Professor genial

De Gilson Rocha Reynaldo

Professor Genial é a expressão que faz analogia a uma "rara espécie" na estrutura educacional docente brasileira. Isto porque se reveste de contraposições a muitas ações até então realizadas por muitos educadores do país no sentido de "melhorar o sistema educativo do Brasil" com fórmulas e indicações, teóricas e práticas, para minorar o sofrido cenário educacional verde e amarelo. Simultaneamente, a leitura lhe permitirá entender porque nossos alunos apresentam resultados sofríveis em exames internacionais de educação, em especial o PISA e apresenta possíveis soluções para o caos educacional gerado pela secular formação de nossos profissionais e alunos na filosofia positiva que atinge, nas suas estruturas, os sistemas econômico, jurídico, educacional, produtivo e, enfim, toda uma nação. Os indicadores desta catástrofe subliminar estão evidenciados nos escritos, assim como algumas sugestões de medidas capazes de minimizar problemas em curto prazo e resolvê-los a médio e longo prazo. Fundamentalmente, deveremos resgatar nossa capacidade de interpretação, abatida pela adoção da filosofia comteana cujo lema reside "impávido", "tatuado" em nossa bandeira: Ordem e Progresso.

• Idioma: Português
• Editora: Paco e Littera
• Data de lançamento: 22 de fev. de 2017
• ISBN: 9788546205752

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Final

Apresentação

Apresentar um livro que contenha subsídios para que um professor contemporâneo possa, independentemente de qualquer teoria didática, perceber com clareza os eventos obstaculizadores do processo de construção do conhecimento, é um desafio gigantesco. Desafio porquanto constitui escritos inovadores, não presentes em muito do que se escreveu nas últimas décadas, apesar das crescentes, nocivas e avassaladoras consequências do sistema educacional atual, em especial, o brasileiro. Gigantesco pois, seguramente, irá revolver os acomodados de suas zonas de conforto, seja para condenar suas inépcias, seja como razão para fazer com que se insurjam contra a histórica mesmice crônica e tornem-se Professores Geniais.

Mas, a explicitação de um conjunto de ideias não se faz automaticamente, nem ao menos pela simples vontade de alguém, pedagogo, filósofo, cientista social, enfim, que queira, por vontade ou ideal, contribuir para com a sociedade. Para que estas ideias sejam materializadas, além das necessárias fundamentações científicas, faz-se imprescindível que consideremos o proponente, por sua vivência, trajetória e, especialmente, através da sua rede de relacionamentos históricos, eficazes contributos para a inovação e para a solução de problemas, sejam de ordem científica, sejam de ordem social.

Por isso, a resultante heurística deste trabalho não ocorreu espontaneamente e nem mesmo foi decorrência de um estalo científico ou momento de inspiração. Foi sim fruto de múltiplas orientações de trabalhos acadêmicos, de lato e stricto sensu, de várias décadas de ação docente nas redes pública e particular de ensino, nas universidades catarinenses e, em especial, a Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul, que, além de acolher-nos como docentes, ofereceu todos os subsídios materiais e humanos para a consolidação desta obra. Inobstante isso, o que representou efetivamente o início dos escritos deste volume e outros, em formatação, foram as manifestações concretas, explícitas ou subliminares, de alguns brilhantes educadores brasileiros.

É, pois, impossível, enquanto apresentamos o resultado de mais de três décadas de estudo e observação, deixar de destacar algumas estrelas da educação verde e amarela que, direta ou indiretamente, em encontros sistemáticos profissionais ou em momentos particulares e quase casuais, contribuíram significativa e intensamente, não apenas para as atividades docentes que superam as três décadas, mas para o afloramento das ideias e para a publicação deste primeiro livro. E aqui, um especial agradecimento ao Professor Dr. Luis Carlos de Menezes, grande nome da educação brasileira, a quem tive a honra de contar na elaboração do prefácio desta obra.

Estão entre, elas e eles, os professores doutores: André Valdir Zunino (UFSC-SC); Ático Inácio Chassot (PUC-RS); Cássia Férri (Univali-SC); Celso dos Santos Vasconcellos (PUC-SP); Cláudio Damaceno Paz (Unisul-SC); Cristina Maria D’Ávila Teixeira (UFBA-BA); Jussara Hoffmann (UFRS-RS); Léa das Graças Camargo Anastasiou (PUC-PR); Luis Carlos de Menezes, (USP-SP); Marcos Masetto (PUC-SP); Neri dos Santos (UFSC-SC); Olga Maria Benedet (Unisul-SC); Ricardo Gauche (UnB-DF); Selvino Assmann (UFSC-SC); Sérgio Maia Melo (UFC-CE); que, por suas competências irradiadoras, em diferentes áreas e eventos da educação, garantiram subsídios teóricos, filosóficos e humanísticos que embasam este trabalho e os demais, em construção.

Ao mesmo tempo, cabe-nos lembrar que este livro não foi escrito para cumprimento de metas de programas stricto sensu de alguma universidade brasileira. Tampouco para concretizar produção qualquer que seja, até porque, adotei o nome construção, que entendo ser adequado para representar todo o processo de elaboração e retenção do conhecimento humano histórico, enquanto o primeiro remete-nos a fábricas, a produção em séries, o que estamos, exatamente, tentando eliminar para as instituições de ensino, em especial da educação básica, agora, sob a égide de um percurso formativo (Santa Catarina, 2014).

Então, a partir da trajetória de vida, descrita no posfácio, essa obra veio à tona graças ao estímulo dos competentes acadêmicos do curso de Química Licenciatura da Unisul, unidades de Tubarão (Unisul) e Araranguá (Unisul/Programa Parfor).

Durante os encontros semanais de Estágio Supervisionado Ambientação, Intervenção e Docência e Estágios I e II (Parfor), iniciados no segundo semestre de 2015, comungamos extensas e profícuas discussões sobre as práticas educacionais brasileiras, enveredando pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (2013), dissecando a Proposta Curricular de Santa Catarina-PCSC (2014) e culminando com a bem-vinda e recém-elaborada Base Nacional Curricular Comum-BNCC (2015/2016).

O grupo de alunos, partícipes incondicionais dos encontros em classe, além de alimentarem as falas com muita competência, criaram novas estratégias didáticas, desenvolveram atividades lúdicas extremamente sofisticadas conceitualmente, mas simples em sua aplicabilidade, para a educação básica, ensino médio, particularmente em Química.

Por isso, com orgulho nomeio-os como forma única que possuo de agradecer-lhes por oferecerem tão promissoras possibilidades didático-pedagógicas para a nossa carente sociedade.

Grupo de Tubarão:

Adriana Citadin Fernandes, Andreone Foizer Marcilio, Dayane Gonzaga Domingos, Débora de Pieri Modolon, Edmar Cascaes Mateus, Francielen Kuball Silva, Francieli Pagani, Gilberto Sehnem, Gilmar Domingues Maciel, Isabela Bezza Spilere, Janiele Fregulia Scarabelot, Juliana Aparecida Ghedin, Kátia Martins de Aguiar, Kenia Ignacio, Lauri Ademar de Souza, Layane da Silva Corrêa, Lucas Marcelino, Maiára Eduardo de Souza, Marília Silveira, Morgana Schneider, Patrícia Machado Marques, Rafaela Studzinski Cizeski, Scheila Souza Silveira.

Grupo de Araranguá:

Andre Costa de Oliveira, Cristiane Flores de Medeiros, Daysi Ferreira Guevara, Elaine Fonseca Pereira, Gisele Acordi da Rocha de Oliveira, Jessana Patel dos Passos, Letícia da Rosa Teixeira, Liliane Silveira Rezende, Maisa Soares Ferreira, Mayara Michels Bortolotto, Renata Tramontin Tonetto, Simone Votre Fascin, Valdecir Gerônimo.

O autor

Prefácio

Quem é este tal de professor genial?

Esse ser genial estaria na categoria de um Isaac Newton, de um Charles Darwin, ou seria melhor compará-lo com um Pelé ou um Maradona? Seria preciso parar tudo e fazer silêncio para mergulhar em sua sabedoria, ou chamar uma banda de música para festejar sua grandiosidade? Nada disso; o Professor Genial está por aí sem chamar muita atenção, querendo saber que lição terá aprendido de seu último fracasso, ou atribuindo seu mais recente sucesso ao empenho de seus alunos.

Em vez de pretender, como protagonista central e permanente, transferir conhecimentos abstratos a uma plateia passiva, o professor genial envolve seus estudantes em diálogos sinceros e conflituosos, ambientados nos contextos sociais, culturais, econômicos e tecnológicos por eles vividos. Para isso, suas capacidades de ouvir e interpretar são tão importantes quanto as de intervir e se expressar, e seu mérito não está em ser centro das atenções, mas em promover interesses e iniciativas dos estudantes.

Em vez de estar sempre tranquilamente adequado aos papéis que lhe designam, ou enquadrado nas circunstâncias a que o sistema o confina, o professor genial parece estar todo o tempo inquieto, querendo mudar o que lhe parece