Leitura Crítica: Uma Questão Além Da Decodificação De Palavras!
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Leitura Crítica - Marinês Bastos Rodrigues
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Dedico o trabalho ao meu querido irmão, Anderson Carlos Bastos, que faleceu no primeiro semestre do curso. Por inúmeras vezes, achei que não conseguiria concluir a graduação, em virtude, do imenso sofrimento que a perda me trouxe.
Com amor.
Agradeço a Deus, aos meus familiares, ao meu esposo Rodrigo Ricardo Rodrigues, aos amigos de classe e a professora Ms. Yone Paezini Sanches, por sua paciência e dedicação.
Prefácio
Ler criticamente é preciso!
João Alvarenga*
Quem não lê não escreve. A frase em questão já virou até um chavão nos cursinhos pré-vestibulares, porém, não deixa de uma incontestável verdade, posto que a palavra, no dizer de Clarice Lispector é a principal ferramenta de comunicação de uma sociedade que se organiza em torno do signo lingüístico verbal.
Entendo que a palavra é mais do que isso, é a materialização do pensamento, pois quando pensamos, pensamos em palavras e tudo o que expressamos, expressamos em palavras.
Até onde não existe palavra – a chamada linguagem não-verbal – também contém palavra, posto que nosso cérebro, pela ação da nossa memória de longo prazo, decodifica signos, sinais, gestos, ruídos, ícones, expressões e os transforma em palavras.
Desse modo, o trabalho que a professora Marines Rodrigues desenvolveu em torno da importância do desenvolvimento da leitura crítica, em sala de aula, é mais do que uma simples pesquisa sobre um assunto vital à pedagogia, mas um norteador que nos aponta novos caminhos para o incremento da prática saudável da leitura entre crianças e jovens, como fomentador de novos leitores.
Sua abordagem procurou historiar as origens da leitura, a partir do advento da Revolução Industrial, como instrumento formador de uma nova sociedade que estava por vir, uma sociedade em que a necessidade de acesso aos bens simbólicos, em decorrência do nascimento da ‘indústria cultural’, impelia o cidadão comum ao contato com o mundo da palavra impressa.
Além disso, seu texto desmistifica a tese da leitura como ‘passaporte’ para a felicidade ou sucesso fácil, a chamada ‘leitura útil’, com fins puramente comerciais, mas apresenta o ato de ler como um caráter de apropriação do conhecimento, como forma de até mesmo nos defendermos das muitas armadilhas deste mundo que, muitas vezes, nos chegam por meio de palavras obscuras.
Também nos chamou a atenção a crítica que a autora faz ao modelo pedagógico vigente, em boa parte das escolas, quando o assunto é leitura. Segundo Marines, o método atual que não explora o lado lúdico da leitura, mas associado o livro tão somente aos vestibulares, ação que afasta os jovens, da literatura de ficção, poemas e romances.
Porém, a fala da autora não se restringe a críticas, pois seu trabalho acadêmico propõe novos rumos, como forma de resgatar o lado prazeroso da leitura. Só assim teremos leitores críticos e cidadãos conscientes de que a palavra, no dizer da Lacan, pode ser o