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Os filhos que ninguem quer
Os filhos que ninguem quer
Os filhos que ninguem quer
E-book251 páginas3 horas

Os filhos que ninguem quer

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Sobre este e-book

Este livro conta a estoria de meninos de rua que ao chegarem ao plano espiritual levando as marcas dos seus sofrimentos e rebeldias , são acolhidos pelo espirito Luigi que sentindo a saudade dos filhos que ficaram no plano fisico resolveu em uma tarefa de amor transformar os rebeldes sofredores em espiritos mais compreensivos atraves de paciencia e estudo para que esses meninos de rua sentindo o carinho que o irmão Luigi disrtribuia a todos se modificassem e pudessem ser preparados para nova jornada terrena.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de dez. de 2021
ISBN9781526016256
Os filhos que ninguem quer

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    Os filhos que ninguem quer - Liege Castro

    Capítulo I – Em busca de trabalho

    Sentado em um banco da praça da minha querida colônia estava pensando que já se vão quase dois anos que eu aqui cheguei e tantas coisas aconteceram, tantas eu aprendi, e também quanta saudade tive que suportar. Quanta lágrima sequei dos meus olhos, ainda quando me lembrava dos entes queridos que deixei aí na Terra, pensava na vida aqui, como somos pequenos diante de tantas maravilhas que o mundo espiritual nos apresenta, em tudo que já aprendi e o quanto ainda tenho que aprender.

    Tudo aqui é maravilhoso, perfeito, nada acontece sem que haja uma explicação e tudo é feito para o nosso crescimento espiritual.

    Assim enquanto apreciava a linda praça com suas flores magníficas e os pássaros que cantavam nas árvores, vi aproximar-se de mim o querido amigo Sérgio, companheiro de alojamento e que compartilha comigo as minhas dores, alegrias, e me ajuda no aprendizado, me esclarecendo as dúvidas que ainda tenho. Aliás dúvida, é o que não me falta, porque para mim, e tantos outros que aqui chegam tão sem conhecimento da vida espiritual elas são uma constante.

    Sérgio chegou, alegre e brincalhão como sempre e foi logo perguntando:

    - Como é amigo, o que tens, o que faz aí com essa cara tão triste?

    - Penso, amigo. Penso em várias questões que a vida aqui se me apresenta, tento entender os vários ângulos das questões e às vezes me embananando todo.

    - Lá vem você de novo com suas perguntas. O que é que te preocupa, agora?

    - Nada em especial, mas sempre que estou só, começo a querer saber o porque das coisas, o motivo de tanto sofrimento, de tantas dores e saudades.

    - Você gosta de bulir, em caixa de marimbondos, não é Luigi?

    - Não, gosto é de ter respostas para as minhas dúvidas e indagações.

    Afinal os mentores sempre nos pedem para que perguntemos tudo o que não entendemos, não é?

    - Certo, mande logo sua perguntinha, irmão.

    - Será que aqui, nós podemos adotar como filhos, algumas crianças desencarnadas? Porque vejo tantas crianças que não tem um pai, que fico imaginando como seria bom, poder ter algum deles como filho adotivo.

    - Sérgio fez uma cara de espanto e disse:

    - Não falei que você é danado para inventar idéias malucas? Você já não tem filhos na Terra?

    Tenho três, mas, eles não precisam muito de mim, tem quem cuide deles muito bem.

    Mas, será que aqueles que não tem ninguém, quem sabe, gostariam de ter um pai? Poder contar com alguém nas suas tristezas, não é?

    Sérgio, então falou:

    - Cara, vamos procurar alguém que poderá te dar todas essas informações melhor que eu. Vamos ao Departamento de Administração, e ficaremos logo sabendo de tudo.

    Assim, saímos os dois, rumo à nossa prefeitura, onde funcionam os vários departamentos administrativos.

    Chegamos, fomos logo procurar o que cuida da creche da colônia.

    Logo um funcionário muito simpático nos atendeu.

    Fiz logo a pergunta:

    - Quero adotar uma criança, ou mais, quero saber como funciona ou se é possível.

    A resposta veio em forma de outra pergunta:

    - Porque o irmão quer adotar uma criança?

    - Porque gosto de criança e queria me tornar um pai adotivo para aquelas que não tem um pai.

    - Meu irmão, acho que se você quer se tornar pai de algumas crianças que precisam de um. Temos um lugar certo para você.

    Só que você não irá se tornar pai de alguns, mas irá ser pai para muitos, temos um lugar para abrigar crianças que chegam da Terra, são crianças de rua, desencarnadas, que não tiveram pais na sua atual encarnação, são quase sempre revoltados, meninos que viviam em bandos, os famosos trombadinhas lá da Terra, eram viciados em drogas, roubaram e até mataram, para sobreviverem, eles estão aqui, para se reeducarem, precisam de quem os ame, e de quem se preocupe com eles; estamos recrutando quem queira lidar com eles, topas?

    Pensei, não era bem isso o que eu queria, pensava em crianças pequenas, mas de repente senti uma imensa vontade de ajudar àqueles meninos, afinal será que até aqui, eles continuariam a ser discriminados, continuariam a ser os filhos que ninguém quer?

    Então, respondi ao rapaz:

    Pode contar comigo, colega, eu topo. Vou tratar dos guris com carinho, vou ser um paizão para eles e logo eles vão estar na minha, você vão ver!

    Depois de preencher uma ficha com os dados, com as funções que teria de desempenhar, saímos, eu e o Sérgio, para iremos conhecer o educandário em que eu iria trabalhar. Chama-se Casa de Educação e Lar Padre Anchieta.

    Gostei do nome e gostei do lugar.

    É realmente lindo. Tudo aqui é muito bonito, tudo feito com amor e creio que se na Terra as crianças tivessem lugares assim para se educarem, não haveria crianças de rua.

    O prédio é grande, cercado de um enorme e bem cuidado jardim, alias como já disse, aqui todos os lugares tem jardins, e tão bem cuidados que a gente pensa, nem precisava de casa, só o jardim bastava.

    Entramos no prédio e logo vieram nos atender. Uma moça simpática nos acompanhou ao gabinete da diretora, que já estava à nossa espera, aqui tudo funciona perfeitamente.

    Entramos em uma sala bem mobiliada, com poltronas confortáveis, uma mesa onde havia vários livros, um computador e um vaso de plantas, sentada à cabeceira, a diretora nos cumprimentou:

    - Boa tarde, irmãos, disse ela com um sorriso bondoso. Já os esperava pois logo que saíram, Otávio me enviou pelo computador a notícia que vocês estavam vindo.

    - Chamo-me Celina, sou a diretora deste Educandário, e estou feliz em poder contar com mais um companheiro para nos ajudar a trabalhar com nossos meninos.

    Desde já meu irmão aviso que nossos meninos são um pouco difíceis, mas com a ajuda de Deus, estamos conseguindo algum progresso.

    Espero que vocês se adaptem com eles.

    - Muito prazer irmã, eu sou o Luigi e esse é o Sérgio, mas ele não vai ficar trabalhando aqui, já tem outras tarefas. Só eu é que vou tentar fazer alguma coisa pelos meninos.

    Espero que me saia bem; eu gosto de crianças embora não tenha nunca trabalhado com criança principalmente com crianças assim de rua, com tantos problemas.

    Vou sempre contar para as crianças da Colônia dos Colibris, as que estão internadas no hospital, pois eles gostam de música, e assim elas se animam mais um pouco.

    Verei o que posso fazer com esses daqui.

    Irmã Celina me falou das dificuldades em trabalhar com as crianças de rua, pois seus problemas são enormes, são rebeldes, e desconfiados.

    Saímos para visitar o Educandário. Puxa vida, como é grande!

    Andamos muito tempo, visitando os diversos setores e eu fiquei impressionado com tanta eficiência e pra dizer a verdade fiquei até com um pouco de receio, pois vi nos olhos de muitos daqueles meninos um lampejo de ódio, de rancor e de desconfiança.

    Pensei, e agora Luigi, como é que você vai se sair nessa empreitada?

    Mas, já que havia começado o jeito é tentar, pedir ajuda a Deus e mandar ver, afinal aqui eles dão jeito pra tudo e eu vou conseguir me sair bem, espero.

    E assim, mais uma vez, eu fui arranjar um lugar para trabalhar e que lugar! Bonito, mas as perspectivas não eram das melhores.

    Eu continuo um bocado teimoso e se a coisa é difícil, é aí mesmo que eu quero ficar. Aquilo que não tem dificuldade não é muito interessante.

    Irmã Celina convidou-me para conhecer o pavilhão em que ficam os internos que desencarnaram por uso de drogas, principalmente o crack, fiquei impressionado com tanto sofrimento.

    São jovens que jogaram suas vidas fora, na triste ilusão de encontrar na droga o que lhes faltava de afeto e de conforto.

    Suas fisionomias eram ferozes, tamanha a raiva que nelas estavam estampadas. Não se via um sorriso, um olhar amigo, nada.

    Somente a raiva, a tristeza e o sofrimento faziam parte do rosto daqueles meninos, que deviam ter no muito uns dezessete anos.

    A vida de fato foi muito cruel com eles. Na verdade, não tiveram nada, nem pais, nem amigos, e como companheira só a violência, a desilusão, a miséria.

    Pensei, acho que arranjei um problema, esses meninos não vão querer nada comigo, sou muito tradicional para eles.

    Saí de lá, com uma sensação de ter me metido na boca do leão, mas, já que entrei, o jeito agora era ir em frente.

    Pensando assim, foi para o alojamento e procurei orar a Deus, para que me ajudasse e logo dormi.

    No outro dia, fui saber o que fazer, a que horas eu deveria trabalhar, pois eu tenho outras tarefas. Trabalho no hospital, canto para crianças da colônia dos Colibris, estudo etc.

    Será que vou ter tempo para os meninos?

    A diretora me disse que eu poderia trabalhar lá, no horário que eu pudesse, isto é, eu iria lá na hora que eu tivesse uma disponibilidade.

    Já gostei, assim ficou mais fácil.

    Tratarei de começar logo, no dia seguinte. Depois que sair do hospital, irei dar uma passada lá, para começar a entrar em contato com aquela turminha e que deus me ajude.

    Cheguei ao Educandário, pronto para iniciar a minha nova tarefa, uma irmã atendente veio me receber e encaminhar para o local onde eu iria começar meu trabalho.

    Todos lá trabalham com uma espécie de uniforme, e logo ganhei o meu. É um blusão verde, que vestimos por cima da calça que usamos, no bolso um crachá com nosso nome, a irmã disse que é para ficar diferente dos internos que usam calça e blusa bege, todos usam também um boné, não sei por que mas parece que eles gostam.

    Bem, devidamente credenciado e uniformizado cheguei ao local em que iria trabalhar, um enorme salão, muito bem iluminado, mobiliado com mesas e cadeiras, na parede um enorme quadro para escrever. Havia também um aparelho de TV e vídeo. A turma já estava toda lá, uns vinte garotos, na faixa de doze a dezessete anos.

    Parei na porta; respirei fundo e pensei: seja lá o que Deus quiser, não posso agora é demonstrar receio ou insegurança, senão não vai.

    Entrei, e fui logo me apresentando.

    - Boa tarde, turma, como vão? Meu nome é Luigi e vim aqui para que nós comecemos a estudar juntos. Eu também estou aprendendo e assim estudaremos várias questões. Fica mais fácil, não acham? Esperei a resposta, e nada, nenhum me disse nem boa tarde.

    Resolvi então perguntar o nome de cada um, para facilitar o conhecimento.

    - Como se chamam?

    - Vou apontar para cada um e vocês respondam o seu nome, por favor.

    Olhei para um menino de aspecto triste, seu rosto muito sério, e falei, diga seu nome, companheiro.

    Ele respondeu: que interesse tem o meu nome? A gente tem é um número, lá na Terra, nas casas correcionais, só número.

    Olhei para ele e vi nos seus olhos uma profunda mágoa, e então disse:

    - Aqui não amigo, vocês serão tratados sempre pelos seus nomes, alias sou muito ruim para guardar números, ok?

    - Ok. Respondeu o menino, eu me chamo José Paulo, mas me chamam de Zeca no meio da turma.

    Então vamos ser grandes amigos, meu nome é também José, viu, como logo a gente se entende e já descobrimos que temos algo em comum? O menino olhou pra mim e disse: Ô cara você tá mentindo pra mim, você disse que se chama Luigi, e agora já é José?

    Então fui explicar para ele que meu nome é José, o pseudônimo é que Luigi. Então ele entendeu, o resto da turma se animou e todos começaram a falar os seus nomes, e logo os seus apelidos. Por sinal tem cada apelido que só vendo!

    Alguns dos apelidos que eu guardei; Tônico, Bolão, Pé-de-meia, Zelão, Tartaruga, Cachorrão, Piolho, Fedorento e Agulha, etc.

    Enfim comecei a me comunicar com a turma. E que turma, são mesmo da pesada, alguns não gostam de falar, outros não gostam de nada, ficam só olhando, feito bichos acuados.

    Tem hora que dão a impressão que vão avançar em cima de mim, tal o ódio que aparece nos seus olhos.

    Confesso: eu tava com um bruto medo, mas, fiz uma prece e logo me senti mais confiante. Afinal são apenas adolescentes, que precisam de carinho, de um amigo.

    Procurando me fazer mais íntimo, fui indagando a cada um de sua história, o porque da sua estadia aqui neste Educandário, e as estórias foram aparecendo. Quase todas tinham o mesmo começo e o mesmo final.

    Começavam sempre com a falta de um lar, de uma família, de pais que não quiseram a responsabilidade de criar o filho que puseram no mundo. O abandono, a rua, os vícios, a marginalidade, a violência tanto dos companheiros de vida, como da polícia.

    Quase todos desencarnaram de maneira violenta, entre brigas de gangs, por pontos de drogas ou por ação da polícia.

    Alguns, cansados de sofrer, preferiram o suicídio, enfim, a tragédia é o ponto em comum entre eles.

    São esses os filhos que eu arrumei.

    Pensei: meu caro, você se meteu numa confusão daquelas, veja só, foi inventar de ser pai adotivo e olhe só a filharada da pesada que te arrumaram! Eu entro sempre em confusão, pensei.

    Mas a medida que o tempo foi passando, ouvindo aqueles meninos, tão novos, ainda entrando na adolescência e já com uma vida tão cheia de sofrimentos, me lembrei que aí na Terra, tenho um filho, nesta faixa de idade, e sei que ele está amparado pela mãe e pessoas responsáveis que cuidam dele e meu coração começou a sentir uma grande ternura pelos outros meninos, esses que aqui estão, e que não tiveram na Terra a oportunidade de terem uma vida feliz, junto de uma família que os amassem e comecei a gostar da idéia de poder ser para eles um pouco pai, um pouco amigo, um confidente, afinal desencarnei com trinta e seis anos não sou assim tão velho, e posso me fazer compreender junto a esses garotos. Sei que eles só precisam de quem os ame, de quem os escute e eu acho que posso ser junto a eles o amigo que não possuíram, pai que nunca tiveram, talvez assim ajudando a esses pobres meninos, eu possa matar um pouco a saudade que tenho dos meus filhos, principalmente poderei ser um pouco pai de um adolescente que deixei aí na Terra e do qual, tenho sentido muita falta.

    Assim com disposição, iniciei o meu trabalho junto aos meninos daquela instituição tão abnegada.

    Depois de travar os primeiros contados com os garotos, e tomar notas para depois apresentar à direção, deixei os meninos e fui à procura de quem pudesse me dar as ordens e diretrizes que eu teria que seguir. Não sabia quem era o responsável direto pelos meninos que eu havia conhecido. Saí à procura de alguém, quando no caminho, ouvi pelo som, uma voz que me chamava, para que comparecesse à sala vinte e oito, fui em busca da tal sala. Cheguei e logo fui levado à presença de um senhor de meia idade, alto e de cabelos quase todos brancos, o sorriso com que me recebeu, deixou-me bem à vontade. Boa tarde, meu filho, foi logo dizendo a entidade, sente-se e conversemos um pouco. Precisamos nos entender à respeito do seu trabalho, junto aos nossos garotos.

    Sentei-me e o irmão que se chama Antônio, disse ser o responsável pelo trabalho junto àquele grupo de entidades.

    Antônio, disse-me, precisamos tratar a esses garotos com muito jeito e com bastante carinho, mas, também devemos ficar alerta, pois eles ainda são muito desconfiados e trazem da Terra, as marcas nos seus perispíritos, de todas as mazelas e traumas que sofreram durante as suas vidas. Temos que usar de muito tato para ganhar a confiança deles.

    Eu perguntei ao amigo, quais seriam minhas funções junto aos guris, uma vez que não sou professor, não tenho nenhum conhecimento de tratar com esse tipo de jovens. Sou pra dizer a verdade, completamente leigo no assunto.

    Antônio, com seu modo gentil, e paciência se dispôs a me ajudar:

    - Você, meu irmão, tem uma maneira de se fazer simpático às crianças, elas gostam de você, e os nossos amiguinhos, não são diferentes, eles são também crianças, que não puderam aproveitar a sua infância como as crianças normais.

    - Com um pouco de paciência e de carinho, você vai fazer nascer dentro deles a criança que não deixaram ainda de ser.

    Fiquei um pouco animado, mas, ao mesmo tempo um tanto temeroso. E se eu falhasse? Se não conseguisse ser para eles um amigo de confiança, se não pudesse me aproximar de seus corações?

    - Fiz essas perguntas ao novo amigo, que me respondeu com seu sorriso alegre: fique calmo, use de sua intuição, seja companheiro, e cante junto com eles, você verá que logo estará com a turminha bem humorada, como dizem lá na Terra.

    Tomara, respondi, se não me fizer compreendido por eles, eu acho que nada conseguirei, mas, vou tentar, adoro desafios.

    E assim, com o coração mais leve, me despedi de Antônio que me deu um abraço e desejou boa sorte.

    Acho que vou precisar e muito, pensei:

    Fui para o alojamento, e lá encontrei Sérgio, que me esperava com aquele olhar de curiosidade, e o sorriso que dizia:

    Então gostou da idéia, de ser pai adotivo? Que enrascada você se meteu, meu irmão, você não tem jeito, só procura confusão, cruz credo!

    Deixei o amigo falar, e depois disse a ele: - Sabe que eu gostei pra caramba de tratar com os meninos? São muito interessantes, um pouco desconfiados mas, com o tempo, eu vou conseguir chegar a ser um grande amigo deles, você vai ver.

    - Hum! Sei não, dizem que a turma é brava que quase ninguém consegue ficar junto deles, pois não querem mesmo aprender nada. Vai ser uma barra, compadre!

    - Você vai se espantar, mas, eu já consegui que me falassem os nomes, e até os apelidos, já fiz algum progresso, não é?

    - Menino, você é danado! Como foi isso?

    - Nada de anormal, apenas perguntei os nomes, disse que não gosto de chamar ninguém por número, e prometi a eles que na próxima aula, sei lá como se chama o que vou fazer com eles, vou levar o violão, e a gente vai cantar, gostou?

    - Já

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