Formador de heróis: 5 práticas essenciais para líderes multiplicarem líderes

De Dave Ferguson, Warren Bird e Nataniel Gomes

Formador de Heróis – 5 Práticas Essenciais Para Líderes Multiplicarem Líderes. Estamos passando por um momento na história onde a crise de liderança permeia todos os seguimentos. O vácuo nunca foi tão grande. A necessidade de líderes é urgente no mundo, e certamente não passa despercebida do meio eclesiástico. Formador de Heróis traz soluções reais, práticas e implacáveis para reverter este quadro. O autor entende que os líderes devem se doar na capacitação de outros, promovendo uma multiplicação de liderança de forma a suprir essa necessidade que vivenciamos. Reconheça o investimento que outras pessoas fizeram na sua vida para se tornar a pessoa e o líder que se tornou, e invista profundamente na vida de outras pessoas para que se tornem os líderes que o Reino de Deus precisa. Deixe-se contagiar pelos princípios e práticas essenciais para que a sua própria liderança seja multiplicada e assim deixar a sua marca por onde passar. Formador de Heróis apresenta cinco práticas simples e poderosas que ajudarão qualquer um que as aplique a se tornar um formador de heróis e multiplicador de ministérios mais efetivos.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Palavra
• Data de lançamento: 18 de mar. de 2021
• ISBN: 9786589767022

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também.

PARTE 1

O DESAFIO DO

FORMADOR DE HERÓIS

CAPÍTULO 1

O segredo da liderança de Jesus

Grande Ideia: Os formadores de heróis descobriram que morrer para si mesmo e viver para o reino de Deus por meio dos outros é o segredo da multiplicação dos resultados e do maior impacto.

Quer saber o segredo?

Não estou tentando ser inteligente ou esperto com essa pergunta. Mas nos últimos vinte e cinco anos, aprendi que realmente existe um segredo para multiplicar grandes líderes. É um segredo para pastores e líderes voluntários e também é o que os líderes nos setores comercial e social estão procurando. Você pode liderar uma megaigreja ou um pequeno grupo, esse segredo é flexível e permitirá que qualquer um faça a diferença multiplicando de forma exponencial. Esse segredo de liderança está disponível para todos nós, mas se você continuar lendo, pode começar a aplicá-lo hoje.

O segredo

Muito antes de eu sonhar em começar e liderar uma igreja, sonhei começando e jogando na National Basketball Association. Isso é muito ambicioso para um cara que tem um metro e setenta e cinco e sempre teve o salto de um homem branco de meia-idade. Mas como eu disse, foi um sonho.

Você pode liderar uma megaigreja ou um pequeno grupo, esse segredo é flexível e permitirá que qualquer um faça a diferença multiplicando exponencialmente.

Meus filhos compartilham desse meu amor pelo esporte. Eles me apresentaram The Book of Basketball³ (O livro do basquete), o livro definitivo de 719 páginas sobre a NBA, de Bill Simmons. Como premiado escritor esportivo, Simmons é uma das poucas pessoas que poderiam escrever um livro com credibilidade sobre basquete. O capítulo 1 do livro intitula-se O segredo. Simmons diz que há um segredo sobre o basquete que quase não ninguém percebe. Ele admite que não detectou o segredo, apesar de ser um fã antigo, jornalista esportivo veterano e que assistiu a milhares de jogos de basquete profissional. Ele não entendeu o segredo até ter uma conversa com o membro do Hall da Fama, Isiah Thomas, mais conhecido por liderar o Detroit Pistons em dois campeonatos da NBA. (Isiah tem apenas um metro e oitenta, o que me dá esperança para o próximo projeto da NBA!)

Em uma entrevista, Simmons perguntou a Thomas qual o segredo para ganhar um campeonato da NBA. Thomas fez uma pausa e sorriu, insinuando que definitivamente havia um segredo para ganhar campeonatos.

O segredo do basquete, Thomas disse finalmente, "é que não se trata de basquete".⁴

Essa claramente não foi a resposta esperada por Simmons. Vendo a confusão que causou a Simmons, Thomas compartilhou algumas histórias sobre a incrível química de sua equipe. Essa química não era exclusiva dos Pistons, era algo que as equipes do Lakers e do Celtics tinham em seu auge. Thomas disse que aprendeu o segredo quando seu time trocou uma estrela, um jogador de alta pontuação na temporada, por um jogador mais velho e menos famoso. Aquele jogador conhecia e entendia o segredo da vitória. Os Pistons desistiram de Adrian Dantley, que se preocupava demais com suas próprias estatísticas, pelo quase desconhecido Mark Aguirre, que era um amigo de infância de Thomas. Mais importante ainda, Aguirre viu como seu o papel de fazer qualquer coisa que ele pudesse para que o resto do time fosse bem-sucedido. Aquele negócio não fazia sentido no papel, mas conduziu a resultados surpreendentes. Os Pistons deram uma virada na temporada e ganharam o campeonato.

Thomas foi para seu point. "Ser o melhor no basquete tem estreita relação com o trabalho em equipe, disse Simmons. Todos devem colocar o time em primeiro lugar. Recordando os anos do campeonato, ele observou: Muitas vezes, em nossa equipe, você não sabia quem era o melhor jogador do jogo… Este é o único jeito de ganhar."⁵

A maioria das pessoas acha que vencer no basquete é ter os craques que marcam mais pontos, obter o maior número de rebotes, ter a maior porcentagem de arremessos e ter todas as estatísticas corretas. Mas Thomas acredita que tudo isso não garante o sucesso. Na verdade, o que ele sugere vai contra a sabedoria predominante. Em vez de jogadores-estrela e individualmente bem-sucedidos, o verdadeiro segredo do sucesso no basquete é ter jogadores que estejam dispostos a sacrificar o sucesso pessoal pelo bem da equipe, ainda que às vezes seja necessário esquecer suas próprias estatísticas.

Para ganhar, você precisa de pessoas que estejam dispostas a abrir mão de seu próprio sucesso em benefício de sua equipe. Esse é o segredo para vencer a longo prazo.

Jesus disse a seus seguidores que ele estava investindo sua vida neles para que eles pudessem fazer coisas maiores do que ele.

Você não pode ser seduzido por números e estatísticas, conclui Simmons.⁶ Não se trata de estatísticas e talentos, mas de melhorar os companheiros de equipe, colocando a grandeza do seu time à frente do seu interesse pessoal. É realmente isso.⁷

Jesus sabia o segredo

Jesus tinha uma equipe. Sua equipe eram os discípulos. Jesus conhecia o segredo e nunca foi seduzido por números e estatísticas. Ele era explícito sobre seu desejo de equipar seus seguidores para fazer o heroico: "Digo a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai" (João 14.12, ênfase adicionada). Jesus disse a seus seguidores que ele estava investindo sua vida neles para que eles pudessem fazer coisas maiores do que ele. Cristo estava treinando-os para alcançar mais pessoas, irem a mais lugares e fazerem mais discípulos do que ele jamais faria durante seus três anos de ministério terrestre.

Paulo sabia o segredo

O apóstolo Paulo começa o capítulo 12 em sua primeira carta aos coríntios, na verdade, fazendo-nos uma pergunta: Você quer saber o segredo? É um segredo que ele aprendeu não sobre basquete, mas sobre o reino de Deus e como cada um de nós tem algo a contribuir para a obra do Pai. Ele escreveu: "Irmãos, quanto aos dons espirituais, não quero que vocês sejam ignorantes" (1Coríntios 12.1, ênfase adicionada).

Paulo continua revelando e explicando o segredo do versículo 12. Ele explica que a igreja tem um design específico, uma maneira na qual ela se destina a funcionar. É um corpo. É uma equipe. E se estamos olhando para a igreja local ou globalmente, toda a igreja é criada por Deus para trabalhar em equipe, usando os dons do Espírito e todos os outros recursos para edificar todo o corpo e realizar a missão que Deus nos deu.

O segredo é bastante simples, certo? Em vez de focar no nosso sucesso individual ou no sucesso da nossa igreja local, precisamos pensar na obra maior do reino de Deus – todos os lugares onde ele é reconhecido como o Senhor. Esse todo tem prioridade sobre qualquer parte individual. Você e eu fazemos parte de uma missão que é maior do que qualquer um de nós possa realizar por nós mesmos, não importa quão talentosos sejamos. O reino pelo qual Jesus deu a vida é muito maior do que a igreja local a que você serve ou a denominação ou o grupo do qual você faz parte. Como cada um de nós contribui para a equipe de Deus é uma vitória para o reino de Deus, independentemente de qual congregação local eles participem.

O segredo é bastante simples, certo? Em vez de focar no nosso sucesso individual ou no sucesso da nossa igreja local, precisamos pensar na obra maior do reino de Deus.

Pensar assim, por mais simples que pareça, transforma radicalmente a nossa abordagem sobre liderança. Antes disso, sempre que eu lia qualquer uma das mais de cem referências sobre o reino no Novo Testamento, meu primeiro pensamento era como isso se aplica ao meu próprio contexto, para a Comunidade da Igreja Cristã.

Agora, quando leio sobre o reino, tento imaginar nossa igreja e as tantas outras igrejas que estão na estrada como a igreja de meu amigo no centro de Nova York, a igreja rural com trinta e dois membros em Oklahoma, a igreja clandestina na China e todas as outras igrejas globais dentro do reino de Deus.

Isso revela nossas prioridades. É esse o assunto que Jesus estava tratando quando disse: "Busquem, pois, em primeiro lugar o reino de Deus" (Mateus 6.33, ênfase adicionada). Jesus chama a nossa atenção para o trabalho de multiplicação do reino por meio de parábolas sobre sementes (Marcos 4.26-34) e fermento (Mateus 13.33). E há uma razão para ele fazer isso. Quando eu começo a buscar o reino de Deus mais do que o meu reino, seu poder e propósitos são revelados para nós e por meio de nós.

Não podemos promover o avanço do reino de Deus ou realizar a missão de Jesus se não aplicarmos esse segredo à nossa vida e à nossa liderança. Todo verdadeiro movimento da missão de Jesus começa com uma mudança de coração no líder, e isso acontece quando aprendemos a tirar os holofotes de nós mesmos. Quando realizamos essa mudança vital, começamos a destacar os outros – colocamos o melhor de nossos esforços e de nossa energia para equipar outros seguidores de Cristo e líderes emergentes – capacitando-os para serem heróis, onde quer que acabem servindo. Aqui está o que está no coração da liderança de Jesus. Este é o seu segredo.

Em suma, devemos deixar de ser heróis para nos tornarmos formadores de heróis.

A Tabela 1.1 mostra o contraste.

Tabela 1.1: Herói versus Formador de Herói

Aviso: Mudar para as práticas de formação de heróis detalhadas neste livro significa que morremos para nós mesmos a fim de vivermos mais para Cristo e seu reino. Isso pode significar que nunca obteremos o crédito público, porque escolhemos viver na sombra em vez de procurar um holofote.

Mesmo sabendo que essas decisões são as certas, porque estamos promovendo o avanço do reino de Deus, isso não as torna fáceis. Como um dos líderes da Community Christian Church comentou quando discutimos sobre ser um formador de heróis,

Você está nos lembrando de que líderes reais morrem primeiro para qualquer visão de glória pessoal. A morte envolve uma transição muito real, de pesar e perda de se tornar aquele líder que define a cultura e que moldará todos os outros à sua volta. De sempre se tornar grande. De sempre receber o reconhecimento deste lado da eternidade.

É uma morte difícil para os pastores, porque todos vivemos para sonhar. Vai contra a corrente que podemos nunca aparecer no radar, mas que, em vez disso, nos espalharemos em pequenas unidades por toda a nossa cidade, país e globo. Talvez nunca encontraremos holofotes, mas vamos moldar toda uma nova geração. E é isso que faz valer a pena.

Neste livro, quero ajudá-lo a aprender o segredo de afirmar, orientar e aplaudir outros líderes em sua grandeza, liberando-os para que trabalhem pelo reino de Deus, e que o efeito multiplicador que eles criam, por sua vez, orientem e liberem outros. Este é o nosso papel no avanço do reino de Deus.

Líderes na Índia conhecem o segredo… e aqui também?

Eu lembro claramente do dia em que olhei para a minha agenda e vi um encontro com um cara chamado Sam Stephens. Perguntei à minha assistente, Pat, por que eu tinha essa reunião e quem era esse cara. "Pensei que você o conhecia, disse ela. Tudo que sei é que ele é da Índia".

Fui à reunião me perguntando se isso seria um desperdício do meu tempo. Cumprimentei o homem, estendi minha mão e pedi-lhe que me contasse sua história. Sam começou na década de 1950, com uma história sobre o pai dele. O pai de Sam havia começado uma missão para plantar igrejas na Índia e, em 1992, havia experimentado algum crescimento. Eles agora tinham duzentas igrejas, e tudo poderia ser rastreado até a primeira igreja iniciada pelo pai de Sam nos anos 1950.

Uau, eu pensei. "Duzentas igrejas!" Sam tinha a minha atenção agora.

Sam não se sentia confortável falando sobre seu próprio trabalho, pois era muito humilde. Então, eu tive que arrancar os detalhes de dentro dele. Ele me disse que em 1992 havia assumido a missão e que havia feito uma mudança simples, mas estratégica. Começou a insistir que todo plantador de igrejas não apenas plantasse uma igreja, mas também tivesse um aprendiz de plantador de igrejas. Esse era alguém que viria ao lado do plantador e aprenderia, em primeira mão, como plantar uma igreja, de modo que a reprodução continuasse ano após ano.

Agora eu estava realmente curioso.

– Como isso está indo?

Sem muita expressão, Sam respondeu:

– Bem, agora temos setenta mil igrejas.

Naquele momento, fiquei feliz por estar sentado. Eu estava começando a perceber que essa era uma história incrível. Então perguntei:

– Quantas pessoas isso representa?

E novamente sua resposta me tirou o fôlego.

– Eu penso em 3,5 milhões – disse ele. Em seguida, acrescentou: – Mas estamos orando por cem mil igrejas e 5 milhões de pessoas!

Com isso, comecei a me perguntar: como esse tipo de multiplicação exponencial acontece?

Ao continuar conversando com Sam, aprendi que ele havia descoberto o segredo. Essa simples mudança que ele havia feito em 1992, tinha transformado os resultados de seus esforços de plantação de igrejas. Sam havia descoberto que existia pessoas e líderes em toda a Índia que tinham dons, descobriu ainda que, se pudesse capacitá-los, encorajá-los e torná-los bem-sucedidos, a missão de Jesus seria realizada em um nível completamente diferente de produtividade. Sam orientou líderes que, por sua vez, orientavam outros líderes que, por sua vez, faziam o mesmo com muitos outros. Além de serem liderados pelo Espírito na missão, o que eles estavam fazendo envolviam a reprodução e a multiplicação por meio do aprendizado.

O que Isiah Thomas revelou a Bill Simmons, Sam Stephens tinha acabado de compartilhar comigo.

No meu escritório naquele dia, Sam olhou para mim e disse: Dave, você quer saber o segredo do que Jesus quer para o planeta Terra? Não é sobre suas estatísticas pessoais, Dave. Não se trata apenas de cultivar a sua igreja. É sobre o reino, aprendendo a fazer heróis dos outros, veja o que Deus pode fazer por meio de você!

Não é sobre suas estatísticas pessoais, Dave. Não se trata apenas de cultivar a sua igreja. É sobre o reino. - Sam Stephens

Líderes voluntários também conhecem o segredo

Desde aquele dia, percebi em primeira mão que você não precisa ser pastor, missionário global ou líder da igreja para ser um formador de heróis e um multiplicador de reino. Michelle Bird, a esposa de meu coautor, Warren, joga nas ligas de tênis do bairro. Michelle estava muito sobrecarregada para começar um pequeno grupo com seus amigos da liga de tênis, para ter melhores condições de apresentá-los a Jesus, então depois de orar sobre isso, ela convidou uma amiga da igreja para ser sua aprendiz, para ajudá-la a liderar o grupo.

– Eu vou ajudar, mas não sou uma líder – respondeu a amiga de Michelle, Hannah.

– Entendo, mas você estaria disposta a conversar por telefone toda semana para orarmos, me informar sobre a última reunião e me ajudar a planejar a próxima? – Michelle perguntou.

– Claro, contanto que você saiba que não quero ser uma líder – disse Hannah.

Toda semana, Michelle deixava Hannah fazer algo diferente: recepção das pessoas na porta, liderar a oração de abertura ou fazer a pergunta para iniciar a discussão. Hannah concordava em fazer isso, mas ela sempre lembraria a Michelle: "Eu não vou ser uma

Avaliações de Formador de heróis

[Kayo H · Nota: 5 de 5 estrelas]

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