séries finais do ensino básico, assim como estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional — LDBEN (1996), com a disciplina de Língua Portuguesa no quarto ano apenas como disciplina de cunho instrumental.

    É importante enfatizar que, segundo a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais — PCN (1998), um dos objetivos do ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa nas últimas séries do ensino básico é criar uma formação discente diretamente voltada para a prática da cidadania. Outro aspecto abordado no documento oficial trata do respeito à autonomia do aluno, tanto na leitura como na escrita.

    Relatar experiências com leitura, produção textual e reescrita com alunos oriundos do Ensino Fundamental, em realidade, é um desafio para os professores, pois, em muitos casos, a má formação dos discentes, durante os primeiros anos de ensino, traz consequências que desestruturam a complementação do ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio.

    Em muitas situações, os professores, em outras disciplinas, vão solicitar textos baseados nos conhecimentos obtidos anteriormente no Ensino Fundamental, em geral, quando o estudante não apresenta uma base mínima de leitura e de escrita. Ao se depararem com as exigências obrigatórias nas disciplinas no Ensino Médio, não conseguem realizar atividades escritas, mesmo ínfimas. É fundamental apontar que os alunos oriundos de escolas públicas e particulares, quando não praticam atividades que envolvem a leitura e a produção textual, por uma falta de incentivo no ambiente escolar, chegam ao Ensino Médio em condições que desfavorecem uma aprendizagem de escrita formal.

    É importante que os estudantes, mesmo aprovados por meio de uma avaliação que se volta apenas para compreensão textual e questões ligadas às estruturas gramaticais, possam ser capazes de ler e de compreender um texto de mediana complexidade e de escrever um texto legível, coerente e coeso.

    Em realidade, a situação confrontada se deu na diversidade de ensino oferecido nas escolas existentes na região amazônica, mas que não diferem de outras realidades brasileira, trazendo estudantes para salas de aula com graus de leitura e produções textuais não esperadas pelos professores, que, em sua maioria, esperam acolher alunos com uma capacidade de leitura e produção textual que se aproximem da realidade destacada nos PCN.

    As dificuldades de leitura e de escrita, encontradas pelos professores de outras disciplinas, na falta de compreensão dos textos dos alunos, tornaram-se uma inquietação por parte dos docentes de Língua Portuguesa, já que durante as aulas se observavam com frequência os textos ali produzidos.

    A realidade vivida na Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrado ao Ensino Médio no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco — IFPE, entre os anos de 2009 a 2010, elucidada no capítulo 03, não se poderia comparar a tal situação, porque, no processo seletivo da instituição pernambucana, há uma concorrência maior e consequentemente o candidato procura preparar-se com antecedência.

    Os primeiros contatos com os alunos limitavam-se a desenvolver um diálogo que tratava de temas diversos, leitura de pequenos textos literários existentes no livro didático e produções textuais com poucas linhas, tentando assim abordar uma leitura que os levasse a refletirem e a produzirem textos curtos, porém, coesos e coerentes. Desejava-se que cada indivíduo, ao elaborar seu próprio texto, analisasse sua produção escrita, percebendo a importância da compreensão entre escritor e leitor, já que realizávamos troca de textos em sala de aula.

    Para um aluno construir um texto e aceitar a leitura como um processo de aprendizagem necessária, não só leva tempo, como é atividade complexa. Refletindo nos primeiros momentos em sala, apresentei a leitura e a escrita como imprescindíveis não só no ambiente escolar, mas para a formação cidadã.

    É importante salientar as exigências impostas pela sociedade em que vivemos e que adota a leitura e a escrita como um instrumento pertinente ao desenvolvimento, tanto individual como social.

    As

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