Função Materna: uma aproximação do conceito de estrago materno
()
Sobre este e-book
Este livro é resultado de uma pesquisa bibliográfica cujo objetivo é uma aproximação ao entendimento do papel da função materna no desenvolvimento de psicopatologias nos filhos. Este estudo baseia- se no conceito de "estrago", introduzido por Jacques Lacan no Seminário XVII O Avesso da Psicanálise (1992, p. 105): "O desejo da mãe não é algo que se possa suportar assim, que lhes seja indiferente. Carreia sempre estragos", no qual tange um tema complexo que permite abrir um novo olhar sobre como abordar certas psicopatologias.
Todos os sujeitos podem eventualmente ser vítimas desse desejo descontrolado da mãe, por isso teorias sobre a relação de sofrimento psíquico e modos de funcionamento familiar precisam ser revisitadas através da lente do estrago materno. Sob essa perspectiva, intervenções psicoterapêuticas devem promover a diferenciação, separação, individualização e autonomia na relação estabelecida entre mãe e filho/a.
Relacionado a Função Materna
Ebooks relacionados
SOS Brasil: Atendimento psicanalítico emergencial Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA escrita da clínica: Psicanálise com crianças (3ª edição revisada e ampliada) Nota: 5 de 5 estrelas5/5O infantil na psicanálise: Memória e temporalidades Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO adolescente na virtualidade da psicanálise Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFrançoise Dolto: Cultura, psicossomática e clínica Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFontes do pensamento de Jacques Lacan Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVozes da psicanálise, vol. 4: Clínica, teoria e pluralismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInconsciente Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVozes da psicanálise, vol. 3: Clínica, teoria e pluralismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOficinas Temáticas De Psicanálise Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFerenczi e a psicanálise: corpo, expressão e impressão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPsicanálise: Bion: Transformações e desdobramentos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Clínica Do Absoluto E A Difusão Da Vida Psíquica Na Família Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO estranho no contemporâneo: Estranhar é preciso; Estranhar não é preciso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO autista e a sua voz Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO sintoma e o psicanalista: Topologia, clínica, política Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO autismo como estrutura subjetiva: Estudo sobre a experiência do autista na linguagem e com a palavra Nota: 0 de 5 estrelas0 notasChuva n'alma: A função vitalizadora do analista Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Que é Comprimido Hoje?: A Psicanálise em Crise Nota: 5 de 5 estrelas5/5Winnicott: Experiência e paradoxo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO caráter extrapsíquico da pulsão de morte: a radicalidade da negatividade em Freud Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPor uma ética do cuidado, vol. 1: Ferenczi para educadores e psicanalistas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEstudos De Ex-tudo De Lacan Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA orfandade na psicanálise: conexões com o mito de Édipo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBreve introdução a algumas ideias de Bion Nota: 5 de 5 estrelas5/5Análise da fobia de um menino de 5 anos [O pequeno Hans] Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRelações de objeto Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNavegação inquieta: Ensaios de psicanálise Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Psicologia para você
Minuto da gratidão: O desafio dos 90 dias que mudará a sua vida Nota: 5 de 5 estrelas5/5Autoestima como hábito Nota: 5 de 5 estrelas5/510 Maneiras de ser bom em conversar Nota: 5 de 5 estrelas5/5S.O.S. Autismo: Guia completo para entender o transtorno do espectro autista Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contos que curam: Oficinas de educação emocional por meio de contos Nota: 5 de 5 estrelas5/5A gente mira no amor e acerta na solidão Nota: 5 de 5 estrelas5/5O funcionamento da mente: Uma jornada para o mais incrível dos universos Nota: 4 de 5 estrelas4/5O mal-estar na cultura Nota: 4 de 5 estrelas4/5Eu controlo como me sinto: Como a neurociência pode ajudar você a construir uma vida mais feliz Nota: 5 de 5 estrelas5/515 Incríveis Truques Mentais: Facilite sua vida mudando sua mente Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cuide-se: Aprenda a se ajudar em primeiro lugar Nota: 5 de 5 estrelas5/5Vencendo a Procrastinação: Aprendendo a fazer do dia de hoje o mais importante da sua vida Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Arte de Saber Se Relacionar: Aprenda a se relacionar de modo saudável Nota: 4 de 5 estrelas4/5Terapia Cognitiva Comportamental Nota: 5 de 5 estrelas5/5Análise do Comportamento Aplicada ao Transtorno do Espectro Autista Nota: 4 de 5 estrelas4/5Em Busca Da Tranquilidade Interior Nota: 5 de 5 estrelas5/535 Técnicas e Curiosidades Mentais: Porque a mente também deve evoluir Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cartas de um terapeuta para seus momentos de crise Nota: 4 de 5 estrelas4/5O poder da mente: A chave para o desenvolvimento das potencialidades do ser humano Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Interpretação dos Sonhos - Volume I Nota: 3 de 5 estrelas3/5A interpretação dos sonhos Nota: 4 de 5 estrelas4/5Acelerados: Verdades e mitos sobre o TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade Nota: 4 de 5 estrelas4/5O amor não dói: Não podemos nos acostumar com nada que machuca Nota: 4 de 5 estrelas4/5Avaliação psicológica e desenvolvimento humano: Casos clínicos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTemperamentos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Manual das Microexpressões: Há informações que o rosto não esconde Nota: 5 de 5 estrelas5/5O poder da mente Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Função Materna
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Função Materna - Gabriel G. Rivera
trabalho.
Apresentação
A presente pesquisa tem como objetivo realizar uma aproximação do entendimento da função materna no desenvolvimento de psicopatologias nos filhos, tomando como base o conceito de estrago
introduzido por Jacques Lacan. Estrago
faz referência ao Desejo da mãe como fator fundamental no entendimento da relação mãe-filho/a; o estrago materno acontece quando a função paterna não consegue estabelecer um ponto de corte, uma intermediação entre o desejo da mãe e o filho. Em termos de saúde mental no nosso país, a subjetividade é a base para qualquer tipo de intervenção, seja acolhimento, abordagem e/ou tratamento; e faz parte dessa subjetividade o contexto sociocultural e familiar. Estudar a função materna desde o conceito de estrago, como parte dessa subjetividade, permitirá abrir uma nova possibilidade de entendimento do processo saúde-doença. Este trabalho é uma pesquisa bibliográfica, a partir do levantamento de referências teóricas publicadas e analisadas por meios escritos e eletrônicos. Artigos de revisão teórica e pesquisa clínica também são consultados, principalmente de psicanalistas sul-americanos. O tema do estrago materno é complexo e abre um novo olhar sobre como abordar certas psicopatologias, desde transtornos alimentares até manifestações psicóticas. Teorias sobre a relação de adoecimento psíquico e modos de funcionamento familiar precisam ser revisitadas através da lente do estrago materno. Ainda temas como feminilidade, maternidade e gozo devem ser estudados, caso o estrago não possa ser solucionado por completo, através da função paterna, como princípio de separação. Sendo assim, o estrago materno é um tema que abre outras possibilidades de pesquisa para o entendimento do sujeito portador de sofrimento psíquico.
Palavras-chave: Estrago, Relação Mãe-Filhos, Função Paterna, Família.
1. Introdução
"Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada [...]."
(DRUMMOND, 2015)
As relações familiares constituem um tema amplamente abordado por estudiosos de diferentes disciplinas em diferentes épocas. A sua importância é indiscutível para entender a sociedade e sua evolução. Rosa (2005, p.209) afirma que todos os ramos do saber reconhecem a família como grupo histórico, determinado por instâncias macroeconômicas, mas que também cria determinações e as remete à sociedade. É assujeitada e é sujeito do processo histórico
.
A psicanálise sempre mostrou um interesse especial na família desde que seu fundador, Sigmund Freud, abordou as questões relacionadas à cultura. Em O Mal-estar na Civilização (2013), Freud destaca a importância da família como célula germinal da civilização
, e em Totem e Tabu (2013) Freud faz uma reflexão a respeito da passagem do clã totêmico para a família.
Jaques Lacan (2008, p.9), por outra parte, afirma que a família desempenha um papel primordial na transmissão da cultura e preside os processos fundamentais do desenvolvimento psíquico. Segundo o psicanalista, ela transmite estruturas de comportamento e de representação cujo jogo ultrapassa os limites da consciência
.
Ainda, segundo Lacan (2008), a psicologia da família foi revolucionada pelo estudo dos chamados complexos
, os quais desempenham o papel de organizadores no desenvolvimento psíquico. Na formação de todo indivíduo, existem três complexos familiares: desmame, intrusão e Édipo. Esses complexos estão intimamente ligados à manifestação das psicoses e neuroses.
A estrutura familiar é, sem dúvida, uma estrutura complexa, e dentre seus membros a figura da mãe tem um destaque especial. Segundo Jarque e Burgos (2009), a mãe é a responsável por transmitir os acontecimentos dessa estrutura que irão influenciar o filho de forma marcante.
Povedano et al. (2011) destacam a importância do vínculo mãe-filho, desde a primeira infância, para a construção de seu mundo mental. Essa interação deve ocorrer de forma