A escrita dos saberes corporais no ensino fundamental: teoria e prática
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Sobre este e-book
Inicialmente, apresenta para a fundamentação, um convite aos estudos e trabalhos relevantes a partir das contribuições de autores, das mais variadas áreas do conhecimento, seguindo a sugestões de atividades práticas. A obra poderá ser um recurso para estudantes e profissionais que atuem em disciplinas como Educação, Pedagogia, Psicopedagogia, Sociologia da Infância,
Expressão Corporal, Artes e Educação Física, reconhecendo a dimensão interdisciplinar e transdisciplinar da educação.
Ao direcionar a atenção aos saberes corporais dos estudantes, as instituições, professores e gestores escolares permitirão uma maior participação do estudante no processo, integrando os contextos e cotidianos mediante a processos relacionais entre as propostas curriculares, as experiências e a realidade. Todo o conhecimento é relacional, ou seja, as informações ao serem apresentadas pelos professores devem produzir sentido para os estudantes como valor e verdade. Ao professor cabe a promoção de diálogos entre as teorias, os contextos e a vida.
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A escrita dos saberes corporais no ensino fundamental - Alice Maria Corrêa Medina
A ESCRITA DOS SABERES CORPORAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL: teoria e prática
Alice Maria Corrêa Medina
pucpressCuritiba
2017
©2017, Alice Maria Corrêa Medina
2017, PUCPRESS
Este livro, na totalidade ou em parte, não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização expressa por escrito da Editora.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)
Reitor
Waldemiro Gremski
Vice-reitor
Vidal Martins
Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação
Paula Cristina Trevilatto
PUCPRESS
Coordenação: Michele Marcos de Oliveira
Editor: Marcelo Manduca
Editora de arte: Solange Freitas de Melo Eschipio
Preparação de texto: Bruno Pinheiro Ribeiro dos Anjos
Revisão: Susan Cristine Trevisani dos Reis
Capa, projeto gráfico e diagramação: Janete Yun
Conversão epub: Indianara de Barros
Conselho Editorial
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Cilene da Silva Gomes Ribeiro
Eduardo Biacchi Gomes
Evelyn de Almeida Orlando
Jaime Ramos
Léo Peruzzo Júnior
Rodrigo Moraes da Silveira
Ruy Inácio Neiva de Carvalho
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Tel. (41) 3271-1701
pucpress@pucpr.br
pucpress.pucpr.br
Dados da Catalogação na Publicação
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/PUCPR
M491e
Medina, Alice Maria Corrêa, 2017-
A escrita dos saberes corporais no ensino fundamental : teoria e prática / Alice Maria Corrêa Medina. – Curitiba : PUCPRESS, 2017.
Inclui bibliografia
978-85-68324-63-9
978-65-87802-56-5 (E-book)
1. Psicologia educacional. 2. Imagem corporal em crianças. 3. Ambiente escolar. 4. Aprendizagem. I. Título.
CDD: 20. ed. – 370.15
A meus pais, Coriolano de Alcântara Corrêa e Conceição Olympia Corrêa (in memorian) que juntos lutaram para que pudéssemos sonhar e realizar. Aos meus filhos Viviane e Breno e ao Bernardo, meu esposo e companheiro.
Sumário
Sumário
PREFÁCIO
apresentação
Introdução
A transdisciplinaridade
Dinâmicas e subjetividades
O CORPO NA/DA ESCOLA
TECENDO SABERES
A TEIA ESCOLAR
A TRAMA DO CONHECIMENTO
CONSIDERAÇÕES SOBRE NOVOS TECIDOS
DIÁLOGOS: SABERES E CURRÍCULO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
SOBRE A AUTORA
PREFÁCIO
O estudo que tive a oportunidade de ler, que resulta de um pós-doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), com o título A escrita dos saberes corporais e o pulso contextual nas representações, sentidos e significados da escola, é um trabalho muito interessante que, sem dúvida, merece ser publicado em livro.
Os capítulos iniciais sugerem uma reflexão inovadora, sobretudo pela capacidade de ligar várias áreas do saber e linguagens, percorrendo teorias e autores que são muito importantes para pensar a escola e a educação.
Os capítulos finais destacam-se, em particular, pela capacidade de vislumbrar estas reflexões em meio a práticas educativas concretas. É um esforço muito importante que nem sempre se realiza e que, neste caso, valoriza muito o estudo apresentado.
Por razões atrás expostas, sou de opinião que este trabalho merece ser publicado e difundido, tanto no espaço universitário como junto dos professores da educação básica.
António Nóvoa
Universidade de Lisboa
apresentação
A obra é apresentada de forma fidedigna a todos os procedimentos adotados e efetivamente utilizados no estudo de Pós-doutoramento ao longo de todos os capítulos. A manutenção da organização e distribuição dos conteúdos na íntegra está baseada no objetivo de que os diferentes agentes escolares como professores, coordenadores e diretores, assim como psicopedagogos, sociólogos e outros possam ter disponibilizados todos os elementos percebidos e vividos nesse estudo, apropriando-se desses registros da melhor forma. O desejo é que o profissional ligado à área da educação conheça o estudo realizado integralmente a partir da apresentação de todos os percursos e paisagens da pesquisa, e possa dialoga-los em seus respectivos contextos e diversidades.
Essa obra é um estudo que contribui como referencial teórico e prático sobre a possibilidade da relação entre os saberes corporais (cultural, emocional, social, ambiental) com os conteúdos da escola. São apresentadas as atividades prévias que foram utilizadas para o conhecimento e escuta do cotidiano e ambiente das crianças da escola. Sugere estratégias que, baseadas na relação entre os saberes, possam edificar a construção do conhecimento pelas crianças de maneira mais significativa.
Ao solicitar aos estudantes a coleta de elementos encontrados no terreiro/quintal de suas residências, levando-os a escola, permitiu a cada criança que relacionasse seus referenciais locais com o espaço escolar. O quintal infantil com seus cenários, personagens, sons, falas e objetos constituem-se como elementos de referência das crianças.
Uma questão interessante abordada e registrada no livro é a forma pela qual nasce um brinquedo. O brinquedo nasce na construção do brincar. Qualquer coisa pode se tornar um brinquedo no imaginário infantil, basta desejar, imaginar e criar. Brinquedos construídos tendem a ser mais significativos para as crianças, pois possibilitam a relação de maior vínculo ao demandar não apenas a ação de brincar, mas também a ação de criar.
O texto dialoga com as questões ambientais relacionadas ao tema transversal, meio ambiente, que deve ser discutido nas aulas, trazendo essa temática de forma contextual, pois utiliza do pulso ambiental local ao correlatar o problema da seca e das queimadas na região.
O livro é ilustrado com figuras que retratam a expressividade das crianças ao se relacionarem com os temas ambientais. Tais registros representam o olhar e a percepção infantil sobre uma situação, um fato ou objeto. A escrita e os desenhos infantis também são contemplados pela mesma lógica de expressão. Dessa forma, as figuras, os desenhos, as palavras e frases apresentadas na obra conferem a legitimidade dos saberes e fazeres de cada criança na escola. Seja no campo ou na cidade a vida acontece pela relação.
Os conteúdos disciplinares podem se tornar mais significativos quando são capazes de dialogar com os dispositivos relacionados ao dia a dia das crianças, ao convidar e inserir elementos do cotidiano. Por exemplo, a matemática se torna significativa quando relacionada à quantidade de resíduos produzidos pela família. Da mesma forma, o meio ambiente é um tema interessante quando há a reflexão de que a queimada que aconteceu na propriedade foi promovida pela relação entre uma garrafa de pinga e um cigarro. São relações contextuais que se tornam mais significativas e reflexivas quando dialogadas com as disciplinas escolares.
É desejado que cada professor e que cada escola desenvolva a sensibilidade do olhar e o respeito com os seus alunos, permitindo a fala, a história e os saberes, e que esses, possam efetivamente adentrar pelos portões tomando os espaços escolares, com uma recepção de boas-vindas e acolhimento das verdades, dos contextos e, sobretudo, das diferenças.
Todos os registros apresentados no livro compartilham do mesmo exercício, em se aproximar a lente de observação acolhedora e a escuta sensível, ao retratar o pulso local com seus ambientes e agentes, dentro e fora da escola, primando por apontar, significar e qualificar as relações.
A Autora
Introdução
Educar é propiciar o germinar da semente a partir do solo contextual no qual foi depositada a partir dos elementos culturais e sociais, favorecendo a dialogicidade cotidiana com os conteúdos e temas que circulam na atmosfera escolar, estimulando o florescer que a seiva elaborada da emoção e expressão nutre para a produção e o desenvolvimento do fruto e alimento no pomar da educação, o conhecimento.
Alice Medina
A ciência orienta-se em direção a integração epistemológica diante das questões e problemas mundiais. Antes, fragmentada pela concepção positivista, foi dividida em ciência de muitos ramos e a época representou como algo essencial para o progresso científico. A Filosofia e a Ciência constituídas por perguntas e caminhos de busca por respostas, configuraram-se como as bases de um pensar e fazer científicos da humanidade na construção de uma existência significativa e por um desejo de integração ao mundo, na proposição de uma nova orientação de vida para a vida.
Durante o processo de desenvolvimento científico, a fragmentação do conhecimento configurou-se por um distanciamento entre as áreas do conhecimento, e a concepção interdisciplinar surge como uma forma de romper com a epistemologia positivista. Com a 2ª Guerra Mundial, a Alemanha racional
questiona-se sobre o que estaria errado nas ciências, na pesquisa e na educação, e, por conseguinte, com a humanidade. Dessa forma, a interdisciplinaridade surge como uma preocupação humanística e científica, dando origem a várias correntes de pensamento: teologia fenomenológica, existencialismo, epistemologia e o marxismo que caracterizaram o homem durante o seu processo de evolução e de transformação na produção de novas formas de pensar e agir no mundo.
Agora, no século XXI, a humanidade necessita definir que tipo de sociedade se torna necessária em um contexto no qual o homem não é a medida de todas as coisas, precisando edificar novos projetos instituídos como a sociedade da informação e do conhecimento, caracterizada por ações em permanente processo de construção e reconstrução. Verificam-se movimentos propulsionados pela valorização e resgate daquilo que foi aprendido e construído pelas competências e habilidades de inter-relação do ser e do fazer humano, redefinindo as bases epistemológicas