Só você pode dizer
De ISAAC ADDAI
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Sobre este e-book
Este corajoso romance é sobre questões sociais. Sua história narra os acontecimentos em uma sociedade africana fictícia, onde o índice de desemprego é alto entre universitários recém-graduados e a economia está repleta de canalhas disfarçados de autênticos empresários. Alegando corresponder à demanda cada vez maior de investidores interessados em rendimentos mais altos, eles mantêm a sociedade sob sua influência. E, administrando mal os depósitos, esses autoproclamados financistas não demoram a fazer com que os investidores percam tudo o que investiram. As medidas adotadas pela sociedade para conter essa onda de crimes tentam punir transgressores e romper negociações, para que ninguém mais caia nos golpes, mas acabam se revelando extremamente fracas. A situação escancara o que há de mais sombrio na economia do país e tende a se degenerar em uma anarquia civil, a menos que alguém intervenha para apaziguar os ânimos. E só você pode fazer isso, depois de ter lido este livro.
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Só você pode dizer - ISAAC ADDAI
Sumário
Sinopse
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Sinopse
Este corajoso romance é sobre questões sociais. Sua história narra os acontecimentos em uma sociedade africana fictícia, onde o índice de desemprego é alto entre universitários recém-graduados e a economia está repleta de canalhas disfarçados de autênticos empresários. Alegando corresponder à demanda cada vez maior de investidores interessados em rendimentos mais altos, eles mantêm a sociedade sob sua influência. E, administrando mal os depósitos, esses autoproclamados financistas não demoram a fazer com que os investidores percam tudo o que investiram. As medidas adotadas pela sociedade para conter essa onda de crimes tentam punir transgressores e romper negociações, para que ninguém mais caia nos golpes, mas acabam se revelando extremamente fracas. A situação escancara o que há de mais sombrio na economia do país e tende a se degenerar em uma anarquia civil, a menos que alguém intervenha para apaziguar os ânimos. E só você pode fazer isso, depois de ter lido este livro.
Capítulo Um
Embarcando no ônibus
Eram cinco horas da manhã de uma segunda-feira, e Timabi estava na beira da estrada esperando o próximo ônibus trotro[1] para Adum, onde compareceria à quadragésima entrevista de emprego desde a sua formatura na graduação. A entrevista estava marcada para as oito da manhã, no 78º andar do prédio da Galeria Konadu’s Plaza. Segundas-feiras eram dias difíceis para pegar um ônibus trotro até o centro da cidade. Timabi sabia da existência dos táxis por chamada
, assim como dos carros convencionais, que haviam entrado em competição com esses serviços mais modernos nos quais era possível ligar para chamar um veículo. Infelizmente, todas as conjecturas sobre os diversos serviços disponíveis de táxis modernos e convencionais existiam apenas na sua imaginação, já que ele não conseguiria pagar por nenhum deles. Ele se considerava, por ora, integrante de uma elite instruída nas raízes da educação formal ocidental, mas que precisava competir com pessoas de baixa escolaridade para pegar um ônibus trotro como única forma de transporte. Enquanto esperava na estrada, refletiu sobre como havia se dedicado na universidade para sobressair como o primeiro da turma, formando-se com louvor na Universidade Akua Yeboah de Conhecimentos Aplicados e Ciências Administrativas.
Como primeiro da turma, Timabi tinha acesso ao serviço nacional na faculdade onde estudou a graduação. Serviço nacional é um tipo de serviço social do país, destinado a recém-graduados durante um ano. Pago mensalmente, funciona como um salário para sustentá-los. O sonho de Timabi era conseguir um emprego permanente como administrador, mas ele havia sido frustrado quando disseram que era necessário ter pelo menos um mestrado para ser contratado para o cargo, já que apenas uma graduação não garantiria um emprego como aquele.
Depois desse conselho, Timabi começou a economizar dinheiro para comprar um formulário de admissão em um curso de pós-graduação da mesma universidade e da mesma área de estudo que frequentara, determinado a começar o mestrado assim que seu serviço nacional acabasse. Seu irmão mais velho, Mununkum, assim como sua irmã mais velha, Konadu, haviam feito das tripas coração para bancar a educação de Timabi e estranharam quando ele contou que pretendia continuar estudando e entrar no mestrado. Pior ainda: entenderam que precisariam continuar a bancar seus estudos, já que depois do mestrado é que ele poderia conseguir um bom emprego, e só então a família se beneficiaria. Era uma proposta difícil de ser aceita, mas a insistência do irmão mais novo finalmente fez com que concordassem e decidissem, mais uma vez, patrociná-lo em um novo curso. Para que isso acontecesse, eles teriam que tirar dinheiro de uma quantia que estava sendo separada para bancar a viagem de Mununkum ao exterior. Mununkum teria que adiar sua desejada viagem europeia, deixando de gastar a parte do orçamento da família com a qual pagava uma taxa ao agente de viagem, o homem de conexões da cidade que estava facilitando sua ida à Europa Ocidental. Konadu, como sempre apesar da relutância do marido, teria que renunciar às suas roupas, chamadas gaamenti pela língua local, vendendo-as com desconto para juntar algum dinheiro que ajudasse seu irmão mais novo a continuar os estudos. Em meio a todo esse sufoco, Timabi rezava para conseguir um trabalho que o permitisse seguir na educação superior.
Timabi inclinava um pouco a cabeça enquanto pensava em tudo isso, esperando à beira da estrada. Quando se recompôs, um ônibus trotro buzinou e o copiloto fez um gesto com a mão querendo saber se Timabi estava pronto para embarcar, gritando: Adum! Adum!
. Timabi sinalizou que pretendia entrar no ônibus e gritou um sonoro sim!
. O motorista estacionou e Timabi entrou no veículo. O ônibus estava em sua lotação máxima, e ele ficou surpreso de ver que