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Ficção em Pernambuco: Breve história
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Ficção em Pernambuco: Breve história
E-book129 páginas58 minutos

Ficção em Pernambuco: Breve história

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Sobre este e-book

Esta segunda edição de Ficção em Pernambuco: Breve história, vem ampliada com um ensaio abordando aspectos da produção ficcional de 2011 a 2020, a cargo de Socorro Nunes. A edição anterior deste livro de ensaios, em 2013, teve coordenação editorial do Ponto de Cultura Interpoética, apoiada pela Secretaria de Cultura de Pernambuco e pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico - Fundarpe. Dela, foram mantidos os textos de Pedro Américo de Farias, que traça um panorâmica da ficção escrita em Pernambuco entre os anos de 1847 e 2001; e de Cristhiano Aguiar, que traz uma leitura crítica da primeira década do século XXI, até 2011, além das ilustrações representativas dos momentos literários e de seus autores mais significativos;
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de ago. de 2021
ISBN9786586616828
Ficção em Pernambuco: Breve história

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    Ficção em Pernambuco - Pedro Américo Farias

    Nota de abertura

    Ficção em Pernambuco: Breve história é um livro de ensaios cujo intuito é contribuir para o trabalho de pesquisadores e de estudantes dos níveis médio e superior.

    Teve uma primeira edição em 2013, sob coordenação editorial do Ponto de Cultura Interpoética, apoiada pela Secretaria de Cultura (e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico — Fundarpe) do Estado de Pernambuco, contendo dois textos: o primeiro, de Pedro Américo de Farias, faz uma panorâmica da ficção escrita em Pernambuco entre os anos de 1847 e 2001; o segundo, de Cristhiano Aguiar, traz uma leitura crítica da primeira década do século XXI, alongada até 2011.

    O presente volume constitui uma segunda edição, acrescida de um ensaio abordando aspectos da produção ficcional dos últimos 10 anos (2011–2020), a cargo de Socorro Nunes. Nesta edição, os ensaios componentes da primeira não sofrem qualquer alteração de conteúdo e se mantêm assinados, no final, por seus autores com as respectivas datas originais.

    Além do acréscimo, fizeram-se necessárias duas mudanças:

    Excluímos 20 das 48 páginas com ilustrações presentes na edição anterior, mantendo as mais representativas dos momentos literários e de seus autores mais significativos;

    Também excluímos os três contos inseridos entre o primeiro e o segundo ensaios tomando por base a facilidade, hoje, de acesso a qualquer texto, via internet, além da ideia de que três pouco representam diante de centenas.

    Agradecemos aos 10 protagonistas do terceiro ensaio, que trata da última geração (2011–2020) de ficcionistas, pela excelente contribuição de suas respostas à enquete proposta pela autora, o que facilitou a abordagem por ela pretendida. Seus nomes, por ordem de aparecimento em cena: Micheliny Verunschk, Thiago Corrêa, Nivaldo Tenório, Wellington de Melo, Raimundo de Moraes, Renata Santana, Rejane Gonçalves, Rejane Paschoal, José Alfredo Santos Abrão e André Balaio.

    Também agradecemos ao professor Anco Márcio Tenório Vieira, da UFPE, por suas abalizadas respostas à referida enquete.

    Estamos convictos de que esta edição está bem mais rica que a primeira e esperamos que o público leitor faça dela o melhor proveito.

    Coordenação editorial

    Inúmeras são as opiniões em torno da prosa de ficção em Pernambuco, destacando a sua escassez, comparada aos gêneros da poesia e do ensaio. Tal fenômeno está longe de ser uma exclusividade deste estado, mas de fato a poesia, entre nós, também por ter uma história mais longa — já vem do século XVI, com Bento Teixeira —, recebeu maior alento, apresentando uma força crescente até alcançar os mais expressivos momentos, no século XX, firmando-se definitivamente na história da literatura brasileira. Todavia, merece mais e melhores estudos a nossa mal conhecida, e por isso mal-amada, prosa de ficção, que tem sido alvo de ensaios, reportagens, dissertações acadêmicas e outros registros, insuficientes, porém, no que diz respeito à necessidade de consolidar uma massa organizada de informações em livros, arquivos, publicações especializadas (revistas, suplementos, sites), ao alcance de pesquisadores, estudantes, enfim, leitores de vários níveis.

    Imprensa: debates, consciência

    A implantação do curso jurídico em Olinda (1827), depois transferido ao Recife, atrairia para o estado de Pernambuco a nata intelectual do Norte/Nordeste; e a imprensa, crescendo em número e ideias, iria transformar-se em privilegiado espaço de debates. Já se iam longe os tempos de absoluta repressão, como a que se dera em 1706, quando — informa Mário Melo — por ordem régia de 8 de julho foi mandado fechar uma pequena tipografia existente no Recife, sequestrar os impressos e admoestar proprietários e tipógrafos. A princípio, voltados às discussões políticas e às amenidades, os efêmeros jornais iam, com o passar dos anos, introduzindo resenhas sobre livros e polêmicas literárias, o que resultaria em estímulo à produção local. Tímida, no começo, imitando autores franceses, fortalecida mais tarde por ideias autonomistas, legitima-se como fruto maduro de uma consciência nacional, e mesmo regional.

    Capa de Nossa Senhora dos Guararapes

    Foto: Leonardo Dantas Silva. Fundação de Cultura da Cidade do Recife, 1980

    O primeiro romance:

    monarquista, abolicionista

    No contexto da efervescência das ideias e agitações do movimento praieiro, quando nasciam três revistas (1846) no gênero genuinamente literário: O Phileidemon, O Progresso e O Polymathico, com destaque para a segunda, e em plena vigência do mata-mata marinheiro, surge da pena de um português, Bernardino de Abreu e Castro, o primeiro livro de ficção romanesca publicado em Pernambuco, Nossa Senhora dos Guararapes (1847), romance histórico descritivo, moral e critico, pioneiro ainda quanto ao regionalismo, que somente anos mais tarde se afirmaria, reconhece o historiador José Antônio Gonsalves de Mello. Abreu e Castro não estava só, no conjunto da nação brasileira. Na mesma década foram publicados, entre outros: O filho do pescador (1843), de Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa, e A moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo.

    Nossa Senhora dos Guararapes

    (...) e pena é que eles nesta província levam a mal o entendido melindre e a tal ponto, que mesmo por leves injúrias, se julguem autorizados a espancar, maltratar, e até tirar

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