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O garfo, a bruxa, e o dragão: Contos de Alagaësia: Eragon, volume 1
O garfo, a bruxa, e o dragão: Contos de Alagaësia: Eragon, volume 1
O garfo, a bruxa, e o dragão: Contos de Alagaësia: Eragon, volume 1
E-book175 páginas3 horas

O garfo, a bruxa, e o dragão: Contos de Alagaësia: Eragon, volume 1

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Sobre este e-book

Coleção Aventuras Encantadas
Um andarilho e uma criança amaldiçoada.
Feitiços e magia.
E dragões, é claro.
Bem-vindo de volta ao mundo de Alagaësia.
Já faz um ano desde que Eragon deixou Alagaësia em busca de um lar perfeito para treinar uma nova geração de Cavaleiros de Dragão. Agora ele enfrenta uma série de dificuldades que parecem não acabar nunca: construir um grande abrigo para dragões, discutir com fornecedores, proteger ovos de dragão, e lidar com tropas de Urgals e com elfos arrogantes. Então, uma visão dos Eldunarí, visitantes inesperados e uma lenda Urgal oferecem uma distração necessária e uma nova perspectiva.
Esse volume tem três histórias originais que se passam em Alagaësia, intercaladas com cenas de Eragon em sua própria aventura. Inclui também um trecho das memórias da inesquecível bruxa e vidente Angela, a herbolária, escrito pela própria Angela Paolini, a inspiração da personagem!
Embarque na incomparável imaginação de Christopher Paolini com essa emocionante nova coleção de histórias baseadas no mundo de Ciclo A Herança.
COM QUATRO NOVAS ARTES ORIGINAIS FEITAS PELO AUTOR
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de out. de 2019
ISBN9788579804663
O garfo, a bruxa, e o dragão: Contos de Alagaësia: Eragon, volume 1
Autor

Christopher Paolini

Christopher is the firstborn of Kenneth and Talita. Creator of the World of Eragon and the Fractalverse. Holder of the Guinness World Record for youngest author of a bestselling series. Qualified for marksman in the Australian army. Scottish laird. Dodged gunfire . . . more than once. As a child, was chased by a moose in Alaska. Has his name inscribed on Mars. Husband. Father. Asker of questions and teller of stories.

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    O garfo, a bruxa, e o dragão - Christopher Paolini

    Epílogo

    CAPÍTULO I

    Monte Arngor

    O dia não tinha corrido bem.

    Eragon se recostou na cadeira e tomou um longo gole de hidromel de amora-preta da caneca em sua mão. O calor adocicado se fez sentir em sua garganta e, com ele, as lembranças das tardes de verão colhendo frutas no vale Palancar.

    Sentiu uma pontada de saudade de casa.

    O hidromel tinha sido a melhor coisa que conseguira de seu encontro com Hruthmund, o representante dos anões. Um presente para fortalecer os laços de associação amigável entre anões e Cavaleiros — pelo menos foi o que Hruthmund alegara.

    Eragon bufou. Que bela amizade. Ele passou a reunião inteira discutindo com Hruthmund quando os anões entregariam os suprimentos que haviam prometido. Hruthmund parecia acreditar que uma vez a cada três ou quatro meses era mais do que suficiente, o que era absurdo, considerando que os anões viviam mais perto da Academia do que qualquer outra raça. Até Nasuada, bem a oeste, do outro lado do deserto Hadarac, tinha conseguido enviar remessas mensais.

    Vou ter que conseguir uma conversa com Orik e resolver isso diretamente com ele. Só mais uma coisa para fazer em meio a um mar aparentemente interminável de tarefas.

    Eragon olhou para as pilhas de pergaminhos enrolados e em pedaços soltos, livros e mapas que cobriam a mesa à sua frente, exigindo sua atenção. Ele suspirou, achando a visão deprimente.

    Ele desviou o olhar para as janelas grandes e rústicas que davam para o ninho. Raios de luz noturna atravessavam as planícies varridas pelo vento que ficavam lá embaixo, cercando o monte Arngor. Ao norte e a oeste, o rio Edda brilhava como uma fita de prata batida estendida na paisagem. Dois navios estavam ancorados ao longo da curva mais próxima e, dessa ancoragem, uma trilha seguia para o sul até os contrafortes erguidos ao redor do sopé de Arngor.

    A montanha tinha sido a escolha de Eragon — depois de consultar Saphira e seus companheiros de viagem — para a nova casa dos Cavaleiros de Dragões. Também era mais do que isso: uma salvaguarda para os Eldunarí e, assim ele esperava, um ninho para a próxima geração de dragões.

    O cume alto, com laterais pedregosas, era um resquício das montanhas Beor, mais baixo do que aquela cordilheira gigantesca, mas ainda assim muito maior que as montanhas da Espinha, onde Eragon crescera. Erguia-se solitário no verde extenso das terras do leste, a duas semanas de navegação lenta para além dos limites da Alagaësia propriamente dita.

    Ao sul de Arngor, a terra era amarrotada como um cobertor e ondulada de árvores cujas folhas prateadas cintilavam ao vento, brilhantes como as escamas de um peixe. Mais a leste, havia escarpas, penhascos e enormes colunas de pedra com o topo plano, cercadas por montes de vegetação. Entre eles viviam grupos de tribos errantes: humanos estranhos, meio selvagens, do tipo que Eragon nunca havia encontrado. Até agora não haviam criado problemas, mas ele se mantinha cauteloso.

    Essa era sua responsabilidade agora.

    A montanha tinha muitos nomes. Arngor significava Montanha Branca na língua dos anões e, de fato, os terços superiores estavam cobertos de neve, gelo, e — ao longe — o pico cintilava com um brilho surpreendente em meio às planícies verdejantes. Mas ela também tinha um nome mais antigo e secreto na língua dos anões. Quando a expedição liderada por Eragon começou a se estabelecer entre os contrafortes da montanha, eles descobriram túneis escavados sob a pedra e, lá, runas com a inscrição Gor Narrveln, que significava Montanha das Gemas. Algum antigo clã ou tribo de anões escavara minas profundas na base do monte.

    Os anões que haviam se juntado ao grupo de Eragon ficaram entusiasmados com a descoberta e passaram muito tempo debatendo quem havia aberto as minas e quais pedras ainda poderiam ser encontradas ali.

    Na língua antiga, a montanha era conhecida como Fell Thindaë, que significava Montanha da Noite. Os elfos não souberam dizer a Eragon de onde tinha vindo o nome — nem por que havia sido escolhido —, então ele raramente o usava. Mas também os ouviu se referirem ao pico como Vaeta, ou Esperança. Achou isso apropriado, pois os Cavaleiros de Dragões eram uma esperança para todas as raças da Alagaësia.

    Os Urgals tinham próprio nome para o pico: Ungvek. Quando Eragon lhes perguntou o que significava, eles disseram que era De Cabeça Forte. Mas ele não tinha tanta certeza.

    E por fim, havia também os humanos. Eragon os ouvira usar todos os nomes de forma aleatória, além de se referirem à montanha como Porco-Espinho, um termo que ele suspeitava que os comerciantes costumavam usar de brincadeira.

    Pessoalmente, Eragon preferia o som de Arngor, mas dava a cada um dos nomes o devido respeito. A confusão em torno deles expressava a situação na Academia: o local era uma mistura de raças, culturas e interesses conflitantes, todos ainda não atendidos…

    Ele tomou outro gole do hidromel Mûnnvlorss; foi assim que Hruthmund nomeou a garrafa. Mûnnvlorss. Eragon repetiu o nome, brincando com a língua, sentindo sua forma enquanto tentava entender o significado.

    Houvera outros problemas ao longo do dia, não apenas o encontro com Hruthmund. Os Urgals estavam beligerantes como sempre. Os humanos, nervosos. Os dragões em seu enigmático Eldunarí. E os elfos… os elfos eram excessivamente elegantes, eficientes e educados, mas, depois de tomarem uma decisão, não mudavam ou não podiam mudar de ideia. Lidar com eles era muito mais frustrante do que Eragon havia previsto, e quanto mais tempo passava perto deles, mais começava a concordar com a opinião de Orik a respeito dos elfos. Eles eram mais admiráveis de longe.

    Além das dificuldades interpessoais, também havia preocupações contínuas com a construção da fortaleza, a aquisição de alimentos e outras provisões para o próximo inverno, e a infinidade de outros detalhes que diziam respeito ao governo de uma grande cidade.

    Que era, em essência, o que a expedição deles havia se tornado. Um assentamento, que em breve seria permanente.

    Eragon terminou de tomar o hidromel. Pôde sentir uma leve inclinação no chão debaixo dele quando a bebida fez efeito. Durante metade da manhã ele ajudara na construção do abrigo, e isso havia consumido muito mais de sua força e de Saphira do que tinha previsto. Não importava o quanto comesse, nunca parecia suficiente para repor a energia gasta. Nas últimas duas semanas, ele perdera o equivalente a dois furos de seu cinto, e isso depois de já ter aberto um novo furo nas semanas anteriores.

    Ele franziu a testa ao olhar o pergaminho sobre a mesa.

    Restaurar a raça dos dragões, liderar os Cavaleiros e proteger o Eldunarí, tudo isso eram responsabilidades que ele queria, recebera de bom grado e levava a sério. Ainda assim… Eragon nunca imaginara que passaria tanto tempo de sua vida fazendo isso. Ficar sentado a uma mesa, trabalhando em fatos e números, até a vista ficar embaçada pelo cansaço. Por mais ridiculamente estressante que tenha sido lutar contra o Império e enfrentar Galbatorix — e Eragon nunca, jamais quis experimentar algo parecido com isso —, também tinha sido empolgante.

    Às vezes ele sonhava amarrar sua espada, Brisingr, montar Saphira e sair para ver que aventura poderiam encontrar. Mas era apenas isso: um sonho. Eles não podiam deixar os dragões ou os Cavaleiros se defenderem sozinhos, pelo menos não por muito tempo.

    — Barzûl — murmurou Eragon. O vinco em sua testa se aprofundou quando ele contemplou uma série de maldições que poderia lançar sobre os pedaços de pergaminho: fogo, gelo, relâmpago, vento, obliteração por desintegração e muitas outras.

    Ele soltou a respiração, se empertigou e mais uma vez estendeu a mão para uma pena.

    Pare, disse Saphira. Do outro lado da câmara, ela se remexeu no vão acolchoado escavado no chão: um ninho grande o suficiente para um dragão. O mesmo ninho onde, todas as noites, ele dormia encolhido sob uma das asas dela.

    Quando ela se levantou, as escamas, que pareciam pedras preciosas, refletiram manchas azuis que giraram nas paredes, numa exibição deslumbrante.

    — Eu não posso — disse Eragon. — Eu queria, mas não posso. Esses manifestos têm que ser verificados até a manhã, e…

    Sempre haverá trabalho, disse ela, caminhando até a mesa. As pontas de suas garras reluzentes batiam contra a pedra. Sempre haverá alguém precisando de algo de nós, mas você tem que se cuidar, pequenino. Você já fez o bastante por hoje. Pouse a pena e deixe de lado as preocupações. Ainda há luz no céu. Vá treinar com Blödhgarm, discutir com Skarghaz ou fazer qualquer coisa que não seja ficar aí sentado esquentando a cabeça.

    — Não — respondeu Eragon, fixando o olhar nas fileiras de runas que cobriam o pergaminho. — Isso precisa ser feito, e não há mais ninguém que possa fazê-lo além de mim. Se eu não…

    Ele deu um salto quando a garra esquerda de Saphira se cravou na pilha de pergaminho, prendendo-a na mesa e derramando o frasco de tinta no chão.

    Chega, disse. Ela bufou, soprando sua respiração quente sobre ele. Então estendeu o pescoço e olhou para ele com um de seus olhos brilhantes e sem fundo. Por hoje chega. Você já não está nem conseguindo pensar direito a essa altura. Vá.

    — Você não pode…

    Vá! Os lábios dela se curvaram e um rugido profundo irrompeu de seu peito.

    Eragon engoliu as palavras, frustrado. Então jogou a pena ao lado da garra de Saphira.

    — Está bem. — Empurrou a cadeira para longe da mesa, levantou-se e ergueu as mãos. — Está bem. Você venceu. Estou indo.

    Que bom. Um traço de diversão surgiu em seus olhos, e ela o empurrou em direção à arcada com o focinho. Vá. E não volte até que esteja de bom humor.

    — Humpf.

    Mas ele sorria ao atravessar a arcada e começar a descer a escada larga e curva do lado de fora. Apesar dos protestos, Eragon não lamentou se afastar de sua mesa. Um pouco aborrecido, ele sabia que Saphira estava bem ciente disso, mas não valia a pena se queixar por algo tão insignificante.

    Às vezes era mais fácil lutar numa batalha do que aprender a lidar com os detalhes mais mundanos da vida.

    Essa era uma lição que ele ainda estava aprendendo.

    Os degraus eram baixos, mas as paredes entre eles eram largas o suficiente para Saphira passar com facilidade. Com exceção dos alojamentos pessoais, tudo no abrigo estava sendo construído para ser usado por todos, até mesmo pelos maiores dragões, assim como as estruturas da ilha Vroengard — o antigo lar dos Cavaleiros de Dragões. Era uma característica necessária do abrigo, mas significava que construir um único cômodo era um exercício monumental, e a maioria das câmaras era imensa e sombria, mais até do que na grande cidade-anã de Tronjheim.

    O abrigo pareceria mais amigável, pensou Eragon, depois que tivessem tempo e energia para decorá-lo. Alguns estandartes e tapeçarias pendurados nas paredes e alguns tapetes diante das lareiras diminuiriam bastante os ecos, acrescentariam cor e melhorariam a aparência geral do lugar. Até agora, o único acréscimo real tinha sido dezenas de lanternas sem chamas dos anões, que haviam sido montadas em suportes a intervalos regulares ao longo das paredes.

    Não que houvesse muita coisa do abrigo no momento. Um punhado de armazéns; algumas paredes; o ninho onde ele e Saphira dormiam, no alto de um dedo de rocha com vista para o restante da cidadela planejada. Muito mais precisava ser construído e escavado antes que o complexo começasse a se aproximar do que Eragon imaginara.

    Ele caminhou até o pátio principal, que nada mais era do que um quadrado de pedra bruta repleto de ferramentas, cordas e tendas. Os Urgals estavam lutando ao redor de sua fogueira, como costumavam fazer, e, embora Eragon os observasse por um tempo, não tinha vontade de participar.

    Dois elfos, Ästrith e Rílven, que estavam de guarda nas ameias com vista para o sopé, o cumprimentaram com um gesto de cabeça quando ele se aproximou. Eragon retribuiu o aceno e ficou a alguma distância deles, com as mãos cruzadas atrás das costas enquanto sentia o cheiro do ar noturno.

    Então foi inspecionar a construção do salão principal. Os anões o haviam projetado de acordo com a orientação geral

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