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Khaos e Khalmaria: Contos para um café da tarde
Khaos e Khalmaria: Contos para um café da tarde
Khaos e Khalmaria: Contos para um café da tarde
E-book95 páginas1 hora

Khaos e Khalmaria: Contos para um café da tarde

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Sobre este e-book

Khaos e Khalmaria apresenta um universo de luz e trevas, boas histórias narradas por uma inusitada figura que te convida para se acomodar e degustar cada gota deste mundo como um bom café
IdiomaPortuguês
EditoraLitteris
Data de lançamento17 de set. de 2019
ISBN9788537404690
Khaos e Khalmaria: Contos para um café da tarde
Autor

Daniel Constantini

Nasceu em 10 de fevereiro de 1986 na cidade de Amparo, interior de São Paulo, onde vive até hoje. Foi nesta cidade que descobriu que os leitores são seu porto seguro, força ou vontade de fazer arte.

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    Khaos e Khalmaria - Daniel Constantini

    Khaos_e_Khalmaria_-_capa_interna.jpg

    Sumário

    Capa

    Capítulo Zero

    I. Evidências

    II. Quadros vermelhos e compassos sombrios

    III. o último olhar

    IV. Expresso ou Uísque

    V. Vinho que é bom nada

    VI. Entre a Cruz e a Espada

    VII. Projeto alado

    VIII. A manicure

    IX. Arquivos e um desejo

    X. Um bau e uma dose de Rum

    XI. Mariane Castelo

    Sobre o Autor

    Copyright© 2019 by Daniel Constantini

    Direitos em Língua Portuguesa reservados ao autor através da LITTERIS® EDITORA.

    Conversão: Cevolela Editions

    Imagens da Capa: shutterstock /Pixabay

    ISBN: 978-85-374-0469-0 (2019)

    ISBN: 978-85-374-0449-2 (versão impressa)

    Litteris

    LITTERIS® EDITORA LTDA

    CNPJ 32.067.910/0001-88 - Insc. Estadual 83.581.948

    Av. Marechal Floriano, 143 sala 805 - Centro

    20080-005 - Rio de Janeiro - RJ

    Tel: (21)2223-0030/ 2263-3141

    E-mail: litteris@litteris.com.br

    www.litteris.com.br

    www.litteriseditora.com.br

    www.livrarialitteris.com.br

    Daniel Constantini

    Khaos e Khalmaria

    contos para um café da tarde

    Rio de Janeiro, 2019

    CAPÍTULO ZERO

    Caos da noite e a Calmaria da manha

    Cada história vivida ou degustada por um ser humano sempre vem carregada de emoções, anseios, desejos, dramas e angústias. Dito isso, sempre me atenho aos pequenos detalhes na emoção e na voz daqueles que estão narrando. Todo mundo tem uma história pra contar. O destino e suas linhas inefáveis levam cada pessoa ao seu próprio mundo, ao seu próprio conflito pessoal e então as histórias nascem.

    Lembro-me há alguns milhares de anos quando eu coletei minha primeira história e com a minha magia eu tive a grande ideia de conservá-la em um frasco. Depois o segundo, o terceiro, o quarto e quando eu tinha percebido eu era uma viciada em roubar histórias e aprisionar em pequenos frascos. De alguma forma, isso me alimentava, me dava poder. Nunca em toda minha vida de feiticeira uma coisa me fazia tão bem. Desde pequena, nos reinos de Abel e nas profundezas da Estrela da Manhã, das terras de Atlântida até as tribos de Moisés, dos reinos de Salomão e Davi até Shangri-lá e Gilgamesh nunca algo me havia dado tanto poder. Se eu soubesse disso a milhares de anos, eu teria muitos mais frascos para colecionar. Mas é assim que a vida e o mundo funcionam: como correntes do destino onde você tem que estar no horário e no lugar onde precisa estar. Então não adianta colocar os carros na frente dos bois. O que há de ser será. Você pode até mudar de linha do destino, mas não, a linha ao qual você se estacionar será aquela que viverá. Então não adianta fugir.

    O que eu lhes ofereço no dia de hoje é uma pequena amostra do que guardei nos meus pequenos frascos durante os anos modernos. Então, amados, sentem-se em algum lugar confortável, peguem uma xícara de café ou um chá bem gostoso e venha se aninhar ao meu lado que abriremos calmamente algumas histórias que colecionei durante esses anos. Vamos ao caos da noite para que a manhã seja calma e abençoada.

    O meu nome é Mariane Castelo, mas um dia me conhecerão como A Baronesa. Até lá...

    Boa leitura

    I

    Evidencias

    Hoje eu tomei um ótimo café da manhã, comi pão quentinho com ovos mexidos, mas eu não faço a mínima ideia do que está acontecendo. Não é que a situação esteja ruim, mas... O que tá acontecendo? Senta um minutinho comigo? Pega um café, um chá, ou uma bolacha e deixa eu te contar.

    Trabalho numa cafeteria, sabe, e um dia antes, enquanto eu observava os clientes e desviava dos meus afazeres, o Moisés veio todo contente exibindo os passes gratuitos de acesso ao famoso La Cordélia, uma casa de espetáculos que abriu no centro da cidade. Comida gostosa, cerveja boa e barata, ótimos destilados e um show digno da Broadway. Era o que dizia o panfleto. E todo mundo sabe que cerveja barata e boa comida quase nunca estão no mesmo lugar.

    Depois de tentar me desvencilhar do convite mil vezes, acabei cedendo. Antes tivesse obedecido à vozinha do meu anjo da guarda e não ido até aquele lugar.

    No final do expediente limpamos a cafeteria e fomos direto pra casa nos trocar. Pouco tempo depois minha campainha tocou. Era Moisés. Que inveja daquele homem, em menos de uma hora já estava de banho tomado, terno branco impecável e eu ainda não tinha tirado a roupa do trabalho. Mas vamos combinar que mulher tem muito mais detalhes pra cuidar na hora de se produzir, né? Depois de mais umas duas horas me arrumando, saímos para o show. Moisés pegou emprestado o velho Brasília azul claro de um amigo pra gente ir até o La Cordélia, mas o estado do veículo me deu medo só de olhar. Onde eu tava com a cabeça para entrar naquela carroça, pai amado? Um monte de metal enferrujado com motor chiando! Pra completar, o rádio começou a tocar Evidências de Chitãozinho e Xororó como um mau presságio, mas, teimosa, não dei ouvidos. Sabe como é, né? Destino. Eu me afasto e me defendo de você, só pra me entregar logo em seguida.

    E não é que o lugar era bom mesmo? A bebida era muito barata e o show, ótimo. E a casa teve a decência de colocar muitos homens maravilhosos nos servindo. Eu, claro, bebi muito. Não, pera, Zeca Pagodinho é quem bebe muito, eu bebi umas vinte vezes mais. Me recordo direitinho da primeira hora, mas das outras, só Deus sabe o que aconteceu. Apagão foi pouco. E sabe o mais engraçado? Ouvi Evidências de novo! Desta vez sendo interpretada por dois cantores da casa tão maravilhosos, que eu aceitaria, feliz, os dois no meu quarto agora... Eu os teria convidado, não fosse a maldita Skol Beat com sete doses de tequila que Moisés enfiou na minha boca depois de um beijo roubado. Claro que tomou um soco na cara e a última coisa que me lembro era de ter dado risada e corrido pro bar tomar vodka com frutas vermelhas, cantando:

    E nessa loucura, de dizer que não te quero, vou negando as aparências, disfarçando as evidências...

    E morri. O mundo começou a girar, lembro que fiz uns quarenta amigos cantando Xitãoró e Xorãozinho, mais louca que o Batman de calcinha no quarto do Coringa abraçado com o Alfred. Repito, morri.

    Do nada acordei num lugar bizarro com paredes pintadas de preto, pelada e com as unhas pintadas da mesma cor das paredes. Senti na hora um gosto horrível na boca e uma dor de cabeça horrenda. QUEQUETAACONTECENDO, PAI-AMA-DO?

    Eu ainda estava muito chapada, mas já tinha certo controle sobre meus movimentos. Senti alguém ao meu lado, dormindo. Não quis saber de nada, nem o gênero, nem o número e nem o grau da criatura, peloamordedeus, tá maluca? Do outro lado o rádio-relógio do quarto esquisito começou a tocar... adivinha o quê?

    Diz que é verdade, que tem saudade

    Que ainda você pensa muito em mim

    Só quero ouvir você dizer que sim!

    Quebrei o rádio relógio no soco.

    Nesse momento,

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