O Príncipe Pinto
De Pablo Perel
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Sobre este e-book
Se você detesta "O Pequeno Príncipe" tanto quanto eu, você vai ADORAR "O Príncipe Pinto"! Como alcançar a igualdade de gênero? Acabando com a Guerra dos Sexos, e de passagem com todas as guerras. Imagine um mundo em que existem 16 gêneros sexuais além da mulher e do homem, e alguém vem desse mundo para contar como se vive lá, sem confrontos estéreis. Desde que o Homem e a Mulher perderam o Paraíso por atuarem juntos e em cumplicidade, a união dos gêneros quebrou-se, dividiu-se em dois mundos isolados pela competição, subjugação e incompreensão. Um homem jovem se afunda em tamanha desolação ao compreender isto, até que aparece O Príncipe Pinto e lhe dar de volta o coração, desnudando o casal, a religião, o sexo, a guerra, os gêneros, o amor e até a própria existência da alma.
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Pré-visualização do livro
O Príncipe Pinto - Pablo Perel
Fez o depósito que marca a Lei 11.723 de Direitos Autorais da Argentina.
Eu errei em envelhecer.
Antoine de Saint-Exupéry
Dedico este livro:
à minha mãe, Gilda,
que me introduziu ao desenho, à pintura e às letras,
em memória do meu pai, Herman, z"l,
que me deixou em vida
o amor pelos livros.
––––––––
Agradeço também
à Mirtha Perel Waisberg
e à Estela Marchese
por terem sido leitoras compreensivas e generosas
do texto original,
à Lola Gispert del Castillo
por sua fé incondicional
e a Josep Forment
por sua calorosa lucidez.
.
Prepúcio
Antes de começar o relato daquilo que me lembro, apelo aqui para o que ouvi dos mais velhos na minha infância. Parece que meu nascimento foi proclamado e celebrado com presságios exultantes proclamados pelas matronas da família.Eu não apenas apareci no mundo como o homem esperado, mas também nasci circunciso. Segundo a tradição bíblica, nascer circunciso prediz que o portador dessa singularidade anatômica congênita um dia será o Rei.
Minhas avós, minha tia madrinha e minhas outras tias me passavam de braço em braçoa frente do olhar vaidoso da minha mãe, que contemplava o que para ela era o acontecimento mais natural do mundo: De linhagem tão nobre e elegante, ela não poderia ter dado à luz a nada menos do que um verdadeiro príncipe.
1
Um pouco depois de completar 12 anos, em uma tarde descolorida de inverno, en quanto olhava com calafrios para minha pele nua antes de entrar na banheira glacial de louça branca cheia só pela metade com água quente e vaporosa, descobri três fios de pelos muito longos e sinuosos que apareceram na minha região pubiana.
A música dos Beatles, Penny Lane, estava tocando em algum rádio da casa. Naquele momento me lembrei de uma foto que tinha visto naquela manhã na escola, durante a aula de ciências, em que uma aranha peluda comia uma pobre lagarta.
A foto era mais ou menos assim:
Tarantula oruga 3Abaixo da foto havia uma legenda que explicava: A tarântula é uma aranha predadora que pega a sua presa e a digere com seus sucos antes de comê-la. A fêmea costuma comer o macho após o acasalamento.
A água do banho se esfriava inevitavelmente e eu fiquei pensando na boca cabeluda da aranha engolindo aquela lagarta.
Eu estava ansioso para reproduzir a experiência nas covas onde as aranhas espalhavam as suas teias nos milhares de interstícios que revestiam os tijolos caiados da parede que ficavanos fundos do jardim da parte de trás dacasa em que nasci.
Se viam teias de aranha de todos os tamanhos, profundidades, urdiduras e até cores, formando uma espécie de malha impenetrável e ameaçadora que cobria a extensa rede de frestas cavadas nas paredes. Apoiado por meu irmão mais novo, arremessava nas teias formigas, mariposas e outros insetos sacrificados em prol da Ciência, embora às vezestrocávamos o sentido da imolação e depositávamos nas covas dos aracnídeos a oferenda de uma bombinha, de uma bomba triângulo ou de qualquer outro explosivo dessa ordem.
Este foi apenas um dos inesgotáveis dramas e tragédias que ocorreram naquele jardim,onde cada duelo no Universo foi disputado com precisão em pequena escala. Uma lagarta seria o próximo desafio.
Mergulhei os pés na banheira e molhei um pouco o cabelo sem poder deixar de lado aquela imagem terrivelmente atraente. Enrolei-mena toalha e saí do banheiro com pressa para desenhar aquela cena que estava guardada em meu cérebro.
O desenho resultante foi este:
Boca arañaQuando a minha irmã mais velha voltou da aula de piano, mostrei o desenho a ela. Ela me deu uma tapa e gritou comigo:
—Nojento! Você veio seminu para me mostrar essa imundície! Eu vou contar para a mamãe!
Eu não tinha desenhado nenhuma coisa imunda, além disso eu estava enrolado em uma toalha. Meu rosto estava ardendo por causa da tapa