Devaneios Poéticos
De Ivan Catunda
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Devaneios Poéticos - Ivan Catunda
Prefácio
Através de minhas memórias, das minhas vivências, dos meus sabores e dissabores, fui ao longo dos meus trinta e três anos escrevendo o que vi e vivi, poesias, impressões, contos, crônicas, haicais, peças. Aqui reuni alguns deles para publicar nesse livro e levar essas minhas emoções a todos.
Agradecimentos
Aos amigos, aos grandes amigos, amigos irmãos, os de antes e os de agora, os que estão e os que já foram. A minha mãe preta amada, do coração e de criação, minha mãe que tanto amo, meu pai e minha irmã que amo, meus fulôs e minhas fulôs, e meus irmãos da vida. Com muito amor e carinho agradeço a meu marido.
A noite dos acertos de contas
Morava nos trilhos de trem em um depósito abandonado ao lado de um lugar temido por mim, João e muitas outras pessoas que moravam naquele lugar... João era um amigo; aliás, o único que tinha.
Nós morávamos em uma ferrovia entre Utinga e Prefeito Saladino, lá havia duas fases, a noite e o dia. De dia era tudo maravilhoso, e de noite começava uma rotina dura e perigosa. Era perigosa porque na antiga fábrica da Nestlé aconteciam coisas horríveis: roubos, matanças, estupros com homens e mulheres, pois era fácil fazer tudo isso com tantos depósitos, fábricas.
Era nesses lugares que aconteciam essas coisas horríveis. Ah! Já ia me esquecendo de dizer duas coisas que acontecem nas noites nas ferrovias! Acontece tráfico, e o famoso episódio realizado faz anos, "A NOITE DOS ACERTOS DE CONTAS", que ocorreu pela primeira vez no dia 10 de agosto de 1994. Depois, foi nomeado dia nacional do acerto de contas realizado todos os anos. Nesses dias, a noite, acontecem pagamentos de viciados aos traficantes, ou a morte dos viciados e também há brigas com armas de fogo entre traficantes rivais.
De repente ouço um barulho e assim começa minha história:
— Oi, acorda! Vamos, rápido!
— O que você está fazendo aqui, João?
— Não faça perguntas, apenas levante.
— Por que a pressa, o que está acontecendo?
— A polícia está aqui, agora ande logo.
— Nós dois pegamos nossas sacolas e saímos correndo pelos trilhos de trem, com a polícia atrás dando tiros e gritando:
— Seus vagabundos!
Depois de muito corrermos, fez-se um silêncio. Nós dois paramos e nos entreolhamos, viramos para trás e dissemos:
— Onde estão os guardas?
— Devem ter cansado de correr e desistiram de nos pegar, não é, João?
— Espero que seja, mas agora vamos ao trabalho.
Quando chegamos a Prefeito Saladino, subimos na plataforma e entramos no trem, nisso começamos a vender nossos produtos, éramos camelôs! Passávamos o dia no trabalho, das 6 da manhã as 20 horas da noite, vendendo chocolate. Era uma zona, uma baderna, uma espécie de competição para ver quem falava mais alto e todos falavam ao mesmo tempo, cada um vendendo seu produto. Nós vendíamos chocolate e berrávamos o dia inteiro:
— Chocobis, mais uma delícia Nestlé, 2 é um real!!!!!
Depois do trabalho, pulávamos no trilho e íamos cada um para sua casa. João morava em um trem vermelho de ferrugem, pichado e abandonado em frente a minha casa, que era um antigo depósito do lado da Nestlé, um perigo.
Chegando as 22:00 horas, começava uma movimentação muito grande nos trens, eram os traficantes comercializando suas drogas, estação por estação, vendendo e cobrando dos clientes. Eu, graças a Deus, não tinha nenhuma dívida, mas o João tinha e, por isso, para sustentar seu vício, roubava nos trens... Mas chegou uma hora em que os roubos estavam descontrolados, a polícia agora ficava de vigia nos trens, em todos os vagões, era praticamente impossível roubar. Eu não podia negar que fumava um cigarrinho, pois era meu único amigo íntimo, mas drogas jamais.
A partir das 23:00 horas, começava o acerto de contas e ouvíamos tiros, janelas eram quebradas, e berros de pessoas morrendo, sendo estupradas, traficantes baleados e viciados devedores sendo mortos. Enquanto isso, nós conversávamos:
— E aí, João, quando será que isso vai ter fim?
— Quando alguém tiver coragem e der um fim nisso!
— É... Como eu queria uma vida melhor, um lugar digno para viver...
—Eu também, mas é quase impossível e por isso temos que viver o que podemos viver.
— Verdade, me passa um cigarrinho, por favor.
— Pega aí.
— João, você tem um Isqueiro?
— Tenho, vou aproveitar e fumar um baseadinho também.
Os dois fumaram e pegaram no sono, até que acordaram